quinta-feira, agosto 16, 2007
E agora?
Como conciliar estas palavras bonitas:
"Compromisso e Política - Galp Energia
Na Galp Energia, preocupamo-nos todos seriamente com o impacte da nossa actividade na comunidade. Por isso, comprometemo-nos a melhorar continuamente aquilo que fazemos, para assim contribuir para o desenvolvimento sustentável.
POLÍTICA DE AMBIENTE, QUALIDADE E SEGURANÇA DA GALP ENERGIA"
blábláblá
"· Aplicar as melhores práticas e estabelecer estratégias de prevenção contínua de riscos para a segurança, a saúde e o ambiente. "
e esta notícia:
"Junta denuncia descarga de refinaria feita por tubo clandestino"
O presidente da Junta de Freguesia da Perafita denunciou a existência de uma descarga de poluentes feita pela refinaria da Petrogal. Rui Lopes diz que esta descarga foi feita através de um tubo camuflado.
"Rui Lopes garantiu ainda que a própria Petrogal já assumiu que este tubo vem da refinaria e que os resíduos são de facto perigosos, muito embora, estejam no estado gasoso."
Actualização aqui, recordo-me das palavras de Ferreira do Amaral, no rescaldo de um incêndio numa conduta da Petrogal junto a uma marina, há 3/4 anos. Agora era altura de cobrar...
"Compromisso e Política - Galp Energia
Na Galp Energia, preocupamo-nos todos seriamente com o impacte da nossa actividade na comunidade. Por isso, comprometemo-nos a melhorar continuamente aquilo que fazemos, para assim contribuir para o desenvolvimento sustentável.
POLÍTICA DE AMBIENTE, QUALIDADE E SEGURANÇA DA GALP ENERGIA"
blábláblá
"· Aplicar as melhores práticas e estabelecer estratégias de prevenção contínua de riscos para a segurança, a saúde e o ambiente. "
e esta notícia:
"Junta denuncia descarga de refinaria feita por tubo clandestino"
O presidente da Junta de Freguesia da Perafita denunciou a existência de uma descarga de poluentes feita pela refinaria da Petrogal. Rui Lopes diz que esta descarga foi feita através de um tubo camuflado.
"Rui Lopes garantiu ainda que a própria Petrogal já assumiu que este tubo vem da refinaria e que os resíduos são de facto perigosos, muito embora, estejam no estado gasoso."
Actualização aqui, recordo-me das palavras de Ferreira do Amaral, no rescaldo de um incêndio numa conduta da Petrogal junto a uma marina, há 3/4 anos. Agora era altura de cobrar...
Fail forward fast...
""The whole damn purpose is to test stuff, try stuff," Peters said. "And whether you're shooting pool, playing golf or playing violin, the only way you learn is if you're screwing up.
My major argument in the world of business is there's too much planning and too much talking, and not enough doing.
The only way you grow, for God's sake, is go out and do it, and then correct quick."
So Peters endorses failure, calling it "not only normal but good," so long as that failure is achieved by trying something "with incredible vigor" and not through laziness. "
Fail forward fast... Tom Peters.
My major argument in the world of business is there's too much planning and too much talking, and not enough doing.
The only way you grow, for God's sake, is go out and do it, and then correct quick."
So Peters endorses failure, calling it "not only normal but good," so long as that failure is achieved by trying something "with incredible vigor" and not through laziness. "
Fail forward fast... Tom Peters.
Silva Lopes...
A entrevista concedida por Silva Lopes ao Diário Económico deve ser lida com atenção (aqui).
Não concordo com tudo o que o senhor diz, no entanto aqui vão alguns sublinhados:
"Não sei. Se a tendência for a dos últimos anos, podemos estar tranquilos. Mas um problema de ‘subprime’ tem maior risco de ocorrer em Espanha. Em Portugal o que podemos é ser afectados por uma crise espanhola. Em Espanha os bancos estão a emprestar a imigrantes, uma classe de elevado risco. "
"Já pensou porque é que o BCP saiu da bolsa de Nova Iorque?"
"Não. Essa questão dos centros de decisão nacional é um falso problema, uma hipocrisia. O Totta é um bom exemplo: fez a fortuna de Champalimaud, de Roquette e de mais alguns. E nas mãos do Santander traz mais problemas à economia portuguesa do que quando pertencia a Champalimaud? Penso que não. Até é um banco mais eficiente. Hoje não há centros de decisão nacional."
"isso ainda tem pouco peso. A grande fonte que tínhamos de vendas para o exterior era o investimento estrangeiro orientado para a exportação. E como temos visto muitos deles têm saído do país. Vão surgindo novos mas não sabemos qual é o peso dos subsídios dados pelo Estado nem o valor acrescentado nacional que criam.
Mas qual a importância disso desde que se crie valor acrescentado?
Mas que valor acrescentado é que vai criar? Duzentos empregados, eventualmente. O resto é tudo estrangeiro: o capital, os equipamentos, os lucros vão para o exterior… O que fica cá? Nem sequer os impostos, fica apenas a remuneração dos empregados. Qual é a relação entre este valor acrescentado e o subsídio que se deu? Este tipo de análise não se faz, não é parte da propaganda oficial…"
"Qual é a sua opinião sobre o projecto do TGV (comboio de alta velocidade)?
No caso do TGV para o Porto nem é preciso estudos económicos. Devemos adiar o projecto. Segundo se afirma vamos ganhar 20 minutos em relação à linha actual. Não vejo qualquer vantagem económica em gastar aqueles mil milhões todos para isso. Ainda apor cima depois de se terem gasto já mil milhões de euros na linha do Norte."
"Não acredito que o TGV (para Madrid) possa oferecer preços parecidos com os das companhias aéreas de ‘low cost’. O que é fundamental é uma rede de bitola europeia para mercadorias. Há quem afirme que o TGV, sendo bitola europeia e não sendo rentável para passageiros, será usado para mercadorias. Mas as mercadorias não precisam de TGV. Precisam é de bitola europeia."
"Os portugueses hoje mandam os filhos para a escola, antes não o faziam. Mas não é para aprender é para tirar o canudo. Os pais agridem os professores porque não passam os filhos.
Não se valoriza o conhecimento…
Entre os emigrantes, por exemplo, os portugueses mandam menos os filhos para a universidade que as outras comunidades. Há qualquer coisa de atávico de não valorizar o conhecimento, a formação. O resultado é que temos a população activa da Europa com menos qualificações. E se olharmos para outros países europeus… A Grécia e a Espanha estavam atrasados e ainda estão. Mas se compararmos o progresso deles com o nosso vemos a diferença. Ando a dizer isto há muitos anos. O problema do ensino é a maior vergonha nacional. E é por causa da qualidade. O ensino tem sido governado por grupos de interesses e não pelo interesse nacional. Os pedagogos… Por exemplo, sem exames não conseguimos andar para a frente. Há alguns alunos universitários que não sabem somar um meio com um terço."
"Mas também não há iniciativa empresarial?
Não há, mas se tivéssemos massa crítica os estrangeiros vinham para cá. Neste momento não nos podemos queixar da falta de iniciativa empresarial. Tenho uma grande admiração pelas pequenas e médias empresas que exportam. São os heróis da economia portuguesa, pessoas da indústria anónimas – com excepção de Américo Amorim que exporta cortiça e Belmiro de Azevedo com a madeira, os grandes grupos não exportam nada. Quem exporta em Portugal são as multinacionais e as pequenas e médias empresas. Mas esses não são famosos. Famosos são os que especulam na bolsa."
Não concordo com tudo o que o senhor diz, no entanto aqui vão alguns sublinhados:
"Não sei. Se a tendência for a dos últimos anos, podemos estar tranquilos. Mas um problema de ‘subprime’ tem maior risco de ocorrer em Espanha. Em Portugal o que podemos é ser afectados por uma crise espanhola. Em Espanha os bancos estão a emprestar a imigrantes, uma classe de elevado risco. "
"Já pensou porque é que o BCP saiu da bolsa de Nova Iorque?"
"Não. Essa questão dos centros de decisão nacional é um falso problema, uma hipocrisia. O Totta é um bom exemplo: fez a fortuna de Champalimaud, de Roquette e de mais alguns. E nas mãos do Santander traz mais problemas à economia portuguesa do que quando pertencia a Champalimaud? Penso que não. Até é um banco mais eficiente. Hoje não há centros de decisão nacional."
"isso ainda tem pouco peso. A grande fonte que tínhamos de vendas para o exterior era o investimento estrangeiro orientado para a exportação. E como temos visto muitos deles têm saído do país. Vão surgindo novos mas não sabemos qual é o peso dos subsídios dados pelo Estado nem o valor acrescentado nacional que criam.
Mas qual a importância disso desde que se crie valor acrescentado?
Mas que valor acrescentado é que vai criar? Duzentos empregados, eventualmente. O resto é tudo estrangeiro: o capital, os equipamentos, os lucros vão para o exterior… O que fica cá? Nem sequer os impostos, fica apenas a remuneração dos empregados. Qual é a relação entre este valor acrescentado e o subsídio que se deu? Este tipo de análise não se faz, não é parte da propaganda oficial…"
"Qual é a sua opinião sobre o projecto do TGV (comboio de alta velocidade)?
No caso do TGV para o Porto nem é preciso estudos económicos. Devemos adiar o projecto. Segundo se afirma vamos ganhar 20 minutos em relação à linha actual. Não vejo qualquer vantagem económica em gastar aqueles mil milhões todos para isso. Ainda apor cima depois de se terem gasto já mil milhões de euros na linha do Norte."
"Não acredito que o TGV (para Madrid) possa oferecer preços parecidos com os das companhias aéreas de ‘low cost’. O que é fundamental é uma rede de bitola europeia para mercadorias. Há quem afirme que o TGV, sendo bitola europeia e não sendo rentável para passageiros, será usado para mercadorias. Mas as mercadorias não precisam de TGV. Precisam é de bitola europeia."
"Os portugueses hoje mandam os filhos para a escola, antes não o faziam. Mas não é para aprender é para tirar o canudo. Os pais agridem os professores porque não passam os filhos.
Não se valoriza o conhecimento…
Entre os emigrantes, por exemplo, os portugueses mandam menos os filhos para a universidade que as outras comunidades. Há qualquer coisa de atávico de não valorizar o conhecimento, a formação. O resultado é que temos a população activa da Europa com menos qualificações. E se olharmos para outros países europeus… A Grécia e a Espanha estavam atrasados e ainda estão. Mas se compararmos o progresso deles com o nosso vemos a diferença. Ando a dizer isto há muitos anos. O problema do ensino é a maior vergonha nacional. E é por causa da qualidade. O ensino tem sido governado por grupos de interesses e não pelo interesse nacional. Os pedagogos… Por exemplo, sem exames não conseguimos andar para a frente. Há alguns alunos universitários que não sabem somar um meio com um terço."
"Mas também não há iniciativa empresarial?
Não há, mas se tivéssemos massa crítica os estrangeiros vinham para cá. Neste momento não nos podemos queixar da falta de iniciativa empresarial. Tenho uma grande admiração pelas pequenas e médias empresas que exportam. São os heróis da economia portuguesa, pessoas da indústria anónimas – com excepção de Américo Amorim que exporta cortiça e Belmiro de Azevedo com a madeira, os grandes grupos não exportam nada. Quem exporta em Portugal são as multinacionais e as pequenas e médias empresas. Mas esses não são famosos. Famosos são os que especulam na bolsa."
quarta-feira, agosto 15, 2007
Palavras para quê...
De acordo com o último relatório anual disponibilizado pela ANACOM (aqui na página 125) esta autoridade terminou o ano de 2005 com 401 efectivos.
De acordo com o último relatório anual disponibilizado pela Comisión de Mercado de las Telecomunicaciones (Espanha) (aqui na página 122) esta comissão terminou o ano de 2006 com 115 efectivos.
De acordo com o último relatório anual disponibilizado pela Comisión de Mercado de las Telecomunicaciones (Espanha) (aqui na página 122) esta comissão terminou o ano de 2006 com 115 efectivos.
Para um projecto a nascer...
""Prediction is hard, especially about the future." Niels Bohr and Yogi Berra had it right,..." (aqui).
Temos de planear o futuro e lançar-mo-nos na sua execução, como se fôssemos videntes, mas temos de ser humildes, porque não é possível prever o futuro. Assim, temos de nos comprometer... mas não pôr todos os ovos no mesmo cesto, até que aconteça o click!
Temos de planear o futuro e lançar-mo-nos na sua execução, como se fôssemos videntes, mas temos de ser humildes, porque não é possível prever o futuro. Assim, temos de nos comprometer... mas não pôr todos os ovos no mesmo cesto, até que aconteça o click!
Pensamento estratégico a funcionar
"Mas rapidamente se depararam com um problema: Cercade 20% das maçãs que produziam não tinham escoamento para os supermercados, ou porque tinham um calibre superior ou inferior ao exigido, ou porque tinham imperfeições. Enfim, porque não eram totalmente bonitas e standardizadas.
Num negócio onde as margens já são curtas - "isto é um negócio de tostões", diz Periquito -, ninguém se pode dar ao luxo do desperdício. Que fazer então? "Começámos a procurar alternativas. Pensámos primeiro nos concentrados mas com a China a tornar-se o maior fabricante mundial, não tínhamos hipótese. Equacionámos os pasteurizados mas como é que iríamos conseguir competir com a Coca-Cola, a Compal ou a Parmalat?""
...
"Queríamos atingir o segmento alto do mercado, explorando um nicho, pois, na altura, o único sumo de maçã à venda em Portugal era da Trinaranjus."
...
"O investimento nos sumos, que acompanhou uma primeira expansão das instalações, foi inicialmente subsidiado. Mas não o voltou a ser pois os sócios decidiram não esperar pela lenta aprovação dos projectos. Com vendas na ordem dos quatro milhões de euros, mais de um terço já vem de uma iniciativa "surgida da necessidade que é a mãe da invenção", resume Periquito."
Texto extraído de "O ovo de Colombo dos sumos naturais" publicado no suplemento de Economia do jornal Público do passado dia 3 de Agosto.
Onde podemos competir? Onde podemos fazer a diferença? Onde é que existe uma oportunidade?
Num negócio onde as margens já são curtas - "isto é um negócio de tostões", diz Periquito -, ninguém se pode dar ao luxo do desperdício. Que fazer então? "Começámos a procurar alternativas. Pensámos primeiro nos concentrados mas com a China a tornar-se o maior fabricante mundial, não tínhamos hipótese. Equacionámos os pasteurizados mas como é que iríamos conseguir competir com a Coca-Cola, a Compal ou a Parmalat?""
...
"Queríamos atingir o segmento alto do mercado, explorando um nicho, pois, na altura, o único sumo de maçã à venda em Portugal era da Trinaranjus."
...
"O investimento nos sumos, que acompanhou uma primeira expansão das instalações, foi inicialmente subsidiado. Mas não o voltou a ser pois os sócios decidiram não esperar pela lenta aprovação dos projectos. Com vendas na ordem dos quatro milhões de euros, mais de um terço já vem de uma iniciativa "surgida da necessidade que é a mãe da invenção", resume Periquito."
Texto extraído de "O ovo de Colombo dos sumos naturais" publicado no suplemento de Economia do jornal Público do passado dia 3 de Agosto.
Onde podemos competir? Onde podemos fazer a diferença? Onde é que existe uma oportunidade?
terça-feira, agosto 14, 2007
Centésimo nonagésimo sétimo lugar em 216 países
Rank Order - GDP - real growth
A CIA, no seu "The World Factbook" acessível na internet aqui, inclui um ranking dos países em função do crescimento do PIB.
Só olhando para uma lista deste tipo é que se tem consciência da enormidade da nossa situação..., em 216 países, estamos no lugar cento e noventa e sete, em termos de crescimento do PIB.
Quem cresce menos que Portugal? É só ver...
A CIA, no seu "The World Factbook" acessível na internet aqui, inclui um ranking dos países em função do crescimento do PIB.
Só olhando para uma lista deste tipo é que se tem consciência da enormidade da nossa situação..., em 216 países, estamos no lugar cento e noventa e sete, em termos de crescimento do PIB.
Quem cresce menos que Portugal? É só ver...
segunda-feira, agosto 13, 2007
Big Man economy em todo o seus esplendor
O semanário Sol, no seu caderno Confidencial, na página 15, inclui a entrevista intitulada "Lisboa saturada de hotéis".
As palavras de Miguel Rugeroni da Espírito Santo Turismo são um retrato do que é ser empresário do regime em Portugal, são uma ilustração do que são as saudades do corporativismo de Salazar, no Portugal de 2007.
As palavras de Miguel Rugeroni da Espírito Santo Turismo levam-me a perder a vergonha e a aconselhá-lo a comprar o livro do Ram Charan, que anda actualmente pelos tops de gestão, "Know-How".
O capítulo 2 desse livro fala de uma coisa muito, muito básica... "Posicionar e reposicionar o negócio para ter lucros".
"Em Lisboa, pode estar a caminhar-se para um excesso de oferta de camas, sobretudo ao nível da hotelaria de quatro e cinco estrelas."
Qual a receita do senhor Rugeroni? Não, não é a diferenciação! Não, não é o reposicionamento!
Come on, estamos a falar de alguém que trabalha para o BES... you know the migthy BES...
"Rugeroni sugere que Estado limite hotéis da capital"
"Se os projectos que estão em curso forem todos aprovados, vai haver descontinuidade no preço, que, por razões competitivas, vai ter que se manter ou baixar. Se baixar, as rentabilidades serão menores e, assim, há duas soluções: ou os empresários são bons samaritanos e continuam a investir, ou fecham."
Esta argumentação é tão ridícula, tão ridícula... escolhem os negócios protegidos da concorrência internacional, apostam nas indústrias de bens não transaccionáveis, e depois quando a maré muda, não sabem o que é competir num mundo de excesso de oferta, virando-se logo para o papá estado!!!
Bem vindos ao mundo quotidiano do senhor Manel merceeiro, da dona Elvira operária, do senhor Andrade pescador, dos agricultores, dos industriais que não jantam com o poder, dos empresários sem contactos telefónicos nos governos.
Não é mais fácil, mais natural, mais justo, os clientes escolherem?
Todos os dias há empresas que são obrigadas a fechar as portas, porque fizeram opções de gestão erradas... that's life!
As palavras de Miguel Rugeroni da Espírito Santo Turismo são um retrato do que é ser empresário do regime em Portugal, são uma ilustração do que são as saudades do corporativismo de Salazar, no Portugal de 2007.
As palavras de Miguel Rugeroni da Espírito Santo Turismo levam-me a perder a vergonha e a aconselhá-lo a comprar o livro do Ram Charan, que anda actualmente pelos tops de gestão, "Know-How".
O capítulo 2 desse livro fala de uma coisa muito, muito básica... "Posicionar e reposicionar o negócio para ter lucros".
"Em Lisboa, pode estar a caminhar-se para um excesso de oferta de camas, sobretudo ao nível da hotelaria de quatro e cinco estrelas."
Qual a receita do senhor Rugeroni? Não, não é a diferenciação! Não, não é o reposicionamento!
Come on, estamos a falar de alguém que trabalha para o BES... you know the migthy BES...
"Rugeroni sugere que Estado limite hotéis da capital"
"Se os projectos que estão em curso forem todos aprovados, vai haver descontinuidade no preço, que, por razões competitivas, vai ter que se manter ou baixar. Se baixar, as rentabilidades serão menores e, assim, há duas soluções: ou os empresários são bons samaritanos e continuam a investir, ou fecham."
Esta argumentação é tão ridícula, tão ridícula... escolhem os negócios protegidos da concorrência internacional, apostam nas indústrias de bens não transaccionáveis, e depois quando a maré muda, não sabem o que é competir num mundo de excesso de oferta, virando-se logo para o papá estado!!!
Bem vindos ao mundo quotidiano do senhor Manel merceeiro, da dona Elvira operária, do senhor Andrade pescador, dos agricultores, dos industriais que não jantam com o poder, dos empresários sem contactos telefónicos nos governos.
Não é mais fácil, mais natural, mais justo, os clientes escolherem?
Todos os dias há empresas que são obrigadas a fechar as portas, porque fizeram opções de gestão erradas... that's life!
The origin of Wealth
"In evolutionary systems, profitability is not an objective in an of itself; rather, it is a fundamental constraint that must be met if a business is to achieve the objective of survival and replication (or enduring and growing). The management thinker Charles Handy illustrates this distinction by noting that eating is a constraint on living (and a very vital one), but no one would claim that the purposer of life is to eat."
"The Origin of Wealth" de Eric Beinhocker, um grande livro!
Agora percebo, como é que um professor universitário, como é que um doutorado em economia, pode, em nome do Bloco de Esquerda, advogar e defender barbaridades económicas.
"The Origin of Wealth" de Eric Beinhocker, um grande livro!
Agora percebo, como é que um professor universitário, como é que um doutorado em economia, pode, em nome do Bloco de Esquerda, advogar e defender barbaridades económicas.
domingo, agosto 12, 2007
Jongleurs (parte II)
O tema não é novo neste blog.
O equilibrio entre o futuro e o presente.
Uma empresa bem sucedida hoje, se se concentrar integralmente na rentabilização da exploração do que existe, mais tarde ou mais cedo vai caír na armadilha da impreparação para enfrentar o futuro, quando as condições mudam, quando o ambiente económico muda.
Nas deambulações do meu esforço de auto-didactismo, para perceber melhor o mundo económico com que as organizações se deparam encontrei este artigo, já com quase 15 anos, "EXPLORATION AND EXPLOITATION IN ORGANIZATIONAL LEARNING" de JAMES G. MARCH, uma cópia pode ser encontrada aqui.
Um excerto, só para aguçar o apetite:
O equilibrio entre o futuro e o presente.
Uma empresa bem sucedida hoje, se se concentrar integralmente na rentabilização da exploração do que existe, mais tarde ou mais cedo vai caír na armadilha da impreparação para enfrentar o futuro, quando as condições mudam, quando o ambiente económico muda.
Nas deambulações do meu esforço de auto-didactismo, para perceber melhor o mundo económico com que as organizações se deparam encontrei este artigo, já com quase 15 anos, "EXPLORATION AND EXPLOITATION IN ORGANIZATIONAL LEARNING" de JAMES G. MARCH, uma cópia pode ser encontrada aqui.
Um excerto, só para aguçar o apetite:
"Exploration includes things captured by terms such as search, variation, risk taking, experimentation, play, flexibility, discovery, innovation. Exploitation includes such things as refinement, choice, production, efficiency, selection, implementation, execution. Adaptive systems that engage in exploration to the exclusion of exploitation are likely to find that they suffer the costs of experimentation without gaining many of its benefits. They exhibit too many undeveloped new ideas and too little distinctive competence. Conversely, systems that engage in exploitation to the exclusion of exploration are likely to find themselves trapped in suboptimal stable equilibria. As a result, maintaining an appropriate balance between exploration and exploitation is a primary factor in system survival and prosperity."
aa
"Both exploration and exploitation are essential for organizations, but they compete for scarce resources. As a result, organizations make explicit and implicit choices between the two."
bb
"Compared to returns from exploitation, returns from exploration are systematically less certain, more remote in time, and organizationally more distant from the locus of action and adaption. What is good in the long run is not always good in the short run. What is good at a particular historical moment is not always good at another time. What is good for one part of an organization is not always good for another part. What is good for an organization is not always good for a larger social system of which it is a part."
cc
Quando existe uma pressão exagerada sobre a administração de uma empresa, para obter lucros e rentabilidades exageradas, é fácil esquecer o futuro (exploration) e concentrar tudo no presente (exploitation).
sábado, agosto 11, 2007
Ryuichi Sakamoto-Energy Flow
Não me canso de ouvir Sakamoto.
O album BTTB está à venda na FNAC do Gaiashopping por apenas 7,90 euros.
Os carros cubanos
Reparem bem nesta notícia "Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo recorre a empresa privada para garantir cuidados médicos" aqui.
A notícia começa assim: "O Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo (Beja) vai recorrer a uma empresa privada para contratar médicos externos para assegurar os cuidados clínicos à população, a partir de segunda-feira e até final do mês.
O director de serviços da Sub-região de Saúde de Beja, Horácio Feiteiro, adiantou hoje à agência Lusa que a empresa privada vai "garantir a presença de um médico externo por dia para assegurar o funcionamento normal do Serviço de Atendimento Complementar (SAC)", responsável pelas urgências."
Para um "outsider" como eu, duas linhas de pensamento nascem na minha mente:
* Quando trabalhei numa empresa que laborava em continuo, durante todo o ano, nós os funcionários não podíamos marcar férias quando queríamos. Podíamos marcar férias em qualquer altura do ano, literalmente, tínhamos era de combinar com os nossos colegas, de forma a assegurar o normal funcionamento da fábrica. Estranho que isso não aconteça no Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo!!! É que o Centro de Saúde não existe para os funcionários, existe para os utentes/clientes(?). A direcção do Centro não conseguiu evitar a ocorrência? Porquê?
* E se o Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo elegesse como sua missão "Prevenir e melhorar a saúde da população de Ferreira do Alentejo", e o seu director começasse por transferir todos, todos os colaboradores para outros serviços de outros Centros de Saúde (já que não os pode despedir), e depois contratasse tudo a empresas privadas, desde médicas, enfermeiros, auxiliares, psicólogas, secretariado, tudo... apesar de todos os protestos dos sindicatos, de todas as manifestações dos Alegres e colegas, apesar de todas as questões legais, filosóficas e políticas, no bottom line, que é o que interessa, a população de Ferreira do Alentejo seria mais bem servida, por que ao mínimo problema, a direcção do Centro de Saúde, trocaria de empresa, ou de enfermeiro, ou de psicólogo. E estes estariam muito mais atentos às necessidades dos clientes (lembram-se do médico espanhol (Napoleon?) no Minho? Eu não me esqueço das imagens dos milhares de pessoas à porta do Centro de Saúde a protestar contra o seu despedimento por questões burocráticas!!!)
Assim, se na época de férias a direcção do Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo toma esta decisão, pode-se colocar a questão... por que não durante todo o ano? Por que não para todos os serviços? Não é a saúde da população mais importante que tudo o resto?
A notícia começa assim: "O Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo (Beja) vai recorrer a uma empresa privada para contratar médicos externos para assegurar os cuidados clínicos à população, a partir de segunda-feira e até final do mês.
O director de serviços da Sub-região de Saúde de Beja, Horácio Feiteiro, adiantou hoje à agência Lusa que a empresa privada vai "garantir a presença de um médico externo por dia para assegurar o funcionamento normal do Serviço de Atendimento Complementar (SAC)", responsável pelas urgências."
Para um "outsider" como eu, duas linhas de pensamento nascem na minha mente:
* Quando trabalhei numa empresa que laborava em continuo, durante todo o ano, nós os funcionários não podíamos marcar férias quando queríamos. Podíamos marcar férias em qualquer altura do ano, literalmente, tínhamos era de combinar com os nossos colegas, de forma a assegurar o normal funcionamento da fábrica. Estranho que isso não aconteça no Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo!!! É que o Centro de Saúde não existe para os funcionários, existe para os utentes/clientes(?). A direcção do Centro não conseguiu evitar a ocorrência? Porquê?
* E se o Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo elegesse como sua missão "Prevenir e melhorar a saúde da população de Ferreira do Alentejo", e o seu director começasse por transferir todos, todos os colaboradores para outros serviços de outros Centros de Saúde (já que não os pode despedir), e depois contratasse tudo a empresas privadas, desde médicas, enfermeiros, auxiliares, psicólogas, secretariado, tudo... apesar de todos os protestos dos sindicatos, de todas as manifestações dos Alegres e colegas, apesar de todas as questões legais, filosóficas e políticas, no bottom line, que é o que interessa, a população de Ferreira do Alentejo seria mais bem servida, por que ao mínimo problema, a direcção do Centro de Saúde, trocaria de empresa, ou de enfermeiro, ou de psicólogo. E estes estariam muito mais atentos às necessidades dos clientes (lembram-se do médico espanhol (Napoleon?) no Minho? Eu não me esqueço das imagens dos milhares de pessoas à porta do Centro de Saúde a protestar contra o seu despedimento por questões burocráticas!!!)
Assim, se na época de férias a direcção do Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo toma esta decisão, pode-se colocar a questão... por que não durante todo o ano? Por que não para todos os serviços? Não é a saúde da população mais importante que tudo o resto?
sexta-feira, agosto 10, 2007
Sociedades que não evoluem, condenam os seus membros à pobreza
A leitura do livro “The origin of wealth” de Eric Beinhocker, ao chegar ao décimo quinto capítulo, intitulado “Strategy – Racing the Red Queen”, inicia a quarta parte “What it Means for Business and Society”.
Praticamente todas as páginas, deste capítulo, ficaram repletas de sublinhados e anotações. O autor convida-nos a encarar cada empresa com uma experiência no espaço dos Planos de Negócio; umas têm sucesso e são amplificadas e outras falham e desaparecem. As empresas têm uma desvantagem intrínseca, não podem ter a mesma diversidade de Planos de Negócio que as contidas no mercado como um todo. “Nor can they ever perfectly mirror the selection pressures of actual markets or have the nearly infinite resources of capital markets to invest in amplifying and scaling up Business Plans that succeed. From the unsentimental perspective of the evolutionary algorithm, businesses are just experimental grist for the evolutionary mill.”
Esta última frase é chave… já imagino o mesmo raciocínio aplicado aos regimes políticos que governam cada uma das sociedades.
Os políticos, enredados na Teoria Económica Tradicional aspiram a uma realidade económica em busca do equilíbrio, quando na vida real a realidade económica é um sistema. Composto por n organismos sujeitos a um ritmo evolutivo semelhante ao existente, na vida animal, entre predador e presa. Uma “guerra” que nunca acaba.!!!
E quando uma empresa, quando uma sociedade é bem sucedida, nunca o é por muito tempo, aquilo que hoje resulta amanhã está ultrapassado. Assim, quando as sociedades não reconhecem que já não respondem tão bem aos desafios da realidade, como o faziam no passado e por isso não evoluem (e não é linguagem metafórica) definham, produzem cada vez menos riqueza rumo à bancarrota.
Nos séculos dezassete e dezoito a British East Índia Company era um potentado. Ao seu lado a Microsoft de hoje não passaria de um brinquedo. Mandava num quinto da população do planeta, tinha exército e marinha própria. Estava empossada pela coroa inglesa para declarar guerra quando os interesses dos seus negócios estivessem ameaçados… em 1873 faliu, o mundo mudou e a British East Índia Company não conseguiu acompanhar a mudança.
É preocupante imaginar os nossos governos, sindicatos e grupos patronais, interessados em defender o status quo, em impedir a mudança, ou mudar um pouco, para que o essencial se mantenha constante… e o mundo a mudar, a mudar, a mudar, e nós a caminhar cada vez mais para a pobreza, ou seja, mais e mais entropia.
Praticamente todas as páginas, deste capítulo, ficaram repletas de sublinhados e anotações. O autor convida-nos a encarar cada empresa com uma experiência no espaço dos Planos de Negócio; umas têm sucesso e são amplificadas e outras falham e desaparecem. As empresas têm uma desvantagem intrínseca, não podem ter a mesma diversidade de Planos de Negócio que as contidas no mercado como um todo. “Nor can they ever perfectly mirror the selection pressures of actual markets or have the nearly infinite resources of capital markets to invest in amplifying and scaling up Business Plans that succeed. From the unsentimental perspective of the evolutionary algorithm, businesses are just experimental grist for the evolutionary mill.”
Esta última frase é chave… já imagino o mesmo raciocínio aplicado aos regimes políticos que governam cada uma das sociedades.
Os políticos, enredados na Teoria Económica Tradicional aspiram a uma realidade económica em busca do equilíbrio, quando na vida real a realidade económica é um sistema. Composto por n organismos sujeitos a um ritmo evolutivo semelhante ao existente, na vida animal, entre predador e presa. Uma “guerra” que nunca acaba.!!!
E quando uma empresa, quando uma sociedade é bem sucedida, nunca o é por muito tempo, aquilo que hoje resulta amanhã está ultrapassado. Assim, quando as sociedades não reconhecem que já não respondem tão bem aos desafios da realidade, como o faziam no passado e por isso não evoluem (e não é linguagem metafórica) definham, produzem cada vez menos riqueza rumo à bancarrota.
Nos séculos dezassete e dezoito a British East Índia Company era um potentado. Ao seu lado a Microsoft de hoje não passaria de um brinquedo. Mandava num quinto da população do planeta, tinha exército e marinha própria. Estava empossada pela coroa inglesa para declarar guerra quando os interesses dos seus negócios estivessem ameaçados… em 1873 faliu, o mundo mudou e a British East Índia Company não conseguiu acompanhar a mudança.
É preocupante imaginar os nossos governos, sindicatos e grupos patronais, interessados em defender o status quo, em impedir a mudança, ou mudar um pouco, para que o essencial se mantenha constante… e o mundo a mudar, a mudar, a mudar, e nós a caminhar cada vez mais para a pobreza, ou seja, mais e mais entropia.
Palavras para quê...
Há dias copiei para o blog este trecho:
"If a tribe is generally surviving and the Big Man's graft, corruption, or incompetence isn't life threatening, then relatively few people may even be aware of the additional wealth their tribe is giving up."
Hoje senti na pele esta afirmação... no dia 10 de Agosto de 2007, numa bomba de gasolina da Cepsa entre Aranda do Duero e Valladolid, pagar por litro de gasolina 95 octanas... 1,035 euros, quando, na última vez que comprei gasolina em Portugal paguei 1,358 euros.
Todos os dias, todos os dias o estado suga-nos, suga-nos e suga-nos só para se auto-sustentar.
"If a tribe is generally surviving and the Big Man's graft, corruption, or incompetence isn't life threatening, then relatively few people may even be aware of the additional wealth their tribe is giving up."
Hoje senti na pele esta afirmação... no dia 10 de Agosto de 2007, numa bomba de gasolina da Cepsa entre Aranda do Duero e Valladolid, pagar por litro de gasolina 95 octanas... 1,035 euros, quando, na última vez que comprei gasolina em Portugal paguei 1,358 euros.
Todos os dias, todos os dias o estado suga-nos, suga-nos e suga-nos só para se auto-sustentar.
quarta-feira, agosto 08, 2007
The economy is ultimately a genetic replication strategy
Uma perspectiva interessante:
“Economic wealth and biological wealth are thermodynamically the same sort of phenomena, and not just metaphorically. Both are systems of locally low entropy, patterns of order that evolved over time under the constraint of fitness functions. Both are forms of fit order. And the fitness function of the economy – our tastes and preferences – is fundamentally linked to the fitness function of the biological world – the replication of genes. The economy is ultimately a genetic replication strategy. It is yet another evolutionary Good Trick, along with leopard camouflage, bat radar, and fruit-fly eyes. The economy is a massively complex Good Trick built on the complex Good Tricks of big brains, nimble toolmaking hands, cooperative instincts, language, and culture.”
Ainda do livro de Eric Beinhocker "The origin of wealth"
“Economic wealth and biological wealth are thermodynamically the same sort of phenomena, and not just metaphorically. Both are systems of locally low entropy, patterns of order that evolved over time under the constraint of fitness functions. Both are forms of fit order. And the fitness function of the economy – our tastes and preferences – is fundamentally linked to the fitness function of the biological world – the replication of genes. The economy is ultimately a genetic replication strategy. It is yet another evolutionary Good Trick, along with leopard camouflage, bat radar, and fruit-fly eyes. The economy is a massively complex Good Trick built on the complex Good Tricks of big brains, nimble toolmaking hands, cooperative instincts, language, and culture.”
Ainda do livro de Eric Beinhocker "The origin of wealth"
terça-feira, agosto 07, 2007
Normandos e saxões (parte II)
“We can reinterpret markets as an evolutionary search mechanism. Markets provide incentives for the deductive-thinkering process of differentiation. They then critically provide a fitness function and selection process that represents the broad needs of the population (and not just the needs of a few Big Men). Finally, they provide a means of shifting resources toward fit modules and away from unfit ones, thus amplifying the fit modules’ influence.”
…
“Evolution is cleverer than you are. Even a highly rational, intelligent, benevolent Big Man would not be able to beat an evolutionary algorithm in finding peaks in the economic landscape. Markets win over command an control, not because of their efficiency at resource allocation in equilibrium, but because of their effectiveness at innovation in disequilibrium”
…
“But the bottom line is that people vote with their feet, and the record of worldwide immigration flows, particularly in the modern era, has consistently been from Big Men economies to market-oriented economies.”
…
“Evolution is cleverer than you are. Even a highly rational, intelligent, benevolent Big Man would not be able to beat an evolutionary algorithm in finding peaks in the economic landscape. Markets win over command an control, not because of their efficiency at resource allocation in equilibrium, but because of their effectiveness at innovation in disequilibrium”
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“But the bottom line is that people vote with their feet, and the record of worldwide immigration flows, particularly in the modern era, has consistently been from Big Men economies to market-oriented economies.”
domingo, agosto 05, 2007
Normandos e saxões
Ontem o DN presenteáva-nos com a notícia (ou spin puro e duro) "Sócrates não fo avisado da saída de Dalila Rodrigues", hoje oferece-nos "Cavaco "surpreendido" com afastamento de Dalila".
E aqui estamos nós num país onde nada se faz sem que o Poder (Big Man) saiba, autorize, mande! Porque quando não sabe é notícia!!!
"As society and the economy grew more complicated, however, the feedback loop or selection became less direct, with intermedite, socially driven selection cropping up. The first collision between selection and society undoubtedly came when the first Big Man said, "Let's give this nice, fertile plot of land to my third wife's cousin (who is a lousy farmer) instead of to Mr. X (who is an excellent farmer)." We can safely assume that political meddling in economic affairs is as old as both politics and economics themselves. Such decisions favoring poor Business Plans (the cousin's) over good Business Plans (Mr. X's) do not last long in an environment where everyone was on the edge of survival - if the Big Man did this often enough, then either the Big Man's tribe would perish under his leadership or he'd be overthrown in a revolt. But once a society had crossed the survival threshold (particularly after the advent of settled agriculture), such social short-circuiting of the selection process became not just possible , but ever more likely as the group grew richer.
If a tribe is generally surviving and the Big Man's graft, corruption, or incompetence isn't life threatening, then relatively few people may even be aware of the additional wealth their tribe is giving up."
...
"Thus, the main impact of political interference in the process of Business Plan selection is too slow down evolution's clock-speed."
...
"In a Big Man system. the fitness function maximized is the wealth and power of the Big Man (and his cronies), rather than the overall economic wealth of the society. Thus, the creative, entrepreneurial, and deductive-tinkering energies of the population are directed toward pleasing the Big Man."
E agora, muito ao gosto deste país de regime neo-patrimonial:
"In a Big Man economy, a business live or dies by political favor. In a market-based economy, a business lives or dies by whether its customers like and are willing to pay for its products and services. In a Big Man economy resources are directed toward the ventures that best line the pockets of the Big Men. In a market economy, resources are directed to ventures that make the best economic use of them."
Trechos retirados da minha leitura de férias "The Origin of Wealth - Evolution, Complexity, and the Radical Remaking of Economics" de Eric Beinhocker .
Agora deixem de pensar no Big Man como uma pessoa, e vejam-no antes como uma classe governante à parte, plena de privilégios (absurdos como a estória de um deputado-um assessor pessoal) e completamente a leste do que é a criação de riqueza no dia-a-dia.
Talvez por isso, muitas vezes dou comigo a sentir o que terão sentido os saxões, depois da batalha de Hastings. Estou no meu país, na minha terra-mãe, onde me devia sentir bem e no entanto, sinto-me cada vez mais um saxão num país governado por normandos, normandos que exigem cada vez mais impostos, que metem o bedelho em cada vez mais coisas... por isso, cada vez mais oiço uma vozinha interior segredar-me "Emigra, vai para outra terra onde os Big Men não tenham tanto poder".
Será que só os saxões cobardes ficam por cá?
E os saxões que não são cobardes emigram? Têm mesmo de emigrar? Não há alternativa?
E aqui estamos nós num país onde nada se faz sem que o Poder (Big Man) saiba, autorize, mande! Porque quando não sabe é notícia!!!
"As society and the economy grew more complicated, however, the feedback loop or selection became less direct, with intermedite, socially driven selection cropping up. The first collision between selection and society undoubtedly came when the first Big Man said, "Let's give this nice, fertile plot of land to my third wife's cousin (who is a lousy farmer) instead of to Mr. X (who is an excellent farmer)." We can safely assume that political meddling in economic affairs is as old as both politics and economics themselves. Such decisions favoring poor Business Plans (the cousin's) over good Business Plans (Mr. X's) do not last long in an environment where everyone was on the edge of survival - if the Big Man did this often enough, then either the Big Man's tribe would perish under his leadership or he'd be overthrown in a revolt. But once a society had crossed the survival threshold (particularly after the advent of settled agriculture), such social short-circuiting of the selection process became not just possible , but ever more likely as the group grew richer.
If a tribe is generally surviving and the Big Man's graft, corruption, or incompetence isn't life threatening, then relatively few people may even be aware of the additional wealth their tribe is giving up."
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"Thus, the main impact of political interference in the process of Business Plan selection is too slow down evolution's clock-speed."
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"In a Big Man system. the fitness function maximized is the wealth and power of the Big Man (and his cronies), rather than the overall economic wealth of the society. Thus, the creative, entrepreneurial, and deductive-tinkering energies of the population are directed toward pleasing the Big Man."
E agora, muito ao gosto deste país de regime neo-patrimonial:
"In a Big Man economy, a business live or dies by political favor. In a market-based economy, a business lives or dies by whether its customers like and are willing to pay for its products and services. In a Big Man economy resources are directed toward the ventures that best line the pockets of the Big Men. In a market economy, resources are directed to ventures that make the best economic use of them."
Trechos retirados da minha leitura de férias "The Origin of Wealth - Evolution, Complexity, and the Radical Remaking of Economics" de Eric Beinhocker .
Agora deixem de pensar no Big Man como uma pessoa, e vejam-no antes como uma classe governante à parte, plena de privilégios (absurdos como a estória de um deputado-um assessor pessoal) e completamente a leste do que é a criação de riqueza no dia-a-dia.
Talvez por isso, muitas vezes dou comigo a sentir o que terão sentido os saxões, depois da batalha de Hastings. Estou no meu país, na minha terra-mãe, onde me devia sentir bem e no entanto, sinto-me cada vez mais um saxão num país governado por normandos, normandos que exigem cada vez mais impostos, que metem o bedelho em cada vez mais coisas... por isso, cada vez mais oiço uma vozinha interior segredar-me "Emigra, vai para outra terra onde os Big Men não tenham tanto poder".
Será que só os saxões cobardes ficam por cá?
E os saxões que não são cobardes emigram? Têm mesmo de emigrar? Não há alternativa?
sábado, agosto 04, 2007
Pedagogia vs Andragogia
Na Escola aplica-se a pedagogia.
O professor está lá para ensinar, os alunos estão lá para aprender.
O professor tem experiência de vida, é independente!
Os alunos (crianças, adolescentes, jovens) vivem em casa dos pais, não têm experiência de vida.
Quando se dá formação a adultos a situação é bem diferente.
Um formador não pode, não deve, utilizar as mesmas técnicas que se usam na Escola, por que não vão resultar.
Um adulto tem experiência de vida, é independente, gere a sua vida. Tudo o que o formador tenta transmitir é sujeito a um filtro "O que o tipo está a transmitir, encaixa-se na minha experiência ou não? Reforça a minha visão do mundo ou não?"
Se reforça tudo bem, mas então para quê essa formação?
Se contradiz a experiência de um adulto ele vai ripostar, pelo menos mentalmente, e vai resistir à mensagem.
Um formador de adultos, antes de transmitir uma mensagem, tem de primeiro estilhaçar a resistência à novidade, por exemplo, levando os adultos a descobrir as contradições, as falhas, as lacunas da experiência actual. Assim, o formador conseguirá criar a preparação mental e a motivação no adulto, para aprender.
A minha referência, no que diz respeito à andragogia, é Malcolm Knowles . Do seu livro "The Adult Learner" retirei uns trechos que salientam as bases da andragogia:
"1.The need to know. Adults need to know why they need to learn something before undertaking to learn it. (...) the first task of the facilitator of learning is to help the learners become aware of the "need to know.""
"2.The learners' self-concept. Adults have a self-concept of being responsible for their own decisions, for their own lives. Once they have arrived at that self-concept they develop a deep psychological need to be seen by others and treated by others as being capable of self-direction. They resent and resist situations in which they feel others are imposing their wills on them. This presents a serious problem in adult education: the minute adults walk into an activity labeled "education," "training," or anything synonymous, they hark back to their conditioning in their previous school experience, put on their dunce hats of dependency, fold their arms, sit back, and say "teach me." This assumption of required dependency and the facilitator's susequent treatment of adults students as children creates a conflict within them between their intellectual model - learner equals dependent - and the deeper, perhaps subconcious, psychological need to be self-directing."
(E então, como acontece cada vez mais, quando num mestrado aparecem mestrandos dos dois tipos... adultos independentes, com experiência de vida e recém-licenciados...)
E agora, condensando ainda mais:
"3.The role of the learners' experiences. Adults come into an educational activity with different experiences than do youth. There are individual differences in background, learning style, motivation, needs, interests, and goals, creating a greater need for individualization of teaching and learning strategies. The richest resource for learning resides in adults themselves; therefore, tapping into their experiences through experiential techniques (discussions, simulations, problem-solving activities, or case methods) is beneficial."
"4.Readiness to learn. Adults become ready to learn things they need to know and do in order to cope effectively with real-life situations. Adults want to learn what they can apply in the present, making training focused on the future or that does not relate to their current situations, less effective."
"5.Orientation to learning. In contrast to children's and youths' subject-centered orientation to learning (at least in school), adults are life-centered (task-centered, problem-centered) in their orientation to learning. They want to learn what will help them perform tasks or deal with problems they confront in everyday situations and those presented in the context of application to real-life."
"6.Motivation. Adults are responsive to some external motivators (e.g., better job, higher salaries), but the most potent motivators are internal (e.g., desire for increased job satisfaction, self-esteem). Their motivation can be blocked by training and education that ignores adult learning principles"
Assim, a andragogia convida os formadores a basearem o programa de uma experiência formativa na experiência e interesses dos formandos.
Como cada grupo de formandos contém um configuração de personalidades e idiossincrasias, diferentes passados e experiências de vida, diferentes orientações e motivações, diferentes níveis de preparação para a aprendizagem, e diferentes estilos de aprendizagem... estão já a ver o filme, os formadores, como facilitadores da aprendizagem, deveriam evitar programas e abordagens padrão para facilitar a aprendizagem. Algo que choca com o mercado da formação, visto que se trata de um mercado de preço-baixo, que não está disposto a pagar o investimento na customização de uma experiência formativa. Resultado, muita da formação serve para efeitos estatísticos e aconchego de consciências e pouco mais.
OK caro aranha?
O professor está lá para ensinar, os alunos estão lá para aprender.
O professor tem experiência de vida, é independente!
Os alunos (crianças, adolescentes, jovens) vivem em casa dos pais, não têm experiência de vida.
Quando se dá formação a adultos a situação é bem diferente.
Um formador não pode, não deve, utilizar as mesmas técnicas que se usam na Escola, por que não vão resultar.
Um adulto tem experiência de vida, é independente, gere a sua vida. Tudo o que o formador tenta transmitir é sujeito a um filtro "O que o tipo está a transmitir, encaixa-se na minha experiência ou não? Reforça a minha visão do mundo ou não?"
Se reforça tudo bem, mas então para quê essa formação?
Se contradiz a experiência de um adulto ele vai ripostar, pelo menos mentalmente, e vai resistir à mensagem.
Um formador de adultos, antes de transmitir uma mensagem, tem de primeiro estilhaçar a resistência à novidade, por exemplo, levando os adultos a descobrir as contradições, as falhas, as lacunas da experiência actual. Assim, o formador conseguirá criar a preparação mental e a motivação no adulto, para aprender.
A minha referência, no que diz respeito à andragogia, é Malcolm Knowles . Do seu livro "The Adult Learner" retirei uns trechos que salientam as bases da andragogia:
"1.The need to know. Adults need to know why they need to learn something before undertaking to learn it. (...) the first task of the facilitator of learning is to help the learners become aware of the "need to know.""
"2.The learners' self-concept. Adults have a self-concept of being responsible for their own decisions, for their own lives. Once they have arrived at that self-concept they develop a deep psychological need to be seen by others and treated by others as being capable of self-direction. They resent and resist situations in which they feel others are imposing their wills on them. This presents a serious problem in adult education: the minute adults walk into an activity labeled "education," "training," or anything synonymous, they hark back to their conditioning in their previous school experience, put on their dunce hats of dependency, fold their arms, sit back, and say "teach me." This assumption of required dependency and the facilitator's susequent treatment of adults students as children creates a conflict within them between their intellectual model - learner equals dependent - and the deeper, perhaps subconcious, psychological need to be self-directing."
(E então, como acontece cada vez mais, quando num mestrado aparecem mestrandos dos dois tipos... adultos independentes, com experiência de vida e recém-licenciados...)
E agora, condensando ainda mais:
"3.The role of the learners' experiences. Adults come into an educational activity with different experiences than do youth. There are individual differences in background, learning style, motivation, needs, interests, and goals, creating a greater need for individualization of teaching and learning strategies. The richest resource for learning resides in adults themselves; therefore, tapping into their experiences through experiential techniques (discussions, simulations, problem-solving activities, or case methods) is beneficial."
"4.Readiness to learn. Adults become ready to learn things they need to know and do in order to cope effectively with real-life situations. Adults want to learn what they can apply in the present, making training focused on the future or that does not relate to their current situations, less effective."
"5.Orientation to learning. In contrast to children's and youths' subject-centered orientation to learning (at least in school), adults are life-centered (task-centered, problem-centered) in their orientation to learning. They want to learn what will help them perform tasks or deal with problems they confront in everyday situations and those presented in the context of application to real-life."
"6.Motivation. Adults are responsive to some external motivators (e.g., better job, higher salaries), but the most potent motivators are internal (e.g., desire for increased job satisfaction, self-esteem). Their motivation can be blocked by training and education that ignores adult learning principles"
Assim, a andragogia convida os formadores a basearem o programa de uma experiência formativa na experiência e interesses dos formandos.
Como cada grupo de formandos contém um configuração de personalidades e idiossincrasias, diferentes passados e experiências de vida, diferentes orientações e motivações, diferentes níveis de preparação para a aprendizagem, e diferentes estilos de aprendizagem... estão já a ver o filme, os formadores, como facilitadores da aprendizagem, deveriam evitar programas e abordagens padrão para facilitar a aprendizagem. Algo que choca com o mercado da formação, visto que se trata de um mercado de preço-baixo, que não está disposto a pagar o investimento na customização de uma experiência formativa. Resultado, muita da formação serve para efeitos estatísticos e aconchego de consciências e pouco mais.
OK caro aranha?
sexta-feira, agosto 03, 2007
CV e os sinais dos tempos + Diferenciação
Volta e meia pedem-me uma cópia do meu CV.
E lá entrego uma versão actualizada. Não gosto do design, mas ainda não encontrei um que me agradasse. Noto que quem me envia CV's opta cada vez mais por um tal de design europeu... bahhhh
Nós europeus estamos a dar cabo da nossa capacidade criativa, já não basta as maçãs e as pêras calibradas... enquanto isso, os nossos vizinhos americanos estimulam mais diferenciação, para se perceber o que é que um candidato tem de diferente "Business school wants Power-ful applications, University of Chicago requires prospective students to submit 4 PowerPoint slides." (aqui)
E lá entrego uma versão actualizada. Não gosto do design, mas ainda não encontrei um que me agradasse. Noto que quem me envia CV's opta cada vez mais por um tal de design europeu... bahhhh
Nós europeus estamos a dar cabo da nossa capacidade criativa, já não basta as maçãs e as pêras calibradas... enquanto isso, os nossos vizinhos americanos estimulam mais diferenciação, para se perceber o que é que um candidato tem de diferente "Business school wants Power-ful applications, University of Chicago requires prospective students to submit 4 PowerPoint slides." (aqui)
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