sexta-feira, julho 19, 2024

Curiosidade do dia

"Indian-Americans have achieved a breathtaking amount in this country in a couple of generations. What's impressive is both the range of their success and that they have succeeded entirely on their own steam. No ethnic or racial favors have come their way from schools, colleges or government. At least until the recent Supreme Court ruling on affirmative action, it was a disadvantage to be an Indian student applying to an Ivy League school.

...

I'm an ethnic Indian immigrant to the U.S., in the process of becoming an American, but I don't write this to be self-congratulatory. Instead, I do so to point out that contrary to claims of "systemic racism" and pervasive "white privilege," America has been a place where this ethnic minority has blossomed. Indians constitute just under 1.5% of the country's population, and yet we've had two IndianAmericans (Nikki Haley and Vivek Ramaswamy) compete for the Republican presidential nomination this year. Vice President Kamala Harris, lest we forget, was born to an Indian mother. Indian-American CEOs run Google and Microsoft as well as Novartis, Starbucks, FedEx, Adobe and IBM.

...

What Indians don't specialize in is grievance. There is no Indian lobby pushing for increased "representation" in this or that economic or political sector, no pressure group ululating for ethnic enclaves, or for information to be provided in a language other than English. You won't be told, when you call your bank, to "press 2 for Telugu." You won't have Indian parents at American public schools clamoring for special dispensations for their children. There is, instead, a quiet determination among Indian-Americans to take full advantage of being in a land that gives them a range of opportunities unavailable in their country of ancestral origin.

It is deeply unfashionable to speak these days of the American Dream. To do so marks you out, in certain circles, as anachronistic or sentimental. But if there's one group that holds fast to its belief in the American Dream, it's Indian-Americans. Unapologetic about their drive to thrive, they are rightly scornful of those who would say that America is a place that thwarts people on the basis of race."

Li este texto na tarde de ontem no WSJ do dia 17.07:

Depois, à noite apanhei no Twitter:

Livrem-se da decomposição do cristianismo

Primeiro a frase completa:

"Pour le colonisé, la vie ne peut surgir que du cadavre en décomposition du colon."

"Pour le colonisé [Moi ici: O mais fraco, o que merece cuidado na tradição cristã que impregnou o pensamento ocidental], la vie ne peut surgir que du cadavre [Moi ici: Desejar a morte do outro, algo pouco cristão] en décomposition du colon. [Moi ici: O outro é o forte, por isso merecedor do nosso desdém, ou o segundo na escolha. Como o camelo que passa mais facilmente pelo buraco da agulha que o rico. Sim, eu sei que a tradução do grego não foi a melhor]"

A frase foi construída para chocar. Usa o anticristianismo, o desejar a morte de alguém, para justificar uma mensagem do cristianismo. 

Fiquei a pensar é que o apelo ao anticristianismo é também, uma licença para abandonar os preceitos do cristianismo. Como diz Tom Holland, só o cristianismo embebido na sociedade impede que hoje o mais forte tenha prioridade sobre o mais fraco. Sem cristianismo, poderemos ter sem quaisquer pruridos alguém a escrever:

"Pour le colon, la vie ne peut surgir que du cadavre en décomposition du colonisé."

O paradoxo de usar a retórica anticristã para transmitir uma mensagem cristã, sugere que o abandono dos valores cristãos pode levar a uma reversão em que os fortes dominam os fracos sem restrições morais.

Isto a propósito de uma frase de uma euro-deputada da França Insubmissa.


quinta-feira, julho 18, 2024

Curiosidade do dia

Este tweet merece mais divulgação:

Marcas e customização

A propósito do artigo "Swiss Supreme Court Rules That Rolex Customizer Artisans de Geneve Is Legal"

Primeiro, a regulamentação legal sobre a customização:

  • O Supremo Tribunal Suíço decidiu que a Artisans de Geneve (AdG) pode personalizar legalmente relógios Rolex a pedido do proprietário do relógio para uso pessoal. No entanto, a AdG não pode comercializar ou anunciar estes produtos modificados usando as marcas registadas da Rolex sem consentimento.

Em 2020 a Rolex entrou com uma acção judicial sobre este tipo de serviços. A AdG, desde então, mudou o seu modelo de negócios. Agora, eles personalizam apenas relógios que os clientes já possuem, em vez de vender relógios pré-personalizados. Esta adaptação evita infracções com as marcas registadas.

O Tribunal diferenciou entre personalização de uso pessoal e marketing comercial. A personalização para uso pessoal não infringe as marcas registadas, enquanto o uso comercial, incluindo marketing e venda de produtos modificados, requer autorização do proprietário da marca.

A decisão reforça o princípio do esgotamento da marca, ou seja, uma vez vendido um produto, o proprietário tem o direito de modificá-lo para uso pessoal. Isto não se aplica a actividades comerciais que possam prejudicar os consumidores em relação à origem ou endosso do produto.

Esta decisão tem implicações mais amplas para a indústria relojoeira e potencialmente para outras indústrias onde a customização está a crescer. Equilibra os direitos do consumidor de personalizar produtos com os direitos dos proprietários das marcas de proteger as suas marcas registadas.

As empresas especializadas em serviços de customização podem operar dentro dos enquadramentos legais, garantindo que os seus serviços são claramente para uso pessoal e não para revenda comercial. Isto incentiva a inovação em modelos de negócio que se concentram na customização e não na produção em massa. 

O que me faz espécie é a incapacidade das marcas perceberem o potencial de mercado da customização. Por que não são elas próprias a tentar ganhar a preferência dos clientes para a realização destes serviços? Ou, por que não criam parcerias com customizadores para controlarem a qualidade e a representação da marca?

terça-feira, julho 16, 2024

Curiosidade do dia


Impressionante sintoma da forma de gestão portuguesa... numa empresa privada, ela fecha ponto. Num organismo público, o dinheiro impostado aos saxões ajuda a esconder quase todos os descalabros de gestão pública. 

Hoje, percebi mais um sintoma do que é viver na Suíça. A pintura periódica das paredes dos humildes túneis das passagens para peões nas estações de caminho de ferro.

Recordo:

A previsão mais fácil de todas, rumo à Sildávia.

Volto à curiosidade do dia do passado Domingo:

Perceberam bem a mensagem deste gráfico ... deixem-na assentar bem no fundo da vossa consciência.

Onde eles e Portugal estavam em 1992 e onde estamos agora nós e eles.

Pena o partido comunista não ter ganho o 25 de Novembro de 1975. Teríamos apanhado a vacina e hoje não estaríamos com um país tão socialista e inimigo da criação de riqueza.

A previsão mais fácil de todas, rumo à Sildávia.

segunda-feira, julho 15, 2024

Curiosidade do dia

 


Vinhas na Suíça.

Exportações dos primeiros cinco meses do ano

 

Olhando para os primeiros cinco meses do ano em termos gerais os números de 2023 e 2024 anda ela por ela, muito iguais. No entanto, a maioria dos sectores que acompanho estão com um desempenho homólogo negativo.

domingo, julho 14, 2024

Curiosidade do dia

 

Fonte.

Fugir do crescimento canceroso

Na revista do Público de ontem li o artigo "A grande mentira do vinho em Portugal".

O texto sublinha a importância de subir o preço do vinho em Portugal como uma solução mais eficaz para resolver os excedentes e melhorar a sustentabilidade do sector. O autor argumenta que a prática actual de tentar aumentar o volume de vendas, especialmente através de vinhos baratos, é um erro, dado que isso perpetua um ciclo vicioso de baixa rentabilidade. Em vez disso, sugere que vender menos, mas a preços mais altos, pode gerar mais receita e ajudar a equilibrar a oferta e a procura. Esta abordagem é comparada ao exemplo bem-sucedido da indústria de calçado italiana, que, apesar de vender menos em volume, consegue gerar mais receita.

Em linha com críticas já aqui feitas no blogue ao longo dos anos. Por exemplo em "O crescimento canceroso.

Outra crítica do autor, ao invés de expandir a área de vinha ou procurar novos mercados, o foco deveria ser em vender menos vinho, mas a preços mais altos, para aumentar a rentabilidade e a sustentabilidade do sector. 

Recordar o recente "Mais uma razão para apoiar a causa irritante."

Estamos sempre a bater em exemplos de crescimento canceroso como no vinho temos o turismo, por exemplo. Corridas para o fundo. 

sábado, julho 13, 2024

Curiosidade do dia

"O problema de Gustavo é já o de muitos outros recém-licenciados em Direito e, em setembro, quando muitos mais finalizarem o curso, ganhará uma “dimensão catastrófica”, antevê o presidente do Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados (CRP/OA), Jorge Barros Mendes. Perante a obrigação de pagarem 1120 euros (125% do salário mínimo) durante os 12 meses do estágio, muitos escritórios não estão a abrir vagas, ou, mais exatamente, os seus advogados estão a recusar-se a ser patronos de novos estagiários.

“A medida tinha um objetivo nobre, porque o trabalho tem de ser remunerado, mas tem dificultado mais do que ajudado”, resume Gustavo Lopes."

Entretanto, na rádio ouvi a bastonária da ordem dos advogados a dizer que vai pedir aos deputados que obriguem os saxões (contribuintes) a pagar o ordenado aos estagiários.

É provável que tal aconteça, os deputados são quase todos advogados.

Trechos retirados do JN de hoje em "Escritórios de advogados fecham porta a novos estagiários para não pagar"

Mais do que com a Peste Negra

Peter Zeihan chamou-me a atenção com uma comparação brutal: Nas próximas décadas a China vai perder mais gente (em %) do que a Europa com a Peste Negra.

No WSJ de ontem:

"When China launched its one-child policy more than four decades ago, it sped up an evolution toward smaller family sizes that would have happened more gradually.
The policy supercharged the country's workforce: By caring for fewer children, young people could be more productive and put aside more money. For years, just as China was opening its economy, the share of working-age Chinese grew faster than the parts of the population that didn't work. That was a big factor in China's economic miracle.
There was a price and China is now paying it. Limiting births then means fewer workers now, and fewer women to give birth.
A United Nations forecast published on Thursday shows how quickly China is aging, a demographic crunch that the U.N. predicts will cut China's population by more than half by the end of the century."

Trechos retirados de "China Pays Price for Its One-Child Policy" 

sexta-feira, julho 12, 2024

Curiosidade do dia

""Given market conditions, it's especially important that we carefully balance [summer working hours] with the needs of our clients, teams and work commitments, which should continue to take priority," Elliott said in a separate memo.
Some partners had expected that the summer working hours benefit would be dropped entirely this year by the firm's new leadership, with one senior partner saying it was disruptive to a client-facing business."

De ranhura a canyon.

"what should organizations do when a promising innovative process fails to live up to expectations or a once-fresh innovation languishes over the years and eventually loses its effectiveness?
A solution is reimplementation: rethinking an innovative process within an organization’s context, making the necessary changes, and then reintroducing it. 
...
Reimplementation is an inherently vulnerable process. Leaders must be willing to expose problems and confront failures. Staff may resist reimplementation, not wanting to change something with which they are familiar and consider good enough."
...
The success of process innovations can fade over time. Consequently, it is crucial for organizations to periodically check them so they can identify declines in performance early. Once leaders uncover such a deterioration, they should determine the cause instead of immediately trying to force people to “get with the program.” With this knowledge, they can then redesign and reimplement the process and enable it to once again to deliver on its promise."

Há um tempo em que um processo e a realidade estão razoavelmente alinhados. No entanto, como o contexto está sempre em evolução, a entropia a crescer, as pessoas a entrar e a sair, novas tecnologias surgem, novas exigências de clientes e tudo se conjuga numa amálgama que começa a desalinhar processo e realidade em termos de execução e/ou eficácia. Em algumas empresas só se olha para os resultados financeiros e não se consegue, ou não se faz o drill down para chegar às causas raiz. Por isso, o desalinhamento vai aumentando e aquilo que era uma ranhura transforma-se num desfiladeiro, num canyon.

Quanto mais tempo se demora a actuar, maior terá de ser a dimensão da acção.


Trechos retirados de "How to Salvage a Useful Process That Isn't Working Anymore

quinta-feira, julho 11, 2024

Curiosidade do dia

Em muitas empresas privadas acontece isto, em praticamente todas as empresas nacionalizadas acontece isto.

Quando se ignoram os custos do futuro, não é Mariana?

Estão a ver uma refinaria de açúcar? Eu também vejo a redacção de um jornal. 

Aproveitar o reshoring

Na passada segunda-feira o WSJ incluia o artigo "Supply-Chain Overhaul Boosts GE Appliances' Sales":
"GE Appliances, one of the largest home-appliances manufacturers in the U.s., says a
$2 billion effort to remake its supply chain has helped it double revenue since 2017.
...
It is an example of how companies are resetting their supply chains to be more flexible, moves that come after retailers and household goods companies navigated disruptions, shipping delays and dramatic shifts in consumer demand during a chaotic period marked by waves of stockouts and overstocking.
"A lot of companies are really striving to create increased visibility in their supply chains and also to build greater resilience in their supply chains,
...
One of the biggest changes has been to bring more manufacturing into the U.S. from Asia. GE Appliances has added 4,000 manufacturing jobs across its nine U.S. plants over the past seven years. Shifting production from overseas has cut shipping costs by reducing the number of bulky appliances that are sent across the Pacific Ocean and has given GE Appliances more control over production.
"When you have something that's in a container on a boat for six weeks, it's difficult to change your orders and be able to adjust to shifts in demand," said North Carolina State's Handfield.
...
The company previously tracked "weeks on hand," which measures finished products relative to how many units typically sell in a given week. It now tracks customer orders delivered on time and in full, a measure that prioritizes existing orders so the company doesn't spend time manufacturing items that aren't in demand, Brey said.
...
"I want to make product as close to when the customer is going to want it as possible," Brey said."
A típica PME portuguesa não tem marca própria, mas pode procurar aproveitar esta tendência junto de marcas que operam no mercado europeu. Essas marcas procuram:

  • Mais flexibilidade da cadeia de abastecimento: Vão ter de investir em tornar as cadeias de abastecimento mais adaptáveis ​​para lidar com perturbações e alterações nas condições do mercado.
  • Repensar a localização da produção: Vão procurar aproximar a produção dos principais mercados para reduzir os custos de envio e melhorar os tempos de resposta à procura. Lidar com a incerteza e aumentar a rotação do inventário.
  • Produzir no regime "make to order": Querem alinhar a produção mais estreitamente com os pedidos reais dos clientes para reduzir o excesso de inventário e melhorar a eficiência.

Talvez a típica PME portuguesa tenha de rever:
  • As ferramentas digitais que usa para melhorar a visibilidade em toda a cadeia de abastecimento, desde a produção até aos pedidos dos clientes.
  • Os métodos de rastreio do inventário para os tornar mais precisos, com o foco em ter os produtos certos, nos locais certos, no momento certo.

quarta-feira, julho 10, 2024

Curiosidade do dia

 

O foco certo

Na passada Segunda-feira publiquei este postal "Não é só por cá. (parte IV)" onde volto a apresentar as minhas ideias para uma agricultura com futuro, demonstrando a irrazoabilidade de querer bons resultados com a continuação da postura actual. A certa altura recordo um postal de 2010 acerca de um canadiano: façam como o canadiano (2021) recordem a agricultura com futuro (2010).  A mensagem é: Em vez de procurarem mercado para escoar os produtos, procurem mercados que valorizem algo que possam oferecer de forma distinta. Comecem pelo fim, comecem pelo outcome, não pelo output.

Ontem, no jornal The Times apanhei esta foto.

Com esta legenda: 

"Hot property Lee McKendrick, the Wasabi Company's farm manager, grows the plants, a staple of Japanese cuisine, in Dorset and Hampshire. The company sells its produce for £200 a kilo and also has to import from Japan to meet demand"

Agora, ao olhar para o verde desta foto recordo alguém que em tempos me contactou por causa da produção hidropónica de alface.

Olhemos para a equação da produtividade:

E para a foto da Herdmar:


O foco no denominador, na redução de custos, traz retornos marginais. O foco no numerador, no preço que conseguimos por m2, por kg, por dm3, por unidade, por minuto, por ... é o foco certo. Que produtos posso produzir com concorrência baixa e bom preço?

Depois, é começar a pensar no próximo ciclo enquanto o actual dá porque outros virão copiar e com custos mais baixos.