segunda-feira, março 21, 2016

Os Trump do leite e a preguiça dos media (parte III)

Parte I e parte II.
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Na parte II citámos o artigo "Produtores queixam-se de 'dumping' nos produtos lácteos importados" onde se podia ler:
""Chegam a Portugal produtos a preços impossíveis, tudo indica que há 'dumping', e ou o Governo aperta a fiscalização ou será a morte de muitos produtores nacionais", referiu."
O texto é da Lusa, mas podia ser de um qualquer outro media português preguiçoso ou sem recursos para investigar.
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Na parte I vimos que desde 2000 que Portugal exporta mais leite do que aquele que importa. Agora, concentremos-nos nos "preços impossíveis" a que o dirigente da APROPEL se referia.
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Qual o preço médio do leite importado?
Qual o preço médio do leite exportado?
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Quando se começam a fazer perguntas... começa-se a investigar e ainda mais admirados ficamos com a preguiça dos media e o folclore que se monta para sacar dinheiro aos contribuintes.
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Qual o preço médio do leite exportado de Portugal em 2014? 485€/ton (se estivermos a falar do exportado para a Espanha o valor é ainda mais baixo 425€/ton)
Qual o preço médio do leite importado por Portugal em 2014? 581€/ton (se estivermos a falar do importado de Espanha o valor é ainda mais alto 597€/ton e se for de França vem a 508€/ton)

Dumping?
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Pensem comigo, se há excesso de leite em Portugal porque é que se importará leite? Por ser mais barato ou por ser diferente em alguma coisa que o comprador industrial valoriza?
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Fonte dos números? Ver aqui.




domingo, março 20, 2016

Curiosidade do dia

A preocupação das chamadas elites de Lisboa com a espanholização da banca portuguesa fizeram-me recordar a capa do Caderno de Economia do semanário Expresso de 12 de março passado.

E indo mais fundo pode ler-se:
"As grandes preocupações estão nos grandes créditos que tiveram forçosamente de passar além da normal concessão de crédito de uma direcção regional ou de um balcão."
As elites estão a ver secarem-se as fontes de dinheiro fácil...

América e o comércio internacional

Lembrei-me do significado de "Mongo e a automatização... pois!" em que reflicto sobre a decisão da Mercedes retirar autómatos da linha de montagem para os substituir por humanos.
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Lembrei-me da habitual postura gringa de concentração no preço como factor de decisão que refiro em "Tit for tat" e da sua habitual falta de paciência estratégica.
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Lembrei-me, depois de ter lido:
"John Strotbeck, a former Olympic rower and the founder and C.E.O. of the Philadelphia-based team-uniform maker Boathouse Sports, told me that his company tried a few years ago to start manufacturing some of its sports apparel in China, but brought the production line back to a factory in Philadelphia soon afterward. The main factor was the lead time from when a customer placed an order to delivery. “Six months, and today it is even longer,” he said, of timelines at Chinese factories. “Compare that to how fast we can be now: average from the date of the order to out the door is twenty working days. And our workers are flexible; they can work anywhere in the factory and on any equipment. If all of a sudden we get a spike in demand for Gortex outerwear, a labor-intensive product, we can shift more resources and take advantage of it.”"

Os Trump do leite e a preguiça dos media (parte II)

Leiam com atenção "Produtores queixam-se de 'dumping' nos produtos lácteos importados".
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Acompanhem com solidariedade clubista/patriótica as palavras:
"Chegam a Portugal produtos a preços impossíveis, tudo indica que há 'dumping', e ou o Governo aperta a fiscalização ou será a morte de muitos produtores nacionais", referiu.
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[Moi ici: Reparem na qualidade da manipulação dos números que se segue] "A realidade é que Portugal importa anualmente 500 milhões de euros de produtos lácteos, 300 milhões dos quais em queijo e iogurtes", referiu Carlos Neves.[Conseguiu apresentar números globais sem referir o leite especificamente. O que me leva a concluir que afinal conhece os números do leite, porque os mascarou]
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Isto ao mesmo tempo que os produtores nacionais de leite não conseguem escoar a sua produção e se vêem "obrigados" a abater animais."
Depois deste choradinho como interpretar que Portugal exporta mais leite do que importa? Recordar "Os Trump do leite e a preguiça dos media".
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BTW, entre 2010 e 2014 as exportações de Iogurtes cresceram ... 58%. E as exportações de queijo cresceram 51%.

O que é a diferenciação?

Este artigo "Competitive Differentiation Myth : Don't Stand Out. Blend In." cita e comete o mesmo erro, IMHO, que o que referi em "Acerca da diferenciação". Pensar que a diferenciação está só no produto, está só na oferta, é muito redutor.
"In short, asking yourself “how are we different ?” may be the wrong question to ask. Buyers are influenced by a seller’s (firm’s) status, prior relationships and their social network ties. Not by how “different” they are."
Por que pensar que a diferenciação não pode começar precisamente por "a seller’s (firm’s) status, prior relationships and their social network ties"?
"In the – excellent – Buyersphere 2013 report, a whopping 66% of buyers reported “I heard of them before we started the buying process” as the #1 reason why they selected a particular firm for their project.
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And – in spite of the #1 factor why buyers chose one firm vs another being “educated me with new ideas and perspectives” – in RAIN Group’s recent research on “What Sales Winners Do Differently”, fully one third of the Top–10 factors driving buying preference were about the seller connecting with the buyer in a way that inspires trust, confidence and familiarity.
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Human evolution has wired us all in a very particular way – when faced with decisions that involve even a moderate degree of complexity, we seek ways in which to reduce the risk involved and “take shortcuts” to deduce which decision is the best one."
Faço uma pesquisa e descubro que afinal nunca cheguei a escrever sobre a Indium Corporation!!!
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Como pude falhar!?!?
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Continua.

Acerca de Mongo

O que é isto senão uma demonstração daquilo a que chamamos aqui de Mongo?
"In a 2002 interview Peter Drucker said, “In the Industrial Age, only industry was in a position to raise capital, manufacture, ship and communicate at scale, across the world. Individuals did not have that power. Now, with the Internet, they do.”"
Trecho retirado de "Giving Customers Scale"


sábado, março 19, 2016

Curiosidade do dia

Volta e meia aparece Miguel Cadilhe com este discurso "Miguel Cadilhe: “Desafio para o Governo: pensar nas políticas que podem influenciar a propensão à poupança”".
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Pessoalmente acho que se trata de uma preocupação com sentido. A poupança é fundamental para o investimento e para um crescimento saudável.
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O que me fascina nesta relação entre Miguel Cadilhe e poupança na mesma frase é eu ter memória. Ter memória disto "Cadilhe defende imposto extraordinário e venda de submarinos para abater dívida":
"Miguel Cadilhe defende também um imposto extraordinário, aplicado de uma só vez, para abater a dívida pública. Este deveria incidir sobre a riqueza líquida, como depósitos, imobiliário, acções e obrigações."
Um terrorista dos depósitos convertido em apóstolo da poupança.

Em quem confiar?

Em quem confiar?

"Os dados mais recentes da Kantar Worldpanel, empresa de estudos de mercado, revelam que o número de ocasiões de consumo dentro de casa (ou seja, os momentos em que confeccionamos e comemos alimentos) passou de 21 para 19. “Esta redução de consumo [em casa] é praticamente transversal a todos os momentos de consumo, ao longo do dia”, diz a consultora. Contudo, é a meio da manhã, ao almoço e a meio da tarde que “mais cresce o consumo fora de casa”.
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Os números da Kantar, válidos para o período de Janeiro a Outubro de 2015, concluem ainda que “em especial nos jantares” se registou um aumento de 25% nos gastos das famílias fora do lar, em comparação com a mesma altura de 2014."

"Um estudo do IPAM – The Marketing School revela que os portugueses comem cada vez menos fora de casa.
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De acordo com um comunicado enviado à redação do i, 80% dos inquiridos admite que a sua situação económica começa a dar sinais de melhoria, mas mais de metade das pessoas que participaram no inquérito (50,5%) admitem ter começado a cortar nas refeições que realizam fora de casa."


Workshop ISO 9001:2015 (parte II)

Pormenores sobre o programa, o local, o preço e a inscrição na Parte I.
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A propósito da cláusula 4.1 da ISO 9001:2015, acerca da determinação de factores internos e externos ...
Já se interrogou sobre o que vai fazer com as listas que vai gerar? Afinal, o que fazer com os factores internos e externos determinados?
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Como os relacionar com a estratégia?
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Como os relacionar com uma análise SWOT?
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Como os relacionar com os objectivos para o sistema?
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Venha ver a nossa proposta.


O anónimo da província e o desemprego

Parece que toda a gente anda a fazer isto em relação à evolução do desemprego:

Os dados publicados ontem pelo IEFP mostram ilustram esta tendência:
Há sete meses consecutivos que o desemprego medido pelo IEFP está a crescer.
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Se o desemprego estivesse estável flutuaria aleatoriamente em torno de uma média, uns meses para cima outros meses para baixo. Assim, se o desemprego estivesse estável qual a probabilidade de num dado mês o valor subir? 50% (0,50).
E qual a probabilidade do desemprego subir em dois meses consecutivos apesar da média se manter estável? 50% ao quadrado, ou seja 0,25.
E qual a probabilidade do desemprego subir em três meses consecutivos apesar da média se manter estável? 50% ao cubo, ou seja 0,125.
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E qual a probabilidade do desemprego subir em sete meses consecutivos apesar da média se manter estável? 50% à sétima, ou seja 0,0078125.
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Estatisticamente é muito provável que a hipótese de que o desemprego está a subir é muito, muito forte.
Estão a ver a evolução da linha azul na figura acima? Representa a evolução homóloga do desemprego, a evolução que os jornais preferem salientar nestes tempos de geringonça porque permitem colocar valores negativos nas capas de jornais. Se esta evolução continuar, o que não acredito que aconteça, lá para Maio ou Junho teremos a linha azul acima do zero...
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Se o desemprego não mexesse nos próximos meses e se mantivesse no valor actual lá para Abril teríamos a linha azul acima do zero.
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Na figura acima a linha a vermelho representa a evolução mensal do desemprego... estamos a aproximar-mo-nos dos desempenhos dos anos de chumbo de 2011 e 2012.
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Estranho como não se passa nada. Aposto que na segunda-feira os jornais vão sublinhar os valores negativos da evolução homóloga.
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Aqui no blogue saliento a evolução positiva das exportações que, apesar de tudo, continuo a classificar como muito boa. No entanto, o problema é o mercado interno. Os investidores estão com medo da geringonça e de no próximo ano serem convidados a suportar o aumento do défice.

Decomoditizar (parte II)

Parte I.
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Ontem, três exemplos de aplicação do desafio:

Como não recordar, por exemplo, os kiwis de Felgueiras ou as maçãs de Moimenta da Beira:

sexta-feira, março 18, 2016

Curiosidade do dia

De manhã seleccionei logo este texto "Crise no leite e suinicultura à espera de resposta urgente" para a curiosidade do dia, por causa do último parágrafo:
"A jornalista da Antena 1 Ana Isabel Costa ouviu Catarina Martins defender uma aposta firme no mercado interno destes sectores.
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Isto porque a crise dos suinicultores veio mostrar que o país não pode viver exclusivamente das exportações."
Já se sente no ar esta mudança de clima, de discurso, Costa há dias ensaiou esta variante "bicicletas":
"Costa pede às empresas para não esquecerem mercado interno" 
Entretanto, a meio da manhã no Twitter o @nticomuna chamou-me a atenção para "Contas externas com défice de 100 ME em janeiro - BdP".
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A tabela do Banco de Portugal ilustra bem a evolução:

Criem clima pouco amigo das exportações e depois queixem-se dos especuladores.


Um processo colaborativo

"we define ‘‘service’’ as the application of resources for the benefit of another.
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A key behavior is that service systems interact to co-create value.
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in S-D logic, service is defined as the application of competences (knowledge and skills) for the benefit of another party. The use of the singular ‘‘service’’ as opposed to the plural ‘‘services,’’ represents a shift from thinking about value in terms of operand resources - usually tangible, static resources that require some action to make them valuable - to operant resources - usually intangible, dynamic resources that are capable of creating value. That is, whereas G-D logic sees services as (somewhat inferior to goods) units of output, S-D logic sees service as the process of doing something for and with another party. Value creation, then, moves from the firm, or ‘‘producer,’’ to a collaborative process. In S-D logic, value is always co-created.
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The purpose of economic exchange in S-D logic is service provision for (and in conjunction with) another party to obtain reciprocal service - that is, service is exchanged for service. Whereas goods are sometimes involved in this process, they are appliances for service provision; they are conveyors of competences.
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From S-D logic, service is the application of competence for the benefit of another. So service involves at least two entities, one applying competence and another integrating the applied competences with other resources (value-cocreation) and determining benefit. We call these interacting entities service systems. More precisely, we define a service system as a dynamic value -cocreation configuration of resources, including people, organizations, shared information (language, laws, measures, methods), and technology, all connected internally and externally to other service systems by value propositions.
...
The history of a service system is a sequence of interaction episodes with other service systems.
...
An interaction episode is a series of activities jointly undertaken by two service systems. Broadly speaking, interactions can be service interactions (interactions that aim to co-create value) or non-service interactions. For an interaction to be a service interaction, a proposal must be made by one party to another, agreement must be reached between the parties, and value must be realized by both."
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Trechos retirados de "The service system is the basic abstraction of service science" de Maglio, Vargo, Caswell e Spohrer, publicado por Inf Syst E-Bus Manage (2009) 7:395–406

Locus de controlo ou a sua ausência

Lembrei-me logo dos produtores de leite e dos suinicultores, que agora andam em manifestações de rua a pedir soluções, ao ler "A Bias for Action and Locus of Control":
"As I am reading Charles Duhigg’s new book, Smarter, Faster, Better, I am reminded that a “bias for action” and a “locus of control,” (believing that you have a choice and can complete some arduous task) is the foundation of motivation.
  • When we win deals, we talk about what we did to win, as if it was all our volition. When we lose deals, we pretend that certain factors beyond our control caused our loss, that we were powerless. The problem with believing that forces beyond your control are what causes your losses is disempowering. It means that you have no control, that you have to sit passively while the world acts on you.
  • The time to take the actions that ensure you win deals - or greatly improve your chances - is now. The time to deal without whatever obstacle you believe will cause you to lose is before you have lost. No one is coming to rescue you and your deal. You are going to have to save yourself."

Alinhar a empresa, a jornada sem fim

Ontem estive a trabalhar com uma empresa que cresceu, no mundo das pequenas séries e dos clientes pouco organizados, até que percebeu que já estava a trabalhar para vários clientes das séries grandes com bons resultados e com melhores rentabilidades. Então, resolveu especializar-se em servi-los.
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Estivemos a realizar a primeira sessão de trabalho que nos há-de levar à construção do mapa da estratégia. Quando a sessão começou esforcei-me por transmitir a mensagem de que estão a iniciar uma jornada sem fim, estão a mudar de vida, têm de mudar de cultura: a mentalidade do desenrasca tem de dar lugar à mentalidade da disciplina e do planeamento. Enquanto lhes dizia isto a minha mente visualizou este postal de Julho de 2006 "Faz sentido continuar a apostar num negócio?" e o seu:
"De manhã, quando um gestor (no caso do género masculino) de uma empresa deste tipo está a fazer a barba, deve concentrar o seu pensamento num desafio quotidiano: “Onde podemos, hoje, cortar nos custos?”"
Depois, há noite, encontrei e li "The Fine Line Between When Low Prices Work and When They Don’t":
"Winning with low prices is not merely a game of math in which you stay one notch below the competition; it is far more a game of culture and attitude. It takes a special kind of company, from the CEO on down, to make a low-price position sustainable and profitable. The skills and traits to pull that off — such as cost-consciousness, relentless efficiency, and customer-driven design — must be anchored in the company and its culture from the very beginning.
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A healthy low-price position has a long-term orientation built on consistency and sustainability, not quick results.
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The allure of discounting and the adrenaline rush of a price war seem irresistible, but they are delusions that have nothing to do with a low-price position. The best cure I have found for these delusions is a cultural one. Don’t start price wars. Don’t fight them. Don’t engage in over-the-top discounting that trains customers, both in B2C and B2B markets, to buy cleverly on price and price alone.
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Large manufacturers such as Honda can indeed compete against ultra-low-price suppliers in emerging markets, but not by cutting prices on their existing products. Success requires a radical reorientation and redesign, massive simplification, local production, and extreme cost consciousness.
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No matter what strategic price position a CEO chooses, he or she must still fulfill two additional and essential roles: aligning each function of the company with that price position, and then defending it against threats from inside and outside the company."

Os Trump do leite e a preguiça dos media

Há cada coisa...
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Já ouviram de certeza a lengalenga dos produtores de leite contra as importações de leite. Por exemplo, esta cadeia de distribuição teve de vir a terreiro defender-se "Pingo Doce diz que 80% do leite que compra é nacional":
"A APROLEP considera as importações de produtos lácteos, estimadas em 500 milhões de euros, um "escândalo" e reivindica respostas por parte da grande distribuição, exigindo mais compras de leite nacional e regras concretas para a rotulagem de origem do leite."
A produção de leite em 2015 cresceu cerca de 3%. O consumo de leite continua em queda "Distribuição desafia produtores de leite a adaptarem-se às novas tendências de consumo":
"A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) lembrou hoje que o consumo de produtos lácteos está em queda, desceu 6,7% entre 2011 e 2014, e desafiou os produtores a adaptarem-se às novas especificidades e tendência do mercado."
Agora visitem este site, entrem nas estatísticas do leite e lacticínios e reparem na evolução das importações e exportações de leite:

Esta gente da APROLEP sabe que há mais de 10 anos que se exporta mais leite do que aquele que se importa? Acaso querem proibir as importações e poderem continuar a exportar?
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As pessoas não conseguem calçar os sapatos do outro?
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Alguma vez viram alguém nos media questionar os dirigentes da APROLEP sobre isto?

quinta-feira, março 17, 2016

Curiosidade do dia

Uma tristeza:
Como não um esquecer um título de há alguns anos "Portugal é um país de incumbentes"

Um exemplo de paciência estratégica

Um excelente texto "Why Clothing Startups Are Returning To American Factories", um pouco contra o que aqui costumo escrever, um pouco atónito, acerca da falta de paciência estratégica dos gringos e a paranóia do preço como critério único de sedução dos clientes (ainda ontem).
"When Bali started his company three years ago, his decision to manufacture locally wasn't motivated primarily by a desire to bring back business to dying factories or to ensure that workers were being well treated.
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I simply couldn't produce the clothes I wanted to make overseas."
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Bali wanted to create his own technical fabrics, monitor quality, and have the flexibility to scale up his business as quickly as possible.
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Two years before launching Yogasmoga, it occurred to Bali that a large proportion of yogawear on the market is made of nylon and spandex, both of which are very dated fabrics, invented by DuPont in 1938 and 1958, respectively. [Moi ici: Recordar o recente "Sintomas de Mongo"] And even though he had spent his career at Goldman Sachs and didn't have a lick of textile manufacturing experience, he wanted to see exactly how hard it would be for him to develop new materials that would be ideal to wear for the practice of yoga.
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That search led him to Invista, a company spun-off by DuPont in 2003, which develops synthetic fibers. "It turns out that while many companies are still using nylon in their clothes, there has been a huge amount of technological advancement in textiles," Bali says. However, developing new fabrics is expensive and requires a lot of time collaborating with specialty companies like Invista, which is why it is easier to rely on existing synthetic materials that are abundant and cheap.
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He's spent the last few years working closely with Invista, testing out how different combinations of fibers feel and perform when they come together.
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Bali eventually worked with scientists to create 30 different technical fabrics that use various combinations of synthetic and organic fibers to create specific effects
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Bali explains that it would have been impossible to manufacture these garments overseas. Asian factories would not have had the infrastructure to produce these brand new fabrics: Bali had to source out a speciality mill in California to turn the Invista fibers into cloth. And on a basic level, communication would have been a challenge, especially given that Asian factories would never have encountered the fabrics he had just invented. If there were issues with quality, he would not have been able to spot them until too late, which might result in a lot of expensive fabric going to waste."

Decomoditizar!

Ontem de manhã estive numa reunião onde, uma e outra vez se falou da importância, para os produtos agrícolas, criar marca associada ao território, às práticas seguidas e às estirpes utilizadas.
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Entretanto, já à noite o @veryhighalpha no Twitter faz-me chegar este tweet:
Recordar a confusão que por aí anda por causa da suinicultura e o excesso de oferta de um produto comoditizado.
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Pela leitura do artigo percebe-se que para os produtores alentejanos está tudo bem, ainda que deixem uma fatia tremenda de valor potencial ser capturado, e com justiça, por quem tem trabalhado e bem a narrativa do produto.
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BTW, também segundo o @veryhighalpha cheguei a "Spain offsets Europe’s pig herd decline" e julgo que dá algumas pistas sobre "Por isso, gostava de saber o porquê"

Workshop ISO 9001:2015

Na sequência deste "Desafio aceite" cá vai:



Um Workshop sobre o uso da ISO 9001:2015 para mais, muito do que a simples certificação. Desta feita o âmbito é toda a norma e não, como em workshops anteriores, só a abordagem baseada no risco.
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Pormenores aqui.
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Inscrições via Comenius ou via metanoia@metanoia.pt

Contamos com a Vossa presença.