segunda-feira, maio 16, 2011

Carpe Diem!

Foi esta medida "Brazil – prepare for devaluation" que impediu, no tempo do escudo, que a economia portuguesa subisse na escala do valor acrescentado. É esta medida que impede que a economia brasileira exportadora faça o mesmo e que a economia que trabalha para o mercado interno se torne mais requintada.
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Quando o Estado desvaloriza a moeda, as empresas ganham competitividade artificialmente, se o Estado faz isso por elas, a maioria dos gestores não vai queimar as pestanas a tentar ganhá-la com base no seu trabalho e esforço interno.
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A maioria dos gestores são humanos e, como diz Arroja, só uma elite é que pensa para lá do depois de amanhã, a maioria segue aquela máxima Carpe Diem!!!
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É disto que o euro nos protege!!!
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Claro que no curto-médio prazo é duro, mas são as dores de crescimento da economia!

5 comentários:

Ricciardi disse...

Ccz, uma economia deve ter a moeda que merece e não aquela que e' imposta. Decorre, pois, que Portugal não tem a moeda q usa com uma cotação natural, fruto da procura e oferta, mas sim uma moeda artificial, fixada não pela procura e oferta da economia real interna, mas sim por economias de outros paises. Se a economia importa mais do que exporta, o mais natural seria q a moeda se desvalorizasse e com isso relançar as exportações, num ciclo que iria gerar no futuro o movimento inverso. Isto e' o mercado a funcionar. O que temos e' uma aberração económica, q não beneficia ninguém.

Coisa distinta seria promover desvalorizacoes artificiais, aí sim, o ccz teria razão.

CCz disse...

Se aplicarmos esse racional, será que a Califórnia faz bem em se manter com o dólar como moeda?

Ricciardi disse...

Ccz,
A Califórnia, assim como TODAS as régioes da América, actuam num contexto igual, ao nível fiscal, orçamental e jurídico, condição base para a existência de um mercado perfeito, pelo que, a diferenciação pela política monetária não e' a solução.
Na UE nada disso se passa, cada região (pais) tem as suas políticas próprias orçamentais, fiscais e legislação laboral, civil, criminal etc. Bem distintas, resultando em ritmos necessariamente diferentes de competitiviadade de pais para pais. Ora, a moeda, se livremente cotada e sem intervenção, mede exctamente o sucesso do pais. O que esta a acontecer na Europa e' que a moeda não espelha a realidade, mas sim uma ficção. Uma ficção em todos os paises, da Alemanha a Portugal, pela razão inversa. A economia alemã deveria ter uma moeda condizente com a potência exportadora que e', isto e', muito mais valorizada; e Portugal uma moeda muito mais desvalorizada. O factor tempo, como em tudo na vida, actuara inevitavelmente em
sentido inverso, ou seja, quando o marco estiver demasiado alto as exportações reduzir-se-ao e novamente o ciclo recomeça no equilíbrio.
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E' assim, e não pode ser de outra forma, como diria salazar.
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Ricciardi (Rb)

CCz disse...

Meu Caro:

Não acredito que acredite nesta frase:

"A Califórnia, assim como TODAS as regiões da América, actuam num contexto igual, ao nível fiscal, orçamental e jurídico"

Fiscalmente há diferenças, juridicamente há diferenças, veja por exemplo esta vergonha:

http://www.economist.com/node/18678963?story_id=18678963

Ricciardi disse...

Coisa bem distinta e' a capacidade em contrariar a eventual valorizacao da moeda com argumentos de gestão empresarial, desde a criação de maior valor acrescentado, ao marketing, inovação etc. A capacidade de gestão empresarial e a política monetária sao coisa complementares e nao mutuamente exclusivas.
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Senão vejamos, faço-lhe um desafio: se Portugal adoptasse o escudo e se não houvesse qualquer intervenção do governo na sua cotação, o que e' que acha que naturalmente aconteceria a' cotação do escudo?
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Rb