Mostrar mensagens com a etiqueta via negativa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta via negativa. Mostrar todas as mensagens

domingo, outubro 12, 2014

Socialismo com dinheiro dos outros é refresco

A ler "The End of Normal" de James K. Galbraith, ainda me consigo admirar com as barbaridades que os economistas cometeram alegremente em nome da engenharia social.
.
Depois da orgia que levou à bancarrota cá no burgo, pressinto futuro resgate no horizonte, (aqui e aqui) baseado em mais crença no mito do crescimento fomentado pelo Estado com o dinheiro dos contribuintes, actuais e futuros, nacionais ou estrangeiros.
.
Descubro agora que não contentes com o nível de impostagem, os socialistas do costume, os economistas do regime, têm uma nova arma no arsenal, pagar com promessas de dinheiro ou convertendo depósitos bancários em promessas de dinheiro:
"Não se devem por de parte modalidades de poupança forçada para entidades com rendimentos acima de certo nível, oferecendo remunerações comparativamente favoráveis, como meio de aumentar o baixo nível da poupança privada, com os respetivos fundos exclusivamente canalizados para o investimento."
Primeiro, não praticar o mal; é coisa demasiado humilde para estes engenheiros sociais da treta.
"O Governo tem de executar políticas discriminatórias tanto na escolha dos seus investimentos como na implantação de um enquadramento que induza a boas escolhas por parte dos investidores privados e dos seus financiadores." 
Como se os governos soubessem o que é que são boas escolhas. É possível ir buscar 200 economistas encartados, capazes de jurar sobre um qualquer livro sagrado que a OTA era fixe, para emitirem um parecer qualquer que corrobore a opinião do Paulo Campos de turno, chame-se ele Paulo Campos ou Moreira da Silva, de que é fundamental construir uma Torre de Babel qualquer.
.
Recordar "Acerca do crescimento"
.
Trechos retirados de "Financiar o crescimento"
.
BTW, do livro acima mencionado
"The new American version of Keynesianism did not dominate policy until the election of John F. Kennedy in 1960. [Moi ici: Outra treta criada pela geração mais egoísta da história] At that time, for the first time in peacetime, a president would proclaim that the economy was a managed system. By so doing, he placed the managers in charge and declared that the performance of the economy—defined as the achievement of economic growth—was a permanent function of the state. Even though the theory of growth, invented by Kennedy’s own advisers, had no special role for government, from that point forward government was to be held responsible for economic performance. Depressions were out of the question. Now the question was control of recessions—a much milder term that connoted a temporary decline in GDP and deviation from steady growth."

sexta-feira, outubro 03, 2014

Curiosidade do dia

Quando David foi levado à presença do rei Saul, teve de convencer o rei de que era capaz de defrontar Golias.
.
Saul era quem mais tinha a perder com uma eventual derrota de David.
.
E o que é que Saul fez, depois de ter sido convencido por David?
.
Deu-lhe as suas vestes de guerreiro, deu-lhe o seu elmo, deu-lhe uma armadura e uma espada. David ainda as vestiu, contudo, como não se conseguia mexer com aquele peso, rejeitou toda aquela parafernália. O ponto que queria salientar era este: Saul que queria que David vencesse, Saul que queria o melhor para o sucesso de David, estava tão prisioneiro de um modelo mental que só conseguia vislumbrar uma forma única de combater, combater num duelo de igual p,ara igual.
.
O resto da história já o sabemos, David derrotou Golias recorrendo a uma abordagem fora da caixa, fazendo batota, percebendo que, afinal, aquilo que os outros viam como um dado do desafio, como uma constante, a forma de combater, era afinal uma variável. Essa mudança de perspectiva libertou-o para uma actuação inesperada.
.
Lembrei-me disto tudo agora, ao ler "Incentivem as empresas que concorrem com o resto do mundo". Como é que estes bem-intencionados economistas, gente que quer, que tem tudo a ganhar com o sucesso das empresas, pensam na estratégia para o sucesso?
"Uma medida em sentido contrário foi a redução do IRC, por beneficiar quem não tem concorrência e já lucra mais." [Moi ici: Quer isto dizer que quem exporta não tem lucros? Quer isto dizer que as empresas não precisam de capital para investirem e criarem emprego?]
Estes bem-intencionados economistas passam por cima dos números da evolução das exportações desde 2005, com taxas de crescimento entre as mais elevadas da zona euro e acreditam que só com apoios do Estado é que as empresas podem conquistar quotas de mercado no exterior.
.
Prefiro que se baixe o IRC para capitalizar as empresas e, se deixe ao cuidado de cada uma o fazer uso do pensamento de David, para encontrarem o seu próprio caminho, com base na sua experiência e vantagens competitivas.
.
Prefiro a via negativa.
.
Prefiro o, primeiro não fazer mal.
.
Estou farto de ver o Estado, sempre cheio de boas-intenções, condenar borboletas à morte, porque condoído, as ajudou a sair do casulo. Os bem-intencionados economistas acham que quando o Estado falha na sua actuação é porque existem malandros:
"Em Portugal, têm proliferado os casos de incompetência, de influência de grupos de interesse, de corrupção, de sobreposição de objectivos políticos a critérios económicos, etc."
Pessoalmente, acredito que a quantidade de malandros é bem menor do que aquilo que se suspeita. Acredito sim é que o Estado não tem informação suficiente para tomar boas decisões, nem nunca terá.

quinta-feira, junho 26, 2014

Por que têm de enveredar pela engenharia social? Ou, "Esperteza saloia parte II"

A propósito de "Carlos Costa defende reformas antecipadas para modernizar empresas" onde se pode ler:
"As empresas portuguesas devem apostar em mecanismos de antecipação da reforma dos trabalhadores mais antigos como forma de se modernizarem garantindo uma mão-de-obra mais produtiva, defendeu esta quarta-feira o governador do Banco de Portugal.
...
Empresas ganhariam com trabalhadores jovens "mais baratos, flexíveis e produtivos", diz governador do Banco de Portugal."
Tantos equívocos de um velho lobo do mar do sector não-transaccionável e que, aposto, não faz a mínima ideia sobre como se aumenta a produtividade.
.
E o que dizer da experiência adquirida por anos de trabalho?
.
E o que dizer do conhecimento implícito não traduzível para procedimentos escritos?
.
Sinto que por detrás deste racional está a mesma lógica que acha que mais produtividade se consegue com mais 1 hora de trabalho por dia, com menos feriados e menos férias.
.
Reparem:
"Empresas ganhariam com trabalhadores jovens "mais baratos,"
Se eles passavam a ser mais baratos, qual o acicate para que as empresas procurassem subir na escala de valor, procurassem aumentar a produtividade, se tinham esta boleia de autêntico passageiro clandestino?
As empresas são geridas por humanos, os humanos não são maximizers, são satisficers. Seria como a introdução de raposas na Austrália para caçar coelhos, também eles introduzidos na Austrália. As raposas preferiram caçar espécies autóctones mais fáceis de apanhar do que apanhar coelhos.
.
Mão amiga pode encaminhar para o senhor governador a história do descalabro da "Circuit City" referida em "Esperteza saloia" e aqui.
"Empresas ganhariam com trabalhadores jovens "mais ... flexíveis ...""
O que se entende aqui por flexibilidade? Há falta de flexibilidade dos trabalhadores hoje em dia? Os únicos casos que conheço resultam mais de relações adversarias independentes da idade. "If you give them peanuts, you get monkeys"
.
Mais flexibilidade resulta de alterações nos processos e de mais critério na selecção dos segmentos de clientes a servir. Volto à segunda figura deste postal recente:

"Empresas ganhariam com trabalhadores jovens "mais ... produtivos","
A velha e obsoleta ideia de que mais produtividade resulta de se correr mais depressa. Mais produtividade tem de vir da gestão... ainda ontem de manhã escrevi sobre isso:
""management does indeed appear to be important in accounting for the large differences in cross-country Total Factor Productivity (TFP) as well as within-country differences." 
E recordo Gary Klein em:
Por que é que o senhor governador não olha antes para a distribuição da produtividade intra-sectorial? 
.
Por que é que o senhor governador não canaliza a sua energia para baixar ou eliminar as barreiras à entrada e à saída das empresas?
.
Por que é que o senhor governador não se dedica a reduzir as protecções ás empresas zombies?
.
Pena que esta conclusão:
""Conhecemos menos o país do que aquilo que pensamos. Não podemos intervir de forma consistente sobre a economia se não a conhecermos. É como a acupunctura: se não conhecermos os centros nervosos e espetamos a agulha, isso até pode prejudicar", disse Carlos Costa.
Acrescentou: "Especulamos muito sobre a economia, mas não a conhecemos. Estamos sempre a intervir sobre um corpo que não conhecemos""
Não se traduza numa humildade daquele tipo:
"Em primeiro lugar, não causar dano" 
Ou seja, a via negativa!
.
Por que têm de enveredar pela engenharia social, pela construção top-down de uma nova sociedade, de uma nova economia, de um novo trabalhador?
.
BTW, mão amiga que faça chegar ao senhor governador este estudo "Age and Productivity – Sector Differences?", onde, por exemplo, se pode ler:
"This paper shows that the share of employees in different age groups hardly has an impact on establishment productivity in the manufacturing, services and metal manufacturing sectors. On first sight, these findings contradict the notion that physically demanding, rigid and monotonous jobs might reduce the relative productivity of older employees in the (metal) manufacturing sector, or that higher flexibility and speed increase the productivity of younger employees in the services sector. However, one has to be aware that only the productivity of those employees who are actually working in the establishment is measured. We do not find strong evidence that our results reflect differences in the selectivity of older workers or in investments in old employees between sectors.
This paper paints a positive picture of the relative productivity of older employees in different sectors of the German economy."
Também lhe podem fazer chegar este outro e este outro... basta googlar para perceber que o senhor governador mandou uma posta de pescada.

terça-feira, abril 01, 2014

Uma das minhas narrativas preferidas

"A strong version of the canonical big data thesis is that when you have enough information, you can make unbiased predictions that don’t require an underlying understanding of the process or context – the data are sufficient to speak for themselves.  This is the so-called “end of theory.”
.
Not so fast, Harford responds.  The failure of Google Flu Trends, in his view, emphasizes the perils of unmoored empiricism.
.
A theory-free analysis of mere correlations is inevitably fragile,” Harford writes.  “If you have no idea what is behind a correlation, you have no idea what might cause that correlation to break down.”
.
He’s right, of course – but I suspect that outside of a few areas such as physics, our understanding of causation is far more fragile than we appreciate.  We overestimate our understanding of causation, and our ability to generalize..
I’d argue this is especially true in medicine, where despite our aspirations to approach health and disease from first principles, our actual understanding is far more limited, and based far more on rationalized empiricism than is often appreciated – there’s much more scientism than science.
...
Fundamentally, my concern is that more often than we appreciate, and especially in healthcare, our faith on theory is misplaced – we turn to various theories as crutches, explanatory models, memory devices, in the case of med students and harried residents.
...
The difference is that we recognize (or should recognize) empirical predictions for what they are, limitations and all.  Yet, I suspect we are more likely to let our guard down in instances where predictions are theory-driven, where we instinctively believe we really understand what is going on.  In doing so, we are likely to discount data that don’t fit, and unconsciously constrain our thinking according to theory’s dictates."
Sobretudo porque no mundo das chamadas ciências sociais, o que é verdade hoje pode passar a ser mentira amanhã e vice-versa, só pela actuação do observado e do observador.
.
Algo que devia incutir muito mais humildade em quem pretende construir sociedades de homens novos e substituir-se a centenas de gerações de tentativa-e-erro.
.
Feyrabend rules!!!
.
Trechos retirados de "Why Causation Is (Often) Not Causation - The Retro Humility Of Empiricism"

sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Sexo, jardineiros, intervencionistas, Taleb e Cavaco Silva (parte II)

Parte I.
.
Esta manhã, durante os meus 16 km de jogging debaixo de chuva, ouvi o capítulo 3 de "The Red Quenn - Sex and the Evolution of Human Nature" de Matt Ridley.
.
A certa altura oiço:
"sex and dispersal often seem to be linked. Thus, grass grows asexual runners to propagate locally but commits its sexually produced seeds to the wind to travel farther. Sexual aphids grow wings; asexual ones do not: The suggestion that immediately follows is that if your young are going to have to travel abroad, then it is better that they vary because abroad may not be like home.'
...
Aphids multiply during the summer on a rosebush, and monogonont rotifers multiply in a street puddle. But when the summer comes to an end, the last generation of aphids or of monogonont rotifers is entirely sexual: It produces males and females that seek each other out, mate, and produce tough little young that spend the winter or the drought as hardened cysts awaiting the return of better conditions. To Williams this looked like the operation of his lottery. While conditions were favorable and predictable, it paid to reproduce as fast as possible—asexually. When the little world came to an end and the next generation of aphid or rotifer faced the uncertainty of finding a new home or waited for the old one to reappear, then it paid to produce a variety of different young in the hope that one would prove ideal."
E a minha mente voou para o paralelismo com a economia... e recordei por um lado a poesia de Hamel e Valikangas sobre a resiliência da vida na Terra e, por outro, os crentes no Grande Planeador.
.
Depois, Nassim Taleb veio juntar-se à festa, foi ao sexto km, com a humildade por detrás da "via negativa"... os intervencionistas, quase sempre cheios de boa vontade, querem intervir para "ajudar" as empresas a fazerem face a uma qualquer evolução desfavorável.
.
.
.
Interessante como os afídeos perante a alteração das condições, deixam de confiar na replicação dos seus genes e apostam no sexo, para criar novas combinações de genes que talvez possam enfrentar melhor o futuro.
.
Os intervencionistas que intervêm, os que decidem o que salvar e o que condenar são os mesmos que não sabem fazer as contas para um simples concurso público.
.
Depois dos jardineiros, lembrei-me logo da intervenção de Cavaco... outro intervencionista.

domingo, janeiro 19, 2014

só que um sistema é mais do que a soma dos seus componentes

Apareceu esta imagem há bocado no twitter:
Lembrei-me logo de Carl Sagan... episódio V de Cosmos, não preciso de ir procurar em lado nenhum está gravado na minha memória.
.
Ver a partir do minuto 43:30 até ao minuto 45:18

"The beauty of a living thing is not the atoms that go into it, but the way those atoms are put together. Information distilled over 4 billion years of biological evolution. Incidentally, all the organisms on the Earth are made essentially of that stuff. An eyedropper full of that liquid could be used to make a caterpillar or a petunia if only we knew how to put the components together"
Durante anos usei este trecho em inúmeros acções de formação sempre que queria dar a ideia do que é um sistema e, de como um sistema de gestão da qualidade de uma empresa, criado para dar resposta a requisitos, pode ser um falhanço completo em termos de desempenho da empresa, apesar de permitir a certificação.
.
Algum humano se recusa a comer mirtilhos?
.
Algum humano duvida que comer mirtilhos faz bem à saúde?
.
OK, agora, experimentem fazer um cocktail de sumo de mirtilho, comprando os químicos identificados lá em cima na fotografia e, depois, misturando-os nas proporções semelhantes às do fruto...
.
Quantos humanos se recusariam a beber esse "sumo"?
.
Um conselho prévio, procurem na internet os efeitos daqueles compostos aromáticos listados, por exemplo...
"The beauty of a living thing is not the atoms that go into it, but the way those atoms are put together"
O pensamento analítico julga que basta analisar os componentes isolados e, depois, juntá-los para perceber o que é o sistema... só que um sistema é mais do que a soma dos seus componentes.
.
Daí que o nosso mundo esteja cheio de
unintended consequences, a maioria geradas por gente bem intencionada que julga que sabe o suficiente para mexer num sistema...
.
Têm de aprender a via negativa...

terça-feira, outubro 01, 2013

Estratégia não é...

Uma versão da via negativa aplicada à estratégia, ou seja, o que é que a estratégia não é:
"1.They define strategy as a vision. Mission and vision statements are elements of strategy, but they aren’t enough. They offer no guide to productive action and no explicit road map to the desired future.
...
2.They define strategy as a plan. Plans and tactics are also elements of strategy, but they aren’t enough either.
...
3.They deny that long-term (or even medium-term) strategy is possible. The world is changing so quickly, some leaders argue, that it’s impossible to think about strategy in advance and that, instead, a firm should respond to new threats and opportunities as they emerge.
...
4.They define strategy as the optimization of the status quo. Many leaders try to optimize what they are already doing in their current business. This can create efficiency and drive some value. But it isn’t strategy.
...
5.They define strategy as following best practices. Every industry has tools and practices that become widespread and generic. Some organizations define strategy as benchmarking against competition and then doing the same set of activities but more effectively. Sameness isn’t strategy. It is a recipe for mediocrity.
.
These ineffective approaches are driven by a misconception of what strategy really is and a reluctance to make truly hard choices. It is natural to want to keep options open as long as possible, rather than closing off possibilities by making explicit choices. But it is only through making and acting on choices that you can win. Yes, clear, tough choices force your hand and confine you to a path. But they also free you to focus on what matters. What matters is winning."
Trechos retirados de "PLaying to Win" de Lafley e Roger Martin
.
BTW, neste tópico sobre as escolhas "But it is only through making and acting on choices that you can win.", é fundamental pensar no timing. Ás vezes, é preciso esperar que algo apareça, que algo aconteça. Escrevi isto influenciado por isto:
"Para já, Costa não sabe o que há de fazer. Espera um dia em que tudo se torne mais claro."
E isso, levou-me a isto:
"He just smiled and said, “I am going to wait for the next big thing.” 
Claro que ele não ficou literalmente à espera, o ipod não caiu do céu.

sexta-feira, junho 07, 2013

São as próprias pessoas!!!

Leiam e releiam este artigo "Recursos silvestres são opção para produtores alentejanos".
.
Tantas coisas que defendemos no blogue...
.
Como é que se conquistam pessoas para os territórios do interior?
.
Copiando e fazendo (mal) o que se faz no litoral?
.
ERRO! As pessoas preferem o original!
.
Apostando naquilo em que se é diferente? Apostando naquilo em que se pode exibir autenticidade? Apostando naquilo que é específico? Apostando na fuga ao vómito industrial?
.
CLARO!!!
"Mel, cogumelos, ervas comestíveis (aromáticas) e medronho são alguns dos recursos silvestres que estão a seduzir muitas famílias com explorações agro-florestais no Baixo Alentejo.
.
A agricultura tradicional já conheceu melhores dias e há que encontrar alternativas para manter o rendimento familiar. (Moi ici: Há dias, num encontro na AEP,  enquanto João Machado da CAP discursava para uma plateia de urbanos, não aguentei mais e levantei-me e abandonei o local, porque não suportei pactuar com as mentiras que o senhor dizia. Começou por dizer mal de Jaime Silva, o ex-ministro da Agricultura de Sócrates que terá sempre o meu reconhecimento - "Pensamento estratégico" e "Comandar o destino". Depois, disse, qualquer coisa como: "Bastou sair o ministro, que os agricultores são os mesmos e produzem o mesmo e a mudança aconteceu". Esquece-se dos tais 200 jovens que entram na agricultura por mês e do tipo de agricultura que fazem e trazem) Os recursos silvestres são uma aposta que tem vindo a ser assumida como uma boa alternativa, uma vez que está a provar ser uma mais-valia económica que dá trabalho e produz riqueza.
...
“Neste momento temos cerca de 10 empresas que já estão a exportar o seu produto para diferentes países”, (Moi ici: Só na zona de Mértola) diz à Renascença. a responsável pela ADPM Sandra Cascalheira, admitindo que estes produtos estão a exercer “uma grande capacidade de atracção para o território de novos produtores, jovens agricultores, algumas pessoas que já tinham uma relação com o território mas que estavam fora e que estão agora a regressar para desenvolver a sua actividade”.
.
Os recursos silvestres são vistos como produtos de excelência e qualidade, emergentes e com lugar garantido nalguns mercados estrangeiros.
...
(Moi ici: Esta frase final que se segue estraga um pouco a magia do que está para trás) São as próprias “pessoas que já estão a contribuir para a valorização do território e para o seu desenvolvimento socioeconómico”, refere Sandra Cascalheira. (Moi ici: Come on!! Se não são as próprias pessoas quem são? Os ministros? Os bancos? As câmaras? As escolas? A retoma? A troika? Keynes? São as pessoas!!!!.SÃO AS PESSOAS!!!!!!!! E esta é que é a beleza poética da coisa. São as pessoas que ao tratarem dos seus projectos geram um agregado dinâmico, positivo.)
 Sou um adepto confesso da VIA NEGATIVA.

sexta-feira, maio 24, 2013

Curiosidade do dia

No meu JdN de ontem vinha um suplemento intitulado "Encontros da Junqueira" sobre a sessão que se terá realizado a 6 de Fevereiro último.
.
Esta tarde, aproveitei para ler a intervenção do Key-Note Speaker, o professor Ricardo Reis. A certa altura  verifico que ele também usou a imagem referente a Portugal (que independentemente referi esta manhã aqui):
E disse:
"o grande problema é a cauda não a média. A empresa mediana portuguesa está ao nível da americana. A grande dificuldade é termos esta cauda tão grande. Há tantas empresas mal geridas em Portugal. Muito mal geridas, ou pouco produtivas."
Depois, quando começa a sessão de perguntas e comentários, Jorge Braga de Macedo pergunta:
"O que é que se faz com aquele gráfico?"
 António José Seguro responde mostrando como é que aquela cauda permanece:
"Seguro quer Estado a entrar no capital de empresas "sem gastar um cêntimo""
Ou, então, Daniel Bessa.
.
O Estado não precisa de fazer nada, esse é o ponto, basta seguir a via negativa e deixar o mercado actuar. Os clientes e consumidores que reduzam aquela cauda.

segunda-feira, maio 20, 2013

Until the fat lady sings...


“Likewise, we cannot say any single strategy in the Prisioner’s Dilemma ecology was a winner. .
Lindgren’s model showed that once in a while, a particular strategy would rise up, dominate the game for a while, have its day in the sun, and then inevitably be brought down by some innovative competitor. Sometimes, several strategies shared the limelight, battling for “market share” control of the game board, and then an outsider would come in and bring them all down. During other periods, two strategies working as a symbiotic pair would rise up together – but then if one got into trouble, both collapsed.”

“We discovered that there is no one best strategy; rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction.”
Tanta gente cheia de receitas para a economia como um todo... esquecem-se que na economia, a senhora gorda nunca canta, ou antes, só canta amanhã, e nós estamos sempre no hoje e agora.

Trecho recordado daqui.

domingo, maio 12, 2013

A "Via Negativa" (parte III)

Parte I e parte II.
.
"what is called in Latin via negativa, the negative way, after theological traditions, particularly in the Eastern Orthodox Church. Via negativa does not try to express what God is - leave that to the primitive brand of contemporary thinkers and philosophasters with scientistic tendencies. It just lists what God is not and proceeds by the process of elimination.
...
Recall that the interventionista focuses on positive action - doing. Just like positive definitions, we saw that acts of commission are respected and glorified by our primitive minds and lead to, say, naive government interventions that end in disaster, followed by generalized complaints about naive government interventions, as these, it is now accepted, end in disaster, followed by more naive government interventions. Acts of omission, not doing something, are not considered acts and do not appear to be part of one’s mission. ... I have used all my life a wonderfully simple heuristic: charlatans are recognizable in that they will give you positive advice, and only positive advice, exploiting our gullibility and sucker-proneness for recipes that hit you in a flash as just obvious, then evaporate later as you forget them.
...
in practice it is the negative that’s used by the pros, those selected by evolution: chess grandmasters usually win by not losing; people become rich by not going bust (particularly when others do); religions are mostly about interdicts; the learning of life is about what to avoid. You reduce most of your personal risks of accident thanks to a small number of measures.
...
So the central tenet of the epistemology I advocate is as follows: we know a lot more what is wrong than what is right, or, phrased according to the fragile/robust classification, negative knowledge (what is wrong, what does not work) is more robust to error than positive knowledge (what is right, what works). So knowledge grows by subtraction much more than by addition—given that what we know today might turn out to be wrong but what we know to be wrong cannot turn out to be right, at least not easily."
Em vez de um cardápio de receitas intervencionistas, tão comum entre os socialistas do PSD e do CDS até aos do PS e PCP.
.
Trechos retirados de "Antifragile" de Nassim Taleb.