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quarta-feira, março 29, 2023

"wait for the coming of the meteor"

Na passada terça-feira no JN li:


Na segunda-feira, numa conversa com o meu parceiro das conversas oxigenadoras, falámos do crescente número de famílias dependentes de apoios do estado. Falámos do interesse do sistema na manutenção da situação. Já imaginaram que o sucesso de um programa de apoio levaria ao fim do posto de trabalho dos trabalhadores do programa, porque o objectivo de apoio teria desaparecido? Quem aceita isso? Recordei a minha primeira leitura de Peter Drucker, mais de 900 páginas, onde ele propunha que muitos programas do estado fossem iniciados com data de encerramento.

Recordei o trecho que li numa das caminhadas durante os primeiros tempos de lockdown em Devo ser muito burro mesmo! (parte II) - "Toyota leaders swore they would never be reliant on banks again." Quando recordo a estória da Toyota vou sempre aterrar no racional deste postal de 2021, Quando o povo estiver maduro os diques e comportas serão abertos

Enquanto o povo não estiver maduro não vale a pena lutar e gastar energia. Ainda na segunda-feira disse o mesmo.

Entretanto, ontem li "We must become barbarians" onde sublinhei:
"The historian Malcom Yapp invented a wonderful term for this kind of dispersed culture of refusal: jellyfish tribes. In Scott’s words, jellyfish tribalism is “a process of defending cultural and economic autonomy by scattering” to “make the group invisible or unattractive as object of appropriation”.
...
This is why I find the notion of the jellyfish tribe so intriguing. Any attempt at building utopia will fail — but utopia should never be a goal. Some form of free survival is the goal; survival in order to uphold the values of a true human life. There is no easy or standardised way to emulate what Scott calls the “state-repelling characteristics” of the Zomians, but there is one question it might be useful for anyone who seeks to evade Leviathan to ask themselves: what kind of barbarian do I want to be?
...
What we see here, then, is two potential escape routes: one outside, one inside. Shatter zones do not have to literally be in the hills: they can be within our homes and even within our hearts. My heart soars whenever I hear of some remote monastery or surviving rooted community with no online access or even electricity, whose people know exactly where they stand: outside the state, the better to see God and experience creation. Such places are the work of the raw barbarians, and we need more of them.
...
if we coalesce as a jellyfish tribe, we can begin to dissociate ourselves from the state, while creating alternatives to it. Plenty of people are already doing this. They create cultures-within-cultures, parallel economies and ways of living. Like small furry mammals running unnoticed beneath the feet of the tyrannosaurs, we can thus build our own little worlds on the margins and wait for the coming of the meteor, which we can already see coming in the very un-sustainability of technological modernity. The mice don’t attack the dinosaurs, and neither do they wait for them to die out: they just avoid them as best they can, and get on with their work."
Sei que o tal sistema lá de cima não é sustentável, vai durar graças aos apoios dos trouxas frugais do Norte da Europa enquanto por cá se esbanja dinheiro:

 

Só nos resta esperar pelo meteoro. 

terça-feira, março 21, 2023

Uma regra de polegar

A propósito dos projectos públicos, um exemplo de uma boa prática que deve servir de alerta para as notícias que acompanham o anúncio de obras públicas:

"Subways would seem to be an even harder case for modularization, but when Madrid Metro carried out one of the world's largest subway expansions between 1995 and 2003, it leaned on modularity in two ways. First, the seventy-six stations required for the expansion were treated like Lego, with all sharing the same simple, clean, functional design. Costs plunged, and speed of delivery soared. To amplify those effects, Madrid Metro shunned new technologies. Only proven technologies - those with a high degree of "frozen experience" - were used."


Trecho retirado de "How Big Things Get Done" de Bent Flyvbjerg. 

sexta-feira, março 17, 2023

Some Countries Do 'Ave 'Em

Na quarta-feira ao final do dia li "A economia, as políticas e os negócios" de onde sublinhei:

"Quem quer investir num país assim?

Bom dia, o Governo tem um discurso cada vez mais agressivo contra as empresas, especialmente as maiores e que têm lucros. É trágico. 

...

À medida que as condições económicas e sociais apertam, ou quando o Governo está sob pressão mediática por um qualquer caso, ao fim de sete anos de governação, já se pode identificar um padrão. Em Portugal, é preferível ter uma empresa pequena, e com prejuízos [Moi ici: Subsidize it]. As grandes empresas, com lucros, estão permanentemente em risco, mesmo quando esses lucros são 'vistosos' em termos absolutos mas limitados quando avaliados em função do capital investido (verdadeiramente, o critério que é relevante). 

...

António Costa até pode beneficiar no curto prazo deste discurso contra as empresas, contra os bancos, contra as companhias de energia, de telecomunicações ou da distribuição. Num momento em que os portugueses perdem rendimento disponível, e quando o desemprego começa a dar sinais de agravamento, são um alvo fácil. É a tal habilidade política que todos lhe reconhecem. Mas é ao mesmo tempo a nossa perdição. Quem quer investir num país assim?"


 Agora comparemos com Inglaterra em "How not to grow the economy":

"Despite the many legitimate criticisms of the short-lived Liz Truss administration, it did leave one exceptional legacy. It put the question of economic growth, and the importance of raising productivity, back on the mainstream political agenda.

...

It took an extraordinary triple whammy - the pandemic lockdowns, the postlockdown disruptions to global supply chains, and the war in Ukraine - to finally force the British political class, in the shape of the Truss administration, to acknowledge the dire state of the economy. It put the need for growth back on the agenda."

Este último artigo merece um comentário mais longo. 

segunda-feira, março 13, 2023

Falta de trabalhadores, baixos salários, mas as empresas não podem fechar

Uma pergunta, uma dúvida que me assalta várias vezes: qual o papel do líder de uma associação empresarial?

Deve o líder de uma associação pensar no futuro do sector, ou no futuro dos membros do sector? Não é a mesma coisa. O futuro não se constrói sem destruição criativa. Daí a opção pela defesa do passado em detrimento do abraço ao futuro.

Já por várias vezes li, ou ouvi, a secretária-geral da AHRESP a queixar-se da falta de trabalhadores para o sector. Ainda em Dezembro passado li:

"Antes da pandemia falávamos numa necessidade de 40 mil, mas com a pandemia esse número agravou-se. O próprio Governo falou na necessidade de cerca de 50 mil postos de trabalho e não foi resolvido. Não foi feito nada para resolver este problema."

Entretanto, no Expresso do passado Sábado li "Por dia, 14 restaurantes estão a fechar portas":

""São números que nos preocupam e que nos levam a reforçar a necessidade de serem criados mecanismos de apoio às empresas que não passem só pelas linhas de crédito. Insistimos na aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas", defende Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP."

Às segundas, terças e quartas protestamos contra os baixos salários e horrorizamos-nos com a baixa produtividade portuguesa. Às quintas, sextas e Sábados pedimos apoios ao governo de turno para salvar as empresas que praticam baixos salários e empurram a produtividade do país para baixo.

Entretanto, no ECO leio, "Há cada vez mais restaurantes a pedirem gorjeta aos clientes. "E um 'forcing' para que continue esse incentivo"":

"A medida começou a ser implementada em agosto do ano passado, tendo como objetivo "melhoria das condições" dos colaboradores, já que as gorjetas "sempre tiveram um grande peso na composição do rendimento total dos colaboradores", e de modo a permitir uma distribuição 'mais justa e transparente" das mesmas, justifica o responsável.

...

os comerciantes fazem isto no sentido de dar um forcing para que continue esse incentivo de gorjetas. No fundo, para colmatar os baixos salários que pagam na restauração"

Recordo o meu velho grito: Deixem as empresas morrer

sexta-feira, fevereiro 24, 2023

Podem limpar as mãos à parede


 

quarta-feira, fevereiro 15, 2023

Cuidado com as burrices!

Lembram-se dos políticos, como Paulo Portas, muito preocupados com as importações e a exortarem as empresas exportadoras a trabalharem para substituir as importações?

- Burrice!

Recordo de 2017 - "Dedicado ao bicicletas" onde escrevi:

"Quando eu era estudante o paradigma era outro. A exportação era para ocupar capacidade residual e, por isso, bastava que pagasse os custos variáveis como recordo aqui."

Frequentemente leio a mesma tolice de Paulo Portas ou do bicicletas, aqui e acolá. 

Somos um país pobre com fraco poder de compra, exportamos artigos a um preço mais alto do que o mercado interno pode suportar, e importamos artigos baratos que as empresas nacionais não conseguiriam produzir com lucro. Recordo:

Ontem, no JdN no artigo "Exportações dão mais 2,7% de margem de lucro às empresas" pode ler-se:

"Empresas que exportam têm mais capacidade para aumentar lucros do que as que não o fazem. BdP estima que, com exportações, margens preço-custo aumentam entre 1,2% e 2,7%, com destaque para o setor não transformador. Maiores ganhos estão nas atividades científicas, comunicação e construção.
...

As empresas portuguesas que exportam para o exterior conseguem mardens de lucro superiores até 2.7% face às empresas que vendem apenas no mercado nacional. A conclusão é de um estudo do Banco de Portugal (BdP), que indica que as margens de lucro aumentam assim que as empresas iniciam a atividade exportadora"


quinta-feira, dezembro 29, 2022

Opções políticas!

Há cerca de 10 anos e meio, ingenuamente escrevi este postal Agora é que vão começar as decisões políticas.

Claro que me enganei.

Entretanto, ontem encontrei este artigo no DN:

"Miranda do Douro fecha biblioteca

A Biblioteca Municipal de Miranda do Douro foi encerrada ao público devido aos perigos apresentados pela deficiente instalação elétrica e degradação do equipamento público, provocados pelas infiltrações de água; disse ontem a Lusa a presidente da câmara. "Tomamos esta decisão, de encerrar ao público a Biblioteca Municipal, porque o edificio apresenta um elevado estado de degradação devido à falta de manutenção e intervenções de fundo há imensos anos", explicou Helena Barril. De acordo com a autarca, este equipamento, instalado na Igreja dos Frades Trinos (século XVII), não tem qualquer tipo de intervenção e obras de manutenção desde 2006. As previsões da reabertura da Biblioteca de Miranda do Douro apontam para 10 de julho de 2023, Dia da Cidade e feriado municipal."

Bastou-me uma breve pesquisa no Google para encontrar:

Rematado por:


Gratuito? Não há nada gratuito. Se há dinheiro para a festa, não há dinheiro para outras coisas. Opções políticas!


 

terça-feira, dezembro 20, 2022

34%

É deixar o significado e as implicações deste número, 34%, afundarem lentamente...

"Em 2021, 20% da população residente com 15 e mais anos tinha um curso superior, percentagem que subia para 34 % nos emigrantes." 

Trecho retirado de "Portugal vive crise demográfica, só atenuada pelos imigrantes

quinta-feira, dezembro 15, 2022

Não devia ser cosmética!!!

"Element 4 of Clarity: Emphasize this change is fundamental, not cosmetic

Having specified the outcomes this change will produce, and having set some big, long-dated targets, leaders now need to talk about how fundamental the change is. This means they need to make clear that, while there may be some 'quick wins to help build motivation and reassure people that progress is happening, most of the early work will be decidedly unglamorous and will relate to the data, measurement and systems of the business. Leaders also need to take every opportunity to show they believe this work is important and that they care about it and the people doing it."

Quando escrevi sobre a rotunda, roubando a palavra a Joaquim Aguiar, era sobre esta exigência de que não se trata de cosmética. 

Na mesma linha, recomendo vivamente a audição do último Think Tank, dos melhores de sempre. BTW, escrevi na segunda-feira à noite "faz-se algum alarido, mas nada muda. apenas se acentua o ciclo vicioso." Depois, a linguagem usada por Jorge Marrão logo no arranque da sua intervenção:

"e no fundo é o alarido que a comunicação social faz sobre vários temas mas tudo parece que continua a paralisar"

Começa com algo sempre importante, factos:

  • em 1960 havia 27 idosos por cada 100 jovens
  • em 1970 havia 34 idosos por cada 100 jovens
  • em 1980 havia 44 idosos por cada 100 jovens
  • em 1990 havia 68 idosos por cada 100 jovens
  • em 2001 havia 102 idosos por cada 100 jovens
  • em 2021 havia 182 idosos por cada 100 jovens

 Depois, volta à carga com números sobre quantos activos por beneficiário de pensões
  • em 1960 havia 21,1 activos por cada beneficiário de pensões
  • em 1980 havia 2,4 activos por cada beneficiário de pensões
  • em 2021 havia 1,6 activos por cada beneficiário de pensões
E quem discute estes números com seriedade para agir? Não dá jeito - A conspiração grisalha. Depois, admiram-se com os números da emigração...

Os alentejanos que saíram da agricultura e foram para as fábricas de Lisboa, foram uma versão portuguesa dos flying geese. Agora vão de Lisboa et al para o resto da Europa e Portugal transforma-se todo ele numa espécie de interior desertificado. 

Desejo tudo de bom para os jovens que vão embora, cada um que sai é uma pessoa que faz um gesto feio com os dedos da mão aos vampiros cá da terra.

Vão ser umas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril verdadeiramente icónicas ... espero que sirvam para um corte epistemológico.

terça-feira, dezembro 13, 2022

Mais uma rotunda

"Os portugueses com habilitações superiores que emigram chegam a ganhar três vezes mais nos países que os acolhem do que em Portugal. Conseguem empregos estáveis e progressão profissional, e os que partiram a pensar no regresso, dizem, agora, que a saída é permanente. São os novos emigrantes e estas conclusões estão no estudo Êxodo de competências e mobilidade académica de Portugal para a Europa.

"Faz-se um investimento naformação dos jovens, que depois não têm o devido reconhecimento na sociedade portuguesa e acabam por emigrar. Não há o devido retorno para o desenvolvimento do país", lamenta João Teixeira Lopes, um dos autores do estudo. Esclarece:"Do ponto de vista do individuo é perfeitamente racional, mas não do país. Estamos a perder a geração mais qualificada, é um absurdo.""

Faz-me lembrar o discurso de alguns empresários que dizem que não dão formação aos seus trabalhadores porque se o fizerem a concorrência vem buscá-los. 

Este é mais um exemplo daquilo a que Joaquim Aguiar chama de rotunda. Volta e meia levanta-se o tema, faz-se algum alarido, mas nada muda. apenas se acentua o ciclo vicioso.

Trecho retirado de "Investe-se na formação e não há retorno. Estamos perder a geração mais qualificada" publicado no DN de ontem.

quarta-feira, dezembro 07, 2022

de onde nós vimos é para onde eles vão

Consultei o Twitter durante a viagem de comboio e apanhei este artigo num tweet:

"Médicos portugueses com remuneração real mais baixa em 2020 do que em 2010"

Ao ler o título pensei: Tão previsível!!!

Depois, ao ler Joaquim Aguiar no JdN em "A política do possível" vi escarrapachada a justificação para a evolução relatada acima:

"Numa óptica estratégica, que é a perspectiva natural num político com convicção forte, a política do possivel exige que seja primeiro identificado o possível para depois se estabelecer os objectivos e as decisões que sejam compativeis com esse possivel.

...

A Roménia quer crescer, Portugal prefere distribuir. No imediato, não há diferença relevante nos resultados obtidos. Mas essa escolha tem consequências inevitáveis desde que é feita: a prazo, quem cresce continuará a crescer, mas quem preferir distribuir vai ficar sem nada para distribuir A politica do possível exige que este seja apresentado nas suas consequências a prazo para que os políticos saibam qual vai ser o campo de possibilidades em que as suas propostas vão ser concretizadas e para que os eleitores sejam informados do que vão ser os resultados que podem esperar dos políticos que elegem."[Moi ici: Os portugueses são como os empresários do calçado

Joaquim Aguiar cita uma frase atribuida a João César das Neves citado pelo jornal i:

"A Roménia quer crescer, nos queremos outras coisas."

O jornal i no mesmo artigo cita o bicicletas:

«A Roménia vai ultrapassar Portugal em PIB per capita medido em paridades de poder de compra. Sim, pagam-se muito menos impostos naquele país. Quem quiser - e há uns quantos que querem - pode ficar por aqui. Ou então podem considerar que na Roménia há mais pobreza (23% vs. 18%), muito menor esperança média de vida (73 vs. 81 anos), muito mais homicídios por 100 mil habitantes (1,5 vs. 0,9) e que o país perdeu quase 1/5 da população nos últimos 30 anos, enquanto Portugal cresceu 5%» 

O bicicletas pode ter citado números correctos, imagino que sim, que retratam a situação hoje, ou no ano passado, mas o que interessa é o que Joaquim Aguiar sublinha:

"a prazo, quem cresce continuará a crescer, mas quem preferir distribuir vai ficar sem nada para distribuir" 

O triste é que de onde nós vimos é para onde eles vão.

Imaginem o Passos - "Governo vai avaliar retirada de isenção a grávidas que usem urgências de forma indevida". As urgências são o canário na mina que anuncia o descalabro na saúde. E na educação? Não há canário ...

A velocidade de crescimento do montante necessário para distribuir é superior à velocidade de crescimento da riqueza. Ao mesmo tempo, o ritmo de endividamento não pode continuar como na última década. Assim, haverá cada vez menos quantidade de dinheiro para distribuir por cada vez mais funcionários públicos e pensionistas. Só lá vai com a importação massiva de paquistaneses para, ao receberem menos do que o salário mínimo, contribuirem para as contas da Segurança Social. E noção?

sexta-feira, novembro 25, 2022

A previsão mais fácil de todas. Socialismo = Sildávia!

No passado Domingo escrevi aqui um postal, Para reflexão, em que referia que a produtividade (euros por hora trabalhada) na Roménia tinha crescido 921% entre 1995 e 2021 (enquanto em Portugal tinha crescido  apenas 123%).

Agora na capa do Caderno de Economia do semanário Expresso de hoje temos:


Vejam só o trajecto da Roménia:
Nos últimos 7 anos já fomos ultrapassados por 4 ou 5 países empobrecidos pelo comunismo, nos próximos 2 seremos ultrapassados pela Roménia e pela Letónia.

Socialismo de direita e de esquerda, esquecer a criação de riqueza e focar tudo na distribuição, do que se criou e do que não se criou, leva-nos até aquela previsão de 2008: à Sildávia.


Só temos o que merecemos como povo. Riqueza sustentável não é um objectivo directo, é uma consequência do que se faz de forma sistemática.







sábado, novembro 19, 2022

"Todas as capitais de distrito vão ter comboios"

"Todas as capitais de distrito vão ter comboios"

Pensamento magico num país sem dinheiro, envelhecido, demograficamente desequilibrado entre o litoral e o interior. E ninguém questiona o poder sobre a razoabilidade da intenção?

Quem pagará a festa?

Ó! É só propaganda.



domingo, novembro 13, 2022

Continuamos no país do Chapeleiro Louco.

No Dinheiro Vivo de ontem na entrevista com Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal em "Não é possível ter semana de quatro dias sem pessoas, é prematuro abrir a discussão" encontro no lead: 

"Falar da redução do período de trabalho numa atividade que serve 24 horas por dia, todos os dias do ano, é, para a vice-presidente executiva da AHP, um não-assunto. Numa altura em que vários setores do país se veem a braços sem trabalhadores, Cristina Siza Vieira defende que são precisos "emigrantes" e quer ver acelerados os acordos de mobilidade com os países da CPLP. Ao executivo de António Costa levanta o cartão vermelho por não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à criação de emprego e à melhoria dos salários dos trabalhadores. À TAP pede que evite as greves agendadas para dezembro e alerta sobre o impacto que a paralisação poderá ter no turismo neste fim de ano."

Primeiro, "não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à criação de emprego".  Estranho! Cristina Siza Vieira passa a entrevista a dizer que o país se vê a braços sem trabalhadores, que é preciso importar imigrantes, porque serão precisos incentivos à criação de emprego?

Segundo, "não ter inscrito no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) maiores incentivos à melhoria dos salários dos trabalhadores". Estranho! Por que é que num país que se vê a braços sem trabalhadores, o orçamento de estado deveria apoiar a melhoria dos salários? Se uma empresa não consegue suportar a competição salarial deve fechar, deve permitir que os seus recursos sejam naturalmente melhor aproveitados por outros com produtividades superiores. 

Terceiro, "defende que são precisos "emigrantes". A tal externalização dos problemas. Não há trabalhadores? Importam-se! Mas depois também se importam necessidades que as empresas não querem assumir: "Ainda não tenho feedback positivo para dar. Não sei se teremos notícias para tão breve quanto desejariamos. Há outras situações que temos de resolver, como a questão da habitação, por exemplo. O grosso dos hotéis não tem capacidade de alojamento dos seus trabalhadores."


segunda-feira, outubro 31, 2022

Oficialmente ...

No tempo de Passos Coelho ... lembram-se da sexta-feira 7 de Setembro de 2012? Sei a data por causa de Crédito fácil e barato. Nesse dia o primeiro ministro de então disse, olhos nos olhos, o que pretendia fazer sobre a TSU. Era mais transparente e claro, era o mundo dos orçamentos pré-cativações.

No tempo de Passos Coelho como primeiro ministro eu criticava os orgãos de comunicação social por se focarem no sofrimento das pessoas e não darem uma luz de esperança sobre o que poderia ser o futuro.

Hoje, vejo Passos Coelho como um caseiro que aplicou a receita da troika, mas que ele próprio não a entendia. Por isso, a sua incapacidade para um discurso de esperança sobre o futuro. A sua grande virtude foi dizer não aos "funcionários" do BES dentro do governo.

Assim, Setembro de 2013 chegou como uma surpresa para quase todos - E falta um mês para Agosto de 2013!!! e E Agosto de 2013 chegou. BTW, (Vítimas são presas).

Ontem, ao ouvir o telejornal da noite da TVI dei comigo a pensar que tinha regressado ao tempo da troika, por causa do tempo dedicado ao sofrimento das pessoas. Ainda pensei, mas esta não é a TV do Sérgio, o amigo do Centeno sempre ao serviço de Costa?

Por que é que as TVs começam a dedicar cada vez mais tempo ao sofrimento das pessoas?

O primeiro ministro António Costa já nos disse que estamos em crise? Não, afinal segundo a "cartilha dos padres" ao serviço do partifdo do governo estamos a crescer mais do que o resto da Europa.

Se não há discurso sobre a crise, não há discurso de esperança sobre como sair da crise.

Isto tudo é estranho, do meu lado da vedação, no meu trabalho continuo a interagir com empresas exportadoras que têm algum receio do futuro, mas que estão bem, mas que estão muito bem. Suspeitam, receiam um futuro mais cinzento com a recessão nos mercados externos, sobretudo Alemanha. 

E as empresas do sector não-transaccionável? Como vai ser?

Oficialmente não há crise, mas na vida real ...

sexta-feira, outubro 28, 2022

"Lives of quiet desperation" (parte III)

Parte II.

"Venda da Efacec à DST caiu e o Governo está a preparar a reestruturação da empresa


Mateus 7, 16:20. 

É nisto que dá ser governado por falsos profetas.

Podem ter conversa, podem ter fanfarra, podem ter o apoio da comunicação social e do comentariado, mas quando chega a hora da verdade... os contribuintes incham e ninguém se retrata, ao menos podiam retratar-se, mas não, seguem para mais uma vitória eleitoral qualquer.



segunda-feira, outubro 10, 2022

Pavões

Ontem fui, mais uma vez, ameaçado. 

Desta vez para que mais dinheiro dos meus impostos seja canalizado para financiar o Portugal Fashion, depois da TAP, da EFACEC, do Euro, da Expo, da ...

Segundo o JN de ontem:

"O Portugal Fashion, um evento de promoção da moda nacional que permite divulgar as fileiras do têxtil e calçado e alavancar a internacionalização do setor, está em risco de não se realizar a partir do próximo ano por falta de financimento europeu. [Moi ici: Por que se organiza um evento como o Portugal Fashion? Haverá algum estudo sobre as consequências da participação das empresas no Portugal Fashion? O evento é eficaz ou não? Se é eficaz, os participantes não estão dispostos a financiar o evento? Se não é eficaz, então não vale a pena fazê-lo!]

...

TÊXTIL VALE 6 MIL MILHÕES A realização do evento no Porto é tida como essencial para o têxtil e o calçado. [Moi ici: Isto cheira-me a um empolamento exagerado do impacte do evento. Imaginam que se o evento fosse mesmo essencial para o têxtil e o calçado não aparecia financiamento privado para o fazer?] Ao dar "visibilidade" à fileira do têxtil nacional, através do "espetáculo que é a passagem dos produtos pós confeção", este certame potencia negócios com valor acrescentado, [Moi ici: Potencia negócios com valor acrescentado para quem? E esses beneficiados não estão dispostos a investir no evento?] novos contactos e atrai pessoas, adianta Mario Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).

...

Dentro da fileira, [Moi ici: Têxtil] "o elo mais fraco, que está menos desenvolvido, é o de marcas com origem portuguesa. Não temos conseguido criar marcas com um posicionamento a nivel global". E, "se não tivermos um centro em que se comece a fazer a criação dessas marcas, matamos ou diminuimos significativamente a possibilidade de isso acontecer", explica, ainda, Mário Jorge Machado. [Moi ici: OK, então o presidente da ATP tem estudos que demonstrem o impacte positivo do evento? Pode apresentá-los?] Nesse sentido, se o Portugal Fashion acabar, "vai ser ainda mais difícil" dar visibilidade, sobretudo a nivel internacional, ao setor têxtil e, em particular, às marcas nacionais." [Moi ici: Não têm curiosidade em saber qual o retorno em euros para as marcas que participaram em edições anteriores do evento?] A dimensão internacional vai ficar fortemente prejudicada e diminuida' frisa. [Moi ici: Será que ele disse isto sem se rir?]  Com este evento, há uma promoção setorial e do pais. Por isso, deve haver algum investimento público para fazê-lo, defende o presidente da ATP, descartando a possibilidade de serem as empresas do setor a suportarem todos os encargos." [Moi ici: Então querem organizar um evento que supostamente beneficia as empresas participantes e não querem correr riscos?

Quando referi a minha estupefacção no Twitter, alguém escreveu "pavões" 

segunda-feira, julho 04, 2022

Continuam a querer que comamos gelados com a testa

Em 2009 escrevi aqui no blogue sobre as espécies que vivem à boca das fumarolas - Fake recoveries, os 3 amigos e a linguagem de carroceiro. Há dias em "Expert opinion" citei este trecho:

"The scholar, of course, had an answer. Scholars always have an answer. To him, the greatness of an idea should be judged by a panel of experts who opine on whether the idea is “novel” and “technically brilliant.” However, in the business context, “well executed” means commercially successful. When I pointed out that there is no known correlation between expert opinion on novelty or technical brilliance and commercial success"

Agora, encontro mais um exemplo da Big Man Economy tão querida das elites portuguesas, "Banco de Fomento vai capitalizar 12 empress de "interesse nacional", incluindo a de Mário Ferreira". Empresas tão boas, ou com projectos tão bons que nem têm acesso a capital da banca comercial.

Lembram-se das campeãs nacionais e as empresas PIN? 

 


sábado, julho 02, 2022

Já lhe falaram?

Governo alemão reactiva o uso de centrais a carvão. - Fonte.

Governo alemão fala em racionar o consumo de energia. - Fonte.

Governo alemão regressa a austeridade, cortando pessoal e orçamento de 7 ministérios. - Fonte.

E Portugal, já ouviu alguma coisa acerca do futuro a médio prazo?

Já lhe falaram sobre as implicações da ferramenta anti-fragmentação do euro para Portugal? - Fonte

Já percebeu que Mário Centeno gostaria que o prazo do PRR fosse ampliado? - Fonte

E em cima do PRR ainda se constrói um aeroporto e um TGV?