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domingo, dezembro 27, 2020

Uma sequência de projectos em vez de um único projecto

Na linha do que escrevi em:

Dois artigos na senda do que Schaffer propunha, transformar um projecto grande numa sequência de projectos pequenos:
"First, it is hard to envision the specific tasks that actually need to get done to achieve a big goal. No matter how well you plan for a big task, there are certain details that are not obvious until you have completed it.
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Second, for very large tasks you often do not get feedback on your success until many of the pieces of that project are in place. Even if particular elements of the task appear to be going well, the success of the large-scale project requires integrating all of the specific tasks in a coordinated fashion.
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By starting out with smaller projects that encompass the range of tasks involved in larger projects, you help to deflate some of this overconfidence. You learn what is involved in expert performance, and you get plenty of chances to refine your abilities."

segunda-feira, setembro 09, 2019

Avaliar projectos (parte IV)



Este ano descobri uma norma que não conhecia, a ISO 14005:2010. Entretanto, essa mesma norma foi actualizada em 2019.

O que gostei na abordagem dessa norma foi o "time to market".

Implementar um sistema de gestão da qualidade ou do ambiente leva o seu tempo, é preciso montar o sistema, muitas vezes de raiz a partir do nada ou do quase nada. Por isso, até que se comecem a ver resultados palpáveis traduzidos em melhorias pode durar algum tempo.

O que é que a abordagem da ISO 14005 propõe?
Em vez de montar um sistema de gestão completo, fazer um rápido levantamento ambiental inicial, seleccionar um tema relevante (por exemplo, consumo de energia, ou gestão de resíduos, ou emissões gasosas) e atacá-lo de uma ponta à outra. E reduzir o tempo entre o começo do projecto e a obtenção dos primeiros resultados.

Este tema faz-me lembrar um dos meus primeiros gurus, ainda trabalhava por conta de outrém e já lia Robert Schaffer.

Recordo, por exemplo, "Uma sucessão de pequenos projectos que produzem resultados rapidamente".

Fiz a ligação com a ISO 14005 ao ler este artigo "For a successful transformation, start by sprinting":
"When done well, an organizational redesign fosters improved strategic focus, higher growth, better decision-making and more accountability.
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However, a McKinsey survey revealed that only 30 percent of organizational redesigns are successful in terms of achieving overall objectives and improved performance. That means a daunting 70 percent of transformations fail.
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More than 80 percent of executives have gone through an organizational redesign at their current company. They know that a transformation is a marathon. But to get to the finish line, it pays to do implementation sprints. That means taking a simpler, iterative approach; learning as you go; and correcting course more frequently. Under this approach, concept development and implementation are linked, running in parallel.
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To get to the finish line, it pays to do implementation sprints.
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There are six things to keep in mind when going through a transformation:
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Be bold: Set a clear and ambitious target that will help you substantially transform your organization and let it guide your future operating model.
Slim it down: Create a simplified first version of your envisioned end-state that will still deliver a significant amount of impact in the first phase of implementation.
Prioritize change initiatives: Don’t kick off all new initiatives at once. Instead, be clear about how the initiatives will be sequenced and how they relate to one another.
Conduct implementation sprints: Kick off the implementation in short design-test-apply cycles.
Adapt and hone when needed: React to requirements that emerge during the transformation and course-correct whenever needed.
Keep your eye on the ball: Stay focused on the actual end product: a truly transformed organization, not a perfectly designed plan. Embrace constant reality checks and adapt the plan accordingly. This helps to concentrate resources on those areas that contribute the most value.
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Change is not easy, and the odds are hardly in any transformation’s favor. But tackling the root of the problem by simplifying the design and using a pragmatic approach—through implementation sprints—will boost the likelihood of success."
Outra consequência importante da abordagem do ano como um projecto: "React to requirements that emerge during the transformation and course-correct whenever needed." - Aumentar a velocidade de aprendizagem.

domingo, setembro 08, 2019

Avaliar projectos (parte III)

Parte I e parte II.

O que me atrai na abordagem do ano como um projecto está sintetizada nesta frase retirada de “The Power of Moments” de Chip e Dan Heath:
This is the great trap of life: One day rolls into the next, and a year goes by, and we still haven’t had that conversation we always meant to have. Still haven’t created that peak moment for our students. Still haven’t seen the northern lights. We walk a flatland that could have been a mountain range.”
Isto faz-me recordar a diferença entre empurrar e puxar, um postal velhinho de Setembro de 2006, 13 anos feitos anteontem,  "Puxar, não empurrar".
E agora recordei um outro postal, o da corda dos ninjas, Julho de 2008, "Fazer uma excursão até ao Futuro Imaginado":
Que posso complementar com "imagine o futuro. Tire a foto do futuro. Não vai para lá... JÁ LÁ ESTÁ! Agora, pinte o quadro." e com "Transformar uma empresa em 3 passos".

A abordagem do ano como um projecto obriga-nos a começar pelo fim e cria o tal "Future Pull":



sexta-feira, maio 01, 2009

Contar histórias, desenvolver narrativas

Há dias no Blasfémias, João Miranda recordou este discurso da dona de casa:


Nos últimos 20 segundos do vídeo as palavras de Tatcher são acompanhadas por imagens de gente anónima que pretendem representar, concretizar o que as palavras vão dizendo.
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Rapidamente nos lembramos deste discurso de Churchill (sobretudo dos últimos 3/4 minutos), deste outro de Luther King, também deste outro escrito por Shakespeare e posto na boca do rei Henrique V antes da batalha de Azincourt (como eu gosto deste discurso, reparem no conteúdo da mensagem a partir dos 50 segundos: imagens, imagens, imagens... do futuro. We few, we happy few, we band of brothers...)
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Estes discursos que motivam, que dão ânimo para as dificuldades não são prescritivos, não dizem o que vai ser feito, como vai ser feito. Levam-nos a viajar mentalmente para o futuro e inundam-nos de imagens desse futuro desejado, e os ouvintes começam a ver esse futuro, começam a perceber qual o ponto de chegada, qual o destino.
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O que estes discursos têm em comum é uma história, contam uma história do futuro. Contam uma história simples do futuro, uma história com poucos detalhes, quanto menos detalhes mais os ouvintes se colocarão a eles próprios na história e poderão rever-se como seus protagonistas.
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O discurso de Tatcher fez-me voltar à prateleira e procurar o número de Maio de 2004 da revista Harvard Business Review... um artigo de Stephen Denning "Telling Tales":
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"Analysis might excite the mind, but it hardly offers a route to the heart. And that's where we must go if we are to motivate people not only to take action but to do so with energy and enthusiasm. At a time when corporate survival often requires disruptive change, leadership involves inspiring people to act in unfamiliar, and often unwelcome, ways. Mind-numbing cascades of numbers or daze-inducing PowerPoint slides won't achieve this goal. Even the most logical arguments usually won't do the trick.
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But effective storytelling often does. In fact, in certain situations nothing else works."
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Continua
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Estão a ver quem caçou em África, as histórias que contam, os exageros, as metáforas, os cheiros... estão a ver os velhos, muitos anos depois, a arregaçarem as mangas e a mostrarem as cicatrizes, quais medalhas especiais, que conquistaram em Azincourt no dia de São Crespim/Crespiniano? Estão a ver os seus olhos a brilhar?

segunda-feira, agosto 11, 2008

Visão e Missão: Futuro e Propósito

A última reflexão que retiro do livro de Richard Normann "Reframing Business When the Map Changes the Landscape" é sobre os conceitos de missão e visão.
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São conceitos que volta e meia voltam à baila, julgo que a reflexão de Normann denota profundidade e substância.
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"I see 'mission' and 'vision' as artefact concepts which are deliberately used to create purposeful, collective action. They do so by making gaps visible."
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"Vision definetely is in the time domain, about the future. It implies a gap between an imagined future state and the present state.
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Mission is not related to time in the same manner. Instead, mission is related to what value creating domain we participate in and how, i.e. what role we have in what larger system.
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This definition of mission also means that mission can (but not necessarily) imply a gap between the present state and some desired state."
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"So, mission is a description of what differences our existence makes to the context we function in, whereas vision defines a gap between the present and some future state. Vision always implies a gap. mission may imply the existence of a gap but doesn't have to."
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"But vision does not have to imply mission. Mission always implies reasoning in terms of what effects you have on the external world and its betterment. Vision may be about effects on the external world, but it may also be only about the state of our own organization (for example its size, its profitability, its competence, how it makes its shareholders rich, how it gains power)."
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"All visions are about the future; all missions are about the effects on the external world."
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"Why are vision and mission interesting conceptual artefacts? Because of the inherent importance of 'gaps' and of 'meaning' and 'purpose' to create (individual and collective) action in human beings... probably the most important 'atractor' equivalent in social systems is 'meaning'.
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In complexity theory, 'atractor' means some sort of principle or 'magnetic field' which can serve to bring the energy of many seemigly disparate elements and actions to move in some particular direction; when suddenly the system acquires qualities beyond those of its elements. This happens normally when a compex system reaches a 'fracture point' in which it takes on a different logic moving towards a different state of organization and structure."
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"visionary leaders who did not formulate a vision about a mission wil be much more quickly forgotten."
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BTW, nesta obra, Richard Normann racionaliza, de certa forma, o exercício de sair para fora do corpo, como o realizar, com o upframing e o downframing.

sábado, julho 12, 2008

Fazer uma excursão até ao Futuro Imaginado

No livro "Think Better" de Tim Hurson encontrei a uma descrição muito próxima da minha abordagem inicial ao desafio da formulação de uma estratégia.
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Construir um balanced scorecard sem uma estratégia definida previamente... é um bom negócio para consultor e pouco mais.
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Tim Hurson propõe a seguinte bateria de questões:
  • Qual é a coceira? Qual é a comichão? Qual é a preocupação? Qual é a incomodidade? O que é que nos faz estar descontentes, ou sentir uma irritação que nos impele a fazer algo para mudar?
  • Qual o impacte? Qual o efeito? Quais as consequências da coceira? Por que é que é importante?
  • Qual a informação? O que sabemos acerca da coceira e das suas causas? O que mais precisamos de saber?
  • Quem está envolvido? Quem são as partes interessadas? Quem pode ser afectado pela coceira? Quem pode influenciar a coceira?
Chegados aqui, a questão seguinte é:
  • Qual a Visão? Qual é a nossa visão de um futuro em que a coceira já estará resolvida?
Ou seja, é preciso estabelecer uma visão para o futuro. Tim Herson chama a esse futuro o futuro-alvo.
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"The Target Future is the place you want to get to. It doesn't tell you how you'll get there; in other words it is not a solution. Rather, it is a brief description of a future in which your issue is resolved and your Itch no longer irritates you"
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A seguir o autor coloca um segundo grande desafio responder à questão "O que é o sucesso?"
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A linguagem que o autor utiliza é tão parecida com a que utilizo que até mete impressão, basta pesquisar neste blogue (o livro é de 2008): .
"The purpose of What's Success? is to create Future Pull: to make you care. Deeply. I like to think of this phase ... as throwing a grappling hook into the future. You wind up and hurl that hook into the most compelling future you can imagine. It latches on firmly, and then you start to pull yourself into that future.
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That's creating Future Pull." ...
"One of the most useful tools to establish Future Pull is the Imagined Future (IF) excursion. You can use IF excursions to generate what it would be like if you succeeded in resolving your Itch and reaching your Target Future.
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"Tell yourself a story about a day in the life of your Imagined Future. Be as vivid and sensory as possible. The more robust your description is, the more compelling it will be for you. Don't worry about what's realistic or not realistic. Just imagine the ideal future you would like to see...
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"Close your eyes and imagine actually being in the future you've targeted."


segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Sensemaking e Visioning

Ontem à noite, ao ler o número de Fevereiro da Harvard Business Review, encontrei o artigo "In Praise of the Incomplete Leader" de Deborah Ancona, Thomas Malone, Wanda Orlikowski, e Peter Senge. Qual não foi o meu espanto quando... o artigo começa a falar da minha última paixão: "sensemaking". Depois, ainda por cima fala de "visioning".

"Sensemaking and relating can be called the enabling capabilities of leadership. They help set the conditions that motivate and sustain change. The next two leadership capabilities—what we call “visioning” and inventing—are creative and action oriented: They produce the focus and energy needed to make change happen.
Visioning involves creating compelling images of the future. While sensemaking charts a map of what is, visioning produces a map of what could be and, more important, what a leader wants the future to be."

"They use stories and metaphors to paint a vivid picture of what the vision will accomplish, even if they don’t have a comprehensive plan for getting there. "