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segunda-feira, setembro 21, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXVIII)

Por cá, como a retoma está em marcha, a economia no day-after 27 de Setembro não é tema de campanha eleitoral.
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Por cá, como o pior já passou, ninguém se questiona sobre o futuro económico que nos espera no próximo ano e seguintes.
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Por isso, acho curioso que na Alemanha esse tema, o futuro económico, seja tema de campanha... enfim, coisas de hunos.
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"Merkel, Steinmeier Face Economic ‘Mess’ as Stimulus Peters Out":
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"Germany’s recovery from recession came in time to give a boost (Moi ici: How convenient) to Chancellor Angela Merkel’s re-election bid in the Sept. 27 vote. It may not last much longer.

Unemployment is set to jump and consumer spending to fall in 2010 as government stimulus runs out, according to the Halle- based IWH institute, an adviser to the government. Companies are warning of a credit crunch, and debt at a post-World War II high leaves policy makers with few options to counter a double dip.

“The pace of the upswing can’t be maintained,” said Klaus Baader, co-chief European economist at Societe Generale SA in London. “Next year is going to be more difficult, with unemployment rising and government stimulus petering out.” " (Moi ici: desconfio que se tais assuntos fossem tema de campanha por cá argumentar-se-ia: É preciso transmitir uma sensação de esperança, uma imagem positiva, não nos podemos deixar enredar pelo pessimismo. Well, hope is not a strategy)

domingo, setembro 20, 2009

O concurso de popularidade

Quem tem filhos está, quase de certeza, habituado a ter de os obrigar a comer peixe.
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Por eles, comiam tudo menos peixe, menos brócolos, menos espinafres, ...
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Agora imagine-se se os pais estivessem num concurso de popularidade...
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Em Inglaterra discute-se isto: "impostos" e os jornais escrevem coisas como estas "Tell us the truth about the depth of our debt crisis". Por cá, prometem-nos que só comeremos carne, que à sobremesa só teremos gelado.Como somos um país de jogadores amadores de bilhar não vemos o que virá depois de amanhã e deixamos as moscas continuar o seu sono.
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"The numbers are horrendous: today, the national debt stands at ...€, equivalent to more than ...€ for every family in Britain. Interest payments are expected to increase by more than 11 per cent every year; by 2013-14, they will amount to ...€, or more than we now spend on defence and transport put together.
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The size of the black hole in the public finances is a consequence of the Government's belief that increased spending by the state is always good. (Moi ici: Qualquer dinheiro gasto pelo Estado, por exemplo a construir uma réplica das pirâmides do Egipto, entra para as contas do PIB favorecendo os incumbentes. Se não gerar retorno... problema das gerações seguintes) Too late, Gordon Brown (Moi ici: Ponha aqui o nome do seu preferido para primeiro-ministro. Por cá, só depois das eleições, é que, quais vestais horrorizadas vão clamar a sua ignorância "os não sabíamos!!!) has woken up to the fact that uncontrolled spending leads to uncontrolled debt – and uncontrolled debt has the capacity to destroy the whole economy, just as it destroyed the investment bank Lehman Brothers a year ago. Indeed, the Prime Minister's approach has been alarmingly close to that of Dick Fuld, Lehman's discredited CEO, who kept increasing his company's debts until they reached the point where lenders simply refused to extend further credit. Something similar could easily happen to Britain. If foreign investors lose confidence in our ability to repay our colossal debts, we will go bust. There will be no way out of the downward spiral of rocketing interest rates, rising unemployment, and a contracting economy. Such a crisis, if it happens, will make the present one look positively kind."

quinta-feira, setembro 10, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXVII)

Perante este artigo "Crise faz aumentar fraude fiscal em Portugal, diz Saldanha Sanches"
lembrei-me das virtudes da estatística, referidas por Avilez Figueiredo.
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Esta manhã, ao fazer o meu jogging, ouvi na revista da imprensa do Rádio Clube Português a referência a esta notícia "Um milhão de penhoras fiscais espera 58 mil compradores".
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De entre esse milhão de penhoras fiscais qual será a % de casos de fraude fiscal? Não tenho números, mas custa-me a crer que sejam a maioria.
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Se a maioria não for de casos de fraude fiscal o que é que o número de 1 milhão de penhoras fiscais quer dizer? Que mensagem transmite esse número?A mensagem que chega à minha mente é traduzida e encaixa num modelo mental que conclui que o Estado português é demasiado grande e caro, para a capacidade de gerar riqueza da sociedade portuguesa. Assim, comporta-se como um enorme cuco alimentado pelos saxões impostados.
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Brevemente, quando acabarem as eleições alemãs e voltar a pressão para cumprir o défice, um primeiro cheirinho da coisa aqui "BCE defende “regresso célere” à consolidação orçamental sem aumento de impostos", como será a resposta de uma casta governativa que só sabe curar défices aumentando o saque impostado aos saxões contribuintes?

sábado, setembro 05, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXVII)

Este título já vai no trigésimo sétimo episódio.
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O primeiro foi redigido em Fevereiro deste ano e era um grito de alma para o que já pressentia...
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Estou farto de cucos normandos que esbanjam e lapidam facilmente o saque impostado aos desgraçados saxões. E já em Fevereiro receava que durante a campanha eleitoral ninguém abordasse o tema dos impostos.
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Este sábado os jornais fazem prever um panorama futuro tenebroso para os saxões...
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"O consumo público marca a diferença: nunca nas últimas décadas as despesas do Estado cresceram tão acima do consumo privado" (Moi ici: como os estados não geram dinheiro, quanto mais gastam, mais têm de impostar aos saxões)
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"Nunca é de mais lembrar: quem vencer as eleições terá de aumentar os impostos. Isso: aumentar os impostos. Parece sacrilégio, mas são assim as verdades - assustam."
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(Moi ici: é com esta mentalidade que nos vamos enterrando cada vez mais. Por uma vez, em vez de esganar a produção de riqueza, sacando-lhe ainda mais, o que eu queria era ouvir alguém prometer reduzir a despesa, como isso não acontecerá tenho de esperar pelo pós-ponto de singularidade que Medina Carreira profetisa. Só depois desse ponto, perante o descalabro e destruição causada se poderá fazer um reset e recomeçar.)
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(Moi ici: Como são sempre os saxões que pagam os défices, e já havendo um excesso de capacidade produtiva, ainda vai haver menos consumo no futuro. Eu sei, vamos ter de mendigar, perdão confiar nas exportações. Mas para quem? Os nossos vizinhos também estão a fazer o mesmo.)
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terça-feira, julho 28, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXV)

O jornal i chama a atenção para o que aí virá "Os números assustam":
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"É esta tendência que permite dizer: em Setembro, depois das eleições, seja quem for que as ganhe vai aumentar impostos. Se não o fizer, e terminar o mandato com um défice mais baixo do que aquele que encontrou, entrará para a história como um caso único da política portuguesa."
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Já tenho comigo um dos livros que espero ler durante o mês de Agosto "The Collapse of Complex Societies" de Joseph Tainter:
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"Societies are complex entities; he understands that. And, hence, their collapse must be related to complexity. Here is an excerpt of Tainter's way of thinking. It is a transcription of a interview that Tainter gave in the film "Blind Spot" (2008)

In ancient societies that I studied, for example the Roman Empire, the great problem that they faced was when they would have to incur very high costs just to maintain the status quo. Invest very high amounts in solving problems that don't yield a net positive return, but instead simply allowed them to maintain what they already got. This decreases the net benefit of being a complex society.

So, you see that Tainter has one thing very clear: complexity gives a benefit, but it is also a cost. This cost is related to energy, as he makes clear in his book. And in emphasizing complexity, Tainter gives us a good definition of what we intend for collapse. Very often people have been discussing the collapse of ancient societies without specifying what they meant for "collapse". For a while, there has been a school of thought that maintained that the Roman Empire had never really "collapsed". It had simply transformed itself into something else. But if you take collapse defined as "a rapid reduction of complexity" then you have a good definition and that's surely what happened to the Roman Empire."

O constante aumento de impostos "O que importa é mostrar o ritmo alucinante desse crescimento acumulado: 27% todos os anos. E como se não bastasse, este murro no estômago é precedido de outro: os impostos cresceram ainda mais rápido do que a despesa - financiando cada tostão a mais gasto pelos nossos governantes." obriga a um aumento progressivo da complexidade que fica cada vez mais cara e que traz cada vez mais menos valor acrescentado... até que se torna num peso insuportável e os geradores de riqueza colapsam e com eles, por arrasto, como consequência da falta de dinheiro, o edifício social implode.

quinta-feira, julho 23, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXIV)

É de meter medo, quando começo a pensar como é que isto vai ser resolvido...
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Convém não esquecer "FMI garante que principais problemas da economia portuguesa são domésticos" no Público de Julho de 2008.
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Por isso "Governo falharia objectivos mesmo sem crise financeira"
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Daí o medo "A receita fiscal arrecadada nos primeiros seis do ano caiu 21,6%. O número impressiona qualquer um. Qualquer um não: o ministro das Finanças está de fora deste lote."
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E mais medo "As despesas e receitas do Estado destes primeiros seis meses avisam-nos de que vamos reviver o passado, numa versão ainda mais trágica, durante os próximos anos. Apenas nos resta a fé de que não será mais uma década." e ainda "As dificuldades em abrir as portas de saída do inferno, que nos levem a mais receita fiscal ou a menos despesa, ameaçam condenar-nos à pena máxima do colapso. Um dia acordamos e descobrimos que a banca estrangeira já não empresta mais aos bancos portugueses, que por sua vez não conseguem emprestar mais aos portugueses.
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Quando José Sócrates afirma que "o défice público não é prioridade" em tempo de "crise económica", está a abrir o caminho para esse colapso."

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Por isso, como fazer acordar as moscas?
"Na receita o cenário é de colapso. " e "sucede que o problema é que no próximo ano nada disto vai mudar estruturalmente, o que significa que as empresas não vão ter mais lucros e as famílias não vão gastar mais dinheiro. Dito de outro modo, a receita fiscal não vai subir com a economia - porque esta não vai despegar. Então como vai subir? Essa é a pergunta seguinte - vale dinheiro. Ou umas eleições."
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Como vai ser? Será que alguém vai apresentar propostas durante a campanha eleitoral?

quarta-feira, julho 22, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXIII)

Vítor Bento no Diário Económico de hoje "O pós-crise":
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"Portugal está preso numa armadilha de duradouro empobrecimento relativo. Mesmo que a recuperação já seja sensível em 2011, o PIB português não deverá voltar a atingir o valor alcançado em 2007 (o mais elevado até agora) antes de 2014 (i.e. após sete anos de "seca" económica, e com os juros pagos ao exterior a crescer com o endividamento, o período de "seca" do rendimento nacional deve durar, pelo menos, mais um ano). Em cima disto, as previsões da OCDE só vêm confirmar que temos pela frente um duradouro, e grave, problema económico, com iniludíveis consequências sociais (vg persistência de desemprego nos dois dígitos).
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Nestas condições, seria de esperar que a atenção política se concentrasse na gestão do pós-crise, visando dotar a economia da competitividade necessária para tirar o melhor partido possível da retoma mundial, gerando crescimento económico e contendo o endividamento. Isso deveria estar, pois, no centro da próxima campanha eleitoral. Infelizmente, nada sugere que assim seja. As promessas necessárias para ganhar eleições, nem sempre são as necessárias para governar melhor o bem comum.
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Daí que a retórica eleitoral se vá concentrar mais no fomento de expectativas distributivas de menos, por menos, do que da criação sustentável de riqueza, para se poder vir a distribuir mais, por mais. E quanto mais se insistir nas primeiras, mais nos afastaremos da segunda. Apesar da nova versão da "economia voodoo".
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Em sintonia com a reflexão de Daniel Bessa no último número do semanário Expresso "Foco no Longo Prazo":
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"Só vejo preocupações com o curto prazo: com as falências, que aumentam; com o desemprego, que cresce; com a distribuição do rendimento, que é cada vez mais desigual.
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Não quero menosprezar estas questões mas, quanto mais nos preocuparmos com elas, menos resolveremos a questão do longo prazo. A longo prazo exige-se oferta, mais do que procura; foco na produção, mais do que na distribuição de rendimento."
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Lá está um político, agora mesmo na rádio a prometer mais redistribuição... mas onde vai ele buscar dinheiro para o cheque dentista, para o cheque ...

domingo, julho 19, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXI)

Não sei qual é a resposta correcta, só posso especular uma hipótese.
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A pergunta é: o que nos separa da Irlanda? Se estamos com um colapso de 20% na recolha de impostos quando comparado com o ano anterior o que está a impedir o governo português de uma actuação à irlandesa?
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Exemplo de actuação irlandesa:
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"A further 17,000 state jobs must go (equal to 1.25m in the US), though unemployment is already 12pc and heading for 16pc next year.
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Education must be cut 8pc. Scores of rural schools must close, and 6,900 teachers must go. "The attacks outlined in this report would represent an education disaster and light a short fuse on a social timebomb", said the Teachers Union of Ireland.
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Nobody is spared. Social welfare payments must be cut 5pc, child benefit by 20pc. The Garda (police), already smarting from a 7pc pay cut, may have to buy their own uniforms. Hospital visits could cost £107 a day, etc, etc.
"Something has to give," said Professor Colm McCarthy, the report's author. "We're borrowing €400m (£345m) a week at a penalty interest.""
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Mais, por cá o governo até faz alterações à lei para aumentar as pensões apesar da deflação (-1%) implantada.
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A pergunta é: o que nos separa da Irlanda?
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Serão só as eleições de Setembro e Outubro?
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A justificação para esta actuação do governo irlandês reside nos €400m pedidos emprestados todas as semanas.
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Lembram-se das contas de Medina Carreira e Silva Lopes? Portugal tem um défice de 2 milhões de euros por hora. Uma semana tem 7 dias, um dia tem 24 horas... ora é só fazer as contas.
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Portugal pede emprestado por semana 2 x 24 x 7 = €336m por semana...
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Por que é que os irlandeses estão a agir como estão e nós por cá ... não passa nada?
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Trecho extraído de "For a glimpse of what awaits Britain, Europe, and America as budget deficits spiral to war-time levels, look at what is happening to the Irish welfare state."
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A pergunta é: o que nos separa da Irlanda?

"The imperative for the debt-bloated West is to cut spending systematically for year after year, off-setting the deflationary effect with monetary stimulus. This is the only mix that can save us."

sexta-feira, julho 17, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXX)

O artigo de Daniel Amaral no Diário Económico de hoje toca na ferida "A dívida".
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Como macro-economista, propõe uma solução de curto-prazo que pode muito bem, se aplicada, transformar-se em mais uma adição para o nosso tecido empresarial, que todos os anos vai voltar a querer a boleia de um abaixamento de salários.
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Esta semana estive em várias PME's que até ao Natal têm de trabalhar todos os sábados, dado que estão soterradas de trabalho. E continuam a ganhar mais encomendas.
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Como macro-economista que se preza não profere nem uma palavra sobre o peso do cuco.
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"Como imaginam, nenhum partido vai falar disto no decorrer da campanha eleitoral. Mas um deles vai ter de formar governo. E aqui, uma de duas: ou não faz nada, e será um desastre económico, ou reduz mesmo os salários, e será um suicídio político. O mais provável é que não dure 6 meses.

Proponho uma via melhor: uma vez que o futuro governo vai sair do bloco PS/PSD, que tal estes partidos discutirem o problema entre si e definirem para ele uma solução conjunta?"

segunda-feira, julho 06, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXVIII)

Teixeira dos Santos falou em sinais de esperança na retoma económica.
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Quem é o nosso maior cliente?
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Espanha! Espanha! Espanha!
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"UBS, contundente: El desastre en España va a continuar":
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"Para UBS no hay debate sobre los brotes verdes de la economía pese a la mejora del empleo y la menor caída del consumo y la producción industrial. En un durísimo informe sobre España, el banco suizo asevera que el lo peor está por venir y que el desempleo llegará al 20% de la población."

sábado, julho 04, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXVII)

Edward Hugh no Facebook chamou-me a atenção para os números da execução fiscal italiana em 2009 segundo a agência Bloomberg:
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"Today’s report showed that revenue from direct taxes fell 4.6 percent with indirect taxes, such as value-added tax, dropping 4.9 percent from the same period a year earlier."
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Comparar isto com os dados portugueses é impressionante:
  • impostos directos -21,9%;
  • impostos indirectos -19,8%

Descubro agora os dados para Inglaterra:

"With the exception of the dotcom bust, the amount of cash flowing into the Government's vaults grew by around 4 per cent a year over the past decade. Since 2008, those revenues have been shrinking at an annual rate of almost 10 per cent. This is the main reason why the budget deficit is about to rise to levels unprecedented in peacetime."

Trecho retirado de "Falling tax revenues are about to balloon our budget deficit"

A situação portuguesa é muito mais grave que a inglesa e italiana. Não sei como será nos outros países da zona euro mas algo me sussurra ao ouvido de que esta diferença vai passar ao lado do mainstream e só quando no próximo ano apanharmos com a catchaporrada na cabeça é que vamos como povo perceber o grande buraco em que estamos metidos.

Quando descobrimos que estamos num buraco, qual é a primeira LEI a seguir?

Parar de cavar!!!

É ao perceber este enorme buraco onde estamos e que continuamos a cavar, e o silêncio que o rodeia... que percebo ainda melhor as palavras de Tocqueville, recordadas por João Carlos Espada:

"Vejo uma multidão imensa de homens semelhantes e de igual condição girando sem descanso à volta de si mesmos, em busca de prazeres insignificantes e vulgares com que preenchem as suas almas. Cada um deles, pondo-se à parte, é como um estranho face ao destino dos outros; para ele, a espécie humana resume-se aos seus filhos e aos seus amigos; quanto ao resto dos seus concidadãos, está ao lado deles, mas não os vê; toca-lhes, mas não os sente, ele só existe em e para si próprio e, se ainda lhe resta uma família, podemos dizer pelo menos que deixou de ter uma pátria.

Acima desses homens ergue-se um poder imenso e tutelar que se encarrega sozinho da organização dos seus prazeres e de velar pelo seu destino. É um poder absoluto, pormenorizado, ordenado, previdente e suave. Seria semelhante ao poder paternal se, como este, tivesse por objectivo preparar os homens para a idade viril; mas ele apenas procura, pelo contrário, mantê-los irrevogavelmente na infância. Agrada-lhe que os cidadãos se divirtam, conquanto pensem apenas nisso. Trabalha de boa vontade para lhes assegurar a felicidade, mas com a condição de ser o único obreiro e árbitro dessa felicidade. Garante-lhes a segurança, previne e satisfaz as suas necessidades, facilita-lhes os prazeres, conduz os seus principais assuntos, dirige a sua indústria, regulamenta as suas sucessões, divide as suas heranças. Será também possível poupar inteiramente aos cidadãos o trabalho de pensar e a dificuldade de viver? [...] A igualdade preparou os homens para tudo isto, predispondo-o a aceitar este sofrimento e, até, a considerá-lo um benefício.""

domingo, junho 28, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXVI)

Qualquer que seja a receita que os partidos têm na manga para aplicar depois das eleições, gostava de as conhecer:

quinta-feira, junho 18, 2009

quarta-feira, junho 17, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXV)

"a instituição liderada por Vítor Constâncio sublinha a necessidade de "adopção de estratégias que permitam o retorno a trajectórias de consolidação orçamental"
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Trecho retirado de "Banco de Portugal aponta para “contracção marcada” da economia em 2009"
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Só espero que durante a próxima campanha eleitoral este tema seja abordado e as propostas de resposta assinadas num notário

domingo, junho 14, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXIV)

Em Outubro-Novembro com um "défice interessante" os políticos que tiverem ganho as eleições, sejam eles quais forem, vão rasgar as vestes, cobrir-se de cinza e gritar, quais virgens enganadas:
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- Nós não sabíamos!!!
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Por isso vão fazer algo de que não têm coragem de falar antes das eleições, durante a campanha, subir os impostos, once again.
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Nas costas dos outrosm vêmos as nossas.
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Após eleições... "Zapatero eleva impuestos y rebaja de forma drástica las previsiones económicas"
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Haverá jornalistas com coragem de os obrigar a proferir afirmações do tipo "Read my lips ..."

terça-feira, junho 02, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXIII)

"A restrição financeira é o problema mais grave que se coloca ao crescimento a prazo da economia portuguesa. A dívida do país, pública e privada, vai consumir - como já acontece - enormes recursos. Porque é preciso pagá-la."
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Helena Garrido no Jornal de Negócios em "Obras públicas, Custos Privados"
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A experiência de vida e os modelos mentais dos ministros da situação e da oposição e dos Isaltinos deste país levam-nos para este tipo de políticas... nunca tiveram de combater no mundo dos bens transacionáveis, sempre viveram numa redoma em que o financiamento era assegurado por saxões.

terça-feira, maio 26, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXII)

No Jornal de Negócios "Custos de financiamento do Estado disparam".
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No Público "Acesso dos EUA a crédito externo ilimitado sob ameaça" onde se pode ler:
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"As taxas de juro das obrigações estão a subir e o dólar a cair. Um problema para um país que precisa de emitir 3000 mil milhões de dólares de dívida pública
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O acesso barato e quase ilimitado dos EUA aos capitais estrangeiros que financiam os seus défices está, pela primeira vez em várias décadas, sob ameaça. Durante os últimos dias, as taxas de juro dos títulos obrigacionistas norte-americanos acentuaram a tendência de subida dos últimos meses, o dólar caiu no mercado cambial e, ao mesmo tempo que o Presidente Barack Obama afirma que o país "está sem dinheiro", aumentam os receios de que o antes inviolável rating "AAA" dos EUA possa ser perdido. O problema está na enorme quantidade de dinheiro que os EUA estão a precisar para fazer face à crise."
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Quem diria, até Barack Obama já adoptou o discurso da tanga e começa a usar linguagem de carroceiro!!!

segunda-feira, maio 18, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XX)

Boa, até o jornal económico da situação já fala nas moscas:
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"Depois da crise chegam os impostos"
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Conversa típica de normando para quem o dinheiro não custa a ganhar:
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"Provavelmente, teremos de suportar uma subida dos impostos. Conclusão, devido ao problema quase crónico do país - contas públicas desequilibradas -, quando todos estiverem a crescer, beneficiando dos ventos da retoma, Portugal vai voar baixinho, ancorado aos impostos. Por isto, é preciso que a classe política tenha particular responsabilidade com as normais promessas em ano de três eleições"
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Também hoje, mas no jornal i, gostava de ver um boneco, um desenho feito pelo ministro das finanças, para me explicar, como se eu fosse muito burro, como é que ele pode avançar com isto: "A correcção do défice orçamental não tem de implicar um aumento dos impostos"
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Pois, parece-me uma daquelas cenas "Imaginem que temos um abre-latas" (Let’s Assume We Have a Can Opener). Só que algures no tempo vai ser preciso descer das núvens e the rubber must meet the road... e imaginem quem é que vai fazer o papel da borracha do pneu a desfazer-se ...
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acertaram, os saxões!

sábado, maio 16, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XIX)

"Cada contribuinte vai pagar mais 4 mil euros para gastos do governo"
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"Se a crise acabar em 2010, cada contribuinte português terá de pagar cerca de 4 mil euros por conta do pacote anticrise lançado pelo governo de José Sócrates."
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"Ontem, em conferência de imprensa, confrontado com este cenário de aumento de impostos, o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, explicou que as discussões recentes dos vários líderes europeus sobre as estratégias de saída da crise "tornam muito claro a necessidade de os países retornarem o mais rapidamente possível à consolidação orçamental" ou seja, é preciso aumentar a receita e controlar ou mesmo cortar na despesa."

Espero que este assunto seja objecto de discussão na próxima campanha eleitoral para as legislativas. O que é que cada partido propõe fazer para ultrapassar a situação?