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quinta-feira, julho 13, 2017

Nesse futuro distante...

Um dia, talvez daqui a muitos anos, os agricultores ver-se-ão como empresários.

Empresários como os empresários industriais.

Ninguém tem a obrigação de sustentar os agricultores. Os agricultores como empresários terão de estar atentos ao contexto em que se movem e produzem e terão de alterar o que produzem e quando produzem em função desse contexto.

Nesse futuro, talvez distante, o exemplo deste canadiano será a referência de actuação: recordar "Agricultura com futuro".

A agricultura nesse futuro distante não será uma espécie de funcionalismo privado suportado por todos.

Isto a propósito de "Excesso de produção de batata é um problema da conjuntura do mercado".

Nesse futuro distante os agricultores terão abandonado a prática alimentada e promovida pelo activismo político da situação e da oposição, sempre em busca de garantir apoios para as lutas eleitorais. Nesse futuro distante os agricultores não vão produzir sem perceber se há mercado e a que preços. Nesse futuro distante os agricultores não se vão limitar a vomitar produtos e a mendigar apoios.


quinta-feira, maio 25, 2017

Muito para aprender (parte II)

Recordar "Muito para aprender".

Os produtores transmontanos deviam aproveitar isto:
"The price of extra virgin olive oil has surged almost a quarter this year, as drought afflicts production at big producers around the Mediterranean. Output in Greece, Italy, Tunisia and, to a lesser degree, Spain is forecast to fall sharply this year.
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The jump in wholesale prices has put upward pressure on what consumers are having to pay. Retail olive oil prices across Europe have risen an average of 26 per cent in the two years to 2016, with those in Spain recording the steepest rise of 36 per cent, according research group IRI.
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This year’s advance in wholesale prices has yet to reach supermarket shelves because of a time lag, but industry executives warn it is likely to happen."

Trecho retirado de "Five markets charts that matter for investors"

domingo, maio 14, 2017

Cuidado com as generalizações

Ao olhar para títulos como "Líder da CAP: "Se não houver regadio não há agricultura empresarial"" e ""Estamos em seca permanentemente", diz o presidente da CAP" é importante não esquecer que a agricultura portuguesa é muito mais do que a produção de latifúndio do sul.

Não esquecer qual a distribuição geográfica dos associados da CAP e qual o tipo de produtos que produzem.

Cuidado com as generalizações.

segunda-feira, março 13, 2017

Agricultura por gente com skin-in-the-game

A propósito deste tweet:

Contrapus logo a minha opinião:

Há anos que defendo as ideias que também Jaime Silva defendia.
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Nunca poderemos ser competitivos a produzir cereal. E acrescento: o papel dos agricultores portugueses não é o de alimentarem o país. O papel dos agricultores portugueses é o de ganharem a sua vida ponto.

E o resultado desta evolução tem sido muito bom. Basta consultar o Anuário Estatístico Portugal 2015:

BTW, mesmo a linguagem "Agroalimentar tenta anular défice de 2700 milhões" de défice alimentar representa uma evolução positiva face à ideia não-económica de "substituir importações", aqui também:
"Até parece que faz sentido no campo agrícola produzir para substituir importações... por que havemos de destruir os nossos pobres solos a produzir mais cereais e oleaginosas, que podem ser comprados a preços sempre mais baixos no mercado internacional, e não devemos antes produzir mais daquilo em que somos bons ou podemos fazer a diferença?"
Recordar "Não é a caridade".

Por fim, recordar Jaime Silva aqui e aqui.

quarta-feira, fevereiro 15, 2017

Deixar de pensar que basta vomitar uma commodity (parte II)

Por favor ler primeiro a Parte I, só assim se perceberá a importância da parte II.

Impressionante! Depois do relatado na parte I encontrar "Rising Demand for Organic and Non-GMO Grains Outpaces US Production" onde se pode ler:
"Increasing consumer demand for organic and non-GMO foods led to a sharp rise in organic grain imports in 2016—prompting food manufacturers to explore new incentives for U.S. growers transitioning to organic production, according to a new report from CoBank. While U.S. production of non-GMO crops has risen, domestic production of organic corn and soybeans remains well short of demand."
Depois de ler a parte I ler:
"“Domestic supplies of non-GMO corn and soybeans increased steadily in 2016, as growers converted acreage and captured moderate market premiums,” says Dan Kowalski, director of the Knowledge Exchange Division at CoBank. “Transitioning to organic production, however, is a multi-year, risk-reward calculation that’s likely holding some U.S. growers back from taking advantage of the market opportunity.”
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Imports of organic grains, particularly corn, from countries such as India, Ukraine, Romania, and Turkey surged in 2016 to meet the burgeoning U.S. demand for organic food products. Organic corn imports more than doubled from 2015 to 2016 and accounted for nearly one-half of the U.S. organic corn supply. The domestic shortfall for organic soybeans was even greater, with roughly 80 percent of soybeans supplying the U.S. organic market imported in 2016."
É de loucos!

Imaginem seguir o conselho do canadiano referido na parte I... Imaginem pensar primeiro nas necessidades dos clientes em vez de pensar primeiro no que a inércia dita, do que é a tradição.

Como não pensar nas importações de leite em Portugal a preços muito acima daqueles a que se fazem as exportações:
"Em "Leite e Lacticínios" é possível verificar que as exportações em 2015 foram feitas a um preço médio de 41 cêntimos e as importações a um preço médio de ... 60 cêntimos!!!"
Se calhar estamos perante o mesmo tipo de desafio.

domingo, fevereiro 12, 2017

Outsider manda conselho para a FNOP (parte II)

Parte I.

Cá está um testemunho em suporte deste outsider:
""Prevemos que o mercado continue a crescer a nível interno e que as exportações possam crescer bastante. Temos feito muitas visitas ao Norte da Europa e o facto de ter sido um Inverno mau nos países onde se abastecem [sobretudo Espanha] faz com que tenham apetência por Portugal, para diversificarem", conta.
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O frio danificou a produção de legumes no país vizinho, um dos principais abastecedores da União Europeia.
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No Verão tínhamos uma ocupação baixa porque os nossos clientes procuram-nos, sobretudo, no Inverno”, altura em que o clima é mais rígido no Norte da Europa, conta o director-geral. “Um pouco devido às alterações climáticas estamos a ter mais procura”, continua, acrescentando que com verões “mais agressivos” no seu mercado doméstico os parceiros europeus têm procurado outras alternativas para se abastecerem."
Claro que quanto maior o sucesso dos produtores portugueses maior o risco disto deixar de ser sentido e deixarmos de ser associados à alternativa de qualidade (autenticidade). Recordar que só os parlamentares é que acreditam que não há trade-offs.


Trecho retirado de "Mau tempo não travou vendas recorde da Vitacress"

BTW, quanto mais mau tempo na Europa melhor para os produtores portugueses.

Deixar de pensar que basta vomitar uma commodity

Costumo dizer que, excluindo as famílias e as tribos, todas as organizações humanas só existem em função de quem servem no exterior.
Este é o referencial que me serve para interpretar esta notícia "The Next American Farm Bust Is Upon Us":
"The Farm Belt is hurtling toward a milestone: Soon there will be fewer than two million farms in America for the first time since pioneers moved westward after the Louisiana Purchase.
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Across the heartland, a multiyear slump in prices for corn, wheat and other farm commodities brought on by a glut of grain world-wide is pushing many farmers further into debt. Some are shutting down, raising concerns that the next few years could bring the biggest wave of farm closures since the 1980s."
Por cá, como lá nos Estados Unidos, as Cristas e os Capoulas Santos acorrem a estas situações e torram dinheiro para tentar manter uma situação que há muito está desequilibrada (Como se começam a corrigir 30 anos de activismo político? (parte III)).
"The USDA in October said it would pay more than $7 billion in financial assistance under existing programs to help farmers survive the current downturn.
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U.S. wheat exports last season were the lowest in almost a half-century, though government forecasters expect them to improve this year. Mr. Basse said he believes it won’t be economically viable for the U.S. to export wheat within five years."[Moi ici: Um exemplo de como as ajudas protelam a mudança até que depois já é tarde demais para a fazer]
Estas ajudas, ao longo das décadas, foram criando uma mentalidade entre os agricultores de que bastava apostar na exploitation sem cuidar da exploration, de que o único caminho era mais quantidade e mais quantidade. É o modelo do século XX ainda vivo e a bombar em força.
"A decade ago, a U.S. biofuel boom and China’s growing middle class lifted prices for crops like corn and soybeans. Many American growers spent the windfall buying land and half-million-dollar equipment.
The boom also encouraged farmers in other countries to ramp up production. Farmers world-wide put nearly 180 million new acres into cultivation over the past decade. Lower production costs, proximity to fast-growing markets and improving infrastructure gave some overseas farmers an edge.
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Corn and wheat output has never been higher, and never has so much grain been bunkered away."

Qual o futuro para quem quer continuar na agricultura?
Renovação!

Apostar na concorrência imperfeita!

Deixar de pensar que basta vomitar uma commodity para pensar no que é que realmente tem procura, no que é que dá dinheiro sem precisar de violar Pandora.

Recordo sempre o exemplo do canadiano (Dezembro de 2010) que recomendei ao Hélder em Setembro último.

sábado, fevereiro 04, 2017

Outsider manda conselho para a FNOP

Nos últimos anos a agricultura portuguesa tem evoluído de forma muito positiva. No entanto, jornalistas que supostamente deveriam ser experts no tema continuam embebidos em cortisol:
"E que, se prosseguirmos por este caminho sem rumo, vamos continuar irremediavelmente a perder terreno para a concorrência cada vez mais aguerrida."
Eu, outsider, interrogo-me, será que a feira em causa no artigo é a mais adequada para os produtos portugueses?

Entretanto, por estes dias, vejo mais oportunidades para agricultura portuguesa!
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Por exemplo, em "Supermercados no Reino Unido estão a racionar legumes" e, sobretudo em "O preço da curgete triplicou e a culpa é do mau tempo" com:
"No Reino Unido, os supermercados estão a limitar a quantidade de brócolos, alface ou curgete por cliente devido à queda na produção destes produtos. A “culpa” é das baixas temperaturas que dizimaram a produção em Espanha, país onde o Reino Unido se abastece neste tipo de alimentos. Em Portugal não há prateleiras vazias
...
“O caso de Inglaterra é muito mais preocupante. Em Portugal temos zonas em que houve estragos, mas quem alimenta o Reino Unido são os espanhóis”, sublinha.
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Num comunicado recente, a Fepex, federação espanhola de exportadores de frutas, legumes e flores, avisou que a produção de alguns vegetais será 60% mais baixa do que o normal e que a situação deverá manter-se até meados de Abril."
Eu, outsider, se fosse presidente da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (Fnop) metia-me num avião, ía a Inglaterra e fazia uma operação de charme junto dos ingleses.

E chamava-lhes a atenção para coisas como a relva alentejana. Não estão a ver? Vejam "Estratégia a sério na agricultura, ou make my day!"

segunda-feira, novembro 28, 2016

O futuro passa seguramente por esta linha

Algo que pode, eventualmente, ajudar a engrossar a onda "Bragança quer ser a fonte de aditivos naturais dos iogurtes às écharpes".
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Recordo "O repovoamento do interior também passa por isto" e no apostar não na cópia das economias do Porto e Lisboa mas naquilo que é específico da zona e pode ser uma vantagem competitiva para a economia de uma região.

"Por isso, talvez um dia vejamos este tipo de serviço disponibilizado"

Quando, no princípio deste século, trabalhei com várias empresas que fabricavam materiais de construção um dos aspects do sector que mais impressão me fazia era o anonimato. Nesses tempos pré-marcação CE uma empresa podia produzir e colocar no mercado um produto sem qualquer identificação da sua proveniência. Como muitos desses produtos eram distribuídos por armazenistas perdia-se completamente a cadeia de rastreabilidade.

Interrogava-me: não têm orgulho do que produzem? Não o querem mostrar?

Entretanto, quando pensamos nos nichos que a agricultura portuguesa ocupa, o da joalharia, por oposição ao Mar del Plástico, faz todo o sentido ter orgulho do que se faz e de onde se faz.

Por isso, talvez um dia vejamos este tipo de serviço disponibilizado "The Companies Trying To Track Everything We Eat, From Seed To Stomach" para reforçar uma proposta de valor, à semelhança do exemplo da Marbelize:
"The dream, says Cuka, is that consumers at the grocery store will someday be able to scan a QR code on a tuna can and see the photos of the fish at the moment of capture.
Today, when a Marbelize boat hauls in a catch, the captain stands on deck with a computer tablet in hand taking photos that show the species, the dimensions of individual fish, and the abundance of the catch. The photos record the geolocation of the fishing boat, proving the catch was in legal waters. "We can see all of this in real time long before the boat comes in," says Cuka. Formerly hidden operating inefficiencies, he adds, are now becoming obvious."
Por que não pensar em algo similar para as castanhas, ou para as maçãs, ou para as alfaces ou para a manteiga de amêndoa.

sexta-feira, novembro 25, 2016

Encaixem lá mais isto

Depois de "Encaixem lá mais estes elementos" encontrei:
"Apesar da queda acentuada no mercado angolano, Jorge Monteiro estima que o valor das exportações deste ano seja idêntico ao de 2015 devido ao crescimento em mercados alternativos e ao aumento do preço médio.
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"Em quase todos os mercados estratégicos estamos a crescer e isso é o que nos tem permitido encontrar mercados alternativos ao de Angola. Isto significa que o setor dos vinhos tem uma resiliência e uma dinâmica bastante elevada, pois não é fácil perder 70 milhões de euros em dois anos num mercado e ir buscá-los a outros", evidenciou."

"as exportações avícolas cresceram dez vezes em valor entre 2005 e 2015"

Ainda acham que é por causa do euro?

quinta-feira, novembro 24, 2016

Encaixem lá mais estes elementos

Depois de "O regresso da indústria à Europa" encaixem lá mais estes elementos:

Recordar o Mar del Plástico e a joalharia.

Imaginem que começamos uma promoção, como a do calçado, criamos marcas portuguesas e começamos a lidar com a distribuição... imaginem só o potencial de subida na escala de valor.

Imaginem se tivéssemos um governo antifragilista o quão longe poderíamos ir... a culpa não é do euro, é das políticas internas que nos derrotam.
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Como ele, Jaime Silva, se ri:
Sempre fui um defensor de Jaime Silva mesmo quando o partido que apoiava o seu governo o criticava.

terça-feira, novembro 01, 2016

Vantagens e desvantagens comparativas

Para os que acham que que temos de ser auto-suficientes em pleno século XXI, custe o que custar, eis um cheirinho da coisa em "That Boom You Hear Is Ukraine’s Agriculture".
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Recordar David Ricardo e o vinho português conjugado com os têxteis ingleses.

quarta-feira, outubro 26, 2016

Hoje, olho e paro!

Houve um tempo em que nem olharia para estes títulos "Pinhel organiza segunda edição do evento "Beira Interior - Vinhos & Sabores"". Depois, veio um tempo em que olharia e os classificaria de copiadores de outros.
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Hoje, olho e paro!
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Olho, leio e regozijo-me:
"A cidade de Pinhel vai receber, de 18 a 20 de novembro, a segunda edição do certame "Beira Interior - Vinhos & Sabores", que pretende promover os vinhos e os produtos da gastronomia tradicional daquela região."
Hoje, reconheço o que pode ser um certo dinamismo local que consciente ou inconscientemente já descobriu que o futuro das terras do interior não passa por serem uma emulação parola das cidades do litoral. O futuro do interior passa pelo que passa pela sua individualidade, pela sua identidade e pela riqueza com o que é gerado na zona.

terça-feira, outubro 25, 2016

Agora é mainstream

É doloroso ter razão antes do tempo, agora é mainstream:
"Não há dúvida de que, nas últimas duas décadas, a agricultura viveu uma revolução. Hoje o sector é mais profissional e vocacionado para o mercado com produtos de valor acrescentado.
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Apesar da localização geográfica favorável, o país não usufrui sempre das melhores condições para a agricultura e a dimensão do mercado português exige que as empresas do sector procurem oportunidades lá fora, através de produtos diferenciados. "O mercado português é pequeno. Não podemos competir em pé de igualdade. Temos de procurar os produtos em que somos diferentes e melhores"."
Depois, o texto aborda uma conversa com João Machado da CAP. Pensem bem, quanto menos tempo João Machado tem nos media melhor está a agricultura portuguesa. E não está melhor por causa da CAP, está melhor apesar da CAP (recordar o marcador que lhe dediquei há anos). Uma melhoria feita por anónimos que têm apostado em produtos novos e diferenciadores em que Portugal, pelo menos em certas épocas do ano, tem vantagens competitivas. Longe vão os tempos em que a CAP achava que agricultura era cereal, era comodity.
"o sector terá ainda maior potencial se oferecer mais produtos biológicos que respondam à preocupação dos consumidores com a saúde. A preferência pelos hábitos saudáveis está a transformar a fileira do comércio e terão de alterar também a produção. "A tecnologia pode não ser só máquinas, mas lutas biológicas, genéticas. Hoje em dia temos um consumidor mais exigente e no futuro será cada vez mais"." 
Trechos retirados de "Diferenciar para crescer e exportar" publicado pelo Expresso

Afinal estava completamente errado

"Nos últimos 36 anos (1980-2015), Portugal mais que duplicou a produção de leite, reforçando a autossuficiência (o grau de autossuficiência mais elevado, 112,5%, foi conseguido em 2015).
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a profunda restruturação do setor que em 25 anos (1989-2013) aumentou em mais de 8 vezes a dimensão média do efetivo por exploração (de 4 vacas leiteiras para 34) e promoveu a especialização a um nível capaz de competir com os parceiros europeus (em 2013, a produtividade das vacas atingiu as 7 toneladas de leite/cabeça, superior à média registada na UE10).
...
Em 25 anos (entre 1989 e 2013) desapareceram 90 mil explorações e reduziu-se o efetivo animal em mais de 140 mil vacas leiteiras, o que corresponde a variações negativas de, respetivamente, 92,2% e 34,7%.
Esta evolução traduziu-se sobretudo na eliminação de explorações pecuárias com um número reduzido de efetivos e consequente aumento da dimensão média dos efetivos por exploração (de cerca de 4 vacas por exploração para aproximadamente 34 vacas por exploração).
...
A profissionalização dos produtores, nomeadamente as melhorias introduzidas ao nível do controlo sanitário, alimentação animal e genética (fruto de programas de melhoramento e através da aquisição de vacas de alto valor genético), permitiram a Portugal alcançar os padrões europeus ao nível da produtividade das vacas (com 7 toneladas de leite/cabeça em 2013), sendo de destacar que, quer o aumento de dimensão quer a concentração regional das explorações, conduziram também a ganhos de eficiência através da otimização na logística de recolha."
Vou acompanhando o sector do leite ao longo dos anos mas não mergulho a fundo em busca de informação, alguma nem sei onde procurar. Por isso, antes de ler estes textos publicados pelo INE reagi assim a um tweet do @nticomuna:



Afinal estava completamente errado, fiquei na dúvida e fui à procura de informação que encontrei em "How much milk do cows give?":
Em quantidade por cabeça estamos efectivamente na metade superior da tabela.
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Mas o nosso problema não passa pela eficiência, suspeito que falta outro tipo de estratégia.

Trechos retirados de "Estatísticas Agrícolas - Estatísticas da Produção e Consumo de leite - 2015" publicado pelo INE.

terça-feira, outubro 18, 2016

"afinal falhei na minha previsão"

No semanário Expresso em "Azeite alentejano vendido ainda na árvore" leio:
"o facto de Portugal ser o país mais precoce a colocar azeite no mercado e, por último mas não menos importante, a qualidade crescente dos azeites nacionais, o que tem vindo a ficar anualmente demonstrado na conquista de prémios de relevo internacional, cada vez em maior número e em mais mercados nos dois lados do Atlântico.
...
Outra das características a favor dos produtores nacionais é a elevada percentagem esperada de azeite virgem extra (o mais cobiçado) face ao total da produção. "É algo que nos distingue de outros países e faz com que haja mais interesse no nosso azeite",
...
"há mesmo uma certa inveja dos nossos colegas espanhóis em relação ao que se faz aqui". E explica que o Alentejo dispõe de condições únicas para a produção de azeite de elevada qualidade. "Em Espanha aposta-se mais na quantidade". Garante que Portugal está claramente na linha da frente na aplicação de tecnologia e inovação no olival à escala global. Este ano já vendeu algumas centenas de toneladas de azeite ainda com a azeitona na árvore, sobretudo a embaladores italianos que precisam de azeite topo de gama tão rápido quanto possível. "Os produtores italianos não cuidam tanto da azeitona como nós fazemos aqui e por isso ficam muito mais sujeitos a pragas e doenças. No nosso caso, por exemplo, ainda não fizemos nenhum tratamento químico nos nossos olivais". A qualidade crescente que diz estar a conseguir nos seus 600 hectares de olival acaba por gerar uma relação de confiança com alguns clientes, que acabam por se tornar "habituais"."
E fico convencido que afinal falhei na minha previsão de uma bolha azeiteira porque uma massa crítica de produtores não seguiu o caminho espanhol e apostou na qualidade em detrimento da quantidade, e apostou em marcas próprias e tirou partido das doenças que grassam no olival italiano.


segunda-feira, outubro 10, 2016

Estratégia na agricultura

Como é que os representantes patronais dos agricultores deste pequeno país reagirão a um artigo como este "The Dizzying Grandeur of 21st-Century Agriculture"?
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É impossível competir contra este modelo de negócio e é imoral que os mais pobres não possam aproveitar as vantagens deste modelo de negócio.
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Mas já não estamos no século XX, estamos no século XXI e a caminho de Mongo. Por isso, cada vez mais nichos e tribos valorizam e estão dispostos a pagar por outro tipo de agricultura. Recordar o recente:
""Um consumidor do Centro da Europa prefere um produto português a um produto espanhol, marroquino, turco ou egípcio. Mesmo se o nosso produto for mais caro, desde que seja de qualidade, nós vendemos." "No ano passado, um produtor teve de me mostrar uma factura para eu acreditar que tinha  vendido batata-doce de Aljezur três vezes mais cara na Alemanha e na Suíça do que o valor do produto espanhol e norte-americano. Conseguiu isso por ter um produto de excelência."
Absurdo é querer produzir no campeonato do meio, não ter preço nem diferenciação e esperar que os contribuintes paguem a desvantagem competitiva porque são agricultores.

domingo, outubro 09, 2016

Outra vez a marca Portugal

Na senda do que aprendi acerca do valor do made in Portugal na agricultura versus o Mar del Plastico de Almeria, em linha com a ideia da "joalharia" agrícola:

Este artigo desta semana, "Exportação ganha com fama de Portugal":
""Um consumidor do Centro da Europa prefere um produto português a um produto espanhol, marroquino, turco ou egípcio. Mesmo se o nosso produto for mais caro, desde que seja de qualidade, nós vendemos." "No ano passado, um produtor teve de me mostrar uma factura para eu acreditar que tinha  vendido batata-doce de Aljezur três vezes mais cara na Alemanha e na Suíça do que o valor do produto espanhol e norte-americano. Conseguiu isso por ter um produto de excelência."

terça-feira, outubro 04, 2016

Mongo também passa por isto

Fundamental que este tipo de informação circule e mude as mentes de muita gente formatada na escola que nos prepara, e mal, para sermos funcionários de organizações no Porto ou Lisboa.
"Depois da publicação do primeiro livro ‘O Pastoreio e o Queijo da Serra’, resolvi dinamizar, com as Câmara Municipais, as primeiras feiras e concursos de Queijo da Serra que aconteceram em 1978 em Seia, Gouveia, Manteigas, Celorico e Guarda, foram os cinco concelhos onde começámos a promover estes eventos que entretanto deram um salto extraordinário na qualidade e na valorização deste produto, uma vez que o queijo estava numa fase crítica em que os preços caiam constantemente e não havia reconhecimento do mercado.Com a realização destes concursos e com a influência dos meios de comunicação social, aproximou-se o consumidor do produtor. Em 1977, se alguém quisesse comprar um queijo da Serra, o produtor só vendia uma arroba, 15 quilos, era a tradição.Estes concursos trouxeram a oportunidade de adquirir queijos à unidade, o que constituiu uma revolução tremenda por si só. O preço do queijo duplicou, e no terceiro ano quase triplicou. Desde aí, o queijo Serra da Estrela tem tido manifestações de grande interesse e, sobretudo, de incentivo às novas gerações, porque é uma boa aposta que se pode fazer neste setor. Com 70, 80 ovelhas, qualquer casal tira mais rendimento do que um casal de professores licenciados. Hoje ser pastor é um negócio atrativo. Houve uma revolução, nas feiras e concursos, quer em Seia, Gouveia, Manteigas, Fornos de Algodres, Oliveira do Hospital, já se encontra muita gente nova a abraçar esta profissão."
Recordar "A mudança em curso passa por coisas como estas" e "Bem haja!"
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Recordar "O repovoamento do interior também passa por isto"