quinta-feira, março 10, 2011

Uma variação homóloga de 52,6% é obra

Há dias, o governador do Banco de Portugal, numa intervenção em Gaia, disse:
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"Aposta nas exportações é uma oportunidade para a região Norte"
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O INE publicou ontem estes números acerca do Índice das Novas Encomendas na Indústria:

"Em Janeiro de 2011, o valor das novas encomendas recebidas pelas empresas industriais aumentou 30,9% (variação de 26,5% em Dezembro). Este comportamento foi determinado pelas acelerações ocorridas em ambos os mercados, externo e nacional, cujas variações foram 52,6% e 9,3%, respectivamente (48,6% e de 4,8% no mês anterior).
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Em Janeiro, o valor das novas encomendas recebidas na indústria com origem no mercado externo registou, em termos homólogos, um aumento de 52,6% (48,6% no mês anterior).
Os agrupamentos de Bens Intermédios e de Bens de Investimento apresentaram aumentos de 80,6% e de 52,4% em Janeiro (77,0% e 39,7% em Dezembro), respectivamente, dos quais resultaram contributos de 35,1 p.p. e de 17,2 p.p. para a variação do índice deste mercado. As encomendas do agrupamento de Bens de Consumo aumentaram 1,7%, resultado 8,3 p.p. inferior ao observado no mês precedente."
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Um país com três economias:
  • a economia dos funcionários públicos;
  • a economia dos bens não transaccionáveis;
  • a economia dos bens transaccionáveis.
As duas primeiras, as que representam mais de 70% da economia estão e estarão em queda nos anos mais próximos. Há muitos recursos nestas duas economias que têm de ser transferidos para a terceira. A terceira, está de vento em poupa, não à custa do Estado-Soprano, mas apesar desse Estado-Soprano!
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Ontem, no discurso de tomada de posse o Presidente da Republica afirmou:
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"Apoiar as empresas que não dependem do Estado"
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A frase é um oxímoro, a frase é absurda, as empresas não precisam de apoio do Estado-Soprano. As empresas, precisam é que ele não interfira em favor de uns contra outros, precisam que ele não lhes torne a vida ainda mais difícil com mais saque travestido de impostos e taxas.
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É tão esquisito, entrar numa PME exportadora nos dias de hoje e sentir no ar uma atmosfera de confiança ... segredo? Fazer o by-pass a este país de incumbentes.

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