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quinta-feira, maio 01, 2014

um bom desafio para este primeiro de Maio

O @CN_  no Twitter lançou, há bocado, um bom desafio para este primeiro de Maio:
"Vamos lá, no dia do trabalhador pensem nos desempregados devido a todas as crendices e falácias económicas das elites académicas e políticas"

O problema é a procura, não a oferta (parte II)

Parte I.
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No artigo referido na parte I, Caldeira Cabral usou este gráfico:

Segundo Caldeira Cabral, o governo pretende seguir o caminho da seta na figura que se segue:
Não é só o governo, esta é a via do grupo encalhado no modelo mental a que chamo de tríade. Por exemplo, esta é a via de quem, como Ferreira do Amaral, quer sair do euro e viver da ilusão monetária. Os membros da tríade vivem, eles próprios, numa ilusão, a ilusão de voltar ao tempo em que a desvalorização da moeda nacional resolvia os problemas de competitividade... esquecem-se é que nesse tempo não havia a fortaleza China. Nunca esquecer esta tabela:
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Já Caldeira Cabral, no artigo, propõe esta abordagem:
Se aumentarmos a oferta de gente qualificada o PIB per capita vai crescer.
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Pessoalmente proponho uma outra abordagem:
Cada empresa, individualmente deve procurar subir na escala de valor, deve procurar melhorar as suas margens. Então, ao fazê-lo, vai descobrir que precisa de gente mais qualificada como instrumento de criação de valor.
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O truque é assentar a mudança naquilo que é familiar.
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Nunca esquecer Hausmann, os macacos não voam!
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Continua.

quinta-feira, março 27, 2014

Acham que a tríade chega lá?

Outro artigo interessante na Harvard Business Review deste mês de Abril, "Europe's Solution Factories". Um artigo onde, em vez da apologia da competição pelo preço, se apresentam exemplos sobre a via da co-criação de valor, em vez da "vending machine" a interacção:
"Until about a decade ago, [Moi ici: Reparem, não tem nada a ver com o euro. Tem tudo a ver com a chegada da China] the best way to make your manufacturing operations competitive was to apply the practices of lean management. But as those practices have become more universal, they are yielding less differentiation in cost and quality.
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This presents an acute challenge for manufacturers in developed countries in Europe and North America. They cannot compete on price; plants in large emerging economies such as China, Mexico, and Brazil come to the table with significantly lower labor costs. And many of those low-cost factories have high quality standards, the ability to produce on a large scale, and manufacturing methods as advanced as those anywhere in the world."
Que estratégias seguem?
"What explains their success? ... They leverage data flows to integrate closely with their supply chain partners; they optimize customer value across the whole chain, not just their part of it; they cooperate with suppliers to rapidly improve their manufacturing processes; and they harness their technical capabilities to offer a high degree of product customization for their customers. In short, they work with partners to manufacture solutions for other partners."
Quando aqui escrevemos sobre interacção, sobre batota, sobre subida na escala de valor, é sobre isto que falamos:
"When all that links two companies in a value chain are product and financial flows, it is relatively easy to change a supplier: You can always look for a cheaper option, which will probably lead you to a low-cost country like China or Vietnam. But when two or more companies are linked by information flows, what was purely a transaction becomes a kind of co-creation fed by trust and loyalty." 
Quando aqui escrevemos sobre a importância da proximidade, é sobre isto que falamos:
"A distant supplier is unlikely to have insight into the exact needs and expenses of buyers. It can perhaps improve the quality and reduce the cost of making the product, but in many situations the direct cost is only a fraction of what customers spend. Smart manufacturers understand that there are other ways in which they can create value for customers; they do not have to base their value proposition only on the quality and price of products if they can help customers add worth elsewhere along the value chain.
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When manufacturers change their product specifications, they may find that faraway, cost-driven parts suppliers are slow to respond. Smart European manufacturers, therefore, try to optimize production for maximum flexibility. In many cases this involves integrating tightly with their supplier or customer networks to rapidly adjust the manufacturing process so they can meet buyers’ changing needs."
Quando aqui escrevemos sobre a customização e personalização, é sobre isto que escrevemos:
"A number of European manufacturers have succeeded by focusing on supplying small-run, customized products. This requires bringing a high level of knowledge and skill to product design."
E na senda do que dizia o velho Engº Matsumoto, para tirarmos a cabeça de dentro do polimerizador:
"manufacturers moved away from an internal focus on improving traditional operations and instead coordinated in a proactive and collaborative way with supply chain partners. As a result, they developed innovative solutions to give the end customer a better product or service bundle. Low-cost factories in emerging countries cannot easily copy this approach, because it requires sharing proprietary data, optimizing the total value-chain costs, rapidly adapting manufacturing capability through integration with suppliers, or being able to deliver highly customized products. Such strategies, therefore, are the future of European competitiveness in manufacturing." 
Acham que a tríade chega lá?
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Andam assustados, querem empresas grandes para competir por quantidades com a Ásia... enfim!

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

O título devia ser outro

Lê-se o título "Exportações de vinho aumentaram 2,4% em 2013" e não se apanha o ponto-chave, em minha opinião:
"A exportação de vinho atingiu 725 milhões de euros no último ano, mantendo o crescimento já verificado em 2012."
OK, a percentagem diz respeito à facturação, aos euros, não a quantidades.
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Este parágrafo é o mais interessante:
"Apesar de o volume total exportado ter sido inferior a 2012, o aumento do preço médio “assinala uma maior predisposição dos mercados a pagar melhor pelos vinhos portugueses”, pode ler-se no comunicado de imprensa do IVV. O preço médio por litro situou-se nos 2,37 euros o que representou um aumento de 13,3% em relação ao verificado em 2012." 
Não sei se é uma predisposição para pagar melhor ou, sobretudo, uma quebra nas vendas dos vinhos mais baratos, e a manutenção ou aumento das vendas dos vinhos mais caros.
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Recordar o exemplo do desporto, aplicado ao calçado para explicar estes aumentos médios.
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Independentemente do que realmente se está a passar ao nível do preço, os membros da tríade não conseguem explicar estas coisas... produto mais barato não se vende e produto mais caro aumenta a procura...
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O título devia ser "Preço médio das exportações de vinho cresce 13,3%", dessa forma seria valorizado aquilo que interessa, aquilo que permite melhor nível de vida para quem produz.

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Pensamento fossilizado II

O @pauloperes chamou-me a atenção para este artigo que Steve Denning escreveu há cerca de um ano "Efficiency At Any Cost: Economics Made Wrong"
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No artigo, Denning comenta um texto de Barry Schwartz, “Economics Made Easy”, que não passa de uma ode à eficiência, típico da tríade.
"Worshipping efficiency at any cost is not only heartless: it’s wrong.
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What the article is reciting is the mantra that pervaded 20th Century economics and management. It goes way back to Frederick Winslow Taylor’s Principles of Scientific Management (1911) which assumed that the efficiency, i.e. cutting costs and saving money, is the be-all and end-all of an organization.
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What the NYT article misses is that improved efficiency by cutting costs is only one of three ways in which a society’s standard of living can improve. There are two other important routes:
  • Adding more value to the customer
  • Delivering value sooner
The NYT article thus misses Peter Drucker’s foundational insight of 1973: “The only valid purpose of a firm is to create a customer.” A firm does this by offering value to customers, by providing more of it, providing it at lower value and delivering it sooner. Cost-cutting is only one of three dimensions.
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The idea that improving efficiency by lowering costs is the sole goal of a firm became pervasive in the 20th Century, in part because big firms were hierarchical bureaucracies and cutting costs is all that bureaucracies are good for.
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Bureaucracies are not good at continuous innovation and consistently delivering more value to customers. Nor are bureaucracies good at delivering value sooner"
 Este ano, em Fevereiro, já tinha comentado o artigo de Schwartz em "Pensamento fossilizado". É este pensamento fossilizado que domina o mainstream do pensamento económico nas universidades, nas empresas, nos media e nas políticas públicas.