"Rosa Pomar está vinculada às malhas e ao tricot não só pelo projecto desenvolvido para o livro mas também porque é proprietária da loja Retrosaria, ao seu alcance no Chiado de Lisboa, ou através do site retrosaria.rosapomar.com. Ri-se quando diz que a loja é uma maneira de financiar o trabalho que faz, o de pesquisa. Mesmo que assim seja, Retrosaria e trabalho de pesquisa são partes do mesmo todo. Rosa explica: “Tenho conseguido criar e ter à venda na loja fios para fazer malha fiados à mão numa aldeia de Trás-os-Montes, ou numa aldeia do Baixo Minho, fios que são feitos de lã de raças portuguesas, feitos em Portugal da origem ao fim. Por outro lado, o facto de dar workshops na loja também me permite fazer a ponte entre a pesquisa que faço e o público completamente urbano.”
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Há um facto que surpreende Rosa, entre o público que povoa os workshops da Retrosaria: “Hoje em dia é mais fácil encontrar pessoas a quererem fazer meias em Lisboa que em Trás-os-Montes. As pessoas que estão nas aldeias e ainda conservam este saber que adquiriram de forma tradicional não têm muito a quem ensinar.” As explicações são ainda especulações, talvez um mix, como diria Rosa, entre revivalismo, a moda do regresso às origens e a valorização do património. Seja como for, este fenómeno está desenquadrado da sua origem, diz-nos Rosa. “Isto ainda não chegou às aldeias, e espero que chegue antes de essas pessoas morrerem, porque depois já não há ninguém para ensinar.”"
quinta-feira, abril 11, 2013
Mongo em Portugal
"Rosa Pomar. O manual da detective das lãs"
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