quarta-feira, março 24, 2010

Pensamento sistémico

Acabo de fazer 40 minutos de jogging debaixo de uma saborosa chuva miudinha...
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O momento ia sendo estragado por uma entrevista do RCP a um tal de Jorge Sampaio, enviado especial da ONU para o combate à tuberculose. Segundo esse enviado, há que investir em novos medicamentos para combater a tuberculose multi-resistente.
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Mais um evento que emerge de um padrão conhecido, é o mesmo comportamento que gera os PEC's que conhecemos... tratamento sintomático em vez de ir à causa-raiz.
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Em 1999, num quiosque (num quiosque?!) no aeroporto de Los Angeles comprei um livro de Peter Senge que esteve na berra durante essa década "The Fifth Discipline".
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Esse livro, se bem me lembro, começava com a descrição de um jogo e, depois, descrevia o sistema que estava por trás da corrida aos armamentos entre americanos e soviéticos. É esse mesmo arquétipo que está a alimentar o pensamento do enviado especial da ONU.
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Quando se vai à causa-raiz, normalmente a solução até é mais barata está é bem escondida e é preciso "descascar várias camadas de cebola".
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Por que é que existe tuberculose multi-resistente? Como é que ela surge?
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Claro que é muito mais fácil e caro gastar/investir no tratamento dos sintomas.

Ah, se fôssemos mais produtivos !

Está tudo aqui nesta coluna de opinião "Ah, se fôssemos mais produtivos !" do imperdível Camilo Lourenço.
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A referência ao negócio de volume das multinacionais alemãs onde fez sentido a contenção salarial.
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A referência aos hidden-champions que se concentram na criação de valor e não nos custos: "Os alemães conseguiram um notável aumento da produtividade. E o mais interessante é que essa melhoria aconteceu no Mittelstand (PME), a espinha dorsal da economia alemã, e não apenas nas multinacionais."
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Não sou economista mas suspeito que as sebentas das universidades ainda não traduzem a nova realidade económica decorrente de um mundo competitivo onde a oferta é maior que a procura, onde o valor não resulta da equação, custo + um cheirinho, mas da capacidade de seduzir o comprador, da protecção do know-how, da confiança, da diferença...

Benjamim Zander

Gosto da mensagem desta pessoa: "Benjamin Zander, maestro".
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Aquela estória da sobrevivente de Auschwitz quase no final...

Para lá da razão

“We need to blend systematic analysis and intuition. Neither gives us a direct path to the truth. Each has its own limitations.
Analytical and statistical methods can pick up subtle trends in the data that our intuitions would miss. They can show us when the regularities we think we see are really just chance connections. They can help up appraise the size of different effects so we can take the effects into account more accurately. On the other hand, analytical methods often miss the context of a situation, and they can result in misleading recommendations.
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Intuitive judgments reflect the experiences we’ve had and can help us respond quickly to situations. They are sensitive to context and nuance, letting us read situations and also read other people. We can make successful decisions without using analytical methods, but we cannot make good decisions without drawing on our intuitions. Yet our intuitions aren’t foolproof, and we always have to worry that they are going to mislead us.
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Research showing that a statistical formula can outperform an expert doesn’t mean that the expert is flawed. It just means that the statistics do better in certain types of circumstances. Analytical methods can sometimes outperform experts, particularly if these methods improve on the judgments made by experts, but the methods may not be as valuable as their developers argue.”
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Trecho de Gary Klein retirado de “Streetlights and Shadows - Searching for the Keys to Adaptive Decision Making”
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Admitamos que o mundo lá fora existe!
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Os humanos usam os seus sentidos para operarem no mundo. Os humanos usam a razão para operarem no mundo. Contudo a razão, por mais preciosa que seja, e é, não passa de uma ferramenta tosca incapaz de perceber o mundo na sua complexidade.
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Assim, quem confia apenas na razão… vai entrar em contradição, mais tarde ou mais cedo, por que confia numa ferramenta incompleta, vai cair numa teia e perder o pé.

Um exemplo concreto

Trata-se de um simples exemplo, é um evento, um caso que emerge de um padrão (lembro-me da Sonae Sierra em tempos), que resulta de uma estrutura sistémica, que assenta num modelo mental de monopolista normando.
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"A empresa anunciou, em comunicado, que "acaba de sair" do Aeroporto de Lisboa, que mantinha como base operacional desde há 16 anos. Decisão provocada pelo facto de a ANA ter "aumentado, a meio de um exercício anual, as tarifas dos serviços de assistência em escala quarenta vezes mais", aplicando o que a Euroatlantic classifica como "taxas escandalosas"."
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Aqui, na cidade onde vivo, a câmara municipal resolveu duplicar o valor do aluguer anual dos quiosques, isto há cerca de dois anos, resultado: vários quiosques fecharam.

terça-feira, março 23, 2010

Calçado

"Calçado diminui exportações mas aumenta países de destino"
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Alguns números:
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"a indústria portuguesa, que exporta mais de 96 por cento da sua produção"
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"o preço médio do calçado exportado aumentou 2,1 por cento, para 20,38 euros, o segundo maior a nível mundial, apenas sendo superado por Itália."
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"as importações de calçado recuaram 7,6 por cento, para 398 milhões de euros (valor que corresponde sensivelmente a um terço do total exportado por Portugal"

Há que escolher!!! (parte III)

Mais um exemplo retirado do livro de Hermann Simon "Hidden Champions of the Twenty-First Century Success Strategies of Unknown World Market Leaders" que aponta para a necessidade de fazer escolhas sobre onde competir:
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"There are three relevant providers in the market: Konrad (K), Rextar (R), and Aspen (A) (names changed by the author). The market is subdivided into four product segments and four customer segments, giving the competition map 16 cells in all. Fig. 11.10 summarizes the results of the assessment. The letter in each cell shows which company offers the greatest value to customers and is therefore typically the market leader.
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Traditionally, all three competitors aimed to cover as much of the market as possible, being active in every segment and selling the maximum number of units in order to take advantage of economies of scale. This strategy was not particularly successful, because each company had limited resources (for R&D, distribution channels, service, and so on) and one competitor might simply offer greater customer value in a particular cell.
Market shares were fiercely contested, which in turn ruined margins. The competitors therefore started to focus. If we look at the situation shown in


Fig. 11.10, we see that the overall market leader Aspen, a genuine hidden champion, is no longer present in the two right columns of the competition map. Several years ago, Aspen, which is primarily renowned for the quality of its engines but otherwise delivers few frills, withdrew from the full-equipment and turbo/high-performance product segments. The company now concentrates on its four “natural spaces” (each shown with an A) in the two left columns, namely large and small engines for professionals and brand-oriented customers. All of its resources, from R&D to marketing and advertising, are channeled into these segments. The segments of semi-professionals and private customers are of secondary importance, unless these customers are extremely brand-oriented with a correspondingly high willingness to pay. In contrast to Aspen, Rextar and Konrad are less clearly positioned. These companies waste considerable resources on fighting for the cells in the two right-hand columns, which Aspen no longer actively pursues. Konrad is stuck in several less attractive segments and attacks Rextar in the cell of small engines for private customers, apparently to gain leadership in the entire noncommercial segment. Rextar hits back in several cells, repeatedly resulting in price wars and other forms of ruinous competition. So while Rextar and Konrad are fighting price wars in several segments, Aspen keeps its distance. Each company must respect the “natural spaces” of the others. Konrad and Rextar refrain from attacking Aspen’s natural space, while Aspen controls the competition and does not become a pawn in their game. This is the role for which a genuine hidden champion should strive."
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E ainda há quem perceba o alcance da mensagem de Hill "As encomendas mais importantes são aquelas que recusamos"

Palavras para quê (parte II)

Este título "ANA cobra tarifas 30% a 200% mais caras que aeroportos espanhóis" faz recordar os números deste postal "Palavras para quê"

segunda-feira, março 22, 2010

O folclore da auto-avaliação nas escolas

Sábado passado ao almoço brinquei com o meu filho:
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- Tens de estudar durante o fim de semana para os testes da semana que vem! (Eu já sabia a resposta)
- Ui ui, para a semana já não tenho testes, são só auto-avaliações...
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A minha mente começou então a divagar... auto-avaliação?
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Uma auto-avaliação é uma avaliação feita pelo próprio. OK... avaliação pressupõe uma comparação com um referencial.
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Qual o referencial?
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Como é possível fazer uma auto-avaliação sem um referencial? Folclore!!!
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E se no início de cada período lectivo fosse solicitado ao aluno que escrevesse a nota que queria ter e, por que é que iria merecer essa nota. Então, no final do período o professor podia devolver-lhes o desejo inicial (o referencial) e pedir a cada aluno que comparasse o que aconteceu com o seu referencial estabelecido por si.
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Isto não só não seria folclore como promoveria:
  • o pensamento em relações de causa-efeito;
  • o reforço do locus de controlo interno;
E despromoveria a facilidade com que se destrói o conceito de avaliação ao associar a avaliação a um referencial.

Para reflexão

"Gaps in the eurozone ‘football league’"
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"German Central Bank Admits that Credit is Created Out of Thin Air"

Há que escolher!!! (parte II)

Continuado.
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Na revista Harvard Business Review de Março, encontrei um artigo de Pankaj Ghemawat "Finding Your Strategy in the New Landscape" de onde retirei este trecho:
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"Now that the bubble has burst, many firms are being reminded that a significant portion of their global operations subtract, rather than add, economic value. This isn’t just a result of the crisis; it was true in the years leading up to the downturn. Of course, some global investments will pay off in the long run. Nevertheless, in a postbubble world, where the cost and even the availability of capital are issues, firms will need to be more ruthless about terminating long-standing loss makers—and more selective in pursuing new opportunities. Some of this selectivity can be imposed by raising hurdle rates and tightening assumptions around terminal values."
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Leio estas palavras e recordo de imediato "Não há almoços grátis: Há que optar" de onde retirei esta imagem:
A exigência de rentabilidades superiores implicará maior pureza estratégica, implicará escolher e seleccionar onde actuar. É a única via para aumentar o nível de vida dos trabalhadores sem prejudicar a competitividade... E o que fizeram as empresas alemãs?
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Voltando às ideias de Medina Carreira no último Plano Inclinado nada melhor que este texto "Paul Krugman's Anti-China Protectionism Is The One Big Threat To The "Muddle Through""
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Continua.

domingo, março 21, 2010

Bem vinda!

Patriotismo, infantilização e verdade

Estava a ler este artigo "A claim of patriotism is the last refuge of a busted government", no Telegraph inglês, quando o pop-up do Twitter me anunciou este atigo no Público "José Sócrates: PEC deve ser assumido “pelo país”".
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"Financial markets have little difficulty seeing through the assurances of a discredited administration. Disingenuous promises of solidity backfire, as was pointed out by Robert Johnson, a former chief economist to the US senate banking committee: “In trying to soothe markets, officials often elevate the sense of unease. Investors in uncertain times ask themselves: 'Why do they feel the need to reassure us? Are they not just drawing attention to how anxious things really are … Is this talk a substitute for concrete action?’ ”"
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Outra semelhança, acerca da infantilização do eleitorado:
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"In keeping with his rivals, Alistair Darling and George Osborne, Mr Cable fears telling us the truth. He dreads the impact it will have on an infantilised electorate, trained by Labour to believe that it can keep demanding more and more, because there will always be another fool to foot the bill. Very soon cruel reality will smash this illusion." (Trecho retirado daqui.)

Há que escolher!!!

A revista The McKinsey Quarterly em 2005 publicou o artigo "The vanishing middle market", também Bruce Chew no artigo "The Geometry of Competition" desenvolveu o mesmo tema.
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O espaço competitivo em que as empresas cada vez mais competem é uma paisagem que já não dá vantagem a quem compete na média, no meio termo. Ou se é bom no nicho topo de gama, ou se é bom no grande volume de preço mais baixo e ponto.
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Muitas empresas, apesar da abertura de fronteiras com a adesão à UE, continuaram na modorra de produzirem para os mesmos clientes de sempre, na média, para conseguir ir a todas ("Você está a dizer que é preciso dizer que não a alguns clientes?!")
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Com a polarização dos mercados só há uma forma de agir.
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Escolher!
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Especializar-se na gama alta do mercado, ou especializar-se na gama baixa do mercado. (A Electrolux soube como jogar com as duas realidades ... Ah! Isto faz-me lembrar a Saloio... aqui e aqui)
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A estrutura-base da economia alemã é composta pelas empresas pequenas que apostam no nicho da gama alta (há 20 anos interrogava-me "Como é que as empresas alemãs podem ter sucesso se são mais caras e arrogantes?" Hoje percebo muito bem. E a arrogância que eu via não era arrogância, era concentração no cliente-alvo e não entrar pela customização que o cliente não está disposto a pagar) e pelas gigantes (como a VW) normalmente concentradas no negócio do preço (comparar a diferença nos lucros entre a VW e a Porsche... bem me dizia um colega da indústria automóvel, há cerca de 15 anos "A industria automóvel é a indústria do tostão")
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Voltando ao livro de Hermann Simon "Hidden Champions of the Twenty-First Century":
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"Numerous hidden champions take their market definitions even further and specialize in extremely narrow niches. Some “create” their markets so that there are no real competitors and they have 100% market share. The list of such companies adds up to hundreds."
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Especialização é a receita, e especialização é uma outra forma de identificar e concentrar tudo no cliente-alvo.
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Na base da especialização estão abordagens como:
  • "patent protection,
  • powerful trademark or logo,
  • intensive relationships and familiarity with customers, and
  • artistic designs with frequent updates."
Especialização não é volume:
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"Superniches limit growth opportunities and make the deliberate decision not to grow, ..., an obvious choice. Size and niche can conflict with one another."
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Não é preciso ser gigante.
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Perante este cenário o que é que aconteceu, os alemães colhem o mercado da gama alta e os chineses o da gama baixa. As empresas que não se especializam... ficam presas e atoladas no pântano do mercado do meio-termo e levam porrada de um lado e do outro.
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A teoria de Helena Garrido, de Vitor Bento e de Daniel Amaral entre outros é que é preciso baixar salários... para competir com os chineses.
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A teoria de Medina Carreira ontem no Plano Inclinado é a do proteccionismo...
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Não resulta!

sábado, março 20, 2010

IMHO a solução não passa por aí...

Ao ler este artigo de opinião de Helena Garrido no Jornal de Negócios "Ah, se os alemães fossem às compras como nós..." não consigo deixar de fazer o paralelismo com aquela ideia "Não vale a pena impedir a entrada de imigrantes pois eles vão fazer os trabalhos que os nacionais se recusam a fazer."
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Ainda há meia dúzia de meses os mesmos que defendem estas ideias andavam com o governo nas palmas por este apoiar a substituição de carros velhos por carros novos... quem fabrica grande parte desses carros? Os alemães e os franceses!!!
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E onde está a abordagem do factor demográfico e do seu impacte no consumo e na poupança?
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IMHO a solução não passa por aí, passa por reconhecer quais as implicações de uma moeda forte e de quais as situações em que é viável competir com esse factor. Os macro-economistas só vêem um caminho, a deflação... o que só nos levaria a um empobrecimento garantido como o que está a acontecer com os japoneses nas últimas décadas.
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IMHO a solução passa por nos concentramos na criação de valor e não na redução de custos. IMHO a solução passa por pensarmos e agirmos como os alemães.


Acerca da formulação de estratégias

Hermann Simon no seu livro “Hidden Champions of the Twenty-First Century” escreve estas palavras acerca da estratégia:

“Strategy is the art and science of developing and employing a company’s resources to secure profitable, long-term survival. As strategy itself always implies creating something original and different, strategy development cannot be a pure science. The French philosopher Henri Bergson pointed out in 1907 that science must deal with repeatable phenomena if new laws are to be discovered. Strategy, on the other hand, cannot be repeated or imitated. The great error of many strategists is that they are continuously looking for the laws of strategy. They study the success stories of yesterday in order to imitate them. This is the wrong course, even if it involves following the lead of the hidden champions. Superior strategies result only from creativity, originality, and lateral thinking. An American proverb states, “Find out what everybody else is doing, then do it differently.” The only problem is that no one tells us what “differently” means. We have to find this out for ourselves.”

Algumas sugestões para a formulação da estratégia:

There is not even a standard procedure for strategy development. The right approach, taking either the market or the company’s competencies as a starting point, must be determined for each case individually.

Despite this warning against one-size-fits-all approach, the strategy development process usually encompasses the following stages:

  • Analyzing the current position: Where do we stand?
  • Setting strategic goals: Where do we want to go?
  • Defining the business/market: What is our business? In which market do we want to do business?
  • Analyzing internal competencies: What are we capable of? What skills do we have? Innovativeness, financial resources, and personnel are examined here.
  • Analyzing the market/customers: How large is our market? How quickly is it growing? Who are the customers? What do they expect from us? How much are they willing to pay?
  • Analyzing the competition: Who are our current and potential competitors? What are our competitive advantages and disadvantages? This aspect includes the issue of costs.
  • Establishing plan of action: Who will do what, and when?
  • Anticipating outcome analysis/forecast: What outcomes do we expect?”

Eu prefiro começar pela definição dos clientes-alvo, prefiro começar pelo fim. Um negócio sustentável só o é se conseguir satisfazer um conjunto de clientes-alvo. Esses clientes-alvo vão ficar satisfeitos em consequência de experiências que vão sentir com os produtos e serviços oferecidos. O que é que um negócio tem de fazer para proporcionar e comunicar essas experiências? Esta é a ponte para a identificação dos processos críticos. Daí vem o passo seguinte: Quais são as competências necessárias para satisfazer os clientes-alvo, ou seja, para operar esses processos críticos?

E como vamos fazer a diferença? Até pode ser pela relação que vamos criar, nutrir e desenvolver…

sexta-feira, março 19, 2010

Em vez de culpar a economia ou de pedir apoios, subsídios e proteccionismo...

Agarrar o touro pelos cornos, assumir os comandos do volante, fazer uso do locus de controlo interior e seguir em frente.
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And BTW perante "Crédito malparado volta a aumentar em Janeiro" convém ter em conta:
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"Banks don't want to hear sob stories. They just want their money, and they want to know you're getting serious about your financials. Keep an honest and dispassionate dialogue, and maybe, just maybe, they won't pull your line of credit. We're also asking vendors for a 90-day extension on the company's receivables. Creditors would rather see their money eventually than never, and most are agreeing to 60 days. We'll take it." (Aqui)

Há qualquer coisa que não bate certo

"Grecia amenaza con incumplir el plan de ajuste si la UE no sale al rescate"
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""Si tenemos que seguir endeudándonos con tipos de interés muy altos, y éste es el problema que tenemos, no podremos mantener la reducción del déficit, que queremos conseguir con estas severas medidas"."
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Há qualquer coisa que não bate certo neste discurso... se a Grécia não reduzir o deficit ainda vai pagar taxas de juro mais elevadas. Não percebo a lógica...

Qual é a estratégia?

Pergunta, e bem, Ricardo Arroja no Vida Económica "Qual é a estratégia?":
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"Ora, neste quadro de emagrecimento, a questão que se coloca é: donde virá o crescimento económico? Trata-se de uma questão essencial, pois, apesar das estimativas conservadoras do Governo, a verdade é que, depois dos dados referentes ao PIB, divulgados na semana passada, a economia portuguesa parece mais próxima de uma segunda recessão técnica do que de outra coisa qualquer. Assim, para que o PEC bata certo, o crescimento terá de materializar, caso contrário, lá estaremos a fazer contas de novo. (Moi ici: estamos sempre condenados a fazer contas de novo porque o PEC só faz o tratamento dos sintomas e não vai às causas-raiz) Deste modo, a única via, aquela que tem sido repetidamente apregoada como a panaceia para os nossos males, é o crescimento da economia a partir das exportações. Infelizmente, o PEC, ao aumentar a carga fiscal e ao manter os custos de contexto (leia-se, burocracia pública), nada faz para melhorar a posição competitiva das empresas portuguesas no mercado europeu, muito menos no mercado internacional, dominado pelos asiáticos. Por isso, pensar que nos safamos à custa das exportações é uma mera fantasia."
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No mesmo semanário encontro uma aproximação da resposta à pergunta de Arroja no artigo "Cotec apoia criação de projectos inovadores e de alcance global":
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O que vai fazer crescer a economia portuguesa são as empresas que ainda não existem». É desta forma que Daniel Bessa, economista e director-geral da Cotec, sintetiza a importância da inovação e do empreendedorismo para o desenvolvimento da economia nacional."
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Ontem numa empresa, por causa deste raciocínio, durante a realização de uma análise SWOT, aquilo que começou por ser apresentado como uma ameaça "A situação económica das empresas portuguesas (potenciais clientes)", transformou-se numa oportunidade "As empresas do futuro e com futuro vão ter de apostar no ..." porque vão ter de ser empresas diferentes com abordagens diferentes.
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