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segunda-feira, abril 29, 2013

Modelos de negócio: partilha no B2B

Uma outra forma de olhar para a explosão de modelos de negócio baseados no aluguer e na partilha, já não só para o B2C mas também para o B2B. Mais uma forma de reduzir as barreiras à entrada e permitir a novatos fazer aquilo que só era permitido às empresas grandes.
"More generally, I think it’s hard to deny that both industries (AWS, Foxconn, etc) and individuals (from AirBNB to Zipcar) are increasingly moving towards collective usage of large pools of widely accessible shared resources. Economies of scale as a service, as Aaron put it. So far the effects are limited to specific sectors and domains — but it’s only a matter of time before this wave of change reaches, and profoundly disturbs, entire industries hitherto untouched by its force."
Empresas mais pequenas, empresas mais flexíveis, empresas mais antifrágeis, empresas mais habilitadas a lidar com um mundo muito mais heterogéneo, muito mais tribal e muito mais rápido.
"Industrial capacities that not long ago were available only to gargantuan corporations are today open to anyone and everyone.
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Compare and contrast Intel with ARM. The former is, historically, a vertically integrated design-and-manufacturing monolith which owns and controls everything they do, whereas the latter concentrates on being the best at the one thing they do. I have enormous respect for Intel but it seems clear that the world is trending towards ARM’s more decoupled model, wherein their designs (like TSMC’s manufacturing capacity) are made available to any and all customers.
The logical conclusion of that trend, however, is far more transformative than a mere reduction in optimal corporate size and scope"
Trechos retirados de "Economies Of Scale As A Service"

domingo, abril 28, 2013

Curiosidade do dia

"I have seen the future, and it is in the Brooklyn Navy Yard..I’ve seen young entrepreneurs creating companies that actually make things — not some digital app (not that there’s anything wrong with that!) — but actual products you can hold in your hand. I have seen prototypes being churned out on 3-D printers. I have seen the Navy Yard’s 300-acre complex of buildings — whose disrepair was once a symbol of manufacturing’s decline — become a symbol of manufacturing’s revival."
Um texto, "How to Build a Spoon" que recomendo ao ministro Álvaro Santos Pereira. Sempre que o oiço falar de re-industrialização, desconfio que ele sonha com a indústria do século XX. Sorry, essa não vai voltar.
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O futuro é Mongo, o futuro são empresas mais pequenas, mais criatividade, crowd-sourcing, mais flexíveis, mais antifrágeis.

A estabilidade é mesmo uma ilusão

Ontem, durante o jogging, escutei mais um trecho de "Antifragile" de Nassim Taleb.
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E o tema foi, de certa forma, um deja vu para mim. Já várias vezes pensei no tema, ao reflectir sobre a minha vida profissional e, sobretudo, sobre o futuro da vida profissional de muito boa gente, bons técnicos, que foram meus colegas de empresa e emprego e que agora, estão a chegar aos 50 anos e são reconhecidos nas suas empresas. Tudo corre bem! Enquanto a empresa existir. No dia em que a empresa fechar... o mundo muda completamente. Quem vai querer empregar uma pessoa com 50 anos e que sempre trabalhou na mesma empresa?
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Recordo-me tão bem de quando a empresa onde trabalhava adquiriu nova tecnologia de fabrico e duplicou a produção e despediu 50 ou 60 operários. Recordo-me de pensar que cada um daqueles operários era um craque naquilo que fazia mas que lá fora... com 20 anos de experiência a fazer a mesma coisa, todo esse conhecimento de pouco lhes valeria.
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Recordo-me de pensar que a nossa vida profissional era demasiado importante para ser depositada na capacidade de decisão de burocratas bem intencionados.
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Interessante... penso agora. Ao longo da minha vida despedi-me 3 vezes e, de cada uma das vezes o motivo da decisão foi sempre o mesmo: rejeitar o convite para subir na hierarquia e deixar de fazer o que gostava. Após a rejeição, achava por bem demitir-me porque tinha concluído que era a altura de ambas as partes ganharem mais em separar-se do que manterem o status-quo.
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Nassim Taleb em "Two Types of Professions" conta a história de dois irmãos:
"Consider the fate of Ioannis (John) and Georgios (George), two identical twin brothers, born in Cyprus (both of them), currently both living in the Greater London area. John has been employed for twenty-five years as a clerk in the personnel department of a large bank, dealing with the relocation of employees around the globe. George is a taxi driver.
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John has a perfectly predictable income (or so he thinks), with benefits, four weeks’ annual vacation, and a gold watch every twenty-five years of employment. Every month, £3,082 is deposited in his local Nat West checking account. ... He used to wake up on Saturday morning, the day when people stretch and linger in bed, anxiety free, telling himself “life is good”—until the banking crisis, when he realized that his job could be “made redundant.” Unemployment would seriously hit him hard. As a personnel expert, he has seen the implosions of long careers, with persons who, laid off at the age of fifty, never recovered.
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George, who lives on the same street as his brother, drives a black taxi ... His income is extremely variable. Some days are “good,” and he earns several hundred pounds; some are worse, when he does not even cover his costs; but, year after year, he averages about the same as his brother. To date, he has only had a single day in his twenty-five-year career without a fare. Because of the variability of his income, he keeps moaning that he does not have the job security of his brother - but in fact this is an illusion, for he has a bit more."
Este "in fact this is an illusion" faz-me procurar uma citação ali da coluna da direita, julgo que da minha autoria:
"A estabilidade é uma ilusão" 
Estávamos inspirados neste dia.
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E voltando a Nassim Taleb:
"This is the central illusion in life: that randomness is risky, that it is a bad thing—and that eliminating randomness is done by eliminating randomness. Artisans, (Moi ici: Os habitantes de Mongo, os prosumers, os artesãos) say, taxi drivers, prostitutes (a very, very old profession), carpenters, plumbers, tailors, and dentists, have some volatility in their income but they are rather robust to a minor professional Black Swan, one that would bring their income to a complete halt. Their risks are visible. Not so with employees, who have no volatility, but can be surprised to see their income going to zero after a phone call from the personnel department. Employees’ risks are hidden. Thanks to variability, these artisanal careers harbor a bit of antifragility: small variations make them adapt and change continuously by learning from the environment and being, sort of, continuously under pressure to be fit. (Moi ici: Ao reler este último parágrafo lembrei-me do impacte e do significado das greves de zelo)
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Man-made smoothing of randomness produces the equivalent of John’s income: smooth, steady, but fragile. Such income is more vulnerable to large shocks that can make it go to zero (plus some unemployment benefits if he resides in one of the few welfare states). Natural randomness presents itself more like George’s income: smaller role for very large shocks, but daily variability. Further, such variability helps improve the system (hence the antifragility). A week with declining earnings for a taxi driver or a prostitute provides information concerning the environment and intimates the need to find a new part of town where clients hang around; a month or so without earnings drives them to revise their skills." (Moi ici: Isto é mesmo verdade, recordo-me tão bem de 2002 e de começar a pensar o que significaria para o meu futuro ser mais um consultor a trabalhar com a ISO 9001. Até podia pensar que era muito bom naquilo que fazia mas se calhar não havia muitas empresas a precisar de um trabalho com essa exigência, bastava-lhes ter a bandeira)
E para terminar, recordar todas as nossas leis bem intencionadas que reduzem (ou reduziam, embora continuem a reduzir porque moldaram e enformaram muitas mentes durante a sua vigência) a flexibilidade das empresas num mundo cada vez mais cheio de variabilidade:
"we humans are afraid of the second type of variability and naively fragilize systems - or prevent their antifragility - by protecting them. In other words, a point worth repeating every time it applies, this avoidance of small mistakes makes the large ones more severe. The centralized state resembles the income of John; the city-state model that of George. John has one large employer, George many small ones - so he can select the ones that fit him the best and hence has, at any point in time, “more options.” One has the illusion of stability, but is fragile; the other one the illusion of variability, but is robust and even antifragile. The more variability you observe in a system, the less Black Swan–prone it is."
Se calhar é uma resposta rápida, simples e ... errada, mas talvez estas leis que reduzem a flexibilidade das empresas expliquem a diferença entre Portugal e Espanha em 2012:

  • Em Portugal, em 2012, por cada 4,25 empresas constituídas houve uma insolvência;
  • Em Espanha, em 2012, por cada 11,22 empresas constituídas houve uma insolvência;
A economia espanhola é muito maior que a economia portuguesa e, no entanto, têm mais ou menos o mesmo número de insolvências.

quinta-feira, abril 11, 2013

Mongo em Portugal

"Rosa Pomar. O manual da detective das lãs"
"Rosa Pomar está vinculada às malhas e ao tricot não só pelo projecto desenvolvido para o livro mas também porque é proprietária da loja Retrosaria, ao seu alcance no Chiado de Lisboa, ou através do site retrosaria.rosapomar.com. Ri-se quando diz que a loja é uma maneira de financiar o trabalho que faz, o de pesquisa. Mesmo que assim seja, Retrosaria e trabalho de pesquisa são partes do mesmo todo. Rosa explica: “Tenho conseguido criar e ter à venda na loja fios para fazer malha fiados à mão numa aldeia de Trás-os-Montes, ou numa aldeia do Baixo Minho, fios que são feitos de lã de raças portuguesas, feitos em Portugal da origem ao fim. Por outro lado, o facto de dar workshops na loja também me permite fazer a ponte entre a pesquisa que faço e o público completamente urbano.”
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Há um facto que surpreende Rosa, entre o público que povoa os workshops da Retrosaria: “Hoje em dia é mais fácil encontrar pessoas a quererem fazer meias em Lisboa que em Trás-os-Montes. As pessoas que estão nas aldeias e ainda conservam este saber que adquiriram de forma tradicional não têm muito a quem ensinar.” As explicações são ainda especulações, talvez um mix, como diria Rosa, entre revivalismo, a moda do regresso às origens e a valorização do património. Seja como for, este fenómeno está desenquadrado da sua origem, diz-nos Rosa. “Isto ainda não chegou às aldeias, e espero que chegue antes de essas pessoas morrerem, porque depois já não há ninguém para ensinar.”"

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Curiosidade do dia

"In 2012, Etsy sales were up 70%, new buyers increased 80% and there were 10M new members. Jewelry was the highest-grossing category, while furniture was the fastest growing. With almost 800,000 sellers and about 22 million members from about 200 companies, this enterprise is showing that handmade & homegrown is much more than just a niche category."
Mongo e as suas tribos de fazedores, de prosumers, de artesãos, de gente que busca individualidade, autenticidade e comunidade.
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Trecho retirado de "Business Model Breakdown - ETSY"

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

E os segredos revelados do eficientismo vão acelerar ainda mais esta transição

"In the same way that small-plot gardens can thrive even in the presence of factory farms, small manufacturing companies can thrive if they are nimble and innovative.
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The sorts of businesses that capitalize on being close to their market range from custom furniture, which needs close contact with customers, to high-end mattresses (build-on-demand lowers cost), to niche couture (my own office building in the hot high-tech district South of Market also houses some textile factories, with immigrant Chinese workers working on locally designed clothes). That’s always been the case, but now these companies aren’t just local. If they’re sufficiently innovative, they can sell globally, too, online.
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I don’t want to suggest that companies won’t continue to outsource manufacturing to China or other low-cost countries. For many industries, the combination of relatively cheap labor and the concentration of suppliers that you can find in Guangdong is unbeatable.
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But what’s clear is that it’s not the only choice. At some scales, manufacturing in huge Chinese factories may continue to be an unbeatable answer. But at other scales, the advantages of making things close to home, with minimal delays and maximum flexibility, can be a better choice. And with more automation, the economic gap between manufacturing in China versus manufacturing in the United States is shrinking.
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In short, electronics can be made in America, as long as they’re specialty electronics, selling in the thousands, not millions. (Moi ici: Ainda me lembro do meu último emprego... de onde estive quase a sair para criar uma empresa dedicada à produção de pequenas séries de circuitos impressos de dupla camada. Só havia produção para grandes séries)
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Such specialty goods usually command higher margins and are less likely to face competition from other commodity suppliers. It’s a classic market niche for a midsized manufacturing business. Big enough to sell globally and have an established brand, but not so big that it falls into the commodity deathtrap of razor-thin margins and scary overexposure to economic swings and the changing taste of fickle consumers."
Como Dave Bowman diz ao HAL:
"Something Wonderful is Going to Happen"
E os segredos revelados do eficientismo massificado vão acelerar ainda mais esta transição para um mundo de prosumers e fazedores.

Trechos retirados de "Makers - The new industrial revolution" de Chris Anderson

terça-feira, outubro 30, 2012

A protecção dos incumbentes

No meio de algumas asneiras grossas (como a da impressão de smartphones) o afloramento de uma discussão futura, o recurso à regulação para reforçar a protecção dos incumbentes em "3D printing is coming – so let's not strangle the industry at birth"
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Um excelente artigo que levanta um tema já aqui abordado algumas vezes, os novos modelos de negócio e a economia dos prosumers tem um potencial de disrupção, não só face aos incumbentes como às receitas dos Estados: "Airbnb, Coursera and Uber: The rise of the disruption economy" (excelente artigo)
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"The Intellectual Property Implications of Low-Cost 3D Printing"
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"The free universal construction kit"
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Eheheh inovação a todos os níveis "A Sewing Machine To Encourage Making And Mending"

quinta-feira, outubro 18, 2012

Mais do que uma "escola do futuro"

Escreve Chris Anderson em "Makers - The New Industrial Revolution":
"Making something that starts virtual but quickly becomes tactile and usable in the everyday world is satisfying in a way that pure pixels are not. The quest for "reality" ends up with making real things.
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This is not just speculation or wishful thinking - it can already be felt in a movement that's gathering steam at a rate that rivals the First Industrial Revolution and hasn't been since, well, the Web itself.
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Today there are nearly a thousand "makerspaces" - shared production facilities - around the world, and they're growing at an astounding rate: Shanghai alone is building one hundred of them. Many makerspaces are created by local communities, but they also include a chain of gym-style membership workshops called TechShop, run by a former executive of the Kinko's printing and copying chan and aiming to be as ubiquitous. Meanwhile, consider the rise of Etsy, a Web marketplace for Makers, with nearly a million sellers who sold more than $0.5 billion worth of their products on the site in 2011. Or the 100,000 people who come to the Maker Faire in San Mateo each year to share their work and learn from other Makers, just as they do at the scores of other Maker Faires around the world."
Agora vem uma citação que me deprime:
"Recognizing the power of this movement, in early 2012 the Obama administration launched a program to bring makerspaces into one thousand American schools over the next four years, complete with digital fabrication tools such as 3-D printers and laser cutters. In a sense, this is the return of the school workshop class, but now upgraded for the Web Age. And this time it's not designed to train workers for low-end-blue-collar jobs, but rather it's funded by the government's advanced manufacturing initiative aimed at creating a new generation of systems designers and production innovators."
Os funcionários de cá, entretiveram-se numa festa a torrar dinheiro na transformação arquitectónica de escolas em bunkers que consomem o triplo da electricidade, têm candeeiros Siza e ...
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O que vai fazendo cada vez mais diferença é a iniciativa privada. Há quinze dias, na zona da Grande Braga, fui visitar as obras de construção de uma "escola do futuro", uma versão de makerspace, hackerspace, montra virtual, espaço de troca de experiências, troca de conhecimentos, indutor de fertilização cruzada de diferentes tipos de Makers - malta das aplicações, da tecnologia, da culinária, do têxtil, da marroquinaria, da jardinagem...
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Ainda não tenho autorização, nem a pedi, para revelar mais sobre o projecto, mas não resisto a publicar algumas fotos do telemóvel:







terça-feira, outubro 16, 2012

Sintomas da economia DIY a regressar

Mais um trecho de "Makers: The New Industrial Revolution" de Chris Anderson:
"The past ten years have been about discovering new ways to create, invent, and work together on the Web. The next ten years will be about applying those lessons to the real world.

Wondrous as the Web is, it doesn’t compare to the real world. Not in economic size (online commerce is less than 10 percent of all sales), and not in its place in our lives. The digital revolution has been largely limited to screens. We love screens, of course, on our laptops, our TV’s, our phones. But we live in homes, drive in cars, and work in offices. We are surrounded by physical goods, most of them products of a manufacturing economy that over the past century has been transformed in all ways but one: unlike the Web, it hasn’t been opened to all. Because of the expertise, equipment, and costs of producing things on a large scale, manufacturing has been mostly the provenance of big companies and trained professionals.

That’s about to change.

Why? Because making things has gone digital: physical objects now begin as designs on screens, and those designs can be shared online as files. This has been happening over the past few decades in factories and industrial design shops, but now it’s happening on consumer desktops and in basements, too. And once an industry goes digital, it changes in profound ways, as we’ve seen in everything from retail to publishing. The biggest transformation is not in the way things are done, but in who’s doing it. Once things can be done on regular computers, they can be done by anyone. And that’s exactly what we’re seeing happen now in manufacturing.

Today, anyone with an invention or good design can upload files to a service to have that product made, in small batches or large, or make it themselves with increasingly powerful digital desktop fabrication tools such as 3-D printers. Would-be entrepreneurs and inventors are no longer at the mercy of large companies to manufacture their ideas."
Ainda esta manhã, durante o noticiário das 8h00 na Antena 1, um repórter em Bragança relatava que está a regressar o hábito de fazer o pão em casa... mais um sintoma da economia DIY a regressar. Sim, não é só a tecnologia de ponta: é a cultura que vê como natural produzir comida, roupa, agricultura, jardinagem. Prosumers com indústrias de vivenda... o velho casal Toffler acertou em toda a linha. 

sábado, agosto 18, 2012

Este futuro está escrito nas estrelas

Há dias escrevi neste postal:
"Aqui está um negócio que há mais de 1 ano me convence que vai ter um boom espectacular, o "home delivery"."
Imaginem um mundo de prosumers, um mundo de artesãos, que desenvolvem as suas relações pela internet, e que precisam de enviar as suas criações para os consumidores. Não estamos a falar de cartas de correio normalizadas, estamos a falar de volumes de todos os tamanhos e feitios.
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Por isso, faz todo o sentido esta notícia "Torrestir abre 240 lojas em Portugal ", onde se pode ler:
"O grupo Torrestir, que se dedica ao setor de transporte rodoviário de mercadorias nacional e internacional, distribuição e logística, acaba de reforçar a sua área de negócio ligada à recolha de encomendas. Esta empresa familiar com mais de 50 anos de existência no mercado, inaugurou, na Avenida de Madrid, no centro de Lisboa, a sua quarta loja a nível nacional de recolha de encomendas até 30 kg.
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Depois de estar presente, com este tipo de lojas, em Barcelos, Guimarães e S. João da Madeira, o grupo lança-se agora na capital. Os novos pontos de entregas Torrestir estão disponíveis ao consumidor final, com entregas bidiárias e de dia seguinte e têm como objetivo proporcionar um serviço cómodo, acessível e de qualidade.
Para além do transporte rodoviário de mercadorias, o grupo Torrestir disponibiliza um vasto leque de serviços na área da logística e transportes, nomeadamente Distribuição porta a porta em 24 h; Transporte nacional; Transporte internacional rodoviário; Transitário de carga aérea e marítima; Logística e armazenagem; Mudanças, e tem-se afirmado como um parceiro de negócio para variados ramos: medicamentos; vestuário; alimentar; peças para automóveis; etc."

Este futuro está escrito nas estrelas.

sexta-feira, agosto 03, 2012

O impacte de Mongo na manufactura

Um tema que volta e meia aterra aqui no blogue.
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Mongo e o mundo dos prosumers, dos makers, dos DIY, e o impacte que vai ter na manufactura como a conhecemos desde a Revolução Industrial.
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"The Maker Movement: Manufacturing Friend or Foe?"
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"TechShop: Paradise for Tinkerers" (mais uma oportunidade de negócio para o futuro)

segunda-feira, julho 09, 2012

Acerca do futuro e de Mongo - UAUUU

Muitos chamam-me mongo por acreditar em Mongo, leiam este artigo "DIY revolution turns home into a factory", mais um relato da revolução que vai mudar a nossa vida. Tento imaginar como era a vida na sociedade pré-industrial para ter uma ideia de para onde podemos caminhar... um mundo de artesãos, um mundo de prosumers, um mundo de fazedores, um mundo de criadores, um mundo de tribos, um mundo de proximidade conjugada com globalização. Para mim é uma perspectiva excitante... 
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"The Technology, Entertainment and Design (TEDGlobal) conference in Edinburgh, the festival known as "Davos for optimists", shone a light on the DIY revolution, a movement that encompasses items ranging from manufacturing to synthetic biology to medicine.
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After a decade in which digital technologies have disrupted industries from music to the media, it's capitalism itself that is under attack. (Moi ici: A ideia de um capitalismo assente em empresas grandes, deslocalizadas, produtoras de milhões de unidades iguais que podem ser vendidas em todo o mundo, com exércitos de operários e/ou de robôs ao seu serviço) A decade ago, open-source software revolutionised the internet. Now the idea has entered the realm of physical things: open-source hardware.
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Catarina Mota, a 38-year-old Portuguese PhD student, is typical of the new breed of DIYers, or, as they tend to call themselves, "makers".
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Like most makers, she is self-taught. "A lot of people were doing these sorts of things as kids and then stopped," she says. "As manufactured goods became cheaper we became consumers. But now everything has changed. We don't accept things as they are given to us(Moi ici: Lá se vai a produção em massa, lá se vai a venda sem interacção, sem co-produção, sem co-desenho, sem proximidade) We make technology work for us. And we can make a living from it. It's not just a hobby. It has the potential to change economics profoundly." (Moi ici: E que potencial, vai alterar o emprego, a criação, a produção, a distribuição, o consumo, a colecta de impostos, a escola decadente, como elemento uniformizador para um mundo que prefere a variedade, vai ter de dar lugar a vários modelos independentes com muito mais diversidade. Como se percebe com a leitura de "O Elemento" de Sir Ken Robinson em vez de um programa nacional vai ter de ser um menu à escolha do aluno... Hilary Austen revisitada, viva a arte!!!)
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"People are hungry for meaning. It's about enterprise and low-cost access to blueprints. .. Production will be in the hands of the people."
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"It's definitely capitalism. But it's more democratic forms of capitalism." (Moi ici: Indy Capitalism com a democratização da produção!!!)
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It's also a phenomenon perfectly suited to the austerity age. Mass unemployment, says Andrew Hessel, a biology futurist from California, might even be the necessary catalyst. "Before, people would just go and get a job in retail. Now that's gone. There are millions of jobs that are not just coming back. But you can set up your own business for $100." (Moi ici: O que PPC disse e levantou tanta polémica)
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And the ideas, as evidenced by their high visibility at TED, are just starting to go mainstream. Bruno Giussani, the European director of TED who organised the programme, believes we are on the cusp of something radically new, not least because, according to Massimo Banzi, one of the founding fathers of the field, "you don't have to ask for permission"." (Moi ici: É por causa deste sentimento de optimismo, de crença no futuro e na revolução DIY que há anos, quando comecei a perceber a chegada de Mongo,  a associei a este filme)
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No alvo com esta reflexão de hoje de Seth Godin,

domingo, junho 10, 2012

A propósito de Atenor

A propósito do mel de Atenor.
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Quem visita este blogue com regularidade sabe o que quero significar ao usar a metáfora do planeta Mongo, sabe o que penso de um futuro de prosumers, de artesãos, de proximidade, de produção customizada, de printers 3D.
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Pois bem, recomendo com gosto a leitura deste artigo "The Future of Manufacturing Is Local".
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Numa altura em que as correntes, marés e ventos desenham um futuro de diversidade, de individualidade, de autonomias e agentes livres, as vozes do passado suplicam pelas aspirinas enganadoras que maquilham e adiam a mudança. Num mundo em explosão de diversidade as vozes do passado confiam em soluções centralizadas e centralizadoras.
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Os desejos, as aspirações e as necessidades das pessoas conjugam-se numa conspiração virtuosa para subverter o mundo tal como o conhecemos:
  • os que desejam individualidade;
  • os que desejam proximidade;
  • os que festejam a pertença a um local;
  • os que procuram o orgânico;
  • os que criam;
  • os que só podem reparar ou recuperar;
  • os que preferem a reparação ou a recuperação
  • ...
“Manufacturing isn’t dead and doesn’t need to be preserved,” she says. “Let’s stop fixating on what’s lost. Let’s see what we have here, what’s doing well, and let’s help those folks do better.”
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“People want to buy stuff that’s made locally. It started with food but it’s permeating fashion, woodwork and the like.” Echoing Dwight, Friedman says that “it has to do with local pride, with wanting to be an ethical consumer.”
No nosso caso, acrescentaria a autenticidade que a pertença a um local confere; acrescentaria a deterioração das condições económicas, que traz novos hábitos de consumo e engendra novas preferências e, suporta uma recuperação sustentada assente num novo modelo de produção e consumo.
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Interessante que tudo isto se interliga com o que ando a ler sobre a criação de valor... sempre que um fornecedor e um cliente co-produzem, co-desenham, e fomentam uma interacção, o fornecedor deixa de não só facilitar a criação de valor pelo cliente mas também ajuda o cliente a co-criar valor.

sábado, junho 09, 2012

It's a makers world!!!

Um fabricante de máquinas, em vez de gastar uma pipa de massa a manter uma secção de pintura que cumpra os requisitos de qualidade, de ambiente e de segurança do negócio, pode decidir subcontratar a tarefa a alguém que se especializou nesse serviço.
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A decisão descrita acima é muito comum e, muitas vezes, muito sensata. Uma empresa que todos os dias pinta, tira muito mais rentabilidade dos activos alocados à pintura do que uma empresa que só pinta de vez em quando, tem tudo a ganhar em especializar-se e estar em cima dos últimos desenvolvimentos a nível de pintura industrial.
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É comum empresas subcontratarem empresas para a realização de serviços: pintura; tratamentos térmicos; decapagem; esterilização; lavagem; enchimento; transporte; distribuição; marketing; ...
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É cada vez mais comum empresas subcontratarem empresas para a realização de serviços de produção: fabrico de peças; desenvolvimento de software; fabrico do produto (o private label é muito comum); ...
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O que nunca me tinha ocorrido era olhar para alguns fenómenos em curso sob esta perspectiva: consumidores contratarem empresas para serviços de produção.
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Quando um consumidor chama a casa alguém para tirar medidas e construir uma estante customizada... Ok, isso é comum e já cá está há muitos anos.
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Interessante é perceber que uma vertente de Mongo passa por consumidores contratarem empresas para construírem... melhor, para co-produzirem um produto que anteriormente só existia sob uma forma padronizada. Em vez de uma romagem à prateleira para ver o que pode servir de entre o que existe, uma customização em tempo real.
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O artigo "What's Your Margin?" tem um começo interessante sobre as margens brutas num negócio e o posicionamento estratégico. Contudo, o que gostaria de sublinhar é a história da empresa de bicicletas Pashley Cycles:
"Stratford-upon-Avon-based Pashley Cycles has been building bicycles and tricycles in the UK since 1926, when it was founded in Birmingham by William 'Rash' Pashley. At first, it made carrier cycles used by errand boys, but, in recent years, Pashley's classic models such as the Princess, the Roadster and the Guv'nor have become, dare one say it, fashionable. And while the country has become flooded by mass-manufactured budget bikes from Asia, Pashley has proved there's still a market for handmade machines produced in much smaller quantities.

Last year, Pashley produced around 10,000 cycles, with prices starting at about £350. Chief executive and majority owner Adrian Williams won't reveal specific margins, but it's safe to say they are higher than most mass-market rivals. But he emphasises his bikes' higher quality. Imported bikes are not necessarily much cheaper but have a lower spec, he points out, adding: 'Cheap and nasty bikes won't last long and won't do the job.'"
O mundo polarizado... de um lado vende-se o muito barato, do outro vende-se o requinte da experiência. O meio-termo, os nem carne nem peixe desaparecem.
"Pashley's commercial side supplies bicycles and tricycles to businesses ranging from industrial giants Pfizer and Toyota to sandwich-maker Darwin's Deli and estate agent Knight Frank. But most of its cycles are bought by consumers, and one advantage of being a relatively low-volume manufacturer is that it can offer a huge choice of distinctive models - some 160 in all - and respond quickly to demand. By contrast, says Williams, the mass distribution brands usually have no design and development capability and are simply emulating each other, churning out 'me too' products."
Na segunda-feira passada de manhã, atrasei a minha saída do carro em Felgueiras para ouvir até ao fim a história que Júlio Machado Vaz contava sobre duas enfermeiras que estavam a trabalhar como voluntárias numa aldeia transmontana (Atenor?) com 300 habitantes, e que eram pagas com "cama, mesa e roupa lavada". Contudo, a aldeia estava a mexer-se para arranjar meios de lhes começar a pagar um salário. Como? Comercializando mel e outros produtos da aldeia!!!
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It's a makers world!!!
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Parece-me um paradoxo à primeira vista... quanto mais o mundo está globalizado, e está (estou a aqui a escrever isto e a trocar tweets com uma académica de origem asiática que dá aulas em Inglaterra e está a relatar no twiter uma conferência a que assiste na Finlândia) mais o local e a proximidade parece ser relevante... terá algo a ver com a autenticidade? Terá algo a ver com um crescente desejo de afirmação individual? Milhões e milhões compram o iphone mas, depois, vão a seguir personalizá-lo por dentro e por fora.
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E com as printers 3D, o movimento vai-se acelerar, consumidores vão contratar serviços de produção a artesãos que se especializaram em design, ou em certas matérias-primas, ou em certos produtos, ... o impacte que isto vai ter no paradigma do que se considera indústria... já imagino, tanto subsídio atirado pelos governos para salvar o passado e os seus empregos... no limite, os governos "progressistas" podem declarar ilegais as printers 3D, ou vigiar a sua produção, ou aplicar pesados impostos ... se deixarmos de ser empregados e passarmos a ser prosumers lá se vai o IRS dos governos futuros...