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terça-feira, fevereiro 11, 2020

Pobre país este!


Desta manhã:



Tenebroso, até a Roménia... estão a ouvir os ministros a cantar a canção "crescemos mais do que a média europeia"?

De ontem:



A propósito de:
"Quanto às empresas que iniciaram processos de insolvência, recuaram 6,6% (-157 empresas) face a 2018, numa descida “transversal a quase todos os setores e distritos” e que se mantém desde 2013. “No entanto — revela o barómetro – esta tendência de descida abrandou recentemente, especialmente desde o segundo trimestre de 2019, devido ao setor das indústrias que registou um aumento de 16% nas novas insolvências, sobretudo nas empresas têxteis e metalúrgicas”."
Ontem de manhã, numa empresa de calçado, comentou-se o encerramento de 5 empresas de calçado. À noite no telejornal da RTP1 uma peça de reportagem sobre uma sexta empresa de calçado a fechar.

Entretanto, mandaram-me isto:
Alguma medida no orçamento de estado para 2020 sobre contrariar esta tendência?

Quando toda a energia é dedicada a redistribuir um bolo cada vez menor, para uma população cada vez mais dependente do estado ...

Recordar "É triste..." de Julho de 2018 e "A caminho da Sildávia do Ocidente" de Junho de 2008.





segunda-feira, julho 01, 2019

E para quem trabalha Centeno?


A propósito de "Bastonário dos Médicos lamenta que esteja um país inteiro a trabalhar para Centeno" sorrio e recordo:
"It is difficult to get a man to understand something, when his salary depends upon his not understanding it"
Quando eu era miúdo, ainda na década de 60 do século passado, dava na televisão uma série sobre as aventuras de Robin dos Bosques na sua luta contra o malvado Principe João. A série fazia de João Sem Terra um malvado sempre em busca de riquezas pelo gozo de ser rico. Muitos anos depois percebi que os normandos andavam sempre em busca de mais impostos não por causa das paranóias do principe, mas para alimentar a estrutura de poder.

Interessante que um bastonário continua a crer que Centeno é uma espécie de principe João. Acaso estará Centeno a meter dinheiro ao bolso? Claro que não.

O que interessa ao bastonário é não dar a entender que Centeno está a trabalhar para ele e para os outros membros da estrutura de poder normando.

Até parece que é impunemente que se reduz o horário semanal de 40 para 35 horas para quem trabalha por turnos, até parece que é sem consequências que se fez o que se fez. E depois vêm-se queixar de que o país está a trabalhar para Centeno...

E para quem trabalha Centeno?

sexta-feira, junho 28, 2019

Aquilo que qualquer gestor de pessoas numa empresa que trabalha 24 horas por dia e 7 dias por semana sabe (parte II)

Parte I.

Há anos ouvi no canal História uma frase que nunca mais esqueci:

- O império romano durou centenas e centenas de anos porque os romanos não tinham ideologia, eram muito pragmáticos.

Há cerca de 7 anos escrevi o postal "Agora é que vão começar as decisões políticas" a propósito de uma frase de Rui Rio com a qual não concordava. Segundo ele, quando não há dinheiro não pode haver política só gestão. Para mim é exactamente o contrário, quando não há recursos suficientes é que faz mais sentido haver opções, decisões, escolhas políticas.

Há dias Joaquim Aguiar publicou no JdN um texto que se ajusta a isto como uma luva, "A arte do possível":
"A ideia de que "a política é a arte do possível" foi expressa por Bismarck em 1867
...
A arte do possível é a capacidade para identificar o possível, para depois estabelecer as estratégias que permitam a concretização desse possível que se identificou. E se esta segunda leitura serve para que quem exerce o poder saiba realizar o que anuncia, também serve para avaliar quem exerce o poder em função do que for a sua capacidade para identificar o possível. Por isso mesmo, também serve para denunciar os que, no exercício do poder ou na campanha para a conquista do poder, não sabem distinguir entre o impossível e o possível. Os que não sabem separar o impossível do possível condenam-se ao destino de Ícaro, que vê o calor do Sol derreter a cera do mel das abelhas com que colou as penas de pássaros para fazer as asas que lhe permitiram sair do labirinto em que estava preso."
Também podemos ouvir Joaquim Aguiar a desenvolver o tema nos primeiros 4 minutos daqui.

Estamos cheios de políticos que prometem o impossível porque não sabem separar uma coisa da outra, e ainda têm o apoio da comunicação social nessa loucura.



quarta-feira, junho 26, 2019

Para memória futura


O ainda presidente da república veio dizer que ": "Nenhum português pode deixar de estar satisfeito" com números da economia"

O presidente pode estar a ser cândido ou interesseiro. Por isso, não ficava bem com a minha consciência sem deixar registado para memória futura, o que penso dos números da economia.

A minha representação da situação ė a de uma vulgar cozinha, com uma panela de pressão a cozinhar uma carne de cabra sapadora sobre uma fonte de calor.

O cozinhado avança e a pressão dentro da panela vai subindo. O cozinheiro sabe que a válvula da panela tem um problema, por isso, de vez em quando vai com os dedos e levanta a válvula da panela e o vapor quente sai em profusão (são maternidades que fecham rotativamente, são consultas que duram anos a materializar-se, são renovações de cartão de cidadã que demoram uma eternidade, são fornecedores a quem não se paga, são ... Os sintomas de uma venezuelização que se vai instalando sob o olhar calmo dos sapos a cozer em água morna).

Escolha o cenário:

Cenário 1
Depois de 6 de Outubro próximo o cozinheiro vai deixar de conseguir aliviar a pressão da panela,  e ela vai explodir em todo o seu esplendor e teremos carne e o molho espalhados por toda a cozinha numa confusão indescritivel.

Cenário 2
Depois de 6 de Outubro próximo o cozinheiro vai dizer que o mundo mudou e já não vai haver almoço. Assim, desliga a panela, e chama a polícia para obrigar os incautos a pagarem o almoço mesmo sem terem almoçado.

BTW "Endividamento da economia portuguesa atinge novo recorde"

BTW II - Entretanto, ontem no noticiário das 18h00 na rádio Renascença apareceu um tal Pedro Pato, de uma associação católica qualquer, a querer afiambrar-se ao suposto superavit das contas públicas para diminuir a pobreza. Há tanta iliteracia de finanças públicas na rádio da Graça Franco que chego a pensar que se trata de encomenda.



quarta-feira, maio 08, 2019

O fim de um ciclo (parte II)

No passado dia 24 de Abril publiquei "O fim de um ciclo".

Ontem de madrugada li "Trabalhadores em vigília à porta de empresa de Lousada" e escrevi no Twitter:

Recordo "A mecânica newtoniana não serve para a economia (parte II)". No texto do JN pode ler-se que a empresa é alemã e não tem dívidas aos trabalhadores. 

Lembram-se dos rinocerontes cinzentos?

quarta-feira, janeiro 23, 2019

Que lindo caldinho se está a preparar

Há os cisnes negros, muito conhecidos:

E há os rinocerontes cinzentos:
"Many investors lose sleep over "black swans" -- hard-to-predict events that cause chaos, like terror attacks or the bursting of the dot-com bubble.
Now authorities in China are being urged to watch for "gray rhinos" -- obvious dangers that are often ignored anyway."
A 2 de Janeiro de 2016 escrevi em "O não-fragilista prepara-se para os problemas":
"Os fragilistas partem do princípio que o pior não vai acontecer e, por isso, desenham planos que acabam por ser irrealistas ou pouco resilientes. Depois, quando as coisas acontecem, chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar." 
Em Julho do mesmo ano em "O fragilismo" escrevi:
"O fragilismo espera sempre o melhor do futuro, não prevê sobressaltos. Acredita que os astros se vão alinhar em nosso favor, não vê necessidade de precaução, just in case."
É impressionante juntar as peças para compor o retrato do que está a preparar-se:
Lembra-se do trecho de Janeiro de 2016?
"chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar." 
Porque não é nada connosco:
Entretanto, começam a ouvir-se novas teorias económicas de malta instalada e sem skin in the game, gente que quer desligar salários da produtividade.

Que lindo caldinho se está a preparar.

Direitos adquiridos e bandarilhas.

Como se protegem os trabalhadores do privado, perante um monstro insaciável?

Como se faz ó Cortes?

domingo, novembro 27, 2016

Irmãos gémeos

Sexta-feira passada de manhã bem cedo li:
"As empresas portuguesas a atuar nos setores de atividade da eletricidade, água e saúde são as mais rentáveis a nível nacional, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. Já as empresas de alojamento e restauração são as que apresentam menores índices de rendibilidade."
Depois, ao fim do dia li "Business Strategies and Competitiveness in Times of Crisis - A Survey on Italian SMEs" de Laura Gavinelli onde encontrei:
"The two most productive sectors are supply of electricity, gas, steam, and air conditioning, and extractives (mining and quarrying). The least productive sectors are other service activities, accommodation, and catering."

Trecho inicial retirado de "Eletricidade, água e saúde são os setores mais rentáveis em Portugal"

terça-feira, novembro 22, 2016

Por que será?

Números interessantes!

Em 2014:
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de têxteis representavam 53% das vendas, em 2015 já só representavam 24%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de pasta, de papel, cartão e seus artigos representavam 67% das vendas, em 2015 já só representavam 42%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. representavam 45% das vendas, em 2015 já só representavam 18%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Reparação, manutenção e instalação de máquinas e representavam 59% das vendas, em 2015 já só representavam 27%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparações farmacêuticas e representavam 100% das vendas, em 2015 já só representavam 30%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de mobiliário e de colchões representavam 37% das vendas, em 2015 representavam 60%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas representavam 42% das vendas, em 2015  representavam 67%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Indústrias metalúrgicas de base representavam 22% das vendas, em 2015  representavam 44%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Indústria da madeira e da cortiça e suas obras, exceto representavam 37% das vendas, em 2015 representavam 50%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Indústria do couro e dos produtos de couro representavam 17% das vendas, em 2015 representavam 38%.
O que quererá dizer esta flutuação tão grande de um ano para o outro? Será o efeito do banhista gordo por sermos um país pequeno?

Números retirados das Estatísticas Industriais de 2014 e 2015 publicadas pelo INE

sexta-feira, março 20, 2015

Um bom sinal

"As contas externas de Portugal chegaram ao final de janeiro com um saldo positivo de 277,8 milhões de euros, depois de terem registado um défice de 410,1 milhões de euros no mesmo mês do ano passado."
Trecho retirado de "Contas externas de Portugal com excedente de 278 ME em janeiro"

domingo, dezembro 28, 2014

Menos turbulência

Os números da economia portuguesa, segundo o Informa DB, revelam um abrandamento importante da turbulência.
Em 2014, até Novembro:
  • Criadas 32600 empresas (-1,6% homólogo)
  • Encerradas 11475 empresas (-10,6% homólogo)
  • 4110 insolvências (-20,6% homólogo)
A criação de empresas continua acima do ritmo verificado de 2009-2010.
O encerramento de empresas anda muito abaixo dos valores de 2009-2010.
O número de insolvências já está abaixo do nível de 2011. 

segunda-feira, dezembro 31, 2012

O exemplo de Outubro

Fazendo fé nos números do Boletim Mensal de Estatística de Novembro deste ano as saídas de bens aumentaram 5,2%, variação homóloga entre os dados de Outubro de 2012 e Outubro de 2011.
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Ao olhar para a tabela:
Questionei-me, e os que dizem que as nossas exportações dependem do combustível, dos automóveis e do ouro? Se não fossem as exportações desses bens como tinha sido o nosso desempenho?
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Antes de fazer contas olhem para a última coluna do lado direito... notável como alguns dos sectores que restam crescem acima dos 10% e até na casa dos 15%.
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Sem contar com esses 3 sectores as nossas exportações cresceram cerca de 8,6%.
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Em 2011 o cenário era este:
O número global era de 15,7%, mas sem os 3 sectores aguentava-se nos 10,9%.
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Apesar do agravamento do cenário económico internacional não deixa de ser notável como a economia sem os tais três sectores, se tem aguentado e aumentado a sua quota de mercado internacional.

terça-feira, maio 29, 2012

Prepare-se para 5 de Junho

Se pensar no número de desempregados que vieram directamente do sector da construção, do retalho e dos recibos verdes do Estado no último ano e meio... tenho de concluir que sim, que ele cumpriu:
E não só cumpriu como se excedeu...
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Imaginem o quanto custou manter essas centenas de milhares de postos de trabalho contra qualquer racionalidade de economia sustentável.
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Imaginaram?
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Agora imaginem os juros ...
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Prepare-se para 5 de Junho

sexta-feira, abril 20, 2012

Interessante

Interessante, é claro que uma andorinha não faz a Primavera, é claro que não devemos tirar conclusões que estatisticamente não são válidas. Contudo, não consigo deixar de realçar este ponto na curva:
"Em Portugal, o indicador de clima económico aumentou de forma ténue em março, suspendendo o acentuado movimento descendente iniciado em outubro de 2010."
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Informação retirada de "Síntese Económica de Conjuntura - Março de 2012"

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Sintomas da transformação em curso

"Construção vai gerar “romaria de insolvências” até ao verão"
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Impressionante procissão de nomes... sintomas da transformação em curso.
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Por detrás de cada desempregado está uma pessoa concreta.
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Mas nunca devemos esquecer que o emprego não é um objectivo, o emprego é uma consequência.
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Reduzir artificialmente o desemprego, despejando dinheiro em sectores deprimidos ou novos sectores, supostamente,  promissores é repetir o erro que nos trouxe até aqui e desbaratar o esforço de transformação em curso.

sábado, janeiro 07, 2012

O "decoupling" continua

"O Índice de Volume de Negócios da indústria apresentou, em novembro, uma variação homóloga nominal de 1,4%, taxa inferior em 1,2 pontos percentuais à verificada no mês anterior. As vendas para o mercado interno diminuíram 7,0% (diminuição de 4,0% em outubro), enquanto as vendas para o mercado externo registaram um crescimento de 15,7% em novembro (14,0% no mês anterior)."
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Continua o "decoupling" entre a economia que vive do mercado interno e a economia que vive de exportações.
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Portanto, quando os encalhados falam de crise, seria interessante que explicassem que existem 3 economias no país e que deixassem de falar como se a economia dos que vivem do Estado fosse a única neste país.
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Trecho retirado de "Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria - Novembro de 2011"

segunda-feira, janeiro 02, 2012

Então?

"Cavaco Silva quer “agenda para o crescimento da economia e para o emprego”
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Então, o Presidente da República não sabe que foram anos sucessivos de agendas para o crescimento da economia que nos trouxeram até aqui?
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Então, o Presidente da República não sabe que o emprego não é um objectivo mas uma consequência?

segunda-feira, dezembro 26, 2011

Boleias de passageiro clandestino que permitem viver mais um dia mas não ensinam a pescar (parte II)

A propósito de "Boleias de passageiro clandestino que permitem viver mais um dia mas não ensinam a pescar" queria acrescentar um domínio que me escapou na altura.
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Quando os governos explicam estas medidas, mencionam sempre que têm por objectivo o reforço da competitividade das empresas exportadoras... já sabem o que penso sobre o interesse destas medidas para a competitividade das empresas exportadoras (no entanto, esperem pela parte III e IV).
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E qual o impacte destas medidas nas empresas que vivem do mercado interno? Quando escrevo sobre a economia portuguesa tenho o cuidado de a dividir em 3 partes: a economia que exporta, a economia que vive do mercado interno e a economia que vive do orçamento do Estado.
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O artigo "Crise" de Ana Taborda e Ana Pimentel na revista XXI traça um retrato factual do que está a acontecer no mercado interno, e 2012 será ainda mais vincado:
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"nos últimos três anos as visitas a grandes superfícies e supermercados caíram 9,8%. Até Junho de 2009, as famílias deslocavam-se a estas lojas, em média, 123 vezes por ano. Mas em 2011 este valor desceu para 111"
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Mesmo indo menos vezes às compras, a factura do supermercado também continua a descer: o valor médio passou de 27,32 euros para 26,97 euros (-1,3%).
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(Moi ici: segue-se uma descrição da migração de valor em curso) De acordo com o INE, a produção de carne de bovino no ano passado foi de 93 mil toneladas, uma queda de 9,5% em relação a 2009. Já a produção de carne de porco cresceu 3% e a de aves 2,6%. A entidade que gere as estatísticas nacionais defende que “a crise económica tornou o consumo de carne mais barata apetecível”. No caso da carne de porco, por exemplo, a procura cresceu mais do que o número de animais abatidos (+0,8%). A explicação é simples: o consumo de leitão desceu muito. Nas lojas da Jerónimo Martins, os portugueses reduziram o consumo de todas as carnes que custam mais de sete euros por quilo.
A mudança é semelhante no peixe: os produtos com preços superiores a 15 euros caíram 45%. Os consumidores não deixaram de consumir peixe, mas preferem os mais baratos, como o carapau e a dourada de aquicultura. E, mesmo no caso do camarão, é nos preços mais altos que a procura desce mais – perto de 50%. 
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para todos os hiper e supermercados do país, revelam que as refeições congeladas cresceram 11,8%, a venda de conservas 10%, a de ovos 7,2%, a de salsichas (dados da Jerónimo Martins) 8,5% e a de fiambre 3,4%. Já o óleo é um dos produtos que mais ganha com a crise. “Verifica-se um ligeiro aumento das vendas de azeite em volume, mas que é ultrapassado em muito pelo crescimento da categoria óleo (20,5%). O crescimento é tão expressivo que poderá comportar igualmente uma transferência de consumo”,
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O consumo de lacticínios é outro dos mais afectados pela crise: a Nielsen aponta para quedas de 7,6% no leite e de 5% nos iogurtes.
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As compras de pão também não escapam à crise.
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Quanto às bebidas, a Nielsen aponta para quedas de 2,7% no consumo de vinho, mas é a cerveja que mais desce: o consumo caiu 5% em 2009 face ao ano anterior e 3% em relação a 2010.
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As refeições fora de casa também são cada vez menos frequentes.
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Há cada vez mais portugueses dependentes das instituições de solidariedade para subsistir.
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O número total de automóveis a circular nas estradas nacionais não desceu, mas os portugueses estão a deixar mais vezes o carro em casa. De acordo com a empresa de estudos de mercado Kantar, “o aumento do preço dos combustíveis provocou, claramente, uma retracção no consumo particular.”
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Os portugueses também circulam cada vez menos nas auto-estradas.
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Mas, este ano, começa a notar-se uma perda de mobilidade: o carro continua a ficar em casa e os transportes públicos ou não crescem, ou crescem pouco.
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O empréstimo à habitação está a tornar-se um fardo cada vez mais pesado para os portugueses. Desde 2007 que o número de casas entregues aos bancos subiu 350%, apenas nas seis maiores instituições nacionais.
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Compram menos carros, mas têm cada vez mais dívidas
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Nos primeiros seis meses do ano as famílias superaram as empresas no que toca à abertura dos processos de insolvência.
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Os gastos com telemóveis não escapam à crise.
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Os dados da consultora IMS Health revelam que, entre Setembro de 2010 e Agosto de 2011, o número de embalagens de medicamentos vendidas às farmácias baixou 13 milhões.
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A tendência de poupança estende-se a despesas como a educação: apesar de ainda não haver números para este ano, os colégios privados têm perdido clientes."
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Este artigo traça um retrato das transformações que atravessam o mercado interno sujeito a uma migração de valor acelerada. Tudo isto representa quebra na facturação das muitas empresas que vivem da economia interna.
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Se as as receitas estão a cair, se 2012 vai ser mais "puxado" que 2011 é natural pensar que em 2012 a quebra nas receitas será ainda mais pronunciada. Se as receitas baixam, se o custo das utilidades continua a subir, obrigado renováveis, e se os custos não baixam, muitas empresas para tentarem resistir vão ter que cortar no pessoal...
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Ou seja, 2012 será um ano de mais empresas a morrer e de mais desemprego. O que é que o governo pode fazer para minimizar estas consequências? Baixar os custos laborais por decreto... Muitas empresas vão poder estar mais tempo abertas com o mesmo pessoal ou menos, outras vão poder estar abertas o mesmo tempo com menos pessoal. São tudo medidas que mexem no factor trabalho para tentar iludir a evolução desfavorável da procura agregada.
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Na parte III vamos aproveitar as reflexões de Kaj Storbacka para demonstrar que estas medidas não ajudam a criar novos modelos de negócio, porque se destinam a defender os modelos de negócio actuais. 

Ou seja, estas medidas, para a economia interna são sobretudo para a sobrevivência dos menos preparados, não para aumentar a competitividade. Claro, este tipo de medidas tem um senão, a produtividade, medida pelos encalhados, vai baixar e a lição de Maliranta não se vai cumprir (ver primeira citação da coluna do lado direito)


Economia para lisboetas

O diário lisboeta tem uma secção dedicada à Economia.
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Reparem o que é que as pessoas que trabalham nesse diário pensam o que é a Economia:
Isto para os lisboetas é a Economia, é a Economia para os jornais, para as TV's para as rádios que ditam o que é jornalismo em Portugal.


terça-feira, dezembro 06, 2011

Um retrato fiel do país que nos trouxe até aqui

"Executivos vêm o apoio às PME como o melhor estímulo para Portugal crescer"
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"Portugal vai estar em profunda recessão em 2012, com a economia a cair 3%, segundo as previsões, mas como estimular o crescimento nos próximos dois anos? À pergunta, 33% dos 207 líderes empresariais inquiridos pela consultora Ernst & Young num estudo sobre a economia nacional responderam que o contributo passa pelo apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME).
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24% consideraram que um dos melhores estímulos é o apoio às indústrias de alta tecnologia e inovação, (Moi ici: Não aprenderam nada com a Qimonda... o estado apoia sempre os perdedores) 19% seleccionaram a necessidade de ser facilitado o acesso ao crédito, 13% escolheram o investimento em projectos de infra-estruturas urbanas, (Moi ici: Que retorno teriam tais "investimentos"? Ainda não aprenderam? A adição é terrível...) 12% identificaram o estreitamento da ligação entre as universidades portuguesas e outras prestigiadas no estrangeiro (Moi ici: Na minha opinião, na relação empresas com universidades e centros de investigação, o problema não é de oferta, é de procura. As empresas não procuram... e mais, por vezes, procuram, e ficam com protótipos inovadores nas mãos que não conseguem rentabilizar... não têm estratégia, nem proposta de valor, nem gente preparada para essa empreitada) e 10% escolheram ainda a redução de custos com mão-de-obra. (Moi ici: Sem comentários...Houve 4% de inquiridos que responderam não saber; 3% não identificaram resposta(s). (Moi ici: A minoria a que estamos remetidos...)
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Estão a imaginar políticos, que fazem afirmações deste calibre "'Não entendo porque não se fala em sanções para quem tem excedentes e não os coloca ao serviço da economia. Não percebo porque é que na União Europeia, os países não ajudam as exportações de economias em situação mais difícil'" (como se os países exportassem, como se não fossem pessoas anónimas como você e eu que ditam o que se compra ou não), a decidir que empresas têm futuro, ou não, e, por isso, "devem" ser apoiadas ou não.
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Julgo que os crentes na estimulogia devem ler este postal sobre os influentes e estudar Goldratt.
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BTW, "In some situations, doing nothing – forever – is the right response. With my tendonitis, doing nothing helped. Sometimes, not trying to fix something is precisely what’s needed to fix it.
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It’s a hard strategy to follow because we have penchant for being proactive. If there’s a problem, we feel better when we attack it aggressively.
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But consider the idea that we might spend a lot of time, effort, and money solving problems that can’t, in fact, be solved with time, effort, and money.
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There’s a lot of talk these days about creating new businesses through incentives. Does the money and effort put into incentives help? According to astudy released by the Kauffman Foundation, the answer is no."
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BTW, a propósito do título "Impostos elevados afugentam investidores estrangeiros", sabem como é que Henrique, O Leão, transformou Lubeck de um covil de piratas, literalmente, na cidade que veio a ser a líder da Liga Hanseática?