Volto à curiosidade do dia do passado Domingo:
Perceberam bem a mensagem deste gráfico ... deixem-na assentar bem no fundo da vossa consciência.terça-feira, julho 16, 2024
A previsão mais fácil de todas, rumo à Sildávia.
quinta-feira, junho 06, 2024
Curiosidade do dia
Quem segue este blogue sabe que costumo usar a metáfora:
"Alguém diz ao filho com 5 anos?
- A actuação do vosso ano na Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!"
Por mais horrível que seja, com um sorriso franco ou amarelo, os pais afirmam o contrário.
Ainda há dias registei aqui alguém que apesar dos maus frutos defendia que a árvore era boa. Pobre Mateus.
No JdN de hoje em "Marcelo Rebelo de Sousa e o salto estrutural da economia portuguesa" encontro alguém que diz ao filho com 5 anos:
"Em menos de 15 anos, o tecido empresarial português mudou e criou *estruturalmente uma nova economia, sobretudo com os passos dados na internacionalização, na diversificação interna e externa, na digitalização, transição energética e sustentabilidade, inovação, investigação",
...
"As empresas contaram com o apoio de fundos europeus e dos poderes públicos, mas o facto é que souberam reagir, reconstituir-see repensar-se, e, com isso, deram um salto estrutural", reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.
...
sobretudo, a abertura para a realidade que é a mudança constante e cuja resposta passa pela investigação e a inovação permitindo a competitividade""
Um salto estrutural:
- país que vai-se tornando a Sildávia do Ocidente
- país que vai encostando o SMN ao salário médio
- país que importa paletes de mão de obra barata e exporta gente qualificada
- país que vê a sua produtividade baixar relativamente à média europeia
- país que vai-se especializando naquele quadrante da baixa produtividade mas competitivo.
sexta-feira, março 24, 2023
Rumo ao fundo da tabela
Recordar:
- A previsão mais fácil de todas. Socialismo = Sildávia!
- Para reflexão
- É sempre possível piorar!
- A caminho da Sildávia ao vivo e a cores, mais um pacotão
sexta-feira, novembro 25, 2022
A previsão mais fácil de todas. Socialismo = Sildávia!
No passado Domingo escrevi aqui um postal, Para reflexão, em que referia que a produtividade (euros por hora trabalhada) na Roménia tinha crescido 921% entre 1995 e 2021 (enquanto em Portugal tinha crescido apenas 123%).
Agora na capa do Caderno de Economia do semanário Expresso de hoje temos:
domingo, novembro 20, 2022
Para reflexão
Lembram-se da fábrica de meias lituana que veio para Portugal e os jornais regozijaram-se?
Eu recordo de Julho de 2021- Ultrapassados pelo Leste.
Eu recordo a evolução salarial na Lituânia, de Maio deste ano - A caminho da Sildávia ao vivo e a cores, mais um pacotão.
Entretanto, ontem no Pordata analisei os dados sobre a evolução da "Produtividade do trabalho por hora trabalhada (Euro)". Reparem na evolução da produtividade na Lituânia:
Todo o bloco de países da Europa de Leste está a crescer em produtividade muito mais do que Portugal. Mesmo as humildes Roménia (cresceu 921%) e Bulgária (428%).
Ninguém se interroga a sério sobre o que se passa neste país.
quarta-feira, outubro 19, 2022
É sempre possível piorar!
É sempre possível piorar!
Em Janeiro deste ano escrevemos Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas.
Agora, temos: Portugal entre os países menos competitivos a nível fiscal
Sildávia here we go! População portuguesa está mais pobre e a ficar para trás.segunda-feira, outubro 03, 2022
A brutal realidade de uma foto
Imaginem uma empresa sujeita ao aumento dos custos. Os aumentos podem ser mais rápidos do que a capacidade de criar valor para os suportar. Por exemplo, no caderno de Economia do semanário Expresso da passada semana, no artigo, "Gerir quando quase tudo É "volátil" e "imprevisível"", encontramos este trecho:
"Já em 2022, quando o custo do aço inoxidável aumentou 300%, voltaram a pensar na Herdmar o mesmo mas, mais uma vez, "felizmente, não se verificou". Mas, desde junho, quando terminou o contrato de preço fixo de eletricidade que tinham, a fatura aumentou 500% face ao que pagavam no início do ano, mesmo com os sistemas de produção em autoconsumo que instalaram em 2021."
Agora olhem para a foto que ilustra o artigo, uma foto da Herdmar:
"Por isso é que o economista Leonardo Costa diz que a prioridade do Governo devia ser o aumento da produtividade, a retenção da mão de obra qualificada no país e a melhoria da gestão nas PME, onde "há chefias que têm menos qualificações que os seus trabalhadores", comenta."
Portanto, o aumento da produtividade que o país precisa será obtido à custa da melhoria da gestão nas PMEs existentes, e para isso será fundamental a actuação do governo...
Pois, em A amostra errada mostro como essa ideia está errada. A única actuação que vejo para o governo é a de criar condições para que empresas de outro campeonato encontrem interesse em vir instalar-se na Sildávia do Ocidente. Não cabe aos governos guiar as empresas no aumento da produtividade, ou na melhoria da gestão, não cabe aos governos escolher vencedores. Deixem as empresas morrer!!!
Tanta gente precisava de ter esta citação afixada no local de trabalho:
BTW, olhem para os governos que temos tido... acham mesmo que são um exemplo de gestão? TAP, EFACEC, BES, ...
domingo, junho 05, 2022
Aspirar por objectivos sem ter coragem para a disciplina que requerem
"Primeiro-ministro quer um aumento de “20% no salário médio do nosso país” nos próximos quatro anos. “Nós temos que ter um acordo de médio prazo, no horizonte desta legislatura, sobre a perspectiva da evolução dos rendimentos.”
O primeiro-ministro apelou este sábado às empresas para que contribuam para um esforço colectivo de aumento dos salários dos portugueses, para que haja “maior justiça” e os salários médios em Portugal possam aumentar 20%.
...
“As empresas têm de compreender que se querem ser competitivas a vender, têm de começar a ser competitivas no momento da contratação, se querem, efectivamente, contratar, fixar e atrair o talento que necessitam para poderem ser empresas que produzem, efectivamente, bens e serviços de maior valor acrescentado”, acrescentou." (fonte)
Um texto que desperta várias linhas de reflexão. Uma delas tem a ver com a linha de Avelino de Jesus a emergir contra os "antiquados" como Teixeira dos Santos. Recordar Mea culpa.
Vamos olhar para o desafio através de uma matriz que relaciona a resposta a duas perguntas:
- as empresas podem pagar um aumento superior a 20% do salário médio?
- as empresas querem pagar um aumento superior a 20% do salário médio?
Os ignorantes, como o presidente da república, acham que as empresas não aumentam os salários porque não querem. Os ignorantes acham que as empresas nadam em dinheiro e não querem partilhá-lo:
"Marcelo Rebelo de Sousa diz que os salários têm de acompanhar o crescimento da riqueza do país."
O presidente que achava que as 35 horas semanais na função pública não iam aumentar os custos, acha que o país está a enriquecer... Ricardo Reis tem de aprender economia com ele - A caminho da Sildávia ao vivo e a cores, mais um pacotão.
O que é mais interessante, na minha opinião, são as opções 1 e 3. Se as empresas não podem o que têm de fazer?
Recuemos a Abril de 2013, Cargo cult, e às palavras de Avelino de Jesus:
"«Por cada hora de trabalho só produzimos 17 euros»
Professor do ISEG diz que actual crise está na origem da baixa produtividade dos trabalhadores de Portugal."
As empresas não podem porque têm uma baixa produtividade, porque geram pouca riqueza, porque geram pouco valor acrescentado.
Assim, o que António Costa quer tem consequências que ele não está disposto a defender. Se ele quer atingir o objectivo de aumentar o salário médio em 20% em 4 anos, então tem de concluir que tem de promover a morte das empresas que não podem, para desviar recursos para as empresas que terão de surgir e podem. Recordar que vivemos no país do Chapeleiro Louco e da violação do 1º Princípio de Deming. Não escrevi este título em 2019 porque me apeteceu, "Espero que não vos tremam as pernas quando as empresas começarem a cair como tordos". Mesmo que ele tivesse coragem para o fazer, será que é moralmente correcto este tipo de activismo?
Sim, basta voltar a ler Reinert e a Teoria dos Gansos:
- The "flying geese" model, ou deixem as empresas morrer!!!
- "why some countries grow faster than others" (parte II)
"Systems don’t learn because people learn individually – that’s the myth of modernity. Systems learn at the collective level by the mechanism of selection: by eliminating those elements that reduce the fitness of the whole, provided these have skin in the game"
terça-feira, maio 31, 2022
A caminho da Sildávia ao vivo e a cores, mais um pacotão
Lembram-se da vitória sobre a Lituânia?
Pois...
"O crescimento económico é uma desilusão em Portugal há mais de vinte anos. Primeiro pedimos emprestado usando a capacidade de liquidez de um Estado. Depois, veio o FMI, e com ele a austeridade e a emigração. As eleições têm produzido persistentes escolhas em não fazer reformas arriscadas que busquem o crescimento económico. Já há dez anos que estamos a vender património. Primeiro foram algumas grandes empresas. Agora são casas e terrenos. Sonhamos que o capital de fora venha com investimento direto e novos negócios, mas os números mostram que recebemos antes uns estrangeiros pensionistas com riqueza do passado. Hoje, preocupa-me ver partes significativas da economia especializadas em captar dinheiro de vistos gold ou estrangeiros que se mudem para Portugal, focando-se na construção, imobiliário e não-transacionáveis com baixa produtividade. Ao mesmo tempo, é uma tristeza ver as partes mais belas do país ficar na mão de estrangeiros.É sina de economista alertar para os perigos, ser ignorado, e passar por pessimista maldisposto. Mas tenho receio que daqui a uma ou duas gerações olhem para nós como a geração que desbaratou a fortuna da nação por não ter coragem para encarar o declínio de frente e fazer tudo para o reverter."
Como não recordar Jonas e os ninivitas em 2008 Os habitantes de Nínive
quinta-feira, abril 21, 2022
Sildávia, exportações em alta e crescimento anémico
Ontem no Jornal de Negócios podia ler-se na capa:
Como não recuar de imediato a 2008 e à previsão mais fácil de todas as que foram feitas neste blogue: É triste ... (BTW, em Julho de 2018 Nuno Garoupa escrevia no Público "Quer isso dizer que, dentro de dez anos, com enorme probabilidade, apenas a Bulgária e a Roménia serão mais pobres que Portugal." Sorry, estamos em 2022 e a Roménia está à beira de nos ultrapassar.) Sim:
Interessante ... pensem bem naquela capa do JdN:
As exportações dos primeiros dois meses do ano 2022 superam as de 2021 em praticamente todos os sectores económicos. Por exemplo calçado 24%; mobiliário 11%; metalomecânica 9%; têxtil e vestuário 20%; plásticos 30%; borracha 15%; cerâmica 29%; farmacêuticos 13%; fertilizantes 137%, ... (OK, automóveis -4%)
Por exemplo, achei interessante encontrar em "Europe Wants Its Supply Chains Close to Home But It's Complicated" este relato:
"Maia & Borges, a toymaker based in northern Portugal, is on course for 12 million euros (almost $13 million) of revenue in 2022, up from 1.5 million euros in 2019, having won multiple orders from Europe, and the U.S when Asian supply chains were snarled up in the early months of the pandemic. Patricia Maia, chief executive officer, said the family firm will make 10 million toys this year and is building a third factory to cope with demand expected to hit 40 million by 2024. "From a business perspective, we've had a good two years,' she said."
Há menos de um mês escrevi Pergunta sincera, pergunta honesta sobre os dois cenários: com ou sem China. Onde discorro sobre a competitividade sem produtividade. Por fim, volto a Portugal não irá crescer se continuar a “exportar ‘mais do mesmo’”.
Lembrem-se, a culpa nunca é dos empresários no terreno. Esses dão o melhor que podem e sabem, alguns conseguem subir na escala de valor. Devemos sempre recordar o cão dos Baskerville: quem é que não está no terreno e porque não aparecem?
Ainda esta semana foi-me roubada a atenção para esta notícia, por exemplo: "Simoldes investe 45 milhões em nova fábrica em Espanha". Não pela empresa, mas pelo sinal, mas pelo exemplo. Por que acontecem coisas deste tipo?
Lembram-se dos jogadores de bilhar amador contentes por terem roubado uma empresa aos lituanos? Em Ultrapassados pelo Leste
Como diria a Red Queen, in order to stay in a (competitive) place you have to run very hard, whereas to get anywhere you have to run even harder. Mas to get anywhere, como referem Taleb e Maliranta, é preciso sexo, Sexo, jardineiros, intervencionistas, Taleb e Cavaco Silva (parte III), não como estão a pensar, mas como mecanismo que permite o unlearn e o relearn.
sexta-feira, outubro 15, 2021
Quando o povo estiver maduro os diques e comportas serão abertos
Aprendi com Joaquim Aguiar uma frase que não largo: "O povo tem sempre razão, mesmo quando não a tem"
Entretanto esta semana li e guardei esta frase: "But politicians can only convince us of things we already want to believe."
Há dias li um tweet simples, mas poderoso. só factos:
- Pagamos 40% de impostos na habitação
- Pagamos 50% de impostos nos salários
- Pagamos 60% de impostos nos combustíveis
Socialismo!
Cavaco veio recordar o facto de estarmos a ser ultrapassados pelos países da Europa de Leste (somos a Sildávia do Ocidente)
Já aqui referi que sou um pessimista-optimista. Quando o povo estiver maduro, mudamos de referencial. Não vale a pena desesperar, há que esperar e ir empobrecendo até que o povo fique maduro.
Não sou bruxo mas já sei o que aí virá.
Lembram-de da primeira maioria absoluta de Cavaco? No dia seguinte, uma segunda-feira, 20 de Julho de 2017, fui à minha primeira entrevista de trabalho. Uma conversa com um alemão que trabalhava na Chocolates Imperial. A certa altura alguém abre a porta, interrompe a conversa e pergunta ao meu interlocutor se ele viu as imagens das peixeiras em Caxinas a agitar as bandeiras do PSD. Lembram-se desse tempo? Lembram-se do que é que Cavaco fez? Libertou a economia e a sociedade das amarras que o PREC revolucionário tinha criado e impediam o país de crescer. Sou desse tempo. Os bancos só podiam ser públicos, só havia a televisão pública, jornais e empresas estavam nacionalizados, ...
Estes anos de geringonça são uma espécie PREC institucionalizado, onde ano após ano a capacidade de criar riqueza é esganada em nome da ideologia.
Quando o povo estiver maduro há-de aparecer alguém que proporá abrir as comportas, libertar os diques e o país voltará a crescer.
Até lá trocar de líderes partidários para melhorar combates de retórica e oratória será mais do mesmo. Mesmo que cheguem ao poleiro, o goa'uld socialista entra dentro deles e fazem o mesmo, só que com a comunicação social assanhada.
Ontem, o meu parceiro das conversas oxigenadoras disse-me que esta história do PRR e do dinheiro da UE para projectos é uma espécie de economia de planos quinquenais. São apresentados projectos feitos em nome das empresas e depois, quem escolhe o que passa e não passa não é o mercado, é uma comissão que avalia os projectos. Quantos empresários, se tivessem o capital consigo, aplicariam o dinheiro nos projectos que apresentam? Quase nenhum, remata ele!
E eu fiquei a pensar na solução grega, aproveitar a bazuka para financiar o estado e baixar os impostos... ou seja, dar ao mercado a capacidade de escolher.
sábado, setembro 04, 2021
- Drop your tools!!! Ou porque não era o verdadeiro socialismo
No Twitter volta e meia aparece um tweet sobre o tema "não era o verdadeiro socialismo".
Por exemplo:
Socialismo aplicado em todo o seu esplendor.
— Tony Júnior (@TonyJnior6) July 22, 2021
Amanhã será conhecido como :”isto não foi o verdadeiro socialismo” ou “o Maduro era de direita”. pic.twitter.com/CmBEjmdaTr
Por cá, a erosão mais ou menos rápida que nos coloca a caminho de ser a Sildávia do Ocidente continua:
Por que não se muda?"dropping one’s tools to gain speed in life - threatening conditions is tougher than it looks....Suffering occurs when people become attached to impermanent things that disappear in a changing world. In a world of ceaseless change, no tool, including the tool of an organized form, is indispensable. To take impermanence seriously is to recognize that, ‘In pursuit of knowledge, every day something is acquired; In pursuit of wisdom, every day something is dropped.’ (Lao Tzu). Wisdom is the acceptance that things of the world go away.If we do drop our tools, then what are we left with? Why is wisdom a possible byproduct of dropping? Consider the tools of traditional rationality as expressed in the rational actor model. Those tools presume that the world is stable, knowable, and predictable. To set aside some of those tools is not to give up complete reliance on the tools that are ill-suited to the impermanent, the unknowable, and the unpredictable. To drop some tools of rationality is to gain access to lightness and wisdom in the form of intuitions, feelings, stories, improvisation, experience, imagination, active listening, awareness in the moment, and empathy....tools preclude ways of acting. If you preclude ways of acting, then you preclude ways of seeing. If you drop tools, then ideas have more free play....The reluctance to drop one’s tools when threat intensifies is not just a problem for firefighters....Dropping one’s tools is a proxy for unlearning, for adaptation, for flexibility, in short, for many of the dramas that engage organizational scholars. It is the very unwillingness of people to drop their tools that turns some of these dramas into tragedies....Explanations for the Failure to Drop ToolsThere are at least ten reasons why firefighters in both incidents may have failed to drop their tools:1. Listening. There is some evidence that the sheer roar of the fire precluded people from hearing the order to drop their tools and run....2. Justification. People persist when they are given no clear reasons to change....3. Trust. People persist when they don’t trust the person who tells them to change....4. Control. ... knowledge of cause-effect relations...5. Skill at dropping. People may keep their tools because they don’t know how to drop them. I know how absurd that sounds. But think again....6. Skill with replacement activity. People may keep their familiar tools in a frightening situation because an unfamiliar alternative, such as deploying a fire shelter, is even more frightening....7. Failure. To drop one’s tools may be to admit failure. To retain one’s tools is to postpone this admission and to feel that one is still in it and still winning....8. Social dynamics. People in a line may hold onto their tools as a result of social dynamics such as pluralistic ignorance....9. Consequences. People will not drop their tools if they believe that doing so won’t make much difference....10. Identity. Finally, implicit in the idea that people can drop their tools is the assumption that tools and people are distinct, separable, and dissimilar. But fires are not fought with bodies and bare hands, they are fought with tools that are often distinctive trademarks of firefighters and central to their identity. Firefighting tools define the firefighter’s group membership, they are the firefighter’s reason for being deployed in the first place, they create capability, they are given the same care that the firefighters themselves get (e.g., tools are collected and sharpened after every shift), and they are meaningful artifacts that define the culture. Given the central role of tools in defining the essence of a firefighter, it is not surprising that dropping one’s tools creates an existential crisis. Without my tools, who am I? A coward? A fool? The fusion of tools with identities means that under conditions of threat, it makes no more sense to drop one’s tools than to drop one’s pride. Tools and identities form a unity without seams or separable elements."
- não era verdadeiro socialismo;
- é por causa do embargo americano;
- a causa da terceira vinda do FMI foi externa;
- a culpa foi do Passos
quarta-feira, setembro 01, 2021
"Lives of quiet desperation" (parte II)
Dedicado a todos os que há um ano me massacraram porque ousei dizer que a efacec era e é um embuste romanceado pelo nacionalismo parolo https://t.co/GvTfJaQFGi
— Carlos P da Cruz (@ccz1) August 31, 2021
Podem limpar as mãos à parede
Tweet publicado na sequência da leitura de "Da EFACEC".
Não escrevo estas coisas porque tenho mau feitio, mas porque tenho um blogue desde 2004. Comecei a escrever o blogue com o propósito de funcionar como um auxiliar de memória (depois a criação tomou vida própria, mas isso é outra estória). E ter memória é um castigo dos Deuses (diziam os gregos antigos).
Nas notícias:
- Julho de 2016 - Efacec: “Temos 2.400 pessoas. Não há mais despedimentos”
- Maio de 2017 - Efacec pode dispensar até 409 trabalhadores
- Junho de 2015 - Pensamentos sobre notícias do mundo empresarial
- Junho de 2015 - Duas dúvidas de um anónimo da província
- Agosto de 2016 - Reflexão acerca da Efacec
"Lives of quiet desperation.What is called resignation is confirmed desperation"
"os comentadores do regime alinhavam com o governo e diziam amém a duas nacionalizações. Nem uma voz contra, nem uma voz a desdizer a narrativa oficial sobre a EFACEC ou sobre a TAP.
Mais dinheiro impostado aos contribuintes torrado em delírios da corte lisboeta. Mais pedras no saco às costas das empresas que têm de fazer corridas com empresas de outros países com governos menos atreitos a orgias socialistas.
Isto nunca vai ter fim, este país nem com 5 troikas vai mudar. Ingenuidade pensar que a UE nos ia proteger...
A 1 de Setembro de 2007 no Expresso, Daniel Bessa escreveu:
"... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"..."
terça-feira, agosto 31, 2021
quinta-feira, julho 29, 2021
Ultrapassados pelo Leste
No JdN de ontem encontrei "Dinamarca abre fábrica de meias em Famalicão e cria 130 empregos".
Fábrica de meias? Que meias?
"meias desportivas de alta "performance"
Faz sentido, trabalhar para nichos, subir na escala de valor. A minha receita!
No entanto, produção de 4 milhões de pares de meias por ano, facturação de 6 milhões de euros por ano. Ou seja, preço médio de um par de meias à saída da fábrica 1,5 euros. Parece-me um valor baixo. Quão alta será a tal performance? Por exemplo, trabalhar para a Decathlon? Sorry, low-cost.
130 trabalhadores significa 46,1 mil euros facturados por trabalhador. 130 pessoas para este tipo de produto?! Sorry, não é nicho!
O que me faz espécie é isto:
"Depois de cerca de 16 anos de produção na Lituânia, e devido sobretudo à falta de mão de obra qualificada local, começaram a olhar para outros mercados, como a Bulgária, a Ucrânia ou a Roménia, para deslocalizar a sua fábrica, e escolheram o nosso país", contou o diretor-geral"
Qual o salário mínimo na Lituânia? Qual a evolução salarial na Lituânia?
Salário mínimo na Lituânia 642€ versus em Portugal 665€. Qual a evolução salarial na Lituânia? "Lithuania posts 13 percent wage growth for 2020"
Sinto que é um sinal preocupante. Os antigos países comunistas começam a ter um nível de vida demasiado caro para este tipo de produtos. Nos anos 60 e 70 do século passado as fábricas alemãs e francesas fechavam para abrir em Portugal, agora fecham na Lituânia e vêm para Portugal...
Benvindos à Sildávia do Ocidente.
segunda-feira, maio 03, 2021
Os académicos não percebem nem metade do que acabei de escrever!
Nos últimos dias vi várias referências no Twitter ao tema da baixa produtividade portuguesa. Esta manhã vi que até Paulo Portas terá falado do tema no seu comentário semanal:
Percebem porque se ganha muito menos em Portugal do que na maior parte dos países da UE?
— Jorge Queiroz (@jcsqueiroz) May 2, 2021
Vejam a diferença entre Portugal e Irlanda que há poucas décadas estavam mais ou menos ao mesmo nível.
Produtividade por hora trabalhada. pic.twitter.com/WOW33Zb1ks
Não esqueçam, a produtividade é um rácio. Um rácio de alavancagem. Quanta riqueza consigo criar a partir da que tenho de consumir?
Quando olharem para a produtividade de um país não se esqueçam que ela resulta de dois mundos:
- sector privado; e
- sector público.
terça-feira, março 23, 2021
Subir na escala de valor e calçar os sapatos do outro (parte II)
Recordar Irlanda e João Duque:
- Tamanho, produtividade e a receita irlandesa
- A caminho da Sildávia, portanto.
- Ah! Claro que os macacos não podem faltar. Eles não voam, trepam às árvores.
sexta-feira, março 19, 2021
"why some countries grow faster than others"
Mais uns trechos de "Windows of Opportunity: How Nations Make Wealth".
Recordar Irlanda e João Duque:
- Tamanho, produtividade e a receita irlandesa
- A caminho da Sildávia, portanto.
- Ah! Claro que os macacos não podem faltar. Eles não voam, trepam às árvores.
"If we want to know why some countries grow faster than others, it is also important to understand that there is a ladder of economic development, the rungs of which represent different types of industry. It is a ladder developing countries have to climb in order to be successful - no developing country tries to start growing by creating a pharmaceutical industry, and no country has ever achieved a high GDP per capita by having a cheap garment industry.
...
perhaps a more useful way of thinking about the rungs of the ladder of economic development is to see them as representing industries which require increasingly complex organisational and technological capabilities. On the bottom rungs are simple industries involved in, for example, the production of cheap clothes, the assembly of electronic components and the making of simple toys. On the top rungs are industries requiring complex organisational and technological capabilities that can only be acquired experientially, cumulatively and collectively; such as the aerospace, pharmaceutical and semiconductor industries. In simple industries, such as the production of cheap clothes or the assembly of electronic components, it is difficult for any firm to gain a competitive advantage. Consequently, the value-added per capita of firms is low, and the wages and salaries they can pay is also low.
...
Knowledge involves understanding the relationships or linkages between entities, and being able, therefore, to predict the outcome of events without having to act them out.
...
Knowhow is different, as it involves the capacity to perform tacit actions; that is actions that cannot be explicitly described.
...
Before knowledge and knowhow can be used to make new products and services, they have to be embodied in individuals and organisations. The knowledge and knowhow that a single individual can acquire is limited, as an individual can only absorb so much information. Therefore, the knowledge and knowhow to make complex products and services have to be embodied in a number of different individuals and co-ordinated by a firm's organisation.
...
This point about the difficulty of accumulating the knowledge and knowhow to make products and services is important for two reasons. Firstly, neoclassical economists tend to assume that demand and incentives are enough to stimulate the production of a product or service anywhere in the world, and if they don't it must be because the system of allocating resources is not working efficiently. However, while incentives and demand may be enough to motivate intermediaries and traders, the people who produce goods and services also need to know how to make them.
Secondly, if the ability to accumulate the knowledge and knowhow to make products and services is difficult, it is likely that countries will have accumulated varying levels of knowledge and knowhow on their economic history, and therefore the complexity of the products and services they can produce will vary.
...
products requiring a large input of knowledge and knowhow would tend to be exported from only a few countries. Some of the products exported by a large number of countries include simple garments, such as underwear, shirts and pants; while some of the products exported by a relatively few countries include optical instruments, aircraft and medical imaging devices. Such a simple scan suggests that industries requiring less knowledge and knowhow are present in more places, as one might expect."
segunda-feira, dezembro 07, 2020
"Come on! Esta gente não analisa os números?"
O título tirei-o deste postal de Outubro último, "Tamanho, produtividade e a receita irlandesa".
Se há coisa que não gosto é de gente que não analisa os números. Gente que fala de cor e constrói explicações assentes em areia.
Em Junho último em "that model died this year" escrevi:
"México = Marrocos, Turquia, Roménia e Bulgária."
Em Agosto passado em "A caminho da Sildávia, portanto" escrevi:
"No final da conversa João Duque brinda-nos com uma ilustração da ligeireza com que o mundo académico segue a micro-economia. Segundo João Duque o sucesso do calçado nos últimos anos foi baseado no desenvolvimento de marcas... de marcas? Come on! Quantas marcas ganham dinheiro? Quantas marcas ao fim de 5 anos ainda estão vivas? Desenvolver marca é uma forma de sacar dinheiro de projectos europeus, mesmo que bem intencionada, mas que morre quando acaba o financiamento. O que foi desenvolvido e bem foi a marca "Made in Portugal" para que marcas estrangeiras viessem para Portugal aproveitar a sua "uniqueness" da proximidade produção-consumo (rapidez, flexibilidade, qualidade). BTW, mas é outra conversa, esta uniqueness já se foi graças à Turquia, Roménia, Marrocos, Argélia, Tunísia, Bulgária, ..."
Pelos vistos também estava a incorrer num erro, porque não tinha olhado para os números com olhos de ver. Assim, aproveitei o empréstimo que a colega Rita me fez do World Footwear 2020 Yearbook, publicado pela APICCAPS, e olhei para os números.
Primeiro, na tabela que se segue não vamos encontrar a Argélia porque as exportações são residuais, não chegaram a um milhão de pares em 2019.
Afinal a Roménia e Marrocos passaram a década em queda na exportação de calçado. A Tunísia está, ao fim de 10 anos, a voltar ao nível das exportações de 2010. Foram 5 anos a cair com a Primavera Árabe, e 5 anos a recuperar. A Bulgária tem-se mantido estagnada em torno dos valores de 2010.O que ressalta é a evolução turca e albanesa. Em 2010 a Turquia exportava cerca de 75 milhões de pares de sapatos, em 2019 exportou 275 milhões de pares a um preço médio de 3.29 USD. A Albânia em 10 anos duplicou as suas exportações. Presumo, pelo preço médio de cada par, que há ali mão de know-how italiano.
Assim, temos dois países próximos do centro da Europa com custos de produção muito baixos.
Lá em cima fala-se de uniqueness, no postal anterior falava-se, metaforicamente, em superpoderes. O factor proximidade ... foi-se. Como li há dias no livro SMASH: Using Market Shaping to Design New Strategies for Innovation, Value Creation, and Growth de Kaj Storbacka e Suvi Nenonen.
"finding a sustainable competitive advantage may not be that important. What is important, however, is that companies have a contingency plan to deal with the upcoming prospects for an expansion of available resources or possible constraints created by other actors in the market."
Tudo é transiente, tudo é temporário.
segunda-feira, agosto 31, 2020
Sem estar com as mãos na massa...
"Acham que as universidades ensinam a gerir empresas no mundo complexo em que vivemos? Vejam a SONAE, mal foge do negócio do preço, perde dinheiro."Na altura quando escrevi a frase "Acham que as universidades ensinam a gerir empresas no mundo complexo em que vivemos?" ainda pensei: "estarei a exagerar?"
Agora posso afirmá-lo: Não, não estava a exagerar!
Qual foi a grande mudança da microeconomia nos últimos 40/50 anos? O fim da supremacia da economia do século XX.
O avatar da economia do século XX é este pico único na paisagem competitiva:
Uma empresa para ter sucesso tinha de subir aquele pico único do lado esquerdo. Quanto mais subisse, mais sucesso tinha.
Num mundo em que os clientes/consumidores são na sua grande maioria metidos numa gande categoria de "Grande Centrão" ganha quem fornecer ao preço mais baixo.
Os professores nas universidades foram formatados nesta lógica. Por isso, a previsão falhada por Daniel Bessa.
Contudo, o século XXI é diferente. O século XXI é cada vez mais uma multidão de picos, como no lado direito da figura acima. As regras para ter sucesso na escalada ao longo de um pico são, em parte crescente, diferentes das regras para ter sucesso e trepar os outros picos. Quem está longe do terreno continua a repetir as velhas fórmulas aprendidas no século XX. Por isso, escrevi aqui tanto sobre a tríade: os académicos, os políticos e os comentadores que apenas conheciam as regras do século XX aí e ficaram encalhados.
Por esquecimento ou ignorância, quando se discute estratégia muitas vezes deixam-se de fora os pressupostos. E os pressupostos são fundamentais.
BTW, no mundo competitivo do lado direito não só há uma multidão de picos como cada vez mais há uns picos que afundam e outros que nascem, tudo com uma frequência crescente. Sem estar com as mãos na massa é difícil perceber o que é que é preciso fazer para ter sucesso... e mesmo assim, o que era verdade ontem amanhã já é mentira.