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quinta-feira, maio 21, 2015

Impressão 3D: Acerca do óbvio de que não se fala (parte II)

Em Abril passado, a propósito de um artigo de Richard D'aveni sobre a impressão 3D escrevi o postal "Impressão 3D: Acerca do óbvio de que não se fala".
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Entretanto, D'Aveni volta à carga e segue na direcção oposta à que equacionei, "3D Printing Will Revive Conglomerates":
"a single 3D printer can produce engine pumps one day and crankshafts the next. The technology’s flexibility introduces synergies where none existed before. [Moi ici: Olhar para dentro, produção e eficiência]
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Running plants at full capacity is often a key to profitability in manufacturing.[Moi ici: Olhar para dentro, produção e eficiência]
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3D printing offers even more advantages to these groups. Most of their sales are now overseas, but the individual businesses aren’t big enough to justify dedicated factories in Europe and Asia to better serve these markets. When combined in a conglomerate, however, the businesses could have enough scope to make overseas printer farms practical.[Moi ici: Olhar para dentro, produção e eficiência]
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When printer farms become such a readily available commodity in the marketplace, conglomerates will lose their advantage in manufacturing synergies."[Moi ici: Talvez em alguns sectores muito regulados, com elevadas barreiras à entrada, esta vantagem dos conglomerados possa ser verdade]
Julgo que o exemplo das multinacionais pode merecer reflexão que tempere a opinião de D'Aveni. Atender a "The New Mission for Multinationals":
"As local companies win an increasing share of markets in emerging economies, multinationals need to let go of their global strategies and embrace a new mission: Integrate locally and adapt globally.
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Something strange seems to be happening as globalization marches forward: Increasingly, powerful local companies are winning out against multinational competitors. This is especially true in emerging markets, where multinationals are assumed to enjoy superiority and their CEOs are counting on growth.
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Our data demonstrate the shortcomings of this traditional multinational approach in emerging markets. In dynamic markets, local adaptation is, at best, a catch-up strategy. To win in today’s global environment, companies will need to create new advantages in target markets by integrating their businesses with the local commercial networks and the society itself. They will need to help shape local markets rather than just adapt to them.
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[Moi ici: IMHO o grande trunfo, neste mundo que aspira a doses crescentes de interacção e co-criação] "locally integrated companies forge deep relationships with customers in ways that go well beyond market feedback. By connecting with customers’ lives and working closely with local influencers and lead users, companies can create new markets or embed their products and brands into local networks."
Julgo que em mercados com baixas barreiras à entrada, a democratização da produção vai acelerar de tal forma o modo de interacção produção-clientes que a a rapidez e a flexibilidade vão ser chave

sábado, abril 18, 2015

Impressão 3D: Acerca do óbvio de que não se fala

Em artigos como este, "The 3-D Printing Revolution", escritos para a Harvard Business Review de Maio de 2015, há um tema que me baralha e deixa perplexo, por que não falam do óbvio?
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Sim eu sei e, se calhar, a razão para se evitar o óbvio tem a ver com o público-alvo da revista. Quem é o público-alvo de uma Harvard Business Review? O que procura e valoriza? Qual é a função, ou funções, da Harvard Business Review?
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Como é possível que um pensador como Richard D’Aveni, que tanto tem escrito sobre competição, hipercompetição, concorrência... nem uma vez aborde o que a mim, anónimo engenheiro da província, me parece óbvio.
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Por que não é abordado o impacte da democratização da produção?
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Por que não é abordado o impacte do tremendo abaixamento das barreiras à entrada na produção de artigos físicos?
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Como é possível escrever:
"Additive manufacturing doesn’t offer anything like that economy of scale. However, it avoids the downside of standard manufacturing—a lack of flexibility. Because each unit is built independently, it can easily be modified to suit unique needs or, more broadly, to accommodate improvements or changing fashion. And setting up the production system in the first place is much simpler, because it involves far fewer stages.
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the use of additive manufacturing for more-tailored and fast-evolving products will have ramifications for how offerings are marketed. What happens to the concept of product generations—let alone the hoopla around a launch—when things can be upgraded continually during successive printings rather than in the quantum leaps required by the higher tooling costs and setup times of conventional manufacturing?
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Additional questions will arise around facilities locations. How proximate should they be to which customers? How can highly customized orders be delivered as efficiently as they are produced? Should printing be centralized in plants or dispersed in a network of printers at distributors, at retailers, on trucks, or even in
customers’ facilities?
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Imagine how new, highly capable printers might replace highly skilled workers, shifting entire companies and even manufacturing-based countries into people-less production. In “machine organizations,” humans might work only to service the printers."
Sem nunca levantar a possibilidade da democratização da produção pôr em causa a empresa, como instituição do século XX...
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Quem são os clientes actuais? Quem são os utilizadores actuais? Como é que a sua vida pode ser melhorada com a impressão 3D? E vão precisar das empresas? Vão precisar de que tipo de serviço? De que tipo de empresa?
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Chego aqui e a metáfora de Mongo interrompe-me a linha do pensamento... esta revolução da impressão 3D e, da possibilidade da democratização da produção, levar o mundo para a variedade da era pré-industrial, para uma variedade de cooperativas de "artesãos" que trabalham como os alfaiates e as modistas, para servir os clientes da tribo respectiva e, estilhaçar os circuitos económicos criados pelo século XX. E ligo ao postal anterior "Para reflexão", para imaginar a necessidade de reinvenção que as empresas que hoje trabalham para uma EDP, terão de fazer, para continuar a existir no mundo da energia, se calhar a trabalhar particulares, bairros, cooperativas, ...
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BTW, este trecho:
"Finally comes the question of where and how the enterprise fits into its broader business environment. Here managers address the puzzles of Who are we? and What do we need to own to be who we are? As additive manufacturing allows companies to acquire printers that can make many products, and as idle capacity is traded with others in the business of offering different products, the answers to those questions will become far less clear. Suppose you have rows of printers in your facility that build auto parts one day, military equipment the next day, and toys the next. What industry are you part of? Traditional boundaries will blur. Yet managers need a strong sense of the company’s role in the world to make decisions about which assets they will invest in—or divest themselves of."
Isto é tão século XX... onde está o pensamento da tribo? Onde está a relação com o cliente? O essencial não será a capacidade de produção, o essencial será a interacção com a tribo, a adesão a um estilo.

quinta-feira, julho 03, 2014

Acerca da "reduzida inovação do sector empresarial"

No outro dia o Carlo comentava sobre a "reduzida inovação do sector empresarial", ontem encontrei um exemplo do que se passa em tantos e tantos sectores não transaccionáveis deste país:
"«Viemos apresentar um documento com três ou quatro reivindicações que passam pela redução da carga fiscal, [Moi ici: A única reivindicação de jeito, IMHO, embora acredite que não estejam de acordo com as contrapartidas] o combate à concorrência desleal, com as grandes escolas a absorverem e a asfixiarem as pequenas escolas - à semelhança do que acontece em outros setores do país -, uma situação que está a colocar muitos posto de trabalho em causa», declarou José Manuel Oliveira. [Moi ici: Protecção contra os fenómenos de consolidação que contribuem para o aumento da eficiência e da produtividade. Essa protecção implica proteger empresas menos produtivas, empresas menos inovadoras, lançar barreiras à saída]
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As reivindicações dos trabalhadores passam pela fixação de um valor mínimo para as cartas de condução, [Moi ici: Protecção contra os mais eficientes, contra os que queimam as pestanas tentando tornar o serviço mais eficiente e atraente para os clientes. Por que não propõem um portal onde se publicite a taxa de sucesso dos alunos de cada escola? Quantos passam à primeira? Quantos passam à segunda? Isto é Portugal no seu pior, pedindo protecção ao EstadoCoroa à custa dos clientes] a suspensão dos cursos de acesso à profissão de instrutor, [Moi ici: Barreiras à entrada, cuidar da panelinha dos que já estão dentro... Portugal no seu pior!!!] à redução do IVA no setor e à formação e atualização dos instrutores sem custos para estes, entre outras. [Moi ici: Assim se vê a importância que dão à formação. É tão importante, é tão relevante que tem de ser paga pelos contribuintes... então não queriam reduzir a carga fiscal?]"
Trecho retirado de "Automóveis de escolas de condução «invadem» Lisboa"

sexta-feira, maio 30, 2014

Porque Mongo vai ainda demorar a chegar

Ao longo dos anos fui descobrindo, e fui percebendo que Portugal não é um país muito diferente dos outros, e que os seus agentes não são nem melhores nem piores que os dos outros países.
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Às vezes esqueço-me disso e, por instinto, volto a cair no velho erro de pensar que Portugal é o pior de todos.
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Depois, encontro coisas destas:
"In Minnesota, more classroom time is required to become a cosmetologist than to become a lawyer. Becoming a manicurist takes double the number of hours of instruction as a paramedic. In Louisiana, the only state in the country that requires licenses for florists, monks were until recently forbidden to sell coffins because they were not licensed funeral directors.
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In the 1970s [Moi ici: Nos Estados Unidos], about 10 percent of individuals who worked had to have licenses, but by 2008, almost 30 percent of the work force needed them.
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With this explosion of licensing laws has come a national patchwork of stealth regulation that has, among other things, restricted labor markets, innovation and worker mobility."
Trechos retirados de "Why License a Florist?"

quinta-feira, novembro 24, 2011

Outra previsão acertada

Como funciona a mentalidade socialista?
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Quando um mercado está saturado, a maioria dos produtores escolhe o caminho da competição pelo preço. Em vez da diferenciação apostam na comoditização, entram numa guerra de preços, reduzem os custos de uma forma, muitas vezes, insustentável... até que ...
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Lembram-se de apelar ao governo e criar barreiras técnicas sob a capa de preocupação com o consumidor... faz parte do cardápio.
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Já por diversas vezes previ aqui no blogue a formação daquilo  que chamo: a bolha azeiteira

Por isso, é com um sorriso irónico, e alguma tristeza que descubro o inevitável nesta sociedade socialista sempre encostada ao Estado "Associação considera urgente criar entidade reguladora para o sector do azeite":
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"O presidente da Associação Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) defendeu hoje a entrada em funcionamento de uma entidade reguladora para a fileira do azeite, de forma a garantir a qualidade do produto.
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António Branco não desarma e assume que é «imperioso» regular o sector do azeite em Portugal para o consumidor «não comprar gato por lebre» (Moi ici: Fico condoído com a atenção para com os consumidores... )
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Segundo o dirigente, esta entidade teria como «papel principal» fazer a protecção do azeite português no mercado interno e externo, bem como disponibilizar mais informação ao consumidor final. (Moi ici: E precisam de uma entidade reguladora para isso? Então para que serve a AOTAD? Duh!!! Quem não cria marcas, quem produz quantidade indiferenciada é que tem medo... vende azeite simplesmente. Quem  tem marca, quem tem identidade, quem tem nome... está noutro campeonato.
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Que tipo de exploração terá António Branco? Será que cumpre a minha previsão sobre os líderes associativos? Ai a leitura de Hagel)

sexta-feira, abril 15, 2011

O perigo dos incumbentes

Em tempos ouvi uma frase, um soundbite que ficou na minha mente
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"Somos um país de incumbentes"
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"For many reasons, start-up companies seem to walk through strategic innovation and business creation more easily than established companies. For the incumbents the question remains the same: how can established companies, with their over long time developed strategies, structures and cultures, equal the newbie's in successfully creating new businesses for future growth?
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Quando uma economia protege demasiado os seus incumbentes, fica mais rígida, fica menos exuberante, fica mais conservadora, fica menos flexível.
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É preciso baixar as barreiras à entrada para promover a biodiversidade empresarial.
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""Organic growth becomes more difficult when markets mature and the locus of competition moves to price wars  between competitors offering more or less the same commoditized products and services. Process innovation (in order to reduce costs and cycle times)  and product innovation (by adding more feature rich products to existing product lines) are often too dominating ways to preserve the company's competitive position.
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But there is another strategic option available to reinforce one company's growth potential: the creation of new businesses, creating new market space through new business concepts. They might focus on a new set of client needs or address new or meanwhile underserved customer segments. Or they might introduce new forms of delivering value."
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Trechos retirados d"Strategic Innovation: Building New Growth Businesses" de Michael Moeller, Cornelia Stolla e Alexander Doujak.