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sexta-feira, maio 27, 2016

Outro exemplo do Evangelho do Valor

Ainda esta semana escrevemos "Um exemplo do Evangelho do Valor" para ontem voltar a encontrar outro exemplo.
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Antes de mais, recordar os gráficos de Marn e Rosiello, e os de Dolan e Simon:
O primeiro sobre o impacte do aumento do preço.
E este segundo sobre o efeito assimétrico da subida/descida dos preços nas quantidades a perder/ganhar para manter o mesmo lucro.
"A Ervideira, produtor vitivinícola do Alentejo, acaba de divulgar os seus resultados referentes aos primeiros quatro meses deste ano.
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Neste período, a empresa registou a venda de cerca de 150 mil garrafas nos primeiros quatro meses de 2016, o que representa uma descida de 20,8% quando comparado com igual período de 2015, porém obteve uma faturação de cerca de 620 mil euros, o que representa um aumento de cerca de 8% quando comparado o primeiro quadrimestre de 2015. Isto é justificado pela subida média do valor unitário de 32%, provocado pelo crescimento nas vendas dos vinhos topos de gama."
Dois exemplos em dois dias, sintoma de que a mensagem estará a passar ""Não nos interessa exportar mais volume, interessa-nos exportar mais valor"" e, já agora "Para fazer crescer a auto-estima".
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Façam as contas e imaginem o quanto a empresa poupa em horas de engarrafamento, garrafas, mão-de-obra, energia, paletes, espaço de armazenamento e transporte, para facturar mais 8%... a tríade passa-se com estas estórias.
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Qual o lado negativo? Mais vinho espanhol a granel será importado para servir os consumidores portugueses, indisponíveis para pagar mais por vinho. Paciência, eu faria o mesmo no lugar dos engarrafadores.
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Trecho retirado de "Ervideira consolida vendas em categoria premium"

sexta-feira, abril 01, 2016

Portugal continua a fazer bem

Um título, "Exportação de vinho português sobe 25% em seis anos", que vem recordar o "Não nos interessa exportar mais volume, interessa-nos exportar mais valor" e o "Portugal faz bem":
"As exportações de vinho produzido em Portugal cresceram 2% no ano passado em relação a 2014, ao alcançarem 740 milhões de euros. Este montante de vendas para os mercados externos representa um crescimento 25% face a 2009.
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A grande maioria das vendas internacionais corresponde a vinhos de origem.
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De assinalar ainda que o reforço das exportações de vinho nacional tem sido acompanhado por uma subida, embora ainda tímida, do número de empresas e respectivos trabalhadores.
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O sector é constituído sobretudo por operadores de reduzida dimensão. O número médio de trabalhadores por empresa é inferior a dez. “Só 25 empresas empregam mais de 50 trabalhadores”,"

domingo, março 06, 2016

Para fazer crescer a auto-estima

O @pauloperes chamou-me a atenção para este artigo "This Country Is Now the World's Most Popular Maker of Wine".
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Como não recordar o caso recente Mattel vs Lego e o desafio lucro ou quota de mercado.
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Nunca esquecer a lição de Hermann Simon e o ditado australiano de Julho de 2006:
"Volume is Vanity, Profit is Sanity"
O presidente-eleito ameaça que nos quer fazer crescer a auto-estima, imagino que com prelecções e catequese laica. Obrigado, não precisamos!
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Basta publicitar os muitos bons exemplos do país, como é o caso do vinho. Recordar

E emprenhar menos pelo ouvido o cântico das cassandras preguiçosas.
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BTW, o espanhol entrevistado no artigo da Fortune não está a ver bem o filme... subir preços num mercado concorrencial não é tão fácil como os governos a aumentarem impostos, com o auxílio implícito das várias organizações armadas a quem paga o soldo e controla hieraquicamente. Aumentar preços implica trabalhar na co-criação de valor junto dos clientes e abandonar um ADN entranhado. A vantagem portuguesa é que começamos mais tarde e o Mar del Plastico não é em Portugal:
ADENDA: Acabo de receber dois tweets:

domingo, outubro 04, 2015

A entranhar-se

A fazer o seu caminho, a entranhar-se lentamente no mainstream do sector do vinho, como temos referido várias vezes ao longo dos dois últimos anos:
"acompanhar a tendência de substituição do "mercado do volume pelo mercado do valor"
Trecho retirado de "Uma voz para mudar o Douro", publicado pelo semanário Expresso de 2 de Outubro último.

segunda-feira, setembro 28, 2015

Vinho do Porto e Evangelho do Valor

Quando apareceu a ISO 9001:2000 uma das empresas com que trabalhei, na implementação de um sistema de gestão da qualidade, era um dos líderes da produção e venda de vinho do Porto.
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Estávamos em plena época de escoar vinho do Porto através das grandes superfícies europeias, o BRC ainda era um papão por domar. Uma das novidades da versão de 2000 da ISO 9001 era a cláusula sobre a satisfação dos clientes.
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Recordo as discussões que tive na altura sobre a melhor forma de aplicar o espírito dessa cláusula a um produtor de vinho do Porto de topo. A tentação por dar a resposta rápida e simples era grande, ou seja, fazer o mesmo que os outros estavam a fazer: enviar um inquérito de avaliação de satisfação aos clientes. O que é que o cliente "distribuição-grande" quer, procura e valoriza? Se formos por esse caminho só iríamos exacerbar a dependência então existente para escoar litros a baixo preço. Estava sempre a ouvir estórias sobre os "impostos revolucionários" que as cadeias grandes impunham, ir por esse caminho era uma forma de alimentar mais o monstro.
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No entanto, com o partir de pedra, conseguimos alargar os indicadores para mais duas ou três acções. Uma delas, recordo, passava por conseguir estar no top 10 em pelo menos x provas de revistas internacionais. Era um maçarico mas já percebia o poder de seduzir o consumidor, o único capaz de "mandar" na prateleira da distribuição-grande.
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Ainda não tinha tido a experiência/desafio de 2004 que me despertaria para o mundo dos ecossistemas da procura mas o bichinho já lá estava.
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Hoje, em "França escolhe hoje o “Master of Port”" é tudo tão claro, para mim e para o sector. Além do buzz, este trabalho junto dos escanções é trabalho junto de influenciadores capazes de, em momentos-chave, aconselharem clientes premium para vinhos do Porto premium. E não pensem que é irrelevante, nunca me vou esquecer desta frase tão em linha com o Evangelho do Valor:
«O lucro de 10 mil garrafas de LBV é o mesmo de 400 mil garrafas de Tawny.» 

terça-feira, setembro 15, 2015

O que dirá a UTAO?

Um grande orgulho com mais esta demonstração do paradoxo de Kaldor:
"As exportações portuguesas de vinho atingiram, no primeiro semestre, 328 milhões de euros, um acrescimo de 14 milhões face a igual período do ano passado correspondente a mais 4,6%. O crescimento em valor foi mais do dobro do aumento em quantidade. As empresas portuguesas exportaram 134 milhões de litros de vinho entre janeiro e junho, um aumento homólogo de 2,1%. Números que permitem antecipar um novo recorde de vendas de vinhos portugueses no exterior.
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"Esta trajetória de crescimento coloca o setor em vias de atingir o sexto ano consecutivo de crescimento nas exportações de vinho."
O que dirão os burocratas da UTAO? Recordam-se de "Uma cena de um programa de Apanhados?"

Trecho retirado de "Portugal vendeu mais 14 milhões de euros de vinhos no primeiro semestre"

sexta-feira, setembro 11, 2015

Douro e o Evangelho do Valor

Ontem chamei a atenção para o poder das emoções positivas. É sempre possível olhar para o copo e vê-lo meio-cheio ou meio-vazio. Os que o vêem meio-vazio acabam sempre vítimas do cortisol. Já os que o vêem meio-cheio acabam por fazer batota e mudar o mundo em seu favor. Reparem o salto quântico que se deu desde 2011 "Reflexões e perplexidades". E se tivessem recorrido aos serviços deste anónimo da província? Já estavam mais à frente.
" «O modelo é simples: acreditar no vinho do Porto como base do negócio; trabalhar vinho de mesa com personalidade, de pequena produção e não barato; [Moi ici: A nossa cartilha] e ter turismo de qualidade.» Mas todas estas frentes têm de ser atacadas em conjunto, reunindo esforços e não são compatíveis com «cada um a olhar para o seu umbigo». Se o vinho do Porto foi em crescendo de 1995 até 2000, quando atingiu o pico no valor comercializado, de acordo com os dados do IVDP, de «2000 a 2010 desceu para níveis de 95». Manteve-se, desde então, estável. E trocou-se a quantidade pela qualidade. «Estamos a valorizar o produto. O preço médio está a aumentar e anda agora nos 4,44€ por litro, um crescimento de 1,9%», [Moi ici: A nossa cartilha dá origem a esta linguagem já tão conhecida no mundo do calçado] aponta Manuel Cabral, atestando o esforço feito nas chamadas «categorias especiais», já «cerca de 20% da quantidade e 40% do valor negociado». Adrian Bridge, diretor-geral da Fladgate (Taylor's, Fonseca e Croft), atesta ser esse o caminho: «O lucro de 10 mil garrafas de LBV é o mesmo de 400 mil garrafas de Tawny.» [Moi ici: A nossa cartilha do Evangelho do valor!!!] As margens aumentam significativamente nas categorias especiais e há garrafas a chegar aos milhares de euros.
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a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro quer fazer do seu curso de enologia uma referência mundial. Mas há ainda «muito potencial a explorar» nas castas que o Douro oferece e no que se pode fazer com as vinhas velhas, as mais antigas e por isso menos produtivas, que podem proporcionar pequenas produções de excepcional qualidade. [Moi ici: Como eu gosto disto, desta mentalidade, de ver o lado positivo das restrições a que estamos submetidos. As vinhas não podem ser rainhas de produtividade. Então, qual é a sua vantagem? Como podem fazer a diferença? É a lição de fugir ao Mar del Plástico] E muito mercado a conquistar, como o asiático ou os Estados Unidos."

Trechos retirados de "A reinvenção do Douro" publicado pela revista Visão.


sexta-feira, julho 24, 2015

Será?

A propósito de "Vinho do Lidl considerado o melhor deste Verão", um exemplo interessante de alguém que está mais concentrado na produção do que em perceber o mercado e os canais?

sexta-feira, junho 26, 2015

Portugal faz bem

É pena não se fazerem estas comparações, não serem explicadas, não serem salientadas e elogiadas até à exaustão.
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Primeiro, um convite para apreciar a comparação das marcas Portugal e Espanha no mundo agrícola em "A marca Portugal"
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Depois, esta postura portuguesa "Não nos interessa exportar mais volume, interessa-nos exportar mais valor" e o desempenho espanhol "Quem é o maior exportador de vinho? Olhe aqui para o lado".
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Os espanhóis ainda estão neste campeonato "El precio de venta del vino español es el más bajo del mundo"
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Como escrevi recentemente aqui:
"Competir pelo preço mais baixo não é para quem quer, é para quem pode e, há sempre uns "vizinhos espanhóis do "Mar del Plastico"" que têm vantagem competitiva nesse campeonato. Vender com preços unitários mais elevados exige estratégia e alinhamento."

domingo, junho 14, 2015

"Não nos interessa exportar mais volume, interessa-nos exportar mais valor"

Ao longo dos anos tenho salientado a importância do discurso das direcções associativas sectoriais, para dar uma orientação positiva, para dar pistas de futuros possíveis, para criar interesse. Por exemplo, recordar:
Por isso, é sempre de louvar quando se encontra um dirigente associativo que não faz o discurso "dos coitadinhos" e aponta caminhos de auto-exigência, de superação, de estratégia. Foi o que encontrei em "Vender vinho mais caro é melhor do que vender muito":
"O preço médio de exportação dos vinhos portugueses aumentou e já duplicou o dos espanhóis, uma aposta que o presidente da Viniportugal quer reforçar, defendendo que os “euros que entram são mais importantes do que os litros que saem”.
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Para o presidente da associação responsável pela promoção externa dos vinhos portugueses, Jorge Monteiro, o que interessa é a valorização do produto.
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Não nos interessa exportar mais volume, interessa-nos exportar mais valor e Portugal está a gerar mais receita, fazendo crescer o preço médio. Portugal não se deve preocupar com o volume de produção, deve-se preocupar com uma maior valorização do produto e colocá-lo nos mercados a preços superiores, no fundo acrescentar-lhes valor."
E a sua empresa, qual o caminho que está a seguir:
  • diminuir o custo unitário; ou
  • aumentar o preço unitário? 
Competir pelo preço mais baixo não é para quem quer, é para quem pode e, há sempre uns "vizinhos espanhóis do "Mar del Plastico"" que têm vantagem competitiva nesse campeonato. Vender com preços unitários mais elevados exige estratégia e alinhamento.

quarta-feira, junho 10, 2015

Mixed feelings

Primeiro a mensagem que me deixa optimista:
"A empresa de Melgaço apostou em produções limitadas, com o foco comercial direccionado para o segmento da restauração.
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os vinhos Soalheiro são uma resposta "a toda a tendência gastronómica mundial", que está a optar "cada vez mais por pratos simples, elaborados, mas simples, associados a vinhos com baixo teor alcoólico, elegantes e com frescura". Nos últimos quatro anos, a empresa tem registado crescimentos nas vendas superiores a 20%.
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A estratégia de António Luís Cerdeira "é a diversificação de mercados", até porque o foco comercial está na restauração.
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As perspectivas para este ano são de um bom crescimento nos mercados externos, alavancadas nos recentes prémios que a marca recebeu.
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"o crescimento é mais lento, porque não temos volume". A estratégia da empresa assenta na qualidade das uvas e em pequenas produções. "O nosso objectivo não é crescer em volume, os vinhos esgotam todos os anos", realça. O objectivo "é valorizar o território, a uva, os parceiros viticultores, não queremos massificar o vinho que fazemos"."
Todo este discurso pode ser enquadrado num todo coerente, muito em linha com a mensagem geral deste blogue,

Depois, a parte que nos deixa um sabor estranho:
"Actualmente, a Quinta do Soalheiro produz cerca de 200 mil garrafas e estima que em 2016 possa chegar às 300 mil. A capacidade instalada permite uma produção de 500 mil."
Como é que esta perspectiva de crescimento se encaixa com o discurso da primeira parte?

Trechos retirados de "Soalheiro em 25 mercados com vinhos de baixo teor alcoólico"

terça-feira, maio 05, 2015

Um título mal escolhido

Título mal escolhido este,"Nunca o Porto pesou tão pouco no Douro", muito mal escolhido.
"O contributo do vinho do Porto para o negócio do vinho na Região Demarcada do Douro baixou dez pontos percentuais em oito anos, segundo os cálculos do Negócios com base nos números oficiais. Em 2014, nas vendas totais de 493,4 milhões de euros - onde cabem Porto, DOC (denominação de origem controlada) Douro, moscatel, espumante e vinho regional duriense -, o peso relativo do mais famoso vinho português fixou-se nos 73,6%. Ou seja, bem abaixo dos 84% que valia em 2006, o ano em que começa a série longa de estatísticas do instituto público que controla e certifica a actividade vitivinicola na região (IVDP).
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Para este efeito contribuiu, por um lado, a quebra de vendas de Porto neste período, de 393 para 363 milhões de euros no ano passado, em que recuaram ligeiramente (-0.5%) pela pressão dos maiores mercados externos: França e Reino Unido. Por outro lado, há uma subida consistente dos DOC Douro, que cresceram a dois dígitos (11,8%) em 2014, com as exportações a representarem já 40% da comercialização. Se não houver surpresas negativas - e elas podem chegar de Angola, o melhor mercado externo -. no final de 2015, estes vinhos tranquilos com denominação de origem podem atingir um terço do valor do vinho do Porto."
Parece que o vinho do Porto está em quebra.
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Primeiro, o vinho do Porto tem caído, pouco, porque os produtores grandes, finalmente, abriram os olhos e deixaram de vender quantidade e passaram a apostar no preço. Recordar "volume is vanity profit is sanity". Ou seja, uma queda positiva.
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Segundo, as vendas de DOC Douro têm crescido robustamente, em vez de granel, marcas trabalhadas com cuidado, actividade comercial e marketing como nunca se viu no passado.
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Recordar o outro lado, o dos que se vêem como simples produtores de uvas, sempre prontos a protestar "Pior do que um governo socialista..."
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Em suma, um título mal escolhido. Induz decadência do vinho do Porto e a realidade é bem diferente.

terça-feira, março 10, 2015

Recordes

Outro sector em que 2014 foi o melhor ano de sempre nas exportações, o do vinho.
"Um ligeiríssimo aumento de 0,4% bastou para o sector reclamar o quinto ano consecutivo de subida das vendas ao exterior. A quebra em volume voltou a ser compensada pelo aumento de 7% no preço médio por litro exportado."
Um aumento de 7% no preço médio por litro exportado. Bom sinal, o caminho que interessa, em Mongo, é a subida do preço unitário!!!
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Trecho retirado de "Exportações de vinho abrandaram ritmo de crescimento em 2014"
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Outro sector, "E a campeã das exportações é... a metalomecânica":
"A campeã das exportações portuguesas é a metalomecânica. Os números não enganam: a metalomecânica exportou no ano passado 13,8 mil milhões de euros, um aumento de 30%; os têxteis tiveram o melhor ano de sempre, mas venderam ao estrangeiro apenas 4,6 mil milhões, um crescimento de 8%; e o calçado, apesar de ter batido um máximo histórico, ficou-se nos 1,87 mil milhões de euros, mais 8,8% do que em 2013."
Assim como o calçado, o têxtil, o mobiliário, a cerâmica, ...

terça-feira, janeiro 13, 2015

"Sim, missão para duas ou três gerações seguidas" (parte I)

Trabalho. Trabalho? Muito mais do que trabalho, talvez missão!
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Sim, missão para duas ou três gerações seguidas. Uma missão nobre, uma missão ao estilo dos lavradores que em Maio espalham bosta nos campos, sempre a pensar num presente que tem de ser a base para um futuro melhor de quem vem a seguir... esse é que devia ser o verdadeiro contrato solidário intergeracional, deixar aos que vêm um mundo melhor, não um fardo maior.
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Uma missão em que, apostando na concorrência imperfeita, a um ritmo próprio, seguindo uma estratégia de trajectória, apostamos na subida na escala de valor e fazemos da Itália o nosso alvo. Ou seja, replicar a estratégia do sector do calçado para outros sectores como a agricultura, o vinho, o vestuário e a moda, o mobiliário, a cerâmica.
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O Miguel Barbot fez-me uma surpresa ontem, ao deixar-me na caixa do correio este texto "‘Made in Portugal’ is on the Rise".
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Continua.

sábado, janeiro 10, 2015

Claro que esta é a saída mais trabalhosa...

Primeiro o lado positivo:
"Nos primeiros dez meses do ano passado, Portugal exportou 19,8 milhões de litros de vinho verde, contra 17,2 milhões no período homólogo do ano anterior. O valor exportado foi de 43,9 milhões de euros, mais 4,9 milhões do que entre janeiro e outubro de 2013.
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"há que plantar mais vinha, porque já não há produção suficiente" para a procura que vem de fora e que não cessa de aumentar.
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"Precisamos claramente de mais vinha e de produzir mais, porque o vinho está a escoar-se todo e a produção responde à justa para as necessidades", reforçou."
Depois o lado menos positivo:
"Ao contrário do que se verifica na frente externa, que já absorve 40% da produção de vinho verde, o mercado nacional está mau", ressentindo-se da crise que o país atravessa." 
Será que o mercado interno está mau por causa da crise que o país atravessa? Ou será que essa é a resposta mais fácil? Ou será que essa é a justificação que liberta os responsáveis da necessidade de agir?
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Quando se recorda o forte crescimento das vendas de carros, das Bimbys, da Tupperware, dos concertos e festivais e, mais recentemente, dos valores do retalho, será que a justificação da crise resiste? (Acabo de ler, já depois de redigido este postal, "iPhone 6 e 6 Plus estão esgotados em Portugal")
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Outra vez, vamos fugir aos "achismos"?
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Como têm evoluído as vendas de vinho verde no mercado nacional? Por canal?
Como tem evoluído o consumo pelos tradicionais consumidores de vinho verde? Deixaram o vinho verde? Bebem menos? Foram para outras bebidas?
Que bebidas têm crescido no consumo interno nos últimos anos?
É sexy beber vinho verde entre os novos consumidores?
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Claro que esta é a saída mais trabalhosa...
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E na sua empresa, também se usa a desculpa de que a crise que o país atravessa é a responsável pelo nível de vendas? Não faltará um pouco de estratégia?
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Trechos retirados de "Exportações de vinho verde cresceram dois dígitos em volume e em valor"

segunda-feira, novembro 24, 2014

"volume is vanity profit is sanity"

Quando se formula uma estratégia, é fundamental perseverar na sua execução.
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Durante a viagem do hoje para o futuro desejado surgem:
  • as dúvidas sobre se a estratégia é a adequada;
  • as tentações, outras oportunidades, não alinhadas com a estratégia e que desviam a atenção;
  • as dificuldades levantadas por factores não previstos ou, com uma intensidade superior à esperada.
Por isso, tantas estratégias acabam por definhar e morrer.
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Este artigo "Paul Symington. O luso-britânico que fez o melhor vinho do Mundo" é muito interessante para quem tem memória e arquivo.
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Se regressarmos a Outubro de 2011, "Reflexões e perplexidades", encontramos um Paul Symington que parece derrotado, que parece encurralado pelo destino e condenado a escoar pela distribuição grande. Também podem acompanhar os comentários que fazíamos na altura e a janela de oportunidade que indicávamos: subir na escala de valor, seduzir os consumidores, é afinal a única forma de ganhar força perante as cadeias grandes da distribuição.
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Depois, avancemos para Janeiro de 2013, "Working to raise prices (parte V + 4)" e o discurso de Paul Symington é completamente diferente, parece que já não se sente encurralado, que tem uma estratégia na qual confia:
"Sucesso Futuro Exige Menos Volume e Reforço das Categorias Especiais"
E comentei na altura:
"Menos volume: menos aposta na quantidade, menos aposta no preço mais baixo, menos submissão na cadeia da procura, menos "trabalhar para o granel".
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Reforço das Categorias Especiais: maior aposta na diferenciação e requinte, maior aposta na subida na escala de valor."
Já em Janeiro deste ano, "O bom exemplo do Vinho do Porto", alguns resultados:
"Em 2013, a quota dos vinhos “premium” nas exportações superou, em valor, os 40%, representando o melhor ano de sempre nas categorias especiais, vendidas a um preço mais elevado." 
Como escrevia em Outubro de 2011, os consumidores precisam de ser educados, precisam de ser seduzidos, o que é que se tem de fazer?
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Pensar a nível de ecossistema!!! 
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Em vários projectos com medicamentos, trabalhámos os prescritores.
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Em vários projectos com materiais de construção, trabalhámos os prescritores.
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Em projectos com calçado técnico, trabalhámos os influenciadores e os prescritores.
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Quem influencia os consumidores dispostos a pagar por um bom vinho?
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Qual o papel dos resultados nestes concursos de revistas como a "Wine Spectator"? Qual o impacte nos coleccionadores? Qual o impacte nos compradores para as garrafeiras? Qual o impacte nos que desenham as cartas de vinhos dos restaurantes de Paris, Hong Kong, Londres, Nova Iorque, ... ?
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O que nos relata o artigo referido inicialmente?
"O Douro tem o melhor e o terceiro melhor vinho do planeta. A Renascença falou com o líder da família Symington, Paul, que tornou isto possível.
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O meu primo Charles fez este vinho e só fizemos seis mil caixas – uma produção muitíssimo pequena. Correu tudo na perfeição em 2011 e achamos que temos um belo vinho. Quem me dera ter um pouco mais porque está tudo vendido. Com este prémio toda a gente o quer e nós não temos.
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Da próxima vez que houver um “vintage”, e isso só ocorre duas ou três vezes por década, vamos ser mais procurados por coleccionadores e compradores.
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As empresas estão a reconhecer que o futuro é não vender mais volume, mas menos e com margens melhores. [Moi ici: Um dos lemas deste blogue] Não podemos fazer um vinho barato no Douro. Aí é que está o nosso futuro."

domingo, setembro 28, 2014

"Vítimas" da década perdida

Enquanto os profetas do Armagedão nos falam da década perdida: