terça-feira, dezembro 11, 2007
"Don't focus on 'innovating', focus on trying to solve a problem"
É raro encontrar um artigo suportado em gráficos, apoiado em números!
O artigo “mostra” como o valor acrescentado das nossas exportações é baixo, quando comparado com outros países europeus.
Onde divirjo dos autores é neste ponto:
“Pensar macro, agir micro
Uma análise macroeconómica dos sectores transaccionáveis em Portugal permite detectar fragilidades competitivas relacionadas com a sua dimensão e especialização.
A alteração deste perfil competitivo exige, entre outras, uma forte aposta na captação, apropriação e desenvolvimento de conhecimento aplicando-o à criação de bens e serviços diferenciados e competitivos. Importa, portanto, maximizar o potencial de iniciativas como os acordos com entidades de referência no estabelecimento de pontes com o mundo empresarial como o MIT, o Fraunhofer ou a Universidade do Texas, de modo a integrar o conhecimento desenvolvido em novos produtos e serviços, contribuindo para um crescimento económico sustentado.”
IMHO o jogo não funciona assim.
Nas guerras medievais, o senhor da guerra não dizia:
“ - Tenho aqui uma nova arma, vamos fazer guerra ao reino vizinho.”
Dizia:
“ – Quero ser o senhor do reino vizinho. Como é que o posso conseguir? Com que armas, com que tácticas e com que exército?”
AQUI – a inovação não ocorre à priori, a inovação surge como a resposta a um desafio. A necessidade aguça o engenho!
Ontem de manhã, a caminho de Lisboa, na viagem de comboio, li este trecho no livro “Retailization”:
“It’s been estimated that there are 1 million SKUs (Stock Keeping Units) out there in América. An average supermarket has 40000 SKUs. Now for the stunner! An average family gets 80-85% of its needs from 150 SKUs. That means there’s a good chance that we’ll ignore 39850 items in that store!
In this world of endless choice, what should be your biggest concern? Not to be one of the ignored brands. In a world of excess choice, shoppers only purchase the items that truly speak out to them, in terms of both perceived necessity and spontaneous desire.”
Assim, IMHO, a alteração deste perfil competitivo exige, entre outras, uma forte aposta na identificação dos clientes-alvo. Aqueles clientes que poderemos servir com uma vantagem competitiva sobre a concorrência.
Depois de definido o alvo, temos de nos transformar numa máquina capaz de satisfazer esses clientes, como se fosse, e é mesmo, a única coisa que interessa, para a vida de uma organização.
Acredito que muitas organizações têm resultados medíocres, porque não escolhem, não identificam os seus clientes-alvo. Assim, não concentram, não direccionam o foco do seu trabalho e da sua existência, num determinado domínio, acabando por dispersar e desperdiçar energia, atenção, motivação em demasiados alvos, nunca conseguindo ser competitivas em nenhum deles.
Só depois de definido o alvo, de identificado o desafio, de desenhado o modelo de negócio que se irá aplicar, é que faz sentido pensar nos recursos e infra-estruturas.
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Isto é mesmo um desafio digno de Hercules
Locus de Controlo refere-se à percepção que os indivíduos têm sobre as principais causas que afectam a sua vida.
Aqueles que acreditam que o seu destino é controlado, é regido por forças externas (tais como o destino, Deus, ou outras forças poderosas) têm o seu Locus de Controlo no exterior.
Aqueles que acreditam que têm a capacidade de gerir, de criar, de moldar o seu destino, têm o seu Locus de Controlo no interior de si mesmos.
Aqui:
"Persons with an external locus of control view events as being under the control of external factors such as luck (Marsh & Weary, 1995).
For example, a person with an internal locus of control will attribute the failure to meet a desired goal to poor personal preparation, whereas, one with an external locus of control will attribute failure to circumstances beyond the individual’s control (aos chineses, por exemplo). The way individuals interpret such events has a profound affect on their psychological well-being. If people feel they have no control over future outcomes, they are less likely to seek solutions to their problems."
É arrepiante a situação... quem tem o seu Locus de Controlo no exterior, ao atribuir poder a forças exteriores, para ditar o destino, para mudar as coisas... quase não tem motivação para agir, para melhorar, para actuar... afinal de contas, sente-se, acredita que é uma espécie de Calimero jogado de um lado para o outro pelos deuses! Esta postura degenera em "the discovery that loss of control leads to learned helplessness, a state similar to depression."
E quando um gestor tem o seu Locus de Controlo no exterior?
Aparecem-nos comportamentos deste tipo.
Os telejornais, os foruns, os jornais e as antenas abertas, são o palco para quem se queixa dos chineses, esses malvados, ou dos espanhóis, ou dos polacos, ou dos marroquinos, ou dos portuenses, ou dos lisboetas, ou dos bracarenses... a culpa é sempre dos outros.
Por isso estranhei a linguagem, a postura, típica de quem tem o seu Locus de Controlo no interior, nesta entrevista do Faro de Vigo, aqui. Não aparece com frequência no nossa paisagem mediática.
E quando numa comunidade a maioria dos seus membros tem o seu Locus de Controlo no exterior? Nada atraente!!!
E como se podem quebrar os ciclos, os sistemas que em casa e na escola, transformam as crianças em seres que não crescem, que não evoluem para um estado com o seu Locus de Controlo no interior? Porque quando nascemos somos 100% dependentes do exterior!
domingo, dezembro 09, 2007
Motivação
Não há acasos... todas as consequências são significativas!
Depois de ler o artigo "The Four Truths of the Storyteller", que mencionei no postal anterior, chego ao Porto, para mais uma sessão do curso de "Criatividade e Inteligência Emocional" e...
O tema de abertura foi a Auto-Motivação!!!
Aí, a meio da sessão, além do discurso de Henrique V em Agincourt, lembrei-me deste momento no filme Lord Of The Rings (não me lembro deste discurso no livro)
As palavras e o olhar de Sam: "I do understand, I know now...
Folks in those stories had a lot of chances of turning back and they didn't, they kept going. They were holding on to something"
Se não fosse este discurso, se não fosse esta intervenção...
"The Four Truths of the Storyteller"
Na vida das organizações, é preciso saber contar histórias. Ontem de manhã, a última coisa que fiz, antes de sair de casa, foi imprimir este artigo "The Four Truths of the Storyteller", do número de Dezembro da Harvard Business Review, para ler durante a viagem de comboio para o Porto.
"Over the years, I’ve learned that the ability to articulate your story or that of your company is crucial in almost every phase of enterprise management. It works all along the business food chain: A great salesperson knows how to tell a story in which the product is the hero. A successful line manager can rally the team to extraordinary efforts through a story that shows how short-term sacrifice leads to long-term success. An effective CEO uses an emotional narrative about the company’s mission to attract investors and partners, to set lofty goals, and to inspire employees.
Sometimes, a well-crafted story can even transform a seemingly hopeless situation into an unexpected triumph."
Assim que li este trecho lembrei-me deste discurso de Henrique V no dia de São Crespim/São Crespiniano, antes da batalha de Agincourt.
"Storytelling plays a similar role today. It is one of the world’s most powerful tools for achieving astonishing results. For the leader, storytelling is action oriented—a force for turning dreams into goals and then into results."
"The spirit that motivates most great storytellers is “I want you to feel what I feel,” and the effective narrative is designed to make this happen. That’s how the information is bound to the experience and rendered unforgettable."
Trechos de "The Four Truths of the Storyteller" de Peter Guber.
Só o marketing não chega
Há no entanto um pormenor que me faz cócegas na mente
""Se conseguimos ter no estrangeiro fadistas de qualidade, como a Mariza, ou futebolistas, como Cristiano Ronaldo, é porque eles têm óptimas campanhas de marketing, e é isso que precisamos também nas empresas""
Não basta o marketing, o produto tem de ser intrinsecamente bom, logo à priori.
Um bom marketing de um mau produto consegue uma venda... mas depois, a experiência do produto, deita por terra a vontade de repetir a compra.
sábado, dezembro 08, 2007
Usa mesmo o balanced scorecard?
- Qual é o nosso negócio?
- Para onde queremos ir? Ou melhor, onde queremos chegar?
- Quem são os clientes-alvo?
- Qual é a proposta de valor?
- Qual o mapa da estratégia? Qual é a história, qual o modelo para a sustentabilidade do negócio, ou, como escreve van der Heijden "Qual é a Business Idea?"
- Agora sim, só agora faz sentido falar em Balanced Scorecard
- Onde estão as restrições que nos impedem já hoje, de ter o desempenho futuro desejado?
- Desenvolver e implementar iniciativas estratégicas (só aqui se dá o "where the rubber meets the road")

- Monitorizar e tomar decisões; e
- Comunicar, comunicar, comunicar
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Emoções, sentimentos e consciência
Será que faz sentido a criatividade de uma empresa começar na lista telefónica?
Quando cheguei, fui encaminhado para uma sala de reuniões.
Enquanto aguardava pelo meu interlocutor, procurei, junto a um telefone, a lista de telefones da empresa. A lista de telefones costuma dar pistas interessantes sobre o funcionamento de uma empresa: quantos e que departamentos, quantas pessoas…
De repente… ao olhar para aquele lista de telefones, tão bem organizada…
Algo do género:
Será que faz sentido uma abordagem deste tipo?
Se não serve para uma padaria... como serve para um país?
“A couple of months ago we attended a conference on integrated communication, where one of the speakers posed the following question to the audience: “What is the most important success factor for a bakery shop?” After a couple of clearly wrong answers, he stated that of course the person behind the counter was the factor: that is, the company’s employees. We beg to differ! Haven’t we moved beyond strategic one-liners? Aren´t we all now aware that there is no such thing as a single-focused reason for a company’s success? What about the bakery shop’s location? What about the proximity of the nearest competitor? What about the baker’s shoppers? What are they looking for? What kind of bakery shopping experience are they craving? Or what about the bread and the cakes on the shelves? Are they of high quality? Are they value for money? Are they the right kind? Are there long lines when you need to buy? Do they sell out quickly? And so on. Any business is a complex and dynamic one. There is no single solution, only constantly changing challenges and priorities. The only constant is change! However, there is one overriding objective you should always focus on: creating sale(s). Because everything you do stems from this one simple objective.”
Se para uma simples padaria há que considerar todos estes factores e variáveis… como compreender que ainda exista gente que acredita numa solução mágica, numa solução única, para um país!!!
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Apúlia, Esposende, Ofir, Barcelos,...
Lições de Liderança de José Mourinho!
...
"De imediato mandei fazer uma fotocópia da entrevista do presidente do Benfica e coloquei-a na parede do balneário das Antas, durante toda a semana, para que ninguém se esquecesse do 'sonho' de Vilarinho. Aos jornais disse apenas que "na nossa casa ninguém nos ganha por 3-0".
Enquanto uns usam paninhos quentes, enquanto outros escondem a realidade, enquanto outros ainda, se preocupam em não pôr pressão, em proteger as crianças (perdão, os jogadores), Mourinho põe toda a pressão!!!
Há um problema e temos de agarrar o touro pelos cornos, ponto.
O resto é treta! Pagam-nos para ter resultados, quando não temos resultados somos despedidos, o futebol é isto. Não! A vida em sociedades competitivas e auto-sustentáveis, é assim!!!
Trechos extraídos do livro "José Mourinho - Um ciclo de vitórias" de Luís Lourenço.
Nunca é tarde para aprender, às vezes é demasiado cedo!
Há anos, ainda no tempo do escudo, comprei por 3690$00, o livro de António Damásio "O sentimento de Si".
Na altura não consegui passar da Parte I (página 50, de um total de 380).
Hoje tenho de me disciplinar para não o devorar todo de uma vez.
A propósito deste título de um subcapítulo "O cérebro sabe mais do que a mente consciente dá a entender", não posso deixar de fazer a ponte, para as minhas modestas reflexões, sobre a taxa de ocupação da banda larga do Eu consciente e o papel dos pré-conceitos aqui.
quarta-feira, dezembro 05, 2007
Ryuichi Sakamoto - The Wuthering Heights(Trio World Tour 96)
Comecei por sentir que este trecho era feio. 5/6 anos depois ... criaram-se sinapses tais que hoje sou capaz de o ouvir e saborear vezes sem conta.
Pensar por alto
Tanta fachada, tanta fachada, não passa de treta... não me conseguem demover. Não conseguem que eu deixe de acreditar, que aquelas formas atabalhoadas de decisão, caricaturizadas no programa "Contra-informação", ao longo dos anos, estavam mais perto da verdade do que o comum dos mortais pensa.
E a trapalhada da dupla tributação dos sacos plásticos?
Ah... agora lembro-me desta pérola ... “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos”
Caro Helder... como eu o compreendo... como eu o compreendo... como eu o compreendo.
Adenda: as palavras de Helena Garrido no Diário Económico.
O meu Eu-Criança
O meu amor, a minha paixão pela magia dos dinossauros nunca mais se apagou.
Ainda agora voltou em grande, perante esta notícia "Dinossauro mumificado" UAUU!!!
