Mostrar mensagens com a etiqueta formação profissional. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta formação profissional. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, outubro 25, 2011

Lições da andragogia

"When you're training or coaching, it's tempting to give people a general principle and follow it up with applications. Resist that temptation. We learn best when we get a concrete example first and then the principle. You can make things even more effective if you give several examples and let your team members develop the principle. It takes longer than just telling them the principle, but the learning is better.
.
Concrete first. Abstract second."
.
.
"Most of us know too much. The problem with knowing how our business is going is what we know is almost always more of a problem than what we don’t know. Why? Because “WHAT WE KNOW” is the most likely thing to keep us from finding out what we don’t.
.
It’s bigger than being close-minded, it’s more like being “finish-minded”. “I’ve got this all figured out. There’s not much more I need to know.”"
.
.
Outra grande lição da andragogia: 1º dinamitar as certezas que impedem o adulto de mudar

sexta-feira, abril 22, 2011

Treta e obrigado

.
1º TRETA
.
"Governo atribui liderança no desemprego de longa duração às baixas taxas de qualificação"
.
O discurso dos académicos e dos políticos é um discurso da treta que não resiste a um confronto com a lógica da realidade:
.
"“o esforço de qualificação dos desempregados é fundamental, porque há desempregados baixamente qualificados quando hoje a economia requer trabalhadores mais qualificados”.
.
Valter Lemos sustentou que “Portugal foi mais afectado, porque é onde as taxas de qualificação são mais baixas”, considerando que “tem que ser feito um esforço para a qualificação das pessoas, porque não é possível retirá-las da situação de desemprego sem estarem adaptadas às necessidades do mercado, que exige maior qualificação”."
.
Basta ripostar com os argumentos de Galbraith, tão claros para mim:
.
"The problem is that poverty and unemployment are not much influenced by the qualities and qualifications of the workforce. They depend, rather, on the state of demand for labor. They depend on whether firms want to hire all the workers who may be available and at the pay rates that firms are willing, or required, to offer, especially to the lowest paid.
.
Firms in the happy position of strongly expanding markets and bright profit prospects can almost always find the workers they need, either pulling directly from the pool of the unemployed or poaching qualified workers from other firms (or nations). For such firm, the costs of rudimentary job training for unskilled and semiskilled positions are secondary (como se prova facilmente com o exemplo dos portugueses que emigram para a Alemanha ou Suiça); if workers with appropriate training are not readilly available, they can be trained in-house. Conversely, firms facing stagnant demand and bleak prospects do not add workers simply because trained candidates happen to be available."
.
E ainda, basta ripostar com o discurso contraditório e revelador de desconhecimento do presidente da câmara de Guimarães. o tal que na mesma frase diz que as pessoas não têm emprego porque a formação é baixa e não têm emprego porque a formação é alta...
.
Os académicos e , ainda por cima lisboetas, laboram no mesmo erro:
.
"A educação é um dos "sérios bloqueios em sectores muito importantes" em Portugal. "Partimos muito tarde, o que significa que temos que andar mais depressa que outros países para os apanhar", disse aos jornalistas, acrescentando que "se calhar a resposta [a este problema] está lá fora. É preciso atrair pessoas qualificadas." Mas há factores que afastam esse investimento no país, como é o caso da justiça, (Moi ici: Não consigo deixar de pensar que esta história da Justiça não passa de um mito criado pelo lobby respectivo) referiu." Então, Maria João Valente Rosa, directora do portal Pordata, julga que temos de importar gente qualificada para criar empresas... duplo erro:
  
     1. Então não sabe que isto acontece?
     2. Então não conhece estes números? Devem estar no Pordata!
Imagem daqui.
.
Por fim:
.
2º O MEU MUITO OBRIGADO
.
"Patrões portugueses são menos qualificados que empregados"
.
.
.
.
OBRIGADO aos patrões portugueses que aceitam o sacrifício e o risco de serem patrões nesta espécie de país. Os artigos e os comentários acerca destas notícias são sempre feitos num espírito de crítica aos patrões ignorantes... se calhar nem sabem quantos cantos têm os Lusíadas.
.
A crítica devia ser feita era aos tais de qualificados que não têm coragem de avançar, que não arriscam... caso para dizer, quem está de fora racha lenha!

domingo, setembro 26, 2010

Enredados no politicamente correcto

Este título do Público é tão ingénuo... "País tem mais engenheiros e doutorados mas a economia ainda não reage", está-se tão enredado no politicamente correcto que não se vê mais nada.
.
Quer as startups tecnológicas quer os PINs padecem do mesmo defeito, não têm massa crítica para levedar uma economia. Uma economia só mexe com a actuação de uma multidão de agentes individuais.
.
Assim, às três pancadas posso desenhar dois gráficos que representam uma parte da minha experiência de vida, com honrosas excepções naturalmente:
Quanto mais anos uma pessoa passa no sistema escolar, mais formatada fica, mais "entitled" se sente, mais medrosa se torna, logo, menos predisposição para arriscar e empreender.
.
Este outro gráfico parece brincadeira mas tem muito de verdade, como me demonstrou o dono de uma fábrica, sem formação universitária, que no espaço de um mês fez uma pequena revolução:
E quando se quer relacionar emprego e economia com formação nunca esquecer as palavras de Galbraith, ou paradoxo citado pelo presidente da câmara de Guimarães.

sábado, julho 24, 2010

Uma analogia interessante

Já escrevi aqui sobre o quanto o marxianismo que está entranhado em mim se espanta com o preço de, por exemplo, capacetes de marcas premium para ciclismo, sabendo qual é o nível de preço a que saem da fábrica na China. O andrecruzzzz chama a atenção para uma analogia interessante:
.
"reflicto muito em marcas premium com fábricas na china..tais fábricas em parceria com sócios chineses que rabsorvem o know-how todo. faz-me lembrar um pouco a história da CIA e da al-quaeda no afeganistão.."
.
Se eles um dia começarem a financiar alguns craques do ciclismo e conseguirem, com isso, associar a sua, deles, marca a performance e a vitórias...
.
Os apologistas da formação profissional por tudo e por nada, que nunca puseram um pé numa empresa, não imaginam o quão fácil é produzir hoje em dia. O truque não é produzir, o truque é seduzir os donos dos porta-moedas a comprarem.

sábado, fevereiro 20, 2010

A morte lenta

"Reconhecendo que as qualificações dos portugueses, de um modo geral, «continuam a ser muito baixas», Alberto Castro recordou existirem países «com qualificações semelhantes» que têm níveis per capita «piores que os nossos». Por isso, o factor que mais o preocupa é «a qualidade do empresário e da gestão». «Muitas das nossas empresas não têm uma gestão profissional» e, como tal, estas «não têm capacidade para perceber alguns dos desafios» que enfrentam. Nesse sentido, as PME têm «grandes e graves debilidades», algo «já confirmado por vários estudos internacionais»."
.
Solução? Apoiar essas empresas com subsídios e outros estratagemas...
.
.
.
Em vez de deixar estas empresas, que não se actualizaram, que não evoluíram, continuarem a consumir recursos da comunidade por que não deixá-las morrer de vez?
.
É preciso que os recursos da comunidade (recursos privados e públicos) sejam transferidos para as experiências de futuro e com futuro.
.
Quem sabe o que é de futuro e com futuro?
.
Ninguém!!! Por isso, há que facilitar a experimentação, o arranque de novas empresas. Depois, quem tiver unhas que toque guitarra, servindo os clientes, não captando subsídios e apoios vários.
.
As que falharem, falharam ponto. Não é um drama. Há que rapidamente canalizar os recursos que sobram para outras apostas.
.
Mas como empresas que fecham são mais desempregados... há, politicamente, o interesse em conter os números. Logo, apoiem-se as empresas, se têm futuro... isso é secundário. Logo, desviam-se recursos da comunidade para atrasar o inevitável... é a tal morte lenta.
.
Trecho retirado de "«Vamos ter um ano crítico ao nível do emprego»" incluído no semanário Vida Económica.
.
BTW, nestas condições, por mais formação que se dê, nunca se abandona a corda bamba.

sábado, novembro 07, 2009

Deixem as empresas morrer, se querem criar a economia do futuro, deixem de apoiar as empresas do passado

Peres Metelo no DN:
.
"Por causa das nossas debilidades de fundo, carregadas há muitos e maus anos: baixo investimento no capital humano conduz a baixa produtividade e incapacidade para a aumentar; logo, baixa competitividade externa e evolução negativa dos termos de troca conduzem ao esmagamento das margens de lucro das empresas exportadoras; logo, mantém-se baixo o nível de poupança, quer das empresas não financeiras quer das famílias; logo, aumenta todos os anos a necessidade de financiamento externo, com acumulação de défices gémeos (o orçamental e o da balança de transacções correntes), e um endividamento líquido externo que já atinge um ano completo de produção no País de bens e serviços finais - vulgo, 100% do PIB." (aqui)
.
Aquele ponto de partida é que me faz cócegas... por que é que cerca de 100 licenciados abandonam o país por mês? Como já repeti várias vezes o raciocínio de Galbraith, como é que trabalhadores mais formados contribuem para o aumento da produtividade?
.
O aumento da produtividade que precisamos como país:
  • um aumento que seja um salto e não umas migalhas incrementais;
  • um aumento que proporcione margens muito maiores às empresas; (lembram-se do gráfico de Frasquilho?)
  • um aumento que proporcione melhores salários aos trabalhadores; (senão algo está mal, o fim último é a felicidade sustentada dos povos e é isso que o PIB não mede)
  • um aumento da competitividade das empresas.
Um aumento da produtividade com estas características só pode ser da responsabilidade da gestão. Só que a palavra gestão está mal aplicada aqui, precisamos mais de insurgentes visionários que lideram equipas para um futuro desejado novo e diferente do actual e precisamos menos de gestores, de organizadores do status-quo medíocre em que vegetamos e sobrevivendo com uma capacidade competitiva cada vez mais erodida.
.
Há dias escrevi este postal "Um revés", ontem, Hable e Hogan no seu livro "The Strategy and Tactics of Pricing", num capítulo dedicado à criação de valor, disseram-me:
.
"Sometimes, when an offering has significant intangible value, such as brand strength, received value can exceed true economic value. That's frequently the case with many consumer products when deft advertising and merchandising invest a product with strong emotional values such as prestige, safety, hope, or reassurance. Perceptions rather than physical characteristics provide the differentiated value a product holds for the buyer. Packaged goods with more or less the same physical attributes as the competition nonetheless command price premiuns because their credible superiority claims create the perception of differentiated value,"
.
É impossível que uma massa crítica de empresas dê o salto e crie um novo paradigma económico, e crie o mercado de trabalho para quem tem mais qualificações, e proporcione os aumentos referidos acima enquanto continuarmos a gastar recursos a defender as empresas do passado e não criarmos as condições para que a destruição criativa opere.
.
E não há como fugir da realidade, a mudança só vai acontecer, só acontece quando pessoas concretas, empresários, fazem o seu caminho de Damasco particular e descobrem a luz... há um outro mundo, há outras estratégias, há outros modelos de negócio, para competir.

sábado, outubro 31, 2009

A triste realidade...

Neste postal "Equipas de alto rendimento? - Formação" encontro um discurso com o qual podemos concordar.
.
Agora o que achei delicioso foi este relato do comentário assinado:
.
"Boas

Vim aqui dar por acaso, mas... não posso resistir a deixar este comentário: um dos maiores desperdícios actuais, que vem de há muitos anos e que está aí para durar mais uns quantos, é o dinheiro, as fortunas gastas em formação.
.
O Luis tem toda a razão, contudo. O problema está no que diz a "M": a formação tornou-se um objecto de apropriação de dinheiro, e não de criação de valor (via melhoria ou construção de competências).
.
Chega a ser impressionante, não estão de acordo? Agora mesmo, nesta "crise", é incrível aquilo que se passa! Exemplos? Aqui vai um, para começar: Uma empresa multinacional que vai parar a produção durante um mês na sua unidade em Portugal. Vai aproveitar para dar formação ao seu pessoal (60 pessoas). O Estado vai financiar. A empresa contacta um intermediário (serviços de formação profissional). O intermediário contrata um formador às 18h da sexta-feira anterior à segunda-feira em que, às 8h da manhã, começa a formação. O formador não sabe quais os assuntos concretos, só sabe que foi escolhido porque confiam muito nele. Vai haver uma reunião na 2ª-feira a meio da manhã para definir que conteúdos deve ter a formação (que já terá começado às 8h).
.
Ou seja: a empresa recebe ajudas do Estado + o intermediário recebe da empresa, via Estado + o formador recebe do intermediário, e...
.
Pergunto: aquelas 60 pessoas, nas 25 horas de formação sobre algo que nem a empresa nem o intermediário nem o formador ainda sabem sobre o que é, vão melhorar que competências?
.
Enfim...

P.S.: desculpem a invasão do blog para este desabafo tão negro, mas... assim não dá, assim a formação é apenas retórica, por muito conscientes que possamos estar do seu verdadeiro papel."

sábado, outubro 03, 2009

Conversa da treta

Este título "É preciso garantir que a formação seja desenvolvida por entidades acreditadas" associado ao que eu vejo nas empresas em termos de formação, desperta o meu lado cínico e faz-me recordar este escândalo das entidades certificadas.
.
Só pergunto uma coisa, a formação profissional é feita à medida das empresas (dos seus desafios e trabalhadores) ou é desenhada à priori? As empresas escolhem o prato ou escolhem de um menu que lhes é apresentado? Quantas vezes é que os formadores visitam a empresa antes de se iniciar a formação para desenharem e conceberem a formação em função da realidade da empresa e dos seus trabalhadores?
.
Eheheheh, se eu aparecesse nestes congressos e conferências para ilustrar como o rei vai nu, não só era expulso, como corria o risco de sofrer uma qualquer represália física.
.
Disclaimer: Não realizo acções de formação profissional.

quarta-feira, abril 29, 2009

A absurda ideia da redução de salários

Atenção ao interessante artigo no Jornal de Negócios de ontem "A absurda ideia da redução de salários".
.
Concordo com algumas das ideias veículadas pelo autor, discordo de outras:
.
"As causas da baixa produtividade não residem nos salários, mas nas componentes não salariais dos custos de produção e na qualidade da gestão."
(Moi ici: Não podia estar mais de acordo. Quando se pensa em produtividade, 90% das pessoas pensam em reduzir custos, em ser mais eficiente, em produzir mais do mesmo na mesm unidade de tempo. E julgo que o autor ainda anda por aí, ainda julga que uma boa gestão, disciplinadora, enquadradora, fará com que a produtividade aumente. Verdade? Verdade!
Mais eficiência resulta em maior produtividade.
Então, qual o salto de produtividade à custa da eficiência que teríamos de dar para para passar de $27,3/hora em Portugal para os $43,3 entre os nossos parceiros europeus?
.
Jamais dans la vie!
.
Eu quando penso em produtividade não olho para o denominador, para os custos e para a eficiência. Isso é peanuts!!!
.
Olho, olhem, para o numerador, para a criação de valor, para a eficácia. Quem é que decide o que produzir? O operário? No way!)
.
"Considerando os mecanismos económicos relevantes, os salários baixos são uma das causas profundas da baixa produtividade e não o contrário."
.
(Moi ici: Não concordo que sejam uma das causas!)
.
"A produtividade aparente do trabalho resulta mais da organização e opções empresariais do que da habilidade intrínseca do trabalhador. A produtividade é, acima de tudo, um problema da gestão como o atestam as enormes - e às vezes espectaculares - diferenças que registamos entre as nossas empresas"
.
(Moi ici: Exactamente! Agora, como sair deste buraco? Aumentando os salários à cabeça? E quem garante que essa é a receita que fará com que a produtividade aumente?
.
E se as empresas que sobrevivem à custa dos salários baixos (Reparem escrevi sobrevivem não escrevi vivem ou prosperam, basta recordar este gráfico) não tiverem as competências para dar a volta e trabalharem em patamares que sustentem salários altos? Fecham! Então, por essa ordem de ideias esta crise que vivemos há mais de 10 anos está precisamente a fazer isso, a eliminar paulatinamente as que não conseguem subir na cadeia de valor. Então, segundo esse raciocínio pergunto, por que é que os governos apoiam as empresas em risco de falência?
.
Quantos mais apoios, maior o atraso na renovação do tecido empresarial!)

domingo, abril 19, 2009

Mitos

Ontem ao final da manhã, enquanto fazia o meu jogging, ouvi na Antena 1 a já habitual lengalenga sobre a necessidade de aumentar a produtividade.
.
Não podia estar mais de acordo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1
.
Qual era a receita de Bagão Félix, que era quem falava, para aumentar a produtividade?




Já adivinharam?






Esta é tão fácil!









Exacto!



Exactamente, aumentando a formação profissional!




Por que é que ninguém pergunta a quem propõe essa receita, que ilustre com um caso real concreto como é que a formação profissional pode ajudar a reduzir o nosso gap de produtividade?
.
"rain dance" (looks good, sounds good, smells good, tastes good, makes you feel good, is politically correct, but has no impact!)
.
Ainda ontem, ao final do dia, ao folher mais um livro de Keith Lincoln & Lars Thomassen "PRIVATE LABEL - Turning the retail brand threat into your biggest opportunity", encontrei uma citação que vai direitinha para a coluna da direita neste blogue e que serve para responder a todos os que, como Bagão Félix, acreditam que mais formação profissional aumenta a produtividade:
.
"The great enemy of the truth is very often not the lie – deliberate, contrived and dishonest – but the myth, persistent, persuasive, and unrealistic. Belief in myths allows the comfort of opinion without the discomfort of thought."

John F Kennedy, 35th president of United States, 1961–63

segunda-feira, março 30, 2009

A imagem da formação profissional

Peres Metelo escreve no DN:
.
"Com os tempos de paragem produtiva, faz sentido que os dinheiros públicos apoiem a aquisição de novos conhecimentos que se antecipem necessários na fase de retoma económica."
.
Alguém sabe quais são os temas que fazem parte destas acções de formação? Ninguém tem curiosidade em saber quais os programas destas acções de formação? Ninguém tem curiosidade em saber como se identificam as necessidades de formação? Ninguém tem curiosidade em saber como se definem os objectivos destas acções de formação?
.
BTW, um efeito colateral de tudo isto será a descida da consideração que as empresas têm pela formação profissional. Formação profissional será cada vez mais associada a artifício para encher pneus.
.

domingo, dezembro 14, 2008

Vamos brincar à caridadezinha

"O primeiro-ministro, José Sócrates, salientou na entrega de diplomas a dezenas de formandos do Centro de Formação Profissional do Seixal, no âmbito do Programa Novas Oportunidades, que a qualificação é a solução para defender o emprego.
.
«Mais qualificações garantem mais emprego, mas garantem também a redução de desigualdades», sublinhou José Sócrates."
.
"«Este programa Novas Oportunidades visa melhorar as qualificações dos portugueses, é o melhor contributo para o emprego mas também para reduzir as desigualdades», afirmou o primeiro-ministro."
.
Que se aumentem as qualificações por todas as razões e mais uma OK.
.
Agora, aumentar as qualificações para defender o emprego, não!
.
Basta recordar o que recentemente esceveu James K. Galbraith "The Predator State - How Conservatives Abandoned the Free Market and Why Liberals Should Too" e que abordamos aqui: Ainda acerca da formação profissional
.
"Job training is a canonical example of the well-brought-up liberal's (atenção à conotação americana para o termo) urge to make markets work. The policy follows from an argument about the nature of unemployment and low wages, and as with neraly all similar exercices, the argument begins by assuming the existence of a market. In this case, the market is known as the "labor market," and it supposedly matches demand for labor, which comes from businesses, to the supply offered by individuals. If individuals lack the minimal skills that business requires, they cannot compete for jobs. Unemployment must result. The purpose of job training therefore is to move individuals into a position from which they can effectively compete for available employment.
.
In this analysis every detail is correct: there are businesses that require labor, and there are individuals who would like jobs but do not qualify for them. It is true that a job-training program can help. Yet the sum of these details falls far short of the claim made for them as a whole. It does not follow that job-training programs reduce unemployment or poverty. It is not even clear that they foster the creation of a single additional job.
.
The problem is that poverty and unemployment are not much influenced by the qualities and qualifications of the workforce. They depend, rather, on the state of demand for labor. They depend on whether firms want to hire all the workers who may be available and at the pay rates that firms are willing, or required, to offer, especially to the lowest paid.
.
Firms in the happy position of strongly expanding markets and bright profit prospects can almost always find the workers they need, either pulling directly from the pool of the unemployed or poaching qualified workers from other firms (or nations). For such firm, the costs of rudimentary job training for unskilled and semiskilled positions are secondary (como se prova facilmente com o exemplo dos portugueses que emigram para a Alemanha ou Suiça); if workers with appropriate training are not readilly available, they can be trained in-house. Conversely, firms facing stagnant demand and bleak prospects do not add workers simply because trained candidates happen to be available.
.
Job traing in most offices is extremely specific to that office: its systems, its bosses, its routines. Generic training programs, the only kind government can provide, cannot duplicate this function.
...
if companies are not hiring, job training is irrelevant.
...
if you really want to reduce unemployment and poverty, it is obvious from recent history that job training has nothing to do with it." (a não ser na cosmética dos número do desemprego, já que quem frequenta a formação não contribui para os números do desemprego).
.
Basta pensar naquela citação ali há direita sobre a realidade finlandesa "It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled."Mas, e como isto é profundo:"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants." Por favor voltar a trás e reler esta última afirmação.
.
Basta recordar o esbracejar de desepero do presidente da câmara de Guimarães: "Fábricas a encerrar, salários em atraso, jovens qualificados sem trabalho,"... "Mas penso que àqueles desempregados aos quais não é possível dar mais formação - porque a formação de base é tão baixa que não dá para dar um salto qualitativo mínimo para outro lado"... "Outro problema igualmente complexo é o dos jovens que têm formação e não encontram trabalho no mercado. Infelizmente, neste momento, não há na região trabalho qualificado para acolher essa mão-de-obra..."
.
Enfim, é assim tão difícil de perceber o que diz Galbraith?
.
"The problem is that poverty and unemployment are not much influenced by the qualities and qualifications of the workforce. They depend, rather, on the state of demand for labor."
.
Ás vezes penso numa outra frase de Galbraith:
.
"In a world where the winners are all connected, it is not only the prey (who by and large carry little political weight) who lose out. It is everyone who has not licked the appropriate boots. Predatory regimes are, more or less exactly, like protection rackets: powerful and feared but neither loved nor respected. They cannot reward everyone, and therefore they do not enjoy a broad political base. In addition, they are intrinsically unstable, something that does not trouble the predators but makes life for ordinary business enterprise exceptionally trying
....
predators suck the capacity from government and deplete it of the ability to govern. In the short run, again, this looks like simple incompetence, but this is an illusion. Predators do not mind being thought incompetent: the accusation helps to obscure their actual agenda."

domingo, agosto 31, 2008

Ao decifrar o novelo que se...

... encontra por detrás do mito, tarefa que só é feita por quem tem os pés assentes no terreno e está longe dos duelos na arena política, acaba por descobrir:
.
"Most work, even in high technology sectors, requires what amounts to routine clerical labour. Mundane work is mundane work whatever the industrial sector,"
.
Por isso é que afirmo que:
.
"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled."
.
Daí a crença na formação profissional!
.
Mas, e como isto é profundo:"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants." Por favor voltar a trás e reler esta última afirmação.
.
High produtivity plants, não são fábricas onde os trabalhadores correm mais depressa, são fábricas onde se criam e fabricam produtos de valor acrescentado.
.
A costureira que sai da pequena confecção onde se fabricavam, a subcontrato, blusas ao minuto, para uma marca dinamarquesa, vai fazer o mesmo para uma outra confecção que tem marca própria... agora o valor que cria para a sua empresa é completamente diferente.