segunda-feira, agosto 30, 2010

Cool

Este é um exemplo do pull, um exemplo do fluxo de conhecimento no novo mundo em que estamos a entrar:
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Títulos para todos gostos




Macedónia


  • "What they don’t seem to teach you in business school is that “the five forces” and “the seven Cs” and every other generic framework for problem solving are heuristics: they can lead you to solutions, but they cannot make you think. Case studies may provide an effective way to think business problems through, but the point is rather lost if students come away imagining that you can go home once you’ve put all of your eggs into a two-by-two growth-share matrix." "The Management Myth"
  • "The real danger – to the eurozone, but ultimately to Germany itself – is the strains stemming from the policy of a real devaluation. I cannot see how southern Europe can ever fully reverse the misalignments in the real exchange rate." "Why Germany’s Rebound Is Not Such Good News" Num mundo onde a eficiência deixe de ser o DEUS, num mundo onde a originação de valor passe a dominar o pensante comum, o sul da Europa terá uma hipótese.

Um admirável mundo novo pleno de oportunidades

Quando eu era um jovem engenheiro químico a trabalhar numa empresa da industria química, num tempo em que ainda havia dinossauros à face da Terra, uma das minhas referências era a revista Chemical Engineering Progress do American Institute of Chemical Enginners.
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Um dos documentos que guardo desse tempo é um “tutorial” com 10 “reprints” sobre o tema Estatística. O décimo artigo é um do qual me lembro muitas vezes, chama-se “Experimental design”. Nele pode ler-se:
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“The classical approach to experimentation is to study one variable at a time: varying its level over a certain range, while holding all other variables constant, and observing the effect of the response variables.”

“This approach is not very good, however. For one thing, it is inefficient, requiring a separate set of observations for each variable and using each observation just once. It is also incapable of detecting interactions: variables acting together may have a greater or smaller effect than individual variables acting alone.”
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O que o autor (Robert E. Miller) pretendia chamar a atenção, pode ser descrito nesta sequência de figuras.
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Uma empresa quer optimizar o seu reactor no sentido maximizar o rendimento que consegue tirar de uma reacção química. As variáveis que pode manipular são o tempo de reacção (ou tempo de residência) e a pressão a que decorre a reacção. Seguindo o método que aprendemos na escola de variar uma variável de cada vez, mantendo as outras constantes temos:
À pressão testada o rendimento máximo conseguido é de 64%.
Agora, fixando o tempo de residência no valor que deu o máximo de rendimento, o ponto A, variamos a pressão em busca do máximo rendimento:
Assim, deste modo podemos concluir, de uma forma científica, que o rendimento máximo que se pode obter para esta reacção química anda em volta dos 78%
Este método só funciona para sistemas com respostas lineares. Em sistemas não lineares… nós passamos completamente ao lado se usarmos este método:

Lembrei-me desta lição ao escutar esta apresentação de John Holland sobre CAS (Complex Adaptive Systems)
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ao minuto 8:20, Holland descreve os CAS como “badly non-linear”.
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Depois, ao minuto 13:50 aparece um acetato simplesmente delicioso!
“A complex adaptive system, cas, is an evolving, perpectually novel set of interacting agents where
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• There is no universal competitor or optimum
• There is great diversity, as in a tropical forest, with many niches occupied by different kinds of agents
• Innovation is a regular feature – equilibrium is rare and temporary
• Anticipations change the course of the system.
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E para onde é que nós caminhamos?
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Deste postal “Resumo” recordo a figura:
Caminhamos para um mundo com mais incerteza, mais instabilidade, mais volatilidade, mais variedade, … uma autêntica floresta tropical… (ver no vídeo, ao minuto 9:50, o que Holland diz sobre a variedade de uma floresta tropical)
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E voltar a recordar as proposições do acetato de Holland:
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• There is no universal competitor or optimum
• There is great diversity, as in a tropical forest, with many niches occupied by different kinds of agents
• Innovation is a regular feature – equilibrium is rare and temporary
• Anticipations change the course of the system.
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Em sintonia com o postal “Efficiency and utility: an evolutionary perspective”, em sintonia com a promoção do foco, da atenção, do sonho na eficácia, na criação de valor, na diversidade, na diferença…
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Admirável mundo novo pleno de oportunidades com o fim da ditadura da eficiência que tudo tenta uniformizar.

domingo, agosto 29, 2010

Jantar BSC


O jantar será em Santa Maria da Feira no próximo Sábado 4 de Setembro pelas 20h30, em princípio será no restaurante Orfeu (depois envio mapa para chegar ao local).
Gostaria que os interessados confirmassem a presença até ao final de terça-feira 31 de Agosto, para podermos fazer reserva de mesa, para o e-mail ccruz@redsigma.pt
Abraço
Carlos Pereira da Cruz

Efficiency and utility: an evolutionary perspective

Um artigo interessante e na senda da minha reflexão sobre eficácia vs eficiência e sobre a guerra entre o numerador e o denominador.
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"Efficiency and utility: an evolutionary perspective" de Stefan Mann e Henry Wustemann publicado pelo International Journal of Social Economics, Vol. 37 No.9, 2010 pp. 676-685
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Do Abstract:
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"Purpose – The purpose of this paper is to develop the argument that the link between efficiency and utility was strongest in the twentieth century. This would not only explain the growing focus on efficiency in the past, but also suggest that the importance of efficiency in society is set to decrease from now on.
Design/methodology/approach – The two arguments in support of the claim were: first, the growing importance of the service sector where an exaggerated focus on efficiency may decrease utility and second, the utility that is generated by different working environments and identities where heterogeneity is increasing.
Findings – Good reasons are found why the strong correlation between utility and efficiency that could be found in the process of industrialization is loosening."
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Do texto, para esclarecer o conceito de utility:
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"Since, utility is a more basic concept than efficiency, it is worthwhile to begin with the definition of utility which may subsequently be of help in defining efficiency. According to Jevon (1871), utility is the power of a commodity or a service to satisfy human wants."
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Das conclusões:
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"The focus of economics on efficiency has, over the decades, contributed to a high standard of living and to a correspondingly high level of utility for billions of consumers.
From a purely consumer perspective, the major importance of efficiency in maintaining or increasing this high level of utility is sustained. However, things take on a different perspective if we leave our consumer role and focus on our role in life wherewe are either members of a social community or part of the workforce.
In the rapidly growing service sector, our identity as social beings plays a far greater role than in the agricultural or industrial sector. This often makes it difficult to define measures of efficiency for services that are clearly linked with the quality of human interaction. Likewise, the growing diversity of working realities increases the importance of the utility (positive and negative) derived from working, so that the measure of efficiency in the professional world becomes less practicable.
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Efficiency will probably always remain a core concept for production processes, for example in industry, and for a number of other processes in the economic world. However, there are strong arguments for the fact that the concept of efficiency had its most significant impact on society in the twentieth century because the link between societal utility and simple efficiency measures is set to weaken in the future. As economic science is largely defined as a science concerned with efficiency, it is also likely that the importance of economic science as compared to other disciplines will rather decrease."
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Não é propriamente uma novidade

"Japan’s Experience Suggests Quantitative Easing Helps Financial Institutions, Not Real Economy"

Valor acima do custo (parte I)

Este mês de Agosto no Centro Comercial Glicínias em Aveiro, encontrei uma livraria que não conhecia, talvez se chame Oficina do Livro. Nela, dei de caras com um livro que considero uma pequena preciosidade "Value Above Cost" de Donald Sexton.
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O "VALOR", a criação (ou melhor, a originação) de valor é o meu tema de eleição. Tudo gira, ou devia girar, em torno da capacidade de criar valor percebido pelos clientes.
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"The value of a business depends on its future, not its past.
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Managers, investors, and others concerned about the well-being of an organization need to look at where it is going, not where it has been. A company’s future financial performance depends on its longterm abilities to manage both the value it provides customers and its costs.
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In the long-run, an organization’s financial success depends on how well they manage two things: value to customers and costs. Both determine margin and demand, and both need to be managed in concert.
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Over the years, some management gurus have suggested that being the customer value leader or the cost leader produces winning strategies.19 That is not the case. Focusing solely on customer value or cost can lead to implementation of lopsided strategies.
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Having the highest customer value does not guarantee success, just as having the lowest costs does not guarantee success. High customer value can lead to high costs. Low costs can lead to low customer value. Customer value and costs must be in balance.
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What determines financial success is how well an organization maximizes the difference between the value to customers and the costs of providing that value. That difference is known as Customer Value Added (CVA®), the focus of this book.
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CVA® has two important components: perceived value and cost.
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Perceived value is the maximum that the customer will pay for your product or service.
Perceived customer value is not price—it is the ceiling on price.
It can be both measured and managed."

sábado, agosto 28, 2010

Continua a dar que falar (Parte II)

Parte I.
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(26.Agosto.2010)

Ver várias jogadas à frente

"E se a China parar?"
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O autor avança com uma oportunidade e com um desafio na sequência do crescente aumento dos salários dos trabalhadores chineses:
  • "A oportunidade é cada vez mais chineses como consumidores de produtos "ocidentais"."
  • "O desafio é que o custo de muitos produtos que nos habituámos a consumir vai subir, contribuindo para uma redução do rendimento disponível e dos níveis de consumo da Europa.""
Algo que o autor ignora no texto é a grande oportunidade para o retorno, para a Europa e Estados Unidos (por exemplo, a evolução do preço dos call-centers na Índia está a tornar apetecível a localização nos Estados Unidos), das produções anteriormente deslocalizadas e, do potencial impacte que tal terá ao nível da recuperação de emprego industrial.

Lidar com os incumbentes

A disrupção que sobressalta os incumbentes é um tema que me fascina sempre.
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"Simplicity can be a really powerful means of disruption when targeting non-consumers. It is typically unattractive for market incumbents to lower the performance of their offering along traditional dimensions to compete for non-consumers right away because this would not meet the demands of existing consumers. So it can take a while for the incumbents to realize and incorporate the newly introduced performance dimensions in a way that does not alienate their core consumer base. In the meantime, the disruptive innovation can outsell its competition."
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"The market development trap is not so much a threat as it is an opportunity. Competing against non-consumption can become a self-renewing cycle that a company can commit itself to over the long term. To get – and stay – ahead of the competition, the trick is master the tin challenges of continually improving and expanding the disruptive “base” while also tackling new circumstances of non-consumption."
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Drenagem, drenagem

Como no filme "Inception", só que aqui não é o sonho que colapsa... é o modelo centralizador lisboeta:
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Apreciemos o panorama, as dores e o parto de um mundo novo...
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Basta ir juntando as peças...
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Defender o passado impede-nos de abraçar um futuro

Por volta de 1981 entrou em casa dos meus pais um calhamaço dum livro chamado "The Third Wave". Nesse ano ou no ano a seguir li-o. Um dos soundbytes que recordo foi sobre a explosão da diversidade de temas que se podiam aprender numa universidade. O casal Toffler escreveu qualquer coisa como: "numa universidade podem-se aprender desde tácticas de guerrilha até tácticas na bolsa".
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Pois foi desta frase que me lembrei ao ler este artigo no ionline:
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"Hipermercados em Lisboa em risco de não abrirem ao domingo".
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"o alargamento do horário dos hipermercados pode pôr em causa a sobrevivência do pequeno comércio e sustenta que "são dias para olhar para o céu e não para dentro de grandes superfícies". "
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Estas medidas legislativas para proteger o pequeno comércio têm o mesmo efeito que tentar ajudar uma borboleta a sair do casulo. A ajuda impede o fortalecimento, a ajuda impede a mudança, a ajuda é contraproducente.
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Tantos milhões que se gastam em apoios, em formações, em... e onde está a mudança?
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Será que o futuro do pequeno comércio é continuar a ser o que sempre foi, alheio às mudanças no exterior?
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Será que o preço comanda todas as decisões de compra dos clientes? Será que o preço é o único critério de compra dos clientes?
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"In the early months of the recession Wal-Mart enjoyed increased store traffic and sales (Moi ici: A migração de valor, ver marcador). This certainly was the result of changing shopping patterns as consumers shifted to retailers with a low-price focus.
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In an attempt to reduce inventory costs, increase inventory turns, and improve efficiency, Fleming drastically reduced the number of SKUs in Wal-Mart stores. This immediately resulted in decreased traffic as customers went elsewhere to find the products no longer available at Wal-Mart. For the last four quarters, Wal-Mart has experienced decreases in sales. " (Trecho retirado de "The Wal-Mart Dilemma!"
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O preço é importante mas não é tudo. Mesmo em tempo de recessão o preço não é tudo.
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Há cerca de um ano escrevi aqui no blogue sobre o livro "Up Against the Wal Mart's" (parte I, parte II e parte III)... como é que o pequeno comércio pode combater os Continentes e Jumbos e Pingos Doces e Lidls deste país?
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Eles são grandes, eles são enormes, eles têm muito dinheiro, nós somos pequeninos...
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Talvez valha a pena ler a interpretação que Malcom Gladwell dá sobre o confronto entre David e Golias, ou sobre Lawrence e os turcos, ou sobre ... (texto de Gladwell aqui e a minha interpretação nesta série sobretudo neste postal).
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E volto a Toffler, tanto dinheiro gasto em apoios ao pequeno comércio e nunca ninguém convidou ou traduziu os trabalhos ou as teses de gente como Don Taylor e Jeanne Archer ou George Whalin? Até parece que somos o único poço do mundo.
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O que seguramente não tem funcionado e vai continuar a não funcionar é o coitadinhismo, ainda ao menos se os media não o alimentassem ...
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Como se instila mudança? Como se aponta para uma Terra Prometida onde corre leite e mel?
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Ainda ao menos se os media não alimentassem o coitadinhismo... e os políticos.
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BTW, se são dias para olhar para o céu ou não deve ser deixado ao livre arbítrio das pessoas, já Hayek no seu livro escreveu sobre a tentação de planear o tempo livre dos cidadãos pessoas impostados.
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sexta-feira, agosto 27, 2010

A roda do tempo

Moro numa zona que é mais rural do que urbana, apesar da minha freguesia ser a mesma que a do centro da cidade de Estarreja.
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Esta localização permite-me, já que faço jogging quase todos os dias, aperceber-me do ritmo natural das estações.
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Em Maio é o cheiro a bosta nos campos.
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No início de Junho é o cheiro a rosas bravas.
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No início de Julho é o cheiro a tílias.
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Hoje... foi o primeiro sinal do Outono que aí vem a passos largos. Pela primeira vez senti o agradável aroma da uvas morangueiras e as amoras perderam a doçura.
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Entretanto a bosta daqui, alimentou estes campos:

Reencontro

Há mais de 20 anos que não ouvia esta canção.
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Já me tinha esquecido de quem era, apesar de recordar muitas vezes e, trautear o refrão.

Macedónia

“O negócio, na China, não é a quantidade. Isso é para a China, Índia, Paquistão ou Bangladesh. Só nos podemos impor através da diferenciação técnica, da qualidade e do design”, disse Sofia Botelho, representante da Associação Selectiva Moda na Feira Internacional de Têxteis do Lar que decorreu esta semana em Xangai."
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(Moi ici: Não podia estar mais de acordo.)
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"“As empresas portuguesas precisam do apoio do Estado para poder entrar neste tipo de mercados”, disse." (Moi ici: Tenho dúvidas...)

Convite

Na sequência destes comentários lançamos o convite para um almoço/jantar de leitores, comentadores e curiosos deste blogue.
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Há interessados para uma sessão de francesinhas, ou outra opção mais saudável, durante a próxima semana em Aveiro?
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Interessados podem contactar-me para ccruz@redsigma.pt

As 6 proposições por detrás de "The Power of Pull"

Um guia

Desde miúdo, ao longo dos anos, até sei lá que idade, habituei-me a ver na televisão o saudoso Fernando Pessa em entrevistas a inventores portugueses que desesperavam porque ninguém queria as suas invenções, que se queixavam por alguém ter roubado a ideia, que ...
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Quem tem uma invenção nas mãos, quem tem uma ideia para um negócio e, não sabe que passos seguir pode experimentar este guia "The Entrepreneur's Guide to Customer Development: A cheat sheet to The Four Steps to the Epiphany" de Brant Cooper e Patrick Vlaskovits.
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