terça-feira, maio 21, 2024

Curiosidade do dia

Learned helplessness:
 “people who have been previously taught that they lack control do not attempt to exercise it, and instead meekly suffer the consequences”

Learned helplessness, um estado psicológico no qual um indivíduo, após exposição repetida a eventos negativos incontroláveis, acredita que é impotente para mudar a sua situação, mesmo quando surgem oportunidades para o fazer. Isto leva à passividade, à diminuição da motivação e a uma sensação de desesperança, que pode persistir mesmo quando as circunstâncias mudam e o controle é possível.

Penso logo nas crianças treinadas na learned helplessness em casa e na escola.

Trecho retirado de "The Problem with Change" de Ashley Goodall.

Subsídio para um ministro (parte II)

Parte I.

Primeiro, "Governo quer aumentar produção nacional de azeite".

Aqui no blogue sou criticado porque as pessoas não distinguem o Carlos-consultor do Carlos-cidadão. O Carlos-consultor tem uma missão com o seu trabalho, o Carlos-cidadão tem expectativas e desejos para a sua comunidade.

E o ministro da agricultura?

"Entre os anos 2000 e 2023 a produção de azeite mais do que quintuplicou em Portugal. As exportações aumentaram mais de 12 vezes e foi ultrapassada a fasquia dos mil milhões de euros em 2023. Mas, segundo o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, "um dos objetivos [deste Governo] é aumentar a produção e diversificar os mercados, que ficam muito dependentes de Espanha e do Brasil"
O ministro esteve ontem em Valpaços, na Feira Nacional de Olivicultura e no Congresso Nacional do Azeite, organizados pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo e pela autarquia local, e defendeu que o apoio "deverá ser maior" em sítios onde a produção é menor."

Posso pensar no ministro da agricultura que trabalha para os consumidores e posso trabalhar no ministro da agricultura que trabalha para os agricultores. Será que uns e outros têm interesses totalmente convergentes?

E quando digo que o ministro da agricultura trabalha para os agricultores não estarei a ser simplista? Que agricultores? Os que espalham bosta? Ou os gafanhotos prontos a voar para outras paragens quando for preciso?

O cultivo da oliveira existe há milhares de anos na Ibéria e agora vem o ministro e diz:
"Claro que "há desafios que é necessário vencer" como as "alterações climáticas e a seca". Dai que no programa do Governo conste um "plano de armazenamento e abastecimento eficiente da água""

Isto é tão absurdo... como se a oliveira fosse uma árvore dos celtas do norte da Europa. 

Será que o ministro estava a falar para os "so-called agricultores" da produção intensiva? Onde anda a agricultura de joalharia de Jaime e de Cristas?

Os colectores de impostos nos principados alemães, aprendi com Reinert, perceberam que as cidades geravam mais impostos que as zonas rurais... aprenderam na prática aquilo a que hoje se chama a lei dos rendimentos decrescentes. Num processo produtivo, à medida que se aumenta a quantidade de um factor de produção enquanto os outros factores são mantidos constantes, haverá um ponto a partir do qual os aumentos adicionais desse factor resultarão em incrementos progressivamente menores na produção total.

Será que o Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo e a autarquia de Valpaços têm como missão promover a produção intensiva de azeite? 

Há dias, no meu último almoço com o parceiro das conversas oxigenadoras, ele pegou em algo que eu disse e disparou:
- Crescer um negócio é bom?

Eu, dei resposta de consultor:

Um ministro da agricultura ao visitar uma Feira Nacional de Olivicultura e um Congresso Nacional do Azeite poderia trabalhar a mente dos agentes do sector para subirem na escala de valor, a via sustentável. Poderia dizer que os agricultores têm de deixar de vender azeite, uma commodity, e começar a vender azeite com uma marca, uma tradição, um local... sim joalharia.

Já agora, reparem nisto "Apesar do aumento vertiginoso do preço do azeite consumo caiu 11% em 2023 - CEPAAL".

""É interessante que, apesar deste aumento vertiginoso dos preços, que aumentaram mais de 100% a quebra no consumo português no ano todo de 2023, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, foi apenas 11%", afirmou Gonçalo Morais Tristão, que falava em Valpaços, à margem da 7.ª edição do Congresso Nacional do Azeite."

Agora, recordem o Evangelho do Valor de 2011 e pensem no lucro que os agricultores poderão ter obtido. Ainda bem!!! Vejam a simulação no exemplo da parte I.

Agora, fiquem desapontados com o que se segue, dito pela mesma pessoa:

"Agora, acrescentou, se a campanha deste ano e nos próximos for boa "é natural que os preços desçam".

"Não me pergunte exatamente para que valor, mas é natural que desçam", realçou, mas, acrescentou, não para valores como os verificados há uns anos em que o quilo do azeite era vendido a cerca de dois euros.

"E isso é bom para todos, para o produtor e para o consumidor, porque o consumidor também tem que valorizar o produto excelente que fazemos em Portugal", salientou."

"porque o consumidor também tem que valorizar o produto excelente que fazemos em Portugal"!!! Come on, em que mundo vive este senhor? É por causa de afirmações como as deste senhor que aviso para ter cuidado com catequistas no poder.

O consumidor quando tem de escolher entre commodities, escolhe o preço mais baixo. E se a produção for boa em Espanha, a partir de certa altura haverá pressão para escoar inventário... e os preços descerão o que terão de descer, lei da oferta e da procura, concorrência perfeita.

O que um congresso deste tipo poderia tentar era desafiar os produtores para fugirem da commoditização, apostarem na concorrência imperfeita. Pegarem no dinheiro ganho em 2024 e trabalharem naquela parte que a Mariana não conhece, trabalharem os custos do futuro, criarem uma marca sem pressas, à la Purdue.

Atenção, uma marca requer autenticidade. Não me tentem vender marca de azeite da grande distribuição como MARCA, mesmo com vídeos de publicidade bem feitos, mas que transpiram a falta de autenticidade. A Fiat não conseguiu vender carros de luxo.

Era bom que o ministro descobrisse o Evangelho do Valor, mas há poucos pregadores.

segunda-feira, maio 20, 2024

Curiosidade do dia

Como começa:

Como acabará: 

 

Subsídio para um ministro (parte I)

Como se calcula o lucro?

Lucro = Vendas - Custos
Lucro = Vendas - Custos variáveis - Custos fixos

É possível aumentar o lucro reduzindo os custos fixos e variáveis, mas já sabemos o quão reduzido é o impacte, basta recordar o Evangelho do Valor. No entanto, a maior parte dos conselhos vão neste sentido.

Vamos ver as vendas.

Vendas = Número de clientes x Valor médio de cada transacção x Número médio de transacções por cliente e por ano.

Como se pode aumentar as vendas?

Aumentando o número de clientes ou aumentando o valor médio de cada transacção. A maior parte das empresas foca-se na primeira hipótese: Aumentar o número de clientes. Vejamos o que isso implica tendo em conta números retirados do livro "Price: The fastest way to change profits" de Mark Wickersham.

No ano 0 a situação era esta:
O que acontece quando as vendas crescem 10%?
O lucro cresceu 149%.

O que acontece quando o preço cresce 10% (assumindo que não se perdem clientes)?
O lucro cresceu 257,6%.

A velha lição que aprendi com Marn e Rosiello.

E se o preço aumentar 10% e se se perderem 10% dos clientes ainda assim o lucro cresce mais de 82%.
E se o preço aumentar 100% e se se perderem só 11% dos clientes o lucro cresce mais de 2100%.

Amanhã vamos para a parte II desta série.

domingo, maio 19, 2024

Curiosidade do dia

No último número do Dinheiro Vivo um artigo com este título, "Carlos Abade "A taxa turística é um custo agressivo. Regiões têm de se manter competitivas"".

Pessoalmente sou contra a taxa turística, mas não é esse o tema. Olho para o título do artigo com as palavras do Presidente do Turismo de Portugal. 

Entretanto, no artigo leio:
"O preço médio por noite no alojamento tem vindo a subir a dois dígitos. Isto é um fator de atração ou pode também ser um fator de afastamento de turistas?
Não se evolui na cadeia de valor no sentido da redução dos preços. O que se faz é evoluir naquilo que é a qualidade da oferta e, naturalmente que a qualidade da oferta tem de ter o correspondente valor desse aumento. É o caminho que o setor tem feito. Não é um caminho no sentido de um turismo de massas. Não. E um caminho no sentido de um turismo de qualidade, que aporta valor. E, aliás, é nesse contexto que tem havido até uma diversificação para mercados de maior valor acrescentado."

Como conciliar os dois pensamentos? 

Faz-me lembrar um discurso parolo de 2008 que registei em I wonder... 

É tudo verdade, mas também é tudo mentira

Na passada sexta-feira publiquei Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas (parte IV) onde citei um postal de 2013, "São as decisões dos humanos que ajudam a fazer a diferença".

Esse postal de 2013 tem uma afirmação que na minha mente, de alguma forma ficou parcialmente obsoleta. Na altura escrevi:
"Não é o sector que determina o desempenho, não há sectores velhos e obsoletos, são as escolhas de gestão, são as apostas estratégicas, são as decisões dos humanos que ajudam a fazer a diferença. E que diferença"

É tudo verdade, mas também é tudo mentira... não me quero repetir, escrevi o argumento recentemente em Think again!

sábado, maio 18, 2024

Estratégia em todo lado - não é winner-take-all (Parte VIII)

Há anos que escrevo sobre o futuro das plataformas - Estratégia em todo lado - não é winner-take-all:


O artigo sugere que, embora a dominância de plataformas do tipo "winner-take-all" como o Google e a Amazon tenha levado a um controlo significativo do mercado e a uma disparidade económica, há uma tendência de mudança para a descentralização com o advento das tecnologias Web3. A Web3, com os seus mecanismos de "decentralized trust mechanisms like blockchain and smart contracts", oferecerá um novo quadro que poderá potencialmente reduzir o poder monopolista dessas plataformas.

Segundo o artigo a Web3 poderá permitir:
  • Reduzir a dependência de plataformas centrais através de sistemas descentralizados, que poderão empoderar entidades menores e novos participantes.
  • Deslocar o poder económico ao alterar as formas como os dados são possuídos e geridos, redistribuindo potencialmente o valor capturado por grandes plataformas.
  • Encorajar sistemas de apoio regulatórios e de pares que favoreçam a concorrência justa e abordem desequilíbrios de poder inerentes à economia digital actual.
Algures escrevi aqui no blogue que não interessa estar na plataforma com a maior audiência, interessa estar na plataforma com a audiência-alvo.

18 de Maio de 1920

sexta-feira, maio 17, 2024

Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.

No ano passado apresentei aqui a minha tese para explicar a evolução negativa da produtividade industrial norte-americana. Tese que voltei a referir recentemente em Bons empregos...

Entretanto, esta semana via Twitter fui encaminhado para America's Manufacturing Productivity Problem.

Olhando para os gráficos pode-se concluir que a causa com maior impacte na tendência negativa da produtividade na indústria norte-americana é/foi a deslocalização das indústrias de alta tecnologia. Esta tendência teve um efeito profundo porque os sectores de crescimento elevado da produtividade, como a electrónica, eram um impulsionador significativo da produtividade industrial global. O declínio deste sector por si só explica cerca de 40% do declínio da produtividade industrial durante a década de 2010. A transferência destas indústrias para o estrangeiro não só reduziu a participação da indústria de alta tecnologia nos EUA, como também levou a uma mudança mais ampla para sectores de menor tecnologia e menor produtividade dentro da base industrial norte-americana.

Em a Receita irlandesa e no recente Think again! ilustro como o salto da produtividade irlandesa foi feito à custa do contrário do que aconteceu na indústria norte-americana, em vez de "deslocalização das indústrias de alta tecnologia" tivemos uma "localização das indústrias de alta tecnologia". Daí o título desta série que muitos ainda não perceberam, precisamos de atrair e manter os mastins dos Baskerville.

BTW, desde 2008(?) que olho com curiosidade para a distribuição da produtividade intrasectorialmente. Por isso, no mesmo site referido acima, sobre a produtividade norte-americana, é interessante perceber que a tendência de aumento da dispersão da produtividade, ou seja, a diferença entre os fabricantes mais e menos produtivos, aumentou. Isto é particularmente evidente nos sectores de alto crescimento da produtividade, como a electrónica, onde algumas empresas permanecem altamente produtivas, enquanto a maioria fica para trás devido à difusão mais lenta da inovação e ao crescimento reduzido da I&D. Em países como Portugal acrescentaria também como motivo as paletes e as bofetadas.

quinta-feira, maio 16, 2024

Curiosidade do dia

Há anos que escrevo aqui sobre o oxímoro que é meter na mesma frase Inditex e sustentabilidade. Recordo Are you prepared to walk the talk? (parte II) 

No FT de hoje é publicada a Europe's Climate Leaders list que inclui no topo da "Textiles, apparel & luxury goods" a Inditex. Podia enveredar por uma via cínica, até porque a H&M também faz parte da lista, mas tenho de reconhecer que a Inditex tem feito mudanças estratégicas para fugir do fast-fashion.

Verdade seja dita que não entro numa loja da Zara à mais de 18 meses, não sei se na prática mudou alguma coisa.



Acerca da redução do IRC

Camilo Lourenço termina o seu programa diário da passada quinta-feira (ver a partir do minuto 26:30) a demonstrar que ainda não percebeu o tema do IRC.

Caro Camilo, a redução do IRC não é estratégica por causa das empresas portuguesas, mas por causa dos mastins dos Baskerville.

Pois, Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas (parte III)

Recordo o que acontece, quando os mastins não aparecem:

"Cerca de 80% da criação de emprego dos últimos dois anos, em Portugal, isto é, desde que começou a crise inflacionista (acelerada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia), é explicada pela criação de postos de trabalho pouco ou nada qualificados.

A "resiliência" e a "força" do emprego, que tantas vezes tem sido destacada por políticos e decisores, é afinal pouco rica em qualificações e está associada a salários normalmente muito baixos, o que também pode ajudar a explicar a baixa produtividade da economia portuguesa."

 

quarta-feira, maio 15, 2024

Curiosidade do dia

"'The Profiteers: How Business Privatizes Profits and Socializes Costs', by Christopher Marquis

"Most economics students will be familiar with the concept of externalities: "the negative side effects of a company's operations and practices, that are not factored into their profit and loss statements", in the telling of Judge Business School professor Christopher Marquis. In this engaging read, he brings to life the real-world manifestations of this rather dry term, showing how the public and environment pay the hidden costs of business while irresponsible corporations reap the rewards.

Examples range from industrial carbon emissions that cause climate change, flooding and failed harvests; to discriminatory practices that hold back the marginalised; to vast imbalances in income and returns that entrench inequality. Marquis reserves special ire for greenwashing companies that pretend responsibility while wreaking havoc on the planet and doing little to clean it up.

At root, he argues, is a shareholder capitalism in which corporations "only engage in activities that increase profits" and limit responsibility for any damage that causes. Yet despite his systemic diagnosis, the book is not despairing. It details many encouraging examples of change, and does not limit itself to radical projects. Marquis argues large investment portfolios, for example, are well positioned to take externalities into account because some companies in them will inevitably be hit by risks created by others' gains."

Recordo logo as paletes

Calibrar a mudança (parte II)

Era minha intenção escrever a continuação da Parte I avançando para mais uma nota retirada do artigo da HBR deste mês. Contudo, a minha leitura matinal de ontem parece-me perfeitamente adequada para servir de ligação ao tema da calibração da mudança:

"We begin with what happens to humans when the future is uncertain, as, for example, when it's not clear what the impact of the new initiative is going to be, or when it's not clear who's in charge or how long that person will be around for.

...

We really don't like uncertainty.

...

Fear and anxiety are different, in other words, because fear comes with an ending. ... But when our stress is not immediately related to an object, then there is nothing to remove in order to alleviate it. This is what's particularly pernicious about uncertainty, then: It is unbounded.

...

But here's the rub: It's very hard to make safety signals for humans at work, precisely because change at work is so often unbounded.

...

Beyond ulcers, another characteristic of our response to uncertainty is that we become less rational.

...

Unbounded uncertaintywhich we can think of as the possibility of disruptive change coupled with the absence of any credible signal that things will return to normal-produces high levels of stress. At the same time, our need for an end to unpredictability leads us to attempt to latch on to anything that offers the promise of a return to certainty, however irrational those things may be."


Trechos retirados de "The Problem with Change" de Ashley Goodall.

terça-feira, maio 14, 2024

Curiosidade do dia

Agora é a vez de mais um "enviado da troika", Martin Wolf, em "Increased longevity will bring profound social change":

"People will have to work longer and pension systems will need to be transformed. [Moi ici: Come on! Qual o político com eles no sítio para nos dizer isto na cara?"]

...

In the UK in 1965, the most common age of death was in the first year of life. Today the most common age to die is 87 years old. [Moi ici: Olha, o 25 de Abril também teve efeitos na mortalidade infantil do Reino Unido]

...

in 1990, there were only 95,000 people over 100 years old in the world. Today, there are over half a million, and rising.

...

Equally clearly, a world in which most are likely to live into their 90s, many even longer, needs to be thoroughly rethought. The idea of 25 or so years of education, 35 years of work and then, say, 35 years of retirement is impossible, for both individuals and society. It is certainly unaffordable. It is also likely to produce an empty old age for vast proportions of the population.

...

It is going to be necessary to work longer as a matter of course. This is also going to require several changes in one's career over a lifetime. [Moi ici: Já oiço os piegas que antes da troika se reformavam aos 55 anos. Apre!] Instead of one period of education, one of work and one of retirement, it will make sense for people to mix the three up. People will go back to study, repeatedly. They will take breaks, repeatedly. They will change what they do, repeatedly. This is the way to make longevity affordable and, as important, bearable."

Confiar na sorte e nos santinhos

Comecemos com este vídeo no Twitter:

O GNR teve sorte...

E depois?

Há anos aprendi a lei de H. W. Heinrich:

"para cada lesão grave, há 29 lesões leves e 300 eventos de quase acidentes"

A implicação é que se nos concentrarmos na redução do número de quase acidentes, o número de lesões diminuirá proporcionalmente. E como se reduz o número de quase acidentes? 

Primeiro, há que os reportar. Os quase acidentes têm de ser tornados visíveis. Se não podem ser detectados, não podem ser geridos.

Qual a tendência nas empresas, a começar pelos quase acidentados? 


Esconder os quase acidentes!


E confiar na sorte e nos santinhos.


Será que este caso, entre outros, vai ser objecto de estudo, na GNR ou na organização da prova, para melhorar o posicionamento futuro dos guardas?

 Uma família podia agora estar a chorar um seu ente querido, esteve tão perto de acontecer.


segunda-feira, maio 13, 2024

Curiosidade do dia

 

Calibrar a mudança

A revista HBR de Maio-Junho de 2024 traz o artigo "Transformations That Work". Um artigo interessante e que merece várias leituras.

Uma delas é esta, "3.Explicitly managing organizational energy". Segundo os autores as transformações organizacionais muitas vezes falham porque esgotam mais energia do que geram, levando ao esgotamento dos funcionários e à resistência à mudança. O artigo enfatiza a importância de gerir eficazmente a energia organizacional para evitar estas armadilhas. As transformações bem-sucedidas identificam e abordam os impactes nos trabalhadores e funções mais afectados, garantindo que as mudanças são introduzidas de forma gerível e sequencial.

"Our research shows that if an organization tries to change more than two primary routines simultaneously, the odds of failure increase dramatically. 

...

In successful programs leaders explicitly identify the employees and functions that will be most impacted by each aspect of the initiative and ensure that no group is expected to alter multiple routines at once. Changes are carefully sequenced to limit disruption and prevent widespread organizational fatigue. Success is recognized and rewarded along the way to build energy and enthusiasm for the effort."

Notas para aplicar no desenvolvimento próximo das iniciativas estratégicas de um projecto em curso:

1. Antes de implementar mudanças, identificar que funcionários e funções serão mais afectados pelas mudanças requeridas pelo conjunto de iniciativas estratégicas. Perceber qual a sua carga de trabalho actual e a sua capacidade de lidar com mudanças. 

2. Implementar as mudanças numa sequência estruturada, em vez de todas de uma vez. Esta abordagem ajuda a minimizar as interrupções e evita a sobrecarga de qualquer departamento ou equipa. 

3. Evitar alterar mais de duas rotinas primárias ao mesmo tempo dentro do mesmo grupo de funcionários para reduzir o risco de perda de produtividade e fadiga de mudança.

4. Regularmente, reconhecer os esforços e celebrar os sucessos no processo de transformação. Isto não só aumenta o moral, mas também sustenta a energia e o compromisso necessários.

5. Estar pronto para adaptar a abordagem com base no feedback e nos níveis de energia da equipa. 

domingo, maio 12, 2024

Curiosidade do dia

Os direitos adquiridos, a escravidão e os cobardes...


Fonte.

Exportações dos primeiros três meses do ano

Na análise feita no mês passado o cenário parecia adivinhar melhorias futuras qando olhava para a coluna das setas. Contudo, essa previsão não se confirmou, o primeiro trimestre traçou um cenário de quebra generalizada das exportações.


Disto não falam os políticos da oposição ou da situação. Nunca lideram o debate, nunca controlam a narrativa. Mais tarde, perante uma situação apodrecida, com menos graus de liberdade, vão sempre aparecer como salvadores socialistas de direita ou de esquerda, com as calças na mão, com um discurso de apoio aos coitadinhos, com um discurso de arranjar uns maus, os inimigos externos... recordo Joaquim Aguiar esta semana no JdN:
"Por um lado, não se está interessado em debater as questões estruturais, demasiado abstractas para se expressarem na linguagem da propaganda eleitoral. 
...
Para acontecimentos com esta gravidade e esta amplitude de consequências, o silêncio dos especialistas em assuntos económicos e políticos não pode ser explicado pela ignorância, mas antes pela necessidade de não reconhecerem a sua responsabilidade nos erros que conduziram à crise."

Recordo #schadenfreude (parte II)





12 de Maio de 1967


Ouvir esta versão é voltar a ser miúdo e ouvir isto ser tocado ao longe na festa de S. João na aldeia onde o meu pai nasceu.

A mais ouvida nos últimos anos.

A que mais tem subido na minha percepção.