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quinta-feira, maio 21, 2009

Surreal

"Ouvido na TSF"
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Ás segundas, terças e quartas aparecem muito compenetrados a discorrer sobre o défice da balança comercial... os tais 2 milhões de euros por hora que se pedem emprestados ao estrangeiro.
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Ás quintas, sextas e sábados aparecem a promover estes gastos de país rico...
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Ah Jonas, como tu gostavas que os ninivitas fossem como os portugueses.
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Como diz Medina Carreira " fazer caridade com dinheiro emprestado por estrangeiros, ... "

sábado, dezembro 13, 2008

O deboche

Ontem à noite quando cheguei a casa ainda tive tempo de 'ouver' grande parte do programa da SIC-N "Expresso da meia-noite", depois assisti aos primeiros 10 minutos do noticiário da meia-noite.
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A sensação que ficou, e que continua, é a de aparvalhamento primeiro e de querer chorar pelo futuro deste país depois.
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Como diz o Homer Simpson para os seus comparsas da central nuclear de Springfield "You watch my back... I'll watch yours!" (Vocês sabem do que eu estou a falar... BPP? Que ideia!)
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Será que não há vozes discordantes? Será que toda a gente alinha na continuação e no reforço do deboche de endividamento? Será que toda a gente acredita que é possível adiar o "day of reckoning" eternamente?
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12% do PIB é quanto vale o nosso défice de transacções com o exterior (os tais 2 milhões de euros por hora, a taxa a que nos endividamos como país) ... onde é que o governo, apoiado pelos media, vai enterrar mais uns milhões no próximo ano?
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Na indústria de bens não-transaccionáveis do betão!!!
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Adenda das 7h25: Afinal ainda há gente que me acompanha ... o meu primeiro patrão. "Belmiro quer grandes projectos congelados" (no Público de hoje).
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"O empresário Belmiro de Azevedo defendeu ontem, num seminário realizado no Porto, o congelamento de boa parte dos grandes investimentos previstos pelo Governo em infra-estruturas, como o TGV, sustentando que "quem não tem dinheiro não tem vícios". Para Belmiro de Azevedo, a actual situação de crise mundial é "uma oportunidade óptima" para o Governo "se desprender de compromissos" relativamente a muitos dos grandes projectos. Essencial é, para o empresário, a aposta no empreendedorismo e em "actividades económicas-chave" onde o país tem "muito potencial", como a fileira da floresta, do mar, do turismo e da agricultura. "
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E remata com uma grande verdade, como o José Silva do Norteamos costuma explicar:
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""Adivinho que as medidas anunciadas amanhã [hoje, após o Conselho de Ministros extraordinário] vão ser fundamentalmente para o sistema financeiro", antecipou, reafirmando "não saber para o que este serve sem actividade económica""
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Porque factos são factos:
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"Convicto de que a actividade industrial "gera a maior parte do emprego, directa e indirectamente, e ainda é responsável pela liderança da Europa face às economias emergentes", o patrão da Sonae criticou o "orçamento irrelevante alocado" a esta área face ao atribuído aos bancos."
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Se por hipótese a grande crise acabar daqui a 3 anos como vamos estar em termos competitivos face ao exterior?
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Como vai ser o "Day-After"?
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Se Jonas odiásse Portugal tanto quanto odiava Nínive não tinha problema nenhum em vir cá pregar o arrependimento e a mudança de vida... ele saberia que esta gente não é como os nínivitas.
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Nota: Reparar no comentário de Mário Crespo a prever aquilo que já hoje escrevi neste blogue, a islandificação de Portugal: "há-de haver uma fase em que os de fora não nos emprestam mais dinheiro".

quinta-feira, outubro 16, 2008

Os habitantes de Nínive

Os habitantes de Nínive eram diferentes dos portugueses.
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A Bíblia inclui um pequeno livro com três páginas que conta a história do profeta Jonas, aquele que foi engolido por uma baleia.
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Esse livro começa assim:
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"A PALAVRA do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amitai, nestes têrmos: "Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e profere contra ela os teus oráculos, porque sua iniquidade chegou à minha presença."
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Jonas, que conhecia os ninivitas e não gostava deles, sabia que se eles ouvissem as suas profecias se arrependeriam e que Deus os pouparia. Vai daí, desobedeceu a Deus e fugiu em sentido contrário para outra cidade.
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Medina Carreira há anos que vem profetizando a desgraça, não é preciso ser profeta, está tudo escrito nas estrelas como um resultado, como uma consequência perfeitamente normal das escolhas que fazemos.
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Quando finalmente Jonas pregou a mensagem em Nínine "Daqui a quarenta dias Nínive será destruída"... Os ninivitas acreditaram e, proclamaram um jejum, vestindo-se de sacos desde o maior ao menor. Até o rei se levantou do trono, tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre cinza. Por fim, o rei decretou "Fica proibido aos homens e aos animais, tanto do gado maior como do menor, comer o que quer que seja, assim como pastar ou beber."
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Diante de uma tal atitude ninivita, vendo como renunciavam aos seus maus caminhos, Deus resolveu perdoar-lhes e poupar a cidade.
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Pacotão do betão, treta, conversa, está tudo louco, trapalhada, tarantantan, matulagem da rua, fazer caridade com dinheiro emprestado por estrangeiros, ... termos usados muito propriamente por Medina Carreira nesta entrevista com Mário Crespo na SIC-N.
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E os portugueses? E os que ocupam posições de poder? Alguém quer ouvir a verdade?
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Nota: as práticas medievais a que Mário Crespo se refere continuam hoje com os milhares de portugueses que regressam de Espanha para passar o fim de semana em casa (embora até isso esteja agora a desaparecer).
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Nota: Reparar no comentário de Mário Crespo a prever aquilo que já hoje escrevi neste blogue, a islandificação de Portugal: "há-de haver uma fase em que os de fora não nos emprestam mais dinheiro".
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Vénia devida ao caro Hélder d' "O Insurgente"