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sexta-feira, setembro 30, 2011

Assar sardinhas só com a chama de fósforos (parte III)

Continuado da parte I e parte II.
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"No final de Junho, os seis maiores bancos que actuam em Portugal tinham em sua posse casas penhoradas num montante estimado em mais de 3.000 milhões de euros. Em primeiro lugar, destaca-se o BCP que detinha imóveis penhorados num montante avaliado em 1.180 milhões de euros, seguindo-se o BES com 751,9 milhões de euros, a CGD com 549,6 milhões de euros, o Montepio com 282,3 milhões de euros, Santander Totta com 152,6 milhões e BPI com 122,6 milhões de euros.
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Segundo a notícia do jornal “Diário Económico” desta segunda feira, estas casas que a banca possui provêm essencialmente de promotores imobiliários."
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E o que propõe o sindicato da construção?
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"O Sindicato da Construção de Portugal quer que o Governo disponibilize cinco mil milhões de euros em verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para apoiar a fileira."
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Por que tenho de contribuir para a manutenção de um sector sobredimensionado?

quarta-feira, setembro 14, 2011

Assar sardinhas só com a chama de fósforos (parte II)

Continuado daqui.
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"Fim da Parque Escolar ameaça duplicar falências das construtoras"
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Atirou-se dinheiro para o problema e ... apenas se adiou o inevitável.
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Quantas empresas aproveitaram o tempo extra para se reconverterem? Conheço uma, pelo menos, que se especializou em estruturas solares.
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Quantas empresas aproveitaram o tempo extra para abrir novos mercados?
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"Das três insolvências diárias nas empresas de construção pode passar-se para o dobro. Sector já é responsável por cerca de um terço dos desempregados"
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E por que é que os contribuintes, num mercado capitalista, têm de suportar empresas sem futuro em actividades sobredimensionadas num ambiente pós-bolha?

quinta-feira, julho 14, 2011

More than one member...

"Those who remain unconvinced that rising debt levels pose a risk to growth should ask themselves why, historically, levels of debt of more than 90 percent of GDP are relatively rare and those exceeding 120 percent are extremely rare (see attached chart 2 for U.S. public debt since 1790). Is it because generations of politicians failed to realize that they could have kept spending without risk? Or, more likely, is it because at some point, even advanced economies hit a ceiling where the pressure of rising borrowing costs forces policy makers to increase tax rates and cut government spending, sometimes precipitously, and sometimes in conjunction with inflation and financial repression (which is also a tax)?"
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Ler texto completo em "Reinhart and Rogoff: The Economy Can’t Grow With Debt".
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"Those who would point to low servicing costs should remember that market interest rates can change like the weather. Debt levels, by contrast, can’t be brought down quickly. Even though politicians everywhere like to argue that their country will expand its way out of debt, our historical research suggests that growth alone is rarely enough to achieve that with the debt levels we are experiencing today.
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While we expect to see more than one member of the Organization for Economic Cooperation and Development default or restructure their debt before the European crisis is resolved, that isn’t the greatest threat to most advanced economies. The biggest risk is that debt will accumulate until the overhang weighs on growth."

sábado, maio 14, 2011

O medo

"É esta a realidade que deixou o líder do PS sem programa, sem discurso e sem estratégia. A táctica resume-se ao efeito que a mudança cria numa sociedade agarrada ao conforto do Estado. É provável que um conservador seja um liberal que já foi assaltado. E, assim, constrói-se o medo."
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"Virou cobra sem veneno"
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Não concordo com Raul Vaz, o medo é um grande veneno. O medo faz maravilhas... até faz as pessoas voar, como aprendi no Asterix

quarta-feira, maio 11, 2011

quinta-feira, maio 05, 2011

Do convento para o bordel?

Na TSF falam sobre o convento que é a câmara do Porto em termos de dívidas.
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Brevemente, a equipa de Menezes do outro lado do rio vai tomar conta do convento para transformar as contas do Porto numa orgia como na câmara de Gaia.

quarta-feira, abril 27, 2011

O pai da geração deolindeira

""Nós não sabemos como chegámos a esta dívida porque ela foi feita nas nossas costas""
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"O sociólogo Boaventura Sousa Santos defendeu, terça-feira, que os portugueses deviam recusar-se a pagar a dívida do Estado, evocando o exemplo da Islândia, ao intervir numa conferência promovida pela Associação Abril, em Lisboa."
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O exemplo paradigmático de uma mentalidade infantil... vinda do pai da geração deolindeira.
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Quem contraiu a dívida? Os políticos!
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Quem elegeu os políticos? Nós!
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Será que o sociólogo está disposto a este lado islandês, no final do postal?
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Trecho retirado daqui.

sexta-feira, abril 08, 2011

E o bronco sou eu

A sério, muito a sério, gostava de saber qual a definição que esta gente tem de investimento.
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Como bronco engenheiro que sou de formação, para mim, investimento é algo que gastamos agora para dar retorno positivo mais tarde. Gasto agora y e como contrapartida vou ganhar x no futuro (em que x > y).
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No entanto, sou mesmo bronco, julgo que para esta gente investimento é gastar dinheiro agora, para gerar benefícios imediatos que não são reprodutivos.
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A trabalhar com empresas privadas, o decisor quer saber vou recuperar o dinheiro gasto em quantos anos?
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Para esta gente, investimento é assar sardinhas com a chama de fósforos.

quinta-feira, março 24, 2011

Há sempre uma alternativa.

A propósito destes artigos:
Recomendo aos responsáveis o estudo do caso da hoje denominada America Latina Logistica (ALL)
    De uma situação inicial caótica, de uma autêntica wicked mess e, no entanto, bastaram quatro regras para em 2 anos se passar de uma perda líquida de 80 milhões de reais em 1998, para um lucro de 24 milhões de reais em 2000.

    Nunca se está condenado ao fracasso, há é que mudar a mente: passar do modo "aguentar o barco, manutenção do status-quo"; para o modo "há uma solução, começamos a fazer isto e isto e, por causa disso, vai acontecer isto e isto e gerar-se este ciclo positivo que a cada volta percorrida vai reduzir a pressão."

    quarta-feira, março 23, 2011

    Porquê tanto medo do FMI?

    Avelino de Jesus no Jornal de Negócios de ontem no artigo "Porquê tanto medo do FMI?" pôs o dedo na ferida:
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    "De facto, a recusa em aceitar pacificamente a colaboração do FMI - tão frequente e veementemente afirmada - não releva nem da ideologia, nem da irracionalidade. Pelo contrário, aquela atitude repousa numa rigorosa análise das consequências previsíveis da intervenção do FMI sobre a opacidade da informação e dos processos de decisão em fundamentais aspectos da política económica.

    O medo do FMI é - antes de tudo o resto - temor da capacidade de análise e de revelação do estado real da economia portuguesa, em geral, mas sobretudo, no âmbito dos compromissos públicos constantes nos contratos das parcerias público - privadas e concessões e em todos os compromissos implícitos e não publicitados propiciados pela reinante promiscuidade entre os sectores público e privado."
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    BTW, relacionar a crise política em curso e a velocidade com que foi desencadeada com esta reflexão de Wolfgang Munchau "A zona euro e os seus fantasmas":
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    "Quando foi anunciado quem ao abrigo do Mecanismo de Estabilização Europeu (MEE) podia comprar obrigações nos mercados primários, isto foi visto como uma grande concessão alemã. Enganaram-me, mas por pouco tempo.

    Ao que parece, este mercado primário não vai funcionar. O MEE não vai estar em condições, por exemplo, de apoiar Portugal nos próximos meses, quando o país precisar de emitir mais dívida. Se Portugal não se conseguir refinanciar, não terá outra opção que não seja aceitar um programa padrão de apoio, obtendo crédito no âmbito do actual pacote de salvamento. Só ao fim de alguns anos, quando o país tiver cortado nos excessos e esse Portugal transformado sair da austeridade e planear o seu regresso aos mercados de capitais é que o Mecanismo de Estabilização Europeu poderá estar disposto a ajudar, agindo como comprador de último recurso quando o país efectuar leilões de obrigações."
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    O fim da linha estava a chegar... "Bruxelas espera carta de Portugal a pedir ajuda"... um artista é sempre, sempre, sempre um artista.
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    sexta-feira, fevereiro 18, 2011

    See, Feel and Change

    Outro texto clássico, desta vez de John Kotter, mas pleno de actualidade "Before You Can Get Buy-In, People Need to Feel the Problem".
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    E por isso é que de pouco valem os editoriais do JdN "A alucinação colectiva" ou os postais neste humilde blogue. A coisa tem de bater no fundo, as pessoas têm de ver e sentir para que se abra uma porta à possibilidade de mudar. A coisa não muda... as coisas nunca mudam por causa da análise e da reflexão.
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    A abertura a mudar não se faz no cérebro, faz-se no coração.
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    A gente não muda por causa de regras racionais...

    quarta-feira, fevereiro 16, 2011

    O "achismo" do costume

    "Economia fecha 2010 em queda e agrava receios de recessão"
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    "CaixaBI: Exportações podem evitar recessão em 2011" - Se eu fosse jornalista, aproveitava esta entrevista para, à queima roupa, fazer as perguntas:
    • "Fez cálculos? Quanto é que as nossas exportações têm de crescer em 2011 face a 2010, para não haver recessão?"
    • "E é razoável esperar esse crescimento?"
    Desconfio que o responsável da CaixaBI, deve "achar" sem cálculos, é um feeling, tal como todos os economistas, com a honrosa excepção de João Ferreira do Amaral, que falam sobre a importância de reduzir salários para aumentar a competitividade e não fizeram contas.
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    Vamos supor que as exportações até crescem o suficiente para impedir uma recessão. O que é que isso significará para a maioria dos cidadãos portugueses?
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    Cerca de 70% da economia, com o grosso do emprego aí situado, não têm nada a ver com as exportações ou com bens transaccionáveis. Independentemente da evolução das exportações, muitas empresas dos sectores não-transaccionáveis, vão ter de fechar por falta, por contracção do mercado interno.
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    E os impostos subiram tanto mas tanto, que agora são os "so-called" especuladores internacionais que começam a proteger os saxões do apertar do saque normando "Fears over Portugal bail-out as economy shrinks".
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    Entretanto, o que quererá dizer esta frase "o governante defendeu que a competitividade requer incentivos à produtividade."? Será que o seu autor sabe? E que tal incentivos à sobrevivência?
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    BTW, as exportações cresceram quase 16% e os salários não baixaram... por que será?
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    segunda-feira, janeiro 10, 2011

    Paralelismos

    "“Understand, when you’re in the middle of a financial crisis, you’re surrounded by chaos. Everybody is calling you wanting to know when they’re getting paid. Your only concern is keeping your company afloat. When your lawyer says, ‘Maybe we should look at Chapter 11,’ you say, ‘Hell, no. That is not an option. Don’t bring it up again.’ You simply don’t accept that you can’t turn things around. So you plunge ahead and get swallowed up in the day-to-day minutiae and sink deeper and deeper. You need to collect your receivables quicker, so you ratchet up the pressure on your customers, who don’t like to be pressured. You need to hold on to your cash, so you stall your vendors, who don’t like to be stalled. Your employees know something is going on. They’re getting calls of their own. But you’re isolated. You really don’t want to talk to anybody. You’re in this downward spiral, and you can’t cut costs fast enough. Maybe you last another three or four weeks, but it’s complete torture. By the time you realize you may have to look at Chapter 11 after all, there’s nothing else to do."
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    Trecho retirado de "Small Giants - Companies That Choose to Be Great Instead of Big" de Bo BurlingHam.

    sexta-feira, janeiro 07, 2011

    Já não há respeito

    "A aprovação do Decreto-Lei que estabelece as normas de execução é “uma decisão de grande importância” e “é um sinal que o Governo dá no sentido de reiterar a sua determinação de execução orçamental”" (6 de Janeiro 2011) trecho retirado daqui.
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    "O risco de default dos dois países da zona euro está em novos máximos. Os juros das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos estão nos 7,12%, novo máximo desde a adesão ao euro" (7 de Janeiro de 2011) trecho retirado daqui.
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    Este grito de Camilo Lourenço "Chega de medidas. Façam…!" faz-me lembrar este trecho do livro Rework de Jason Fried e David Hansson.
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    "you need people who are going to do work, not delegate work. Everyone's got to be producing. No one can be above the work.
    That means you need to avoid hiring delegators, those people who love telling others what to do. Delegators are dead weight for a small team. They clog the pipes for others by coming up with busywork. And when they run out of work to assign, they make up more--regardless of whether it needs to be done."

    quinta-feira, dezembro 30, 2010

    E que tal ter um governo que governasse como se o futuro contasse

    Lê-se "Estado português deverá realizar 15 novas emissões de dívida nos primeiros três meses do próximo ano", tempera-se com "Inflação acelera na Alemanha e coloca novo dilema à política monetária do BCE" e vêm à mente sentimentos que se podem concretizar neste título:
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    "The Economics of Enough: How to Run a Country as If the Future Matters"
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    Quando se discutem as diferentes formas de governância das empresas. é comum argumentar que o gestor profissional pode ter uma actuação nefasta para o futuro sustentado da empresa ao procurar maximizar o desempenho, a imagem da empresa, durante a sua permanência no poder, à custa do desempenho no longo-prazo, altura em que já não estará na empresa. Ou seja, luzes e glamour hoje, escondem a construção e o reforço das condições que ditarão a falência futura da empresa.
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    Nem de propósito estes trechos sobre as empresas familiares:
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    "It’s not just in Brazil that family-controlled firms deftly handled the crisis. According to several new studies, those companies actually outperformed their publicly held counterparts both going into the downturn and during it, and have in many cases emerged better positioned as the global economy lifts itself off the floor. They were less saddled by debt and kept more cash on hand. They scored better financing when credit markets froze, and they maintained higher investments in research and development all through the downturn. Another reason that families outperformed, according to the reports: as publicly listed companies saw revenues and earnings collapse, pressure from shareholders and analysts to show good quarterly results often made these companies act rashly, desperately slashing costs, cutting staff, and severing ties with vendors. (Moi ici: Por momentos imaginem um governo como uma empresa cotada na bolsa e, os credores como os accionistas que não querem perder o seu dinheiro... em que se traduz a austeridade?)
    ...
    Family firms were often able to take a longer-term, more strategic approach (Moi ici: Acham que Cravinho está preocupado com o flop das SCUTs? Acham que Sócrates ou PSL estarão preocupados com o pagamento daquelas 15 emissões lá em cima dentro de 5/10 anos?) and kept stronger relations with their customers, says Harvard Business School professor Belén Villalonga, who has just completed a study comparing the performance of 4,000 family and public firms in the U.S. and Europe. Between 2006 and 2009, she says, family-controlled firms both gained market share—increasing sales 2 percent faster than nonfamily firms—and outperformed their public peers by 6 percent on company market value.
    ...
    In the second half of the 20th century, business schools turned against the idea of bloodlines controlling balance sheets. Family companies were considered poorly managed, slow to innovate, and prone to rivalries and infighting. Often they were subject to the whims of a powerful patriarch. Many declined or went out of business in the second or third generation. To this day, family businesses have a negative connotation, especially in the U.S., even though some 60 percent of all publicly traded firms (including 40 percent of the Fortune 500) have the founding family exercising either control or significant influence."
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    Trechos retirados de "In Hard Times, Family Firms Do Better"

    sexta-feira, novembro 26, 2010

    Investir em 'cães rafeiros'

    Voltando ao livro "The Lords of Strategy" e a uns trechos retirados acerca da história da BCG de Bruce Henderson:
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    "On their journey, Henderson and his compadres picked up two conclusions central to the revolution:
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    First, that in thinking about strategy, one should focus on cash - how much did a business generate, how much consume - rather than on earning reported for accounting purposes. Second, that for most companies, leverage was a good thing. Or as Henderson put it in a 1972 Perspectives essay, "Use more debt than your competition or get out of the business."
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    Num outro ensaio publicado num Perspectives, também de 1972:
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    "A majority of most companies' products are such snares, he concluded, in that "they will absorb more money forever than they will generate.""
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    Pegando na matriz criada pela BCG:
    Para os políticos portugueses, de todos os partidos, todo o dinheiro que o Estado gasta e rotula de investimento é bem gasto... pois!
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    E se esse dinheiro, pedido emprestado, é utilizado para aplicar em projectos com baixa rentabilidade, em cães rafeiros?
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    "they will absorb more money forever than they will generate"
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    Um exemplo do dia:
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    Como os projectos "cão rafeiro" não têm viabilidade de avançar com a iniciativa privada, são os candidatos mais adequados para impingir aos decisores públicos, que não usam o seu dinheiro nem têm de pagar o empréstimo... isso fica para os trouxas que os elegeram.
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    E o TGV? E a OTA, e... 

    terça-feira, novembro 23, 2010

    Para memória futura

    "João Duque prevê que Portugal vai pedir ajuda em Fevereiro ou Março"
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    "Irish Rescue Plan Turns Investors' Focus to Southern Europe: Euro Credit":
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    "It is “inevitable” that Portugal will seek help, said Stuart Thomson, who helps manage $110 billion at Ignis Asset Management in Glasgow. Royal Bank of Canada Europe Ltd. said it expects Portugal to request aid in the first quarter of 2011 at “the latest.”"

    terça-feira, novembro 16, 2010

    O sonho

    "Contagion hits Portugal as Ireland dithers on rescue" esta é a narrativa que interessa ao governo português.
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    Vamos ter de recorrer a ajuda externa não por nossa causa, não por causa dos nossos problemas intrínsecos, não por causa das PPPs, não por causa da suborçamentação, não por causa das dívidas das empresas públicas, não por causa do gigantismo do nosso Estado, mas por causa do contágio irlandês.