Esta tarde, num centro comercial, pude reconhecer esta música de fundo...
Não pertenço à geração que a ouviu em primeira mão, mas há muitos anos que a aprecio
quinta-feira, agosto 02, 2007
Vincent (Starry Starry Night) - Don McLean
E continuam a cavar, a cavar...
Mais uma pedra no estado socialista em que vivemos "Comissão interministerial vai regular as condições de acesso a profissões" aqui.
É como aquela cena do CAP para formadores... na última renovação do meu CAP passei-me quando nenhum dos formadores de formadores sabia o que era andragogia!!!
É como aquela cena do CAP para formadores... na última renovação do meu CAP passei-me quando nenhum dos formadores de formadores sabia o que era andragogia!!!
Grávida assistida no átrio após recusa de hospital
A propósito deste trecho da entrevista de António Arnaut à revista "Visão":
"Utente ou... cliente?
Pois aí é que está! Você sabe que fui a um congresso de administradores hospitalares e a maioria dos oradores falava em clientes?! Disse-lhes logo: «Não estou a perceber esta linguagem. São cidadãos, utentes!» Na Saúde, com o peso cada vez maior dos privados e a continuar assim, o SNS ficará para pobres e o resto para ricos."
A Saúde a continuar assim, não ficará nem para ricos nem para pobres, ficará para si próprio, para alimentar uma série de empregos, lugares, vaidades,... por que quando chega a hora da verdade (os momentos da verdade de Carlsson) we get this:
""A funcionária de Amarante mandou-me ler o Diário da República, porque pelos vistos agora são dois hospitais num."
É nestes momentos que a Administração de uma casa tem oportunidade de transmitir mensagens indeléveis para a equipa, mensagens que formam a cultura de uma organização. Numa organização privada o destino da funcionária seria RUA!!!. Num hospital... who knows, who cares!!!
A história completa pode ser lida aqui, no JN, no artigo "Grávida assistida no átrio após recusa de hospital" assinado por José Vinha.
"Utente ou... cliente?
Pois aí é que está! Você sabe que fui a um congresso de administradores hospitalares e a maioria dos oradores falava em clientes?! Disse-lhes logo: «Não estou a perceber esta linguagem. São cidadãos, utentes!» Na Saúde, com o peso cada vez maior dos privados e a continuar assim, o SNS ficará para pobres e o resto para ricos."
A Saúde a continuar assim, não ficará nem para ricos nem para pobres, ficará para si próprio, para alimentar uma série de empregos, lugares, vaidades,... por que quando chega a hora da verdade (os momentos da verdade de Carlsson) we get this:
""A funcionária de Amarante mandou-me ler o Diário da República, porque pelos vistos agora são dois hospitais num."
É nestes momentos que a Administração de uma casa tem oportunidade de transmitir mensagens indeléveis para a equipa, mensagens que formam a cultura de uma organização. Numa organização privada o destino da funcionária seria RUA!!!. Num hospital... who knows, who cares!!!
A história completa pode ser lida aqui, no JN, no artigo "Grávida assistida no átrio após recusa de hospital" assinado por José Vinha.
quarta-feira, agosto 01, 2007
Life of Brian - what have the Romans ever done for us?!
A propósito desta frase de Sarkozy:
"Competition as an ideology, as a dogma, what has it done for Europe?"
A Lei de Lovaglia
A propósito deste artigo "CIP propõe Alcochete para Portela+1" assinado por Francisco Almeida Leite, no DN de hoje, recordei-me das afirmações peremptórias e rocambolescas do ministro Mário Lino, ao longo da fotonovela "Ota" e da Lei de Lovaglia:
"Lovaglia’s Law: The more important the outcome of a decision, the more people will resist using evidence to make it."
"Lovaglia’s Law: The more important the outcome of a decision, the more people will resist using evidence to make it."
Esconder o inevitável
Este artigo, "Genéricos abrem cisão na indústria farmacêutica", assinado por Rute Araújo no DN de hoje, fez-me lembrar esta entrevista de David Boowie ao "The New York Times":
"''I don't even know why I would want to be on a label in a few years, because I don't think it's going to work by labels and by distribution systems in the same way,'' he said. ''The absolute transformation of everything that we ever thought about music will take place within 10 years, and nothing is going to be able to stop it. I see absolutely no point in pretending that it's not going to happen. I'm fully confident that copyright, for instance, will no longer exist in 10 years, and authorship and intellectual property is in for such a bashing.''
''Music itself is going to become like running water or electricity,'' he added. ''So it's like, just take advantage of these last few years because none of this is ever going to happen again. You'd better be prepared for doing a lot of touring because that's really the only unique situation that's going to be left. It's terribly exciting. But on the other hand it doesn't matter if you think it's exciting or not; it's what's going to happen.''
Se a APIFARMA fizer 2/3 cenários sobre futuros possíveis, vai encontrar uma constante, uma poderosa pressão demográfica sobre os cofres da segurança social, o que vai tornar inevitável a generização. David Bowie é muito mais realista, não adianta entrar em rodriguinhos...
Fui alertado para esta entrevista através do blog "Grande Loja do Queijo Limiano"
"''I don't even know why I would want to be on a label in a few years, because I don't think it's going to work by labels and by distribution systems in the same way,'' he said. ''The absolute transformation of everything that we ever thought about music will take place within 10 years, and nothing is going to be able to stop it. I see absolutely no point in pretending that it's not going to happen. I'm fully confident that copyright, for instance, will no longer exist in 10 years, and authorship and intellectual property is in for such a bashing.''
''Music itself is going to become like running water or electricity,'' he added. ''So it's like, just take advantage of these last few years because none of this is ever going to happen again. You'd better be prepared for doing a lot of touring because that's really the only unique situation that's going to be left. It's terribly exciting. But on the other hand it doesn't matter if you think it's exciting or not; it's what's going to happen.''
Se a APIFARMA fizer 2/3 cenários sobre futuros possíveis, vai encontrar uma constante, uma poderosa pressão demográfica sobre os cofres da segurança social, o que vai tornar inevitável a generização. David Bowie é muito mais realista, não adianta entrar em rodriguinhos...
Fui alertado para esta entrevista através do blog "Grande Loja do Queijo Limiano"
terça-feira, julho 31, 2007
Planos de Relacionamento, em vez de Planos de Vendas
Depois deste postal sobre consultores de compras, em vez de vendedores, foi com um sorriso que hoje encontrei este postal recente de David Maister "Fat Smoker Principles: Build Relationship Plans Not Sales Plans", onde se pode ler:
"A relationship plan is what it says it is: a set of activitites designed to build and deepen an asset - the relationship. The theory is that, where there is a strong asset - a strong relationship bond - there WILL BE a (greater) stream of revenues in the future. But to get there, you must focus on activities which are not designed to generate sales, but to earn and deserve the relationship.
A relationship plan, to be effective, is all, about figuring out what you could do FOR this client (unpaid) to invest in the relationship, in order to predispose the client to use you more frequently (and for more interesting things) in the future."
"A relationship plan is what it says it is: a set of activitites designed to build and deepen an asset - the relationship. The theory is that, where there is a strong asset - a strong relationship bond - there WILL BE a (greater) stream of revenues in the future. But to get there, you must focus on activities which are not designed to generate sales, but to earn and deserve the relationship.
A relationship plan, to be effective, is all, about figuring out what you could do FOR this client (unpaid) to invest in the relationship, in order to predispose the client to use you more frequently (and for more interesting things) in the future."
segunda-feira, julho 30, 2007
Correlacionar, associar, prever e antecipar
Poesia retirada deste artigo "External and internal complexity of complex adaptive systems" de Jurgen Jost (aqui)
domingo, julho 29, 2007
Ajudar a comprar, em vez de vender
Porque é que os vendedores de "hardware" tentam vender produtos?
Por que é que uma loja como o "El Corte Inglés" despeja 20 a 30 modelos de portáteis em exposição?
Quantas pessoas precisam de um portátil para as suas actividades profissionais ou de lazer? Muitas!
Dessas muitas, quantas pessoas conseguem distinguir as vantagens e desvantagens de optar pelo processador AMD Turion 64x2 a 1,6 Ghz, em detrimento de um Centrino Core2 Duo T7200 2.o Ghz, ou até de uma placa gráfica Nvidia versus uma Calistoga...
Acredito que a esmagadora maioria dos potenciais compradores de um portátil no "El Corte Inglés" não frequenta os foruns onde se discutem estes pormaiores e outros.
Os vendedores de hardware deviam deixar de se concentrar na venda, para passarem a concentrar-se na facilitação da compra. Se calçarem os sapatos do potencial cliente, veriam o mundo numa perspectiva diferente. A perspectiva de quem precisa de um portátil para resolver um conjunto concreto de problemas, ou necessidades. Perante esse conjunto concreto de necessidades aconselhariam 2/3 opções quase só com base em: estética, marca, ...
-Usará o seu portátil ao ar livre ou terá quase sempre acesso a uma tomada eléctrica? Bateria...
-Viaja muito nos transportes públicos (atenção à idade e forma física)? Peso...
-Que tipo de trabalhos pretende realizar com o seu portátil...
-Costuma jogar jogos no seu portátil...
-Costuma aceder à internet a partir do seu portátil...
sábado, julho 28, 2007
Alex Keaton
Foi dele que me lembrei.
Alex Keaton era a personagem interepretada por Michael J. Fox na série "Quem sai aos seus"(?). Era um jovem fascinado por Wall Street e pelos mercados financeiros.
Lembrei-me porque, ao enviar um e-mail para o meu filho mais novo (com 9 anos), tive de digitar o seu endereço... dinheiro123@...... go figure!
Alex Keaton era a personagem interepretada por Michael J. Fox na série "Quem sai aos seus"(?). Era um jovem fascinado por Wall Street e pelos mercados financeiros.
Lembrei-me porque, ao enviar um e-mail para o meu filho mais novo (com 9 anos), tive de digitar o seu endereço... dinheiro123@...... go figure!
"The Origin of Wealth"
Não resisti a esperar pelas férias e devorei o primeiro capítulo numa penada. Acho que é a isto que se chama uma obra de grande fôlego... uma obra que começa há cerca de 2,5 milhões de anos, tem que se lhe diga!
O livro começa com uma situação... imaginem-se numa aldeia Massai no Quénia, imaginem que estamos a conversar com os elementos dessa tribo de pastores de gado. A certa altura alguém vai-nos perguntar "É dono de quantas cabeças de gado?"
Resposta "Zero, nenhuma!"
Aos olhos daquela tribo serei um indigente. Toda a sua riqueza e noção de riqueza gira em torno do gado.
Depois, o autor compara a tribo Yanomani, que vive nas margens do Orinoco, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, e a tribo dos Nova-Iorquinos que vive nas margens do rio Hudson, na fronteira entre Nova Iorque e Nova Jérsia, outras noções e concepções de riqueza.
O que é a riqueza?
Como se cria riqueza?
Como se multiplica riqueza?
"This book will argue that wealth creation is the product of a simple, but profoundly powerfull, three-step formula-differentiate, select, and amplify-the formula of evolution. The same process that has driven the growing order and complexity of the biosphere has driven the growing order and complexity of the "econosphere". And the same process that led to an explosion of species in the Cambrian period led to an explosion of SKU (stock keeping units) diversity during the Industrial Revolution.
We are accostumed to thinking of evolution in a biological context, but modern evolutionary theory views evolution as something much more general.
Evolution is an algorithm; it is an all-purpose formula for innovation, a formula that, through its special brand of trial and error, creates new designs and solves difficult problems. Evolution can perform its tricks no just in the "substrate" of DNA, but in any system that has the right information processing and information-storage characteristics."
Se quando olho para uma empresa vejo um ser vivo, um organismo vivo... esta proposta faz sentido, até para fazer a ponte para a dinâmica de sistemas.
"The Origin of Wealth" de Eric Beinhocker.
O livro começa com uma situação... imaginem-se numa aldeia Massai no Quénia, imaginem que estamos a conversar com os elementos dessa tribo de pastores de gado. A certa altura alguém vai-nos perguntar "É dono de quantas cabeças de gado?"
Resposta "Zero, nenhuma!"
Aos olhos daquela tribo serei um indigente. Toda a sua riqueza e noção de riqueza gira em torno do gado.
Depois, o autor compara a tribo Yanomani, que vive nas margens do Orinoco, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, e a tribo dos Nova-Iorquinos que vive nas margens do rio Hudson, na fronteira entre Nova Iorque e Nova Jérsia, outras noções e concepções de riqueza.
O que é a riqueza?
Como se cria riqueza?
Como se multiplica riqueza?
"This book will argue that wealth creation is the product of a simple, but profoundly powerfull, three-step formula-differentiate, select, and amplify-the formula of evolution. The same process that has driven the growing order and complexity of the biosphere has driven the growing order and complexity of the "econosphere". And the same process that led to an explosion of species in the Cambrian period led to an explosion of SKU (stock keeping units) diversity during the Industrial Revolution.
We are accostumed to thinking of evolution in a biological context, but modern evolutionary theory views evolution as something much more general.
Evolution is an algorithm; it is an all-purpose formula for innovation, a formula that, through its special brand of trial and error, creates new designs and solves difficult problems. Evolution can perform its tricks no just in the "substrate" of DNA, but in any system that has the right information processing and information-storage characteristics."
Se quando olho para uma empresa vejo um ser vivo, um organismo vivo... esta proposta faz sentido, até para fazer a ponte para a dinâmica de sistemas.
"The Origin of Wealth" de Eric Beinhocker.
sexta-feira, julho 27, 2007
I love this game, parte 2 ou "O rei vai nú"
Consideremos um saco de cor opaca.
Nesse saco vamos colocar: 4400 esferas cor-de-rosa às quais vamos chamar “PS”
Nesse saco vamos, ainda, colocar: 2900 esferas cor-de-laranja às quais vamos chamar “PSD”.
Vamos também acrescentar ao saco 900 esferas vermelhas e pretas às quais vamos chamar “BE”, 800 esferas vermelhas e amarelas às quais vamos chamar “PVP/Verdes” e por fim 600 esferas de cor azul e amarela às quais vamos chamar “CDS/PP).
Agora imaginem que alguém fecha o saco, agita-o fortemente e, ao fim de alguns minutos, retira uma amostra de 100 esferas. Resultados dessa amostragem:
PS: 44%;
PSD: 29%;
BE: 9%;
PCP/Verdes: 8%;
CDS/PP: 6%
As esferas são recolhidas para o saco original novamente, o saco volta a ser fechado e agitado fortemente durante 30 dias. Ao fim dos 30 dias é retirada uma nova amostragem de 100 esferas. Desta vez os resultados são:
PS: 40%;
PSD: 31%;
BE: 11%;
PCP/Verdes: 10%;
CDS/PP: 8%
Perante estes resultados, e comparando com os resultados obtidos no mês anterior pede-se a um “expert” que discorra sobre as razões que levaram a um abaixamento acentuado do número de esferas PS na última amostragem.
O “expert” discorre e discorre, justifica e volta a justificar a evolução, apresenta inúmeras razões para a ocorrência da mesma. A plateia fica impressionada com a argumentação e aplaude.
Até que alguém se levanta e grita “Treta!!!. De um mês para o outro não aconteceu nada, nada que não possa ser explicado pela flutuação estatística, pela aleatoriedade… mais nada. Afinal, veio tudo do mesmo saco com 10000 esferas!!!"
Foi deste cenário que me lembrei esta manhã, ao ouvir na TSF as doutas conclusões de António José Teixeira, para justificar a evolução do barómetro TSF.
Aplicando uma carta de controlo estatístico aos resultados do PS neste ano de 2007 obtemos:
Nesse saco vamos colocar: 4400 esferas cor-de-rosa às quais vamos chamar “PS”
Nesse saco vamos, ainda, colocar: 2900 esferas cor-de-laranja às quais vamos chamar “PSD”.
Vamos também acrescentar ao saco 900 esferas vermelhas e pretas às quais vamos chamar “BE”, 800 esferas vermelhas e amarelas às quais vamos chamar “PVP/Verdes” e por fim 600 esferas de cor azul e amarela às quais vamos chamar “CDS/PP).
Agora imaginem que alguém fecha o saco, agita-o fortemente e, ao fim de alguns minutos, retira uma amostra de 100 esferas. Resultados dessa amostragem:
PS: 44%;
PSD: 29%;
BE: 9%;
PCP/Verdes: 8%;
CDS/PP: 6%
As esferas são recolhidas para o saco original novamente, o saco volta a ser fechado e agitado fortemente durante 30 dias. Ao fim dos 30 dias é retirada uma nova amostragem de 100 esferas. Desta vez os resultados são:
PS: 40%;
PSD: 31%;
BE: 11%;
PCP/Verdes: 10%;
CDS/PP: 8%
Perante estes resultados, e comparando com os resultados obtidos no mês anterior pede-se a um “expert” que discorra sobre as razões que levaram a um abaixamento acentuado do número de esferas PS na última amostragem.
O “expert” discorre e discorre, justifica e volta a justificar a evolução, apresenta inúmeras razões para a ocorrência da mesma. A plateia fica impressionada com a argumentação e aplaude.
Até que alguém se levanta e grita “Treta!!!. De um mês para o outro não aconteceu nada, nada que não possa ser explicado pela flutuação estatística, pela aleatoriedade… mais nada. Afinal, veio tudo do mesmo saco com 10000 esferas!!!"
Foi deste cenário que me lembrei esta manhã, ao ouvir na TSF as doutas conclusões de António José Teixeira, para justificar a evolução do barómetro TSF.
Aplicando uma carta de controlo estatístico aos resultados do PS neste ano de 2007 obtemos:
É que não se passa nada que não possa ser explicado pela flutuação aleatória... não vale a pena encontrar justificações para a mudança. Não há mudança!!!
Há, quando muito, que encontrar justificações para a ausência de mudança!
Industrial Service Profiling
Um artigo que sistematiza informação, que "perfila" os serviços a propor por uma unidade de negócio.
Engraçada a coincidência na linguagem (não há coincidências, todos os acasos são significativos), o título do artigo é "Industrial service profiling: linking service operations to manufacturing strategy" assinado por Pontus Johansson e Jan Olhager (aqui) e este postal.
Acho este tipo de sistematização fundamental para conseguir ver "the whole picture"
Correr, correr, correr, só para não sair do sítio...
O número da edição europeia, de 23 de Julho, da revista Fortune, inclui um artigo com números muito interessantes "The mouse that roared".
"For the fiscal year ended last July 31, Porsche made $1.7 billion on sales of $9.1 billion for a margin of 19.2% - the highest in the industry. (BMW, by contrast, achieved margins of 5.9%, and Toyota, 6.9%.) VW's numbers are not as gaudy. Profit margins are a slim 2.6%, but its net income more than doubled to $3.6 billion in 2006, its highest in five years."
Uma figura da revista mostra a diferença muito mais claramente:
Estes números levam-me a pensar nesta imagem:
Alguns autores referem-se a esta situação como o "red queen effect" (do livro, "Do outro lado do espelho" de Lewis Carroll), correr, correr, correr loucamente, só para não sair do sítio, só para não andar para trás.
Não sou um especialista em números, mas desconfio sempre de apresentações financeiras encabeçadas pelo EBITDA... "Volume is Vanity, Profit is Sanity"
Afinal já abordei o tema aqui, a propósito da necessidade imperiosa de subir na cadeia de valor, tanto mais premente, quanto mais pequena é a organização.
"For the fiscal year ended last July 31, Porsche made $1.7 billion on sales of $9.1 billion for a margin of 19.2% - the highest in the industry. (BMW, by contrast, achieved margins of 5.9%, and Toyota, 6.9%.) VW's numbers are not as gaudy. Profit margins are a slim 2.6%, but its net income more than doubled to $3.6 billion in 2006, its highest in five years."
Uma figura da revista mostra a diferença muito mais claramente:
Estes números levam-me a pensar nesta imagem:
Alguns autores referem-se a esta situação como o "red queen effect" (do livro, "Do outro lado do espelho" de Lewis Carroll), correr, correr, correr loucamente, só para não sair do sítio, só para não andar para trás.
Não sou um especialista em números, mas desconfio sempre de apresentações financeiras encabeçadas pelo EBITDA... "Volume is Vanity, Profit is Sanity"
Afinal já abordei o tema aqui, a propósito da necessidade imperiosa de subir na cadeia de valor, tanto mais premente, quanto mais pequena é a organização.
quinta-feira, julho 26, 2007
Chega de saudade by Joao GIlberto
Com a minha irmã mais nova aprendi a gostar de João Gilberto... foram milhares de kms de carro na sua companhia. Desafinado; Lobo Bobo; Samba de Uma Nota Só; O Pato; Insensatez,... tantas, tantas... Trenzinho; Se é Tarde me Perdoa;...
O elefante, o dragão e os asilados.
O artigo de opinião de José Manuel Moreira, "A verdadeira crise", no Diário Económico" do passado dia 24 de Julho, é um artigo que apetece traduzir para um conjunto de "loops" da dinâmica de sistemas, um conjunto de "loops" que conspiram, para nos remeter para este estado de definhamento em que nos encontramos e enterramos na Velha Europa.
"a liberalização do aborto, agora “corrigida” com um programa de apoio à natalidade que, tal como está desenhado, acabará por ser mais um incentivo ao ciclo vicioso da pobreza e da exclusão."
"o subsídio de desemprego, em vez de ajudar os desempregados, prolonga o desemprego"
"O mesmo para o “serviço nacional de saúde”, o sistema de educação ou as políticas de habitação “social”, incentivadoras de ninhos de violência, de deterioração e insalubridade."
No final do artigo, somos remetidos para o livro "European Dawn: after the social model" de Johnny Munkhammar, uma apresentação das ideias do autor pode ser encontrada aqui.
Penso que é ao minuto 30 que o autor fala de um futuro em que hordas de turistas indianos ricos visitam a Velha Europa, limpa, arrumadinha, preservada, e... pobre!
Pois, enquanto nós por cá, estamos sujeitos a estas teias que nos tolhem a capacidade criativa, a revista Time desta semana traz este artigo, um excerto do livro "The Elephant and the Dragon" de Robyn Meredith, uma apresentação do livro pode ser encontrada aqui.
Enquanto nós por cá aconchegamos o nosso ego, reforçamos preconceitos, e simplificamos o mundo rotulando todos os chineses e indianos de escravos, vamos sendo reduzidos à irrelevância planetária, a uma velocidade ainda superior à da redução da influência da lingua francesa no mundo.
"a liberalização do aborto, agora “corrigida” com um programa de apoio à natalidade que, tal como está desenhado, acabará por ser mais um incentivo ao ciclo vicioso da pobreza e da exclusão."
"o subsídio de desemprego, em vez de ajudar os desempregados, prolonga o desemprego"
"O mesmo para o “serviço nacional de saúde”, o sistema de educação ou as políticas de habitação “social”, incentivadoras de ninhos de violência, de deterioração e insalubridade."
No final do artigo, somos remetidos para o livro "European Dawn: after the social model" de Johnny Munkhammar, uma apresentação das ideias do autor pode ser encontrada aqui.
Penso que é ao minuto 30 que o autor fala de um futuro em que hordas de turistas indianos ricos visitam a Velha Europa, limpa, arrumadinha, preservada, e... pobre!
Pois, enquanto nós por cá, estamos sujeitos a estas teias que nos tolhem a capacidade criativa, a revista Time desta semana traz este artigo, um excerto do livro "The Elephant and the Dragon" de Robyn Meredith, uma apresentação do livro pode ser encontrada aqui.
Enquanto nós por cá aconchegamos o nosso ego, reforçamos preconceitos, e simplificamos o mundo rotulando todos os chineses e indianos de escravos, vamos sendo reduzidos à irrelevância planetária, a uma velocidade ainda superior à da redução da influência da lingua francesa no mundo.
quarta-feira, julho 25, 2007
Cenários e Previsões
A revista Harvard Business Review deste mês inclui (de acesso gratuito na net) o artigo "Six Rules for Effective Forecasting" assinado por Paul Saffo.
Registo aqui alguns trechos que sublinhei, e que vêm na linha do que já aqui relatei, quando escrevi sobre Heijden e os cenários:
"Prediction is possible only in a world in which events are preordained and no amount of action in the present can influence future outcomes. That world is the stuff of myth and superstition. The one we inhabit is quite different—little is certain, nothing is preordained, and what we do in the present affects how events unfold, often in significant, unexpected ways."
"Prediction is concerned with future certainty; forecasting looks at how hidden currents in the present signal possible changes in direction for companies, societies, or the world at large. Thus, the primary goal of forecasting is to identify the full range of possibilities, not a limited set of illusory certainties. "
"Above all, the forecaster’s task is to map uncertainty, for in a world where our actions in the present influence the future, uncertainty is opportunity.
Unlike a prediction, a forecast must have a logic to it. That’s what lifts forecasting out of the dark realm of superstition. The forecaster must be able to articulate and defend that logic. Moreover, the consumer of the forecast must understand enough of the forecast process and logic to make an independent assessment of its quality—and to properly account for the opportunities and risks it presents. The wise consumer of a forecast is not a trusting bystander but a participant and, above all, a critic."
"As a decision maker, you ultimately have to rely on your intuition and judgment. There’s no getting around that in a world of uncertainty. But effective forecasting provides essential context that informs your intuition. It broadens your understanding by revealing overlooked possibilities and exposing unexamined assumptions regarding hoped-for outcomes."
No fim, no fim, depois de tudo o que é analisado, dito e discutido, a formulação de uma estratégia é uma arte, por isso não deve ser deixada a cargo dos técnicos, dos consultores, dos "outsiders" (podem ser, é o que tento fazer, facilitadores), mas a decisão é do político, do gestor do empreendedor.
"At the end of the day, forecasting is nothing more (nor less) than the systematic and disciplined application of common sense. It is the exercise of your own common sense that will allow you to assess the quality of the forecasts given to you—and to properly identify the opportunities and risks they present. But don’t stop there. The best way to make sense of what lies ahead is to forecast for yourself."
Há uma frase que ouvi ser atribuída a Adriano Moreira (antigo dirigente do CDS) e que se encaixa na lógica deste último parágrafo "Não nos cansamos de surpreender com o óbvio", ou, como diz Pacheco Pereira "estava escrito nas estrelas", não é bem nas estrelas... como não há acasos, o futuro já está a ser preparado hoje, pelas nossas decisões e pelas nossas omissões.
Registo aqui alguns trechos que sublinhei, e que vêm na linha do que já aqui relatei, quando escrevi sobre Heijden e os cenários:
"Prediction is possible only in a world in which events are preordained and no amount of action in the present can influence future outcomes. That world is the stuff of myth and superstition. The one we inhabit is quite different—little is certain, nothing is preordained, and what we do in the present affects how events unfold, often in significant, unexpected ways."
"Prediction is concerned with future certainty; forecasting looks at how hidden currents in the present signal possible changes in direction for companies, societies, or the world at large. Thus, the primary goal of forecasting is to identify the full range of possibilities, not a limited set of illusory certainties. "
"Above all, the forecaster’s task is to map uncertainty, for in a world where our actions in the present influence the future, uncertainty is opportunity.
Unlike a prediction, a forecast must have a logic to it. That’s what lifts forecasting out of the dark realm of superstition. The forecaster must be able to articulate and defend that logic. Moreover, the consumer of the forecast must understand enough of the forecast process and logic to make an independent assessment of its quality—and to properly account for the opportunities and risks it presents. The wise consumer of a forecast is not a trusting bystander but a participant and, above all, a critic."
"As a decision maker, you ultimately have to rely on your intuition and judgment. There’s no getting around that in a world of uncertainty. But effective forecasting provides essential context that informs your intuition. It broadens your understanding by revealing overlooked possibilities and exposing unexamined assumptions regarding hoped-for outcomes."
No fim, no fim, depois de tudo o que é analisado, dito e discutido, a formulação de uma estratégia é uma arte, por isso não deve ser deixada a cargo dos técnicos, dos consultores, dos "outsiders" (podem ser, é o que tento fazer, facilitadores), mas a decisão é do político, do gestor do empreendedor.
"At the end of the day, forecasting is nothing more (nor less) than the systematic and disciplined application of common sense. It is the exercise of your own common sense that will allow you to assess the quality of the forecasts given to you—and to properly identify the opportunities and risks they present. But don’t stop there. The best way to make sense of what lies ahead is to forecast for yourself."
Há uma frase que ouvi ser atribuída a Adriano Moreira (antigo dirigente do CDS) e que se encaixa na lógica deste último parágrafo "Não nos cansamos de surpreender com o óbvio", ou, como diz Pacheco Pereira "estava escrito nas estrelas", não é bem nas estrelas... como não há acasos, o futuro já está a ser preparado hoje, pelas nossas decisões e pelas nossas omissões.
Leitura de férias
Finalmente chegou a minha leitura de férias, "The origin of wealth" de Eric Beinhocker.
terça-feira, julho 24, 2007
O negócio, e os clientes-alvo dos políticos
Na última página do jornal Público de hoje, do artigo de opinião de Rui Tavares "O fim da quadratura do círculo (I)" ficou-me a ressoar na cabeça a frase "fazer um discurso para o povo das fábricas que fecham e outro para os empresários dinâmicos que de vez em quando fecham as fábricas."
Duas reflexões:
Primeira:
Se, como consultor, trabalhasse para um político, teria de o ajudar a concentrar o seu discurso, as suas acções e promessas num único propósito, ganhar eleições. O negócio dos políticos é ganhar eleições!
Para ganhar eleições, o político tem deconcentrar o seu discurso, acções, visibilidade, promessas nos clientes-alvo: os eleitores que poderão votar nele.
Quantos votos representam "o povo das fábricas" e os "empresários"?
Quem quer ganhar eleições não fala para esta gente a sério, porque sabe que são um segmento marginal, em termos numéricos.
O que é aterrador, é que para ganhar eleições, nos tempos que correm, é preciso, ou basta, seduzir reformados, funcionários públicos e quem vive à custa de contratos e rendas fornecidas pelo estado. Numericamente é suficiente!
Segunda:
Quem são "os empresários empresários dinâmicos que de vez em quando fecham as fábricas."?
Se descontarmos os gestores das multinacionais, que primeiro fecharam em França e na Alemanha, para abrir em Portugal, e que agora fecham para abrir na Bulgária, ou na Estónia... quantos empresários fecham de livre vontade a sua empresa? Quantos optam pelo encerramento como a medida mais fácil, como a primeira medida?
Até parece que o encerramento das empresas não é uma actividade dolorosa também, para os empresários!!!
Nas pequenas cidades deste país, o encerramento de uma empresa, mesmo podendo ser racionalmente a decisão correcta, é o último recurso... o falatório, a vergonha, o fracasso ainda é um factor importante a ter em conta.
Duas reflexões:
Primeira:
Se, como consultor, trabalhasse para um político, teria de o ajudar a concentrar o seu discurso, as suas acções e promessas num único propósito, ganhar eleições. O negócio dos políticos é ganhar eleições!
Para ganhar eleições, o político tem deconcentrar o seu discurso, acções, visibilidade, promessas nos clientes-alvo: os eleitores que poderão votar nele.
Quantos votos representam "o povo das fábricas" e os "empresários"?
Quem quer ganhar eleições não fala para esta gente a sério, porque sabe que são um segmento marginal, em termos numéricos.
O que é aterrador, é que para ganhar eleições, nos tempos que correm, é preciso, ou basta, seduzir reformados, funcionários públicos e quem vive à custa de contratos e rendas fornecidas pelo estado. Numericamente é suficiente!
Segunda:
Quem são "os empresários empresários dinâmicos que de vez em quando fecham as fábricas."?
Se descontarmos os gestores das multinacionais, que primeiro fecharam em França e na Alemanha, para abrir em Portugal, e que agora fecham para abrir na Bulgária, ou na Estónia... quantos empresários fecham de livre vontade a sua empresa? Quantos optam pelo encerramento como a medida mais fácil, como a primeira medida?
Até parece que o encerramento das empresas não é uma actividade dolorosa também, para os empresários!!!
Nas pequenas cidades deste país, o encerramento de uma empresa, mesmo podendo ser racionalmente a decisão correcta, é o último recurso... o falatório, a vergonha, o fracasso ainda é um factor importante a ter em conta.
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