"Os resultados mostram ainda melhorias consistentes em vários domínios-chave, nomeadamente na eficiência energética, em que, apesar de um aumento de 6% no número de empresas que passaram a reportar o consumo total de combustíveis renováveis e não renováveis, registou-se uma redução global de cerca de 6% nesse consumo. Na incorporação de materiais, mais de 11% foram reciclados, refletindo um crescimento de três pontos percentuais, enquanto cerca de 25% tiveram origem orgânica ou biológica, mais quatro pontos do que no ano anterior.Em 2024, 68% das empresas reportaram ter reduzido o consumo de produtos químicos, mais quatro pontos percentuais do que em 2023, e o reporte deste indicador passou a abranger 90% das empresas. Em paralelo, 79% investiram na substituição de produtos químicos por alternativas menos nocivas, um aumento de seis pontos percentuais, com a taxa de reporte a subir para 88%."A comparação com os relatórios anteriores, publicados em 2023 e 2024, permite concluir que o STV está a passar de forma consistente de um exercício de diagnóstico para um modelo de gestão estruturada da sustentabilidade enquanto fator de competitividade", conclui Braz Costa."
Mais do que selos ou intenções, os dados mostram mudanças operacionais mensuráveis: o sector reduziu efectivamente o consumo energético global, aumentou de forma consistente a incorporação de materiais reciclados e de origem biológica e diminuiu o uso de produtos químicos, substituindo-os por alternativas menos nocivas. A sustentabilidade deixa assim de ser um exercício de diagnóstico ou reporte e passa a traduzir-se em decisões técnicas, investimentos e ganhos reais de eficiência.
Tal como na frase de que, ao salvar um animal, não se salvam todos os animais do mundo, mas, para aquele animal, isso é tudo, também aqui a sustentabilidade não se mede por abstracções globais ou por grandes proclamações. Cada redução concreta de energia, cada químico substituído, cada material reciclado não "salva o planeta" por si só — mas muda tudo naquele processo, naquela fábrica, naquela cadeia de valor.
É assim, por acumulação de melhorias reais e localizadas, que a sustentabilidade deixa de ser discurso e passa a ser prática transformadora.
Escrevi isto e passadas umas horas, num livrinho de orações, encontrei:
"Nunca deve ser motivo de desânimo o facto de nos parecer que é muito pouco o que está ao nosso alcance. Foi assim que os primeiros cristãos transformaram o mundo: com um esforço diário, concreto e aparentemente pequeno." [Moi ici: O sublinhado é meu]


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