domingo, março 15, 2009

Piadas de mau gosto (parte II)

Na sequência de Piadas de mau gosto talvez seja útil visitar esta infografia Les suppressions d'emplois en France

As alternativas

Realmente a recessão não toca a todos os sectores de igual modo. O imobiliário e os bens de equipamento podem estar de rastos, mas há sectores a crescer.
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Parte do dinheiro que não se gasta com as grandes compras pode ser aplicado nos pequenos prazeres do dia-a-dia, por exemplo "Americans reach for small luxuries amid sour economy":
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"The ailing economy is threatening to permanently kill the national buzz. The hundreds of thousands who have been laid off of late certainly have no intention of living the high life, and neither do those clinging to employment with shredded fingernails. Second homes, exotic getaways and French Champagne seem at best imprudent, at worst vulgar. What to do?
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Think small, like Casey Elliott.
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She's here picking up a tin of gourmet hot chocolate mix for her kids, a small but welcome treat at a time when her husband is out of work. "We're trying to do simple things, like going for family walks and playing games," she says.
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From food to fashion, potions to pets, entertainment to e-commerce, Americans are finding modest ways to both buoy their spirits and maintain, even in cut-rate form, a version of those old free-spending days."

Há qualquer coisa que não me cheira bem ...

... nesta generalizada fuga para a frente das fusões e aquisições.
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É como adiar a resolução de um problema, ele vai crescer e da próxima vez a alternativa vai ter de ser ainda maior. De certa forma é como os estímulos à economia tão em voga.
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Adia-se a resolução do problema de fundo, mas ele não vai desaparecer... e muito provavelmente vai avolumar-se, não passa de um breve momento de pausa para recuperar o fôlego.
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No Le Monde de hoje: "Grandes manoeuvres dans la pharmacie américaine".
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BTW, qual a direcção do futuro: medicamentos iguais para todos (produção em massa) ou medicamentos específicos em função do perfil genético? (produção em pequenas quantidades, muitas variedades, elevada flexibilidade)
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Qual o tipo de empresa mais habilitado a servir a direcção do futuro?

sábado, março 14, 2009

A maré

Assim como quando a maré sobre não é para todos (A retoma da economia), também, quando a maré desce, não desce de forma igual para todos: The uneven recession

Piadas de mau gosto

No Diário Económico de hoje "Achar que a crise veio para ficar é contraproducente"
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Pelo título cheira logo a mambo-jambo...
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"Na questão da crise económica, a maior preocupação tem a ver sobretudo com o estado de espírito da classe empresarial. O que se verifica é um profundo pessimismo, uma descrença de que esta crise seja um mal passageiro e essa é a parte mais preocupante que retiro deste resultado, porque acredito que esta crise é de natureza comportamental."
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Como é que Maria Antonieta dizia quando lhe falavam dos protestos do povo por causa do pão? Por que é que não comem brioches?
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Como não tenho acesso ao jornal não sei quem proferiu a afirmação, nem sei qual o resto da conversa.
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No entanto, esta amostra, e sobretudo o trecho sublinhado, fazem-me accionar várias sinapses:
Em suma, piadas de mau gosto num jornal dito económico.

sexta-feira, março 13, 2009

Quebrar as regras do jogo

Um pouco de filosofia com estratégia em "Understanding and breaking the rules of business: Toward a systematic four-step process" de Dodo zu Knyphausen-Aufsess, Nils Bickhoff e Thomas Bieger publicado em Business Horizons (2006) 49, 369-377.
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Se queremos dar saltos, autênticos deltas de Dirac, na produtividade, temos de apostar na diferenciação, no posicionamento competitivo, na renovação estratégica. Ou seja, há que quebrar as regras do jogo existente e forjar novas regras antes dos outros.
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"Breaking rules creates opportunities, but also increases the risks."
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"Rules and laws are, in other words, only of a temporary nature. It follows, then, that we should see it almost as a sporting challenge to consider whether supposed rules and laws might not, in fact, be broken. The obvious consequence would be the creation of a new scientific status quo, against which still others would, in turn, test their mental agility."
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"Management activity, too, always derives from certain attitudes and mindsets that we often hold in common with the people with whom we work. To borrow a term from the realms of psychology, these attitudes are bcognitive mapsQ that give us direction, that we depend on to find our way in a complex world of infinitely varied information."
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"We live within paradigms, and it takes tremendous energy to break out of those paradigms and
redraw cognitive maps."
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""Rules" also have much in common with the economic doctrine of equilibrium, which teaches us to always bear in mind the possibility that competitive advantages can be eroded. Competitive advantages are nothing other than deviations from a state of perfect competition, and are the cause of dominant market positions that are associated with higher profits.
These higher profits, however, attract fresh competition such that initial advantages are quickly evened out."
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"The trouble with strategies and business models is that, in fast-moving markets, they have to be changed very frequently"
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"From the strategic process perspective, the crucial factor is to select and bundle the strategic
initiatives that emerge throughout the enterprise.
It is important to know the rules of the business; however, it is equally important to try out departures from these rules in order to set oneself apart from rivals and secure competitive advantages. As mentioned previously, such advantages can often only be exploited for a short period of time, as competitors inevitably catch up."
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"Rules are not normally broken "out of the blue." Indeed, finding the right rule-breaking strategy is a complex activity that will always be fraught with a measure of uncertainty. Precisely because the success (or failure) of a strategy may only become apparent in the long run, most risk-averse decision-makers try to avoid breaking the ground rules that prevail in their industry, preferring instead to toe the line."

quinta-feira, março 12, 2009

Pós-Graduação Gestão das Organizações e Desenvolvimento Sustentável

PGGODS.

Gestão Ambiental e Ecoeficiência.
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Não esquecer a palavra-chave.

Acetatos: parte V e parte VI.
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Trabalho final.

A agricultura com futuro

Há anos li um livro intitulado 'The Design of the Factory With a Future', sempre me ficou na memória esta particularidade 'a fábrica com futuro' não 'a fábrica do futuro'.
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Quando penso na agricultura competitiva com futuro em Portugal, penso na agricultura que não aposta nas grandes extensões e que não aposta em emular as produções cerealíferas da Europa Central, por agricultura com futuro entendo uma actividade económica rentável que não precisa de subsídios.
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Nessa agricultura com futuro, organizada como uma empresa, os comerciais venderão medicamentos naturais, venderão saúde e não comida. Argumentarão com o colesterol e com os antioxidantes "SPOONFULS OF STRAWBERRIES HELP THE CHOLESTEROL GO DOWN".
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Nessa agricultura com futuro, a produção não dependerá exclusivamente de São Pedro e de fazer figas com os dedos. A produção continuará a depender em parte de São Pedro, e essa é uma vantagem do nosso país, mas dependerá também de técnicos que em vez de apostarem nos instrumentos financeiros ou na imobiliária, escreverão e estudarão artigos deste calibre "Infuence of harvest date and light integral on the development of strawberry flavour compounds".
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Claro, quanto mais apoiada for a agricultura tradicional subsidiodependente, menos espaço haverá para que a agricultura com futuro floresça.

Retrato de um modelo económico que nos trouxe até aqui.

"Pela primeira vez, os bancos e as imobiliárias têm mais peso no PIB do que a indústria. Os economistas estão preocupados." (no Diário Económico de hoje)
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Quando nas acções de formação e aulas que animo apresento uma imagem de um mega-meteorito a atingir a Terra, no âmbito do tema 'Não há acasos', para ilustrar as pessoas que olham com estupor para os resultados do desempenho de uma organização como algo de perfeitamente inesperado ... estavam à espera de quê?
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Estava escrito nas estrelas, basta estar atento aos factores, perceber como se relacionam entre si e que estruturas sistémicas, que arquétipos, estão em jogo, para identificar meia-dúzia de resultados, de consequências prováveis.
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No entanto, não nos cansamos de encontrar nos media, vestais horrorizadas que não sabiam, que não conheciam, que não faziam ideia, que ...

Um bom tema para alimentar um grupo de reflexão sobre o futuro para a indústria

Este ensaio "The New Normal" de Ian Davis da McKinsey é uma boa base para iniciar uma reflexão sobre o que será a nova normalidade que vamos encontrar e descobrir quando a poeira desta turbulência finalmente assentar.
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"We are experiencing not merely another turn of the business cycle, but a restructuring of the economic order." (Assim, não faz sentido ficar à espera que tudo passe para receber de volta um mundo que acabou kaput ponto. Não adianta ficar debaixo de água com os dedos a apertar as narinas à espera que o pesadelo passe.)
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"The question is, “What will normal look like?” While no one can say how long the crisis will last, what we find on the other side will not look like the normal of recent years." (Assim, faz todo o sentido procurar antecipar cenários prováveis, para aproveitar a migração de valor que está a acontecer.)
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"there will be significantly less financial leverage in the system"
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"it is clear that the future will reveal significantly lower levels of leverage (and higher prices for risk) than we had come to expect." (Higher prices for risk vai implicar higher returns, higher returns vai implicar o recurso a mais estratégias puras e menos a estratégias híbridas. Um tema já avançado neste blogue.)
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"Companies that boost returns to equity the old fashioned way—through real productivity gains—will be rewarded." (Investir na indústria vai voltar a ser respeitável!!! Outro tema já avançado neste blogue.)
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"protectionist policies that make it harder for companies to move capital to the most productive places and that dampen economic growth"
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"less leverage and more government"
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"the world’s economic center of gravity will continue to shift eastward."
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"technological innovation will continue, and the value of increasing human knowledge will remain undiminished. For talented contrarians and technologists, the next few years may prove especially fruitful as investors looking for high-risk, high-reward opportunities shift their attention from financial engineering to genetic engineering, software, and clean energy"

Cá estão os 2 milhões de euros por hora

No Jornal de Negócios lê-se "Défice externo português salta para 10,6% do PIB":
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"No ano passado Portugal teve de obter cerca de 17,6 mil milhões de euros de financiamento externo, fundamentalmente via endividamento e investimento directo estrangeiro, um valor que representa 10,6% da riqueza total gerada na economia."
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1,76 x 10 elevado a 10 euros por ano a dividir por 365 dias por ano, e a dividir por 24 horas por dia é igual aos famosos 2 milhões de euros por hora que o país tem de pedir emprestado ao estrangeiro. Hum!!! Até quando é que vão emprestar?
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"O elevado défice externo é dos sinais mais preocupantes da fragilidade estrutural e competitiva da economia portuguesa, o qual é agudizado pela actual crise que está ditar custos crescentes de financiamento e de acesso ao mercados internacionais. "

quarta-feira, março 11, 2009

Gestão do Ambiente - aula 1

Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica.
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Acetatos (10,5 MB) (atenção à password)
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Texto do EMAS

Acordar as moscas que estão a dormir (parte X)

Quando escrevo sobre o acordar as moscas que estão a dormir, escrevo sobre a necessidade de um novo discurso chegar ao mainstream, o discurso de um estado sem dinheiro e sem grandes possibilidades de se endividar, por falta de crédito, ou de não mais ser possível sobrecarregar o jugo sobre os desgraçados dos saxões impostados, embora os normandos do costume consigam sempre surpreender neste campo.
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Como terá de mudar o discurso político para se ajustar a esse novo paradigma?
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Como é que políticos habituados a gastar dinheiro reagirão? Será o fim das rotundas autárquicas e das 'rotundas' governamentais?
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Este artigo na imprensa inglesa começa a abrir o panorama "Welcome to the inescapable era of no money":
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"For the next ten years British politics is going to be about living with the consequences of the State being flat broke
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We are insolvent. Out of money. Financially embarrassed. Strapped. Cleaned out. We are skint, borassic lint, Larry Flynt, lamb and mint. We are lamentably low on loot. We are maxed out. We are indebted, encumbered, in hock, in the hole. We are broke, hearts of oak, coals and coke. It doesn't matter whether money can buy us love, because we haven't got any.
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Welcome to the era of no money. The central fact of British politics in the next ten years, and perhaps longer, is not hard to spot. British politics isn't going to be dominated by interesting debates on the future of capitalism. It isn't going to be the stage for a revival of interest in democratic socialism. It isn't going to play host to the interplay of competing ambitious projects. No. We're in for a hard slog. Because what British politics is going to be about in the next ten years is living with the consequences of the State being broke, of the Government running out of money"

É muito mais do que a escolaridade básica.

Ontem, a propósito do postal Está difícil fazer passar para o mainstream português esta visão da produtividade centrada na eficácia e não só na eficiência , o José Silva do Norteamos comentou:
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"O problema é que não é só o MSM . O grave é que «blogues contemporaneos» encontram explicações esotéricas para o sub-desenvolvimento relativo nacional. A minha explicação é muito simples: Ignorância generalizada.No tempo de Napoleão quase toda a Europa tinha escolaridade básica. Os ibéricos não."
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O problema, caro José Silva, é que não é só um problema de escolaridade, vou abdicar de nomear os normandos do costume, vou apenas nomear pessoas que na última semana se manifestaram nos media a favor da redução de salários para aumentar a produtividade:
  • Ferraz da Costa (presidente do forum para a competitividade ... está tudo dito sobre a eficácia do dito forum);
  • Medina Carreira na entrevista a Mário Crespo;
  • Silva Lopes;
E, num dos primeitos postais deste blogue comentei o famoso artigo de Olivier Blanchard Adjustment within the euro. The difficult case of Portugal

O potencial da agricultura

No Público de hoje no artigo "Riqueza gerada pela agricultura caiu 23 por cento desde 1992" pode ler-se:
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"enquanto os agricultores em 1992 obtinham 76,3 por cento do seu rendimento pela venda de bens e serviços e o restante vinha dos apoios, actualmente a situação inverteu-se: 63,1 por cento tem origem nos subsídios e 36,9 por cento resulta da venda de produtos.Para esta situação contribui muito o aumento dos factores de produção (salários, rendas e juros), que subiram 22,3 por cento. E tem o efeito pernicioso "de fazer com que os produtores estejam cada vez mais dependentes das políticas públicas","
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Num outro artigo na mesma página "Sector agrícola pode responder melhor à crise que obras públicas, diz João Salgueiro" pode ler-se:
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"A agricultura tem mais potencial para criar emprego do que as obras públicas, além de ter capacidade exportadora. Quem o diz é o João Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, que ontem, num seminário na CAP, considerou arriscado que os planos contra a crise assentem numa política de betão, que não resolve os dois grandes problemas que agora se enfrentam: o desemprego e o desequilíbrio da balança comercial.
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"Deveria haver uma campanha nacional para explicar o potencial da agricultura", defendeu este responsável, que lamenta que o sector continue a ser tão desprezado. "Quando vemos o que os países mediterrânicos exportam para o resto da Europa vemos o que não fizemos em Portugal", acrescentou, considerando que seria possível desenvolver algumas fileiras, como as horto-frutícolas, algumas menos tradicionais, que podem oferecer importantes soluções para gerar mais emprego e garantir o equilíbrio do território."
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O primeiro artigo descreve o que decorre da aposta nas culturas tradicionais que competem com outros países para vender commodities.
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O segundo artigo refere-se ao potencial de um mundo novo, o mundo da nova agricultura como referido aqui Estratégia a sério na agricultura, ou make my day!
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Estou de acordo com João Salgueiro, mas uma campanha que abordasse não a agricultura tradicional condenada à subsidiação, mas a agricultura tipo 'boutique', a agricultura 'gourmet', a agricultura que aproveita aquilo em que podemos ser diferentes, em que podemos ter vantagens competitivas, a agricultura polvilhada com pensamento estratégico.

O choro dos normandos

Acabo de ouvir na TSF o choro de duas normandas por causa da Qimonda.
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De acordo com as homilias de Edite Estrela e Ilda Figueiredo, deputadas no parlamento europeu e profundas conhecedoras do sector (!), os contribuintes europeus (os saxões do costume) devem despejar mais uns milhões de euros para afagar o ego dos políticos e alimentar o monstro Qimonda.
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Ao ouvi-las lembrei-me do termo 'sunk costs'... segundo as deputadas uma das razões para apoiar a Qimonda é ... o dinheiro que já se gastou no passado.
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No Jornal de Negócios encontro uma afirmação de Belmiro de Azevedo que se ajusta perfeitamente a esta situação:
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"Belmiro de Azevedo, que evitou os jornalistas, disse ainda que se tem que “entrar em projectos que tenham sentido económico”. E “mais importante do que criar projectos é abortar um projecto em tempo útil”, para evitar maiores perdas de recursos."
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terça-feira, março 10, 2009

Paving the way?

Preparing the mind?
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No site do Fed: "Currency Crashes in Industrial Countries: Much Ado About Nothing?"
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"Many economic commentators appear to believe that currency crashes invariably have harmful effects. This paper shows that, for industrial countries, the evidence does not support this commonly held view."

Não me sai do ouvido

Está difícil fazer passar para o mainstream português esta visão da produtividade centrada na eficácia e não só na eficiência

Ontem descobri este interessante artigo sobre a produtividade "New Concepts of Productivity and its Improvement" de Arturo L. Tolentino.
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Ao longo dos anos tenho protestado aqui contra o discurso do mainstream sobre a produtividade. Um discurso concentrado na eficiência, na redução dos custos, no controlo dos salários, nos inputs, aquilo a que eu chamo a concentração no denominador da equação da produtividade.
Para mim é muito claro que a concentração tem de ser no numerador da equação:
Aprendi, fui despertado pelo artigo “Managing Price, Gaining Profit” de Michael V. Marn & Robert L. Rosiello, em Setembro-Outubro de 1992 para o efeito alavancador da criação de valor no numerador da equação da produtividade:
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Alguns trechos do artigo de Tolentino nesta onda:
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"Whereas traditionally, productivity is viewed mainly as an efficiency concept (amount of outputs in relation to efforts or resources used), productivity is now viewed increasingly as an efficiency and effectiveness concept, effectiveness being how the enterprise meets the dynamic needs and expectations of customers (buyers/users of products and services) i.e. how the enterprise creates and offers customer value. Productivity is now seen to depend on the value of the products and services (utility, uniqueness, quality, convenience, availability, etc) and the efficiency with which they are produced and delivered to the customers."
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"Productivity improvement must now focus on value creation rather than on minimization of inputs. Higher customer value is created when the products and services meet customer needs for utility, timeliness, esteem, service, etc. This is what customers buy and pay for. With the rapid advance of technology and greater access to information, customer expectations are constantly changing and becoming more demanding. For long term productivity and competitiveness therefore, enterprises must constantly innovate (come-up with new and better products and develop better ways of doing things), be flexible and agile, respond rapidly to the increasingly sophisticated customer needs which are constantly changing, and be able to anticipate and adjust to the very dynamic market conditions."
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Será que as empresas portuguesas de calçado e do têxtil podem competir no negócio do preço, no negócio do denominador com a China et al? Claro que não.
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Será que as empresas portuguesas de calçado e do têxtil podem competir no negócio do valor, no negócio do numerador? Claro que sim!
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Para isso, tal como refere o último trecho de Tolentino, há que apostar na flexibilidade, na inovação, no super-serviço, nas pequenas séries:
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"Desde 1990, as industrias de calçado e têxtil, viram desaparecer mais de uma centena de empresas de grande dimensão que operavam em Portugal. Segundo dados do Ministério do Trabalho, em 2006, existiam nestas industrias apenas 19 empresas com capacidade para empregar mais de 500 trabalhadores, enquanto as pequenas e micro ultrapassavam as nove mil.
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As microempresas cresceram 66% em quantidade até 2006, existindo quase 6000 que asseguram 11% do emprego nas industrias do calçado, têxtil e vestuário, percentagem que em 1990 era de 4%. Por outro lado, as empresas com mais de 500 trabalhadores passaram de uma percentagem de 22% para 6% em postos de trabalho. É o grupo de empresas com mais de 50 trabalhadores que tem a maior percentagem de empregos, 37%."
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"temos um crescente número de pequenas empresas a desenvolverem projectos inovadores centrados na diferenciação" (aqui)
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Está difícil fazer passar para o mainstream português esta visão da produtividade centrada na eficácia e não só na eficiência.




Medina Carreira na SIC