Mostrar mensagens com a etiqueta marn. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta marn. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, abril 18, 2011

Não podemos usar uma palavra diferente?

Quando comecei a minha vida profissional, no final dos anos 80 do século passado, estava na moda o uso da palavra QUALIDADE.
.
Ainda hoje se usa a palavra qualidade e, após estes anos todos continuo com dúvidas sobre o que é que as pessoas falam quando falam de qualidade.
.
A palavra mais qualidade é sinónimo de mais atributos, e por isso um produto com mais qualidade (atributos) é mais caro.
.
A mesma palavra mais qualidade é sinónimo de menos erros, menos falhas, menos defeitos, e por isso um produto com mais qualidade (menos defeitos) tem custos mais baixos e pode ser vendido a um preço inferior.
.
Por causa desta confusão, quando quero referir-me a mais ou menos falhas uso a palavra conformidade em vez de qualidade.
.
Escrevo isto por causa da equação da produtividade:
Valor é o preço máximo a que um cliente está disposto a pagar por um produto.
O valor é uma função comummente representada por uma destas formas:
Ou,
Daqui resulta que podemos aumentar a produtividade quer aumentando o valor que os clientes vêem no produto (aumentando o numerador - aumentando os benefícios), quer aumentando o valor que os clientes vêem no produto (reduzindo o denominador - reduzindo os sacrifícios).
.
Duas filosofias de vida completamente diferentes, por vezes opostas, convergindo na mesma palavra VALOR...
.
Não podemos usar uma palavra diferente?
.
Marn e Rosiello, Dolan e Simon, entre outros, mostraram o quão assimétrico é o ganho de valor quando se actua sobre o denominador por comparação com quando se actua sobre o numerador.
.
Não podemos usar uma palavra diferente?

sexta-feira, abril 15, 2011

Não esquecer: o emprego é um investimento não um fim

"Dominique Strauss-Kahn says joblessness is the biggest threat to global recovery"
.
Há bocado, numa entrevista na Antena 1, Strauss-Kahn era muito mais enfático sobre a concentração na redução do desemprego.
.
O que esta gente esquece, ou nunca reflectiu, é que o emprego não é um fim, não é um objectivo de per si para os criadores de emprego.
.
Numa economia saudável, um criador de emprego vê o emprego não como um fim mas como um investimento:

  • vou contratar alguém;
  • esse alguém vai produzir algo;
  • esse algo vai seduzir e cativar um cliente;
  • esse cliente vai pagar;
  • do pagamento: uma parte é para pagar os custos do passado, outra é para pagar os custos do futuro (investigação, presença em feiras, marketing), e outra é a recompensa pelo risco e trabalho, o lucro.
Se as perspectivas de lucrar são fracas, se o mainstream só conhece o denominador para reforçar a competitividade, a concentração da atenção dos investidores é no corte dos custos...
.
Strauss-Kahn se está realmente interessado em baixar o desemprego e não na sua candidatura à presidência francesa, tinha uma forma de combater o desemprego...
.
.
Promover as ideias de Marn e Rosiello, promover as lições da recuperação finlandesa, promover as lições do paradoxo de um país de moeda forte como a Alemanha ser o maior exportador mundial, promover as lições da superioridade do numerador sobre o denominador.
.
Ainda ontem, a combinar uma encomenda que fiz a uma empresa de design disse-lhes: "Quanto mais a gestão se afasta da arte, mais se enterra!!!"

quarta-feira, abril 13, 2011

Mais uma abordagem sobre a produtividade, no bom caminho para variar (parte II)

Parte I.
.
"Product substitution barriers are manifold. Transport costs prevent costless switching among suppliers even when industry products are otherwise identical. In the manufactured ice industry (SIC 2079), for example, it is unlikely that the physical characteristics of output vary much from plant to plant. However, the obvious transport barriers make manufactured ice in one locale an imperfect substitute for the same product in another. High-productivity plants (Moi ici: O autor volta a errar ao confundir produtividade com eficiência) would be unable to take market share from less efŽficient industry competitors given sufŽficient distance between them, supporting a range of productivity levels in equilibrium.
.
Physical product differentiation also limits substitutability. Idiosyncratic consumer preferences across attributes allow some producers to remain viable even if they are less physically efficient than their industry counterparts. Plants producing niche-market specialty products may often have higher per-unit costs than industry competitors who focus on mass production. However, niche producers can survive (and indeed thrive) if their product characteristics appeal to certain purchasers.(Moi ici: Tudo exemplos de produtividade e competitividade obtida à custa do numerador, à custa da diferenciação)
.
Branding and advertising can also lead to consumers perceiving physically identical products as being less than perfectly interchangeable. The classic example of namebrand bleach fetching a higher price than chemically identical generic alternatives is illustrative of this. SufŽficient brand identity will allow a producer to operate even in the face an efficiency gap between itself and its industry competitors.(Moi ici: O poder da marca para fugir ao mundo da guerra dos preços e da eficiência)
.
Real or perceived differences in services bundled with products, such as delivery speed, documentation, and product support, can also contribute to imperfect output substitutability. Finally, an array of intangible factors such as speciŽfic history-laden relationships between producers and their customers, interpersonal customer-manager interaction, and other assets of goodwill make costless substitution of another manufacturer’s output impossible.
.
Alone or in combination, these factors allow productivity differences to persist among industry producers."
.
Vamos ligar isto aos intangíveis e a uma história brasileira.

terça-feira, abril 12, 2011

Mais uma abordagem sobre a produtividade, no bom caminho para variar

Já em tempos tinha referido, de passagem, este artigo "Product Substitutability and Productivity Dispersion" de Chad Syverson. No meio de tanta arqueologia obsoleta, em torno do conceito de produtividade, é refrescante ler alguém que alerta para o caminho menos percorrido e foge da armadilha do custo.
.
"Empirical explorations into the productivity levels of individual producers have consistently found large heterogeneity across plants. Perhaps surprisingly, a great amount of productivity variation between plants is observed within what may seem to be narrowly defined (for example,
four-digit SIC) industries.
...
a nearly 2-to-1 ratio in value added per labor unit (employee or employee-hour) between the 75th- and 25th-percentile plants in an industry’s productivity distribution. Bear in mind that these differences are observed when restricting attention to the middle half of the distribution; including more of the tails amplifies intra-industry heterogeneity. The average 90–10 and 95–5 percentile productivity ratios within industries are over 4 to 1 and 7 to 1, respectively.
...
It is important to note that the heterogeneity observed here is a persistent phenomenon"
.
.
PORQUÊ? Por que se mantém esta diferença?
.

A host of theoretical work has arisen in an attempt to explain the sources of this dispersion. The great majority of this research focuses on supply-side - production explanations, such as technology shocks, management skill, R&D, or investment patterns. Although these proposed explanations are undoubtedly important, I contend that demand-side (output market) conditions can also play an important role in explaining persistent productivity dispersion. (Moi ici: Isto está directamente ligado com a noção de proposta de valor, clients-alvo e cadeia de procura) I focus in this paper on the influence of one demand characteristic - product substitutability - on the equilibrium plant-level productivity distribution within an industry.
.
An obvious question arising from the above facts regards how such wide productivity dispersion can exist in equilibrium. (Moi ici: Outra vez esta treta do equilíbrio… ainda ontem, durante o meu jogging ao fim da tarde, parei 2/3 vezes para apalpar as folas de alguns carvalhos. Umas ainda estão finas e macias, as outras já engrossaram. Mal aparecem as primeiras folhas, a árvore entra num contra relógio medonho. A árvore tem de produzir os taninos que vão engrossar a folha e torná-la amarga antes que os insectos saiam dos ovos e comecem a comer as folhas tenras. Quem está de fora vê equilibrio e não percebe a dinâmica subjacente)
One might expect a long-run tendency for industry output to be reallocated to more productive plants (Moi ici: Aqui quer dizer mais eficientes). They can produce output at lower cost than industry rivals and grab additional market share by undercutting their opponents’ prices without sacrificing profits. If this process were to continue unabated, industry equilibrium would expectedly be characterized by a degenerate plant-level productivity distribution within the industry; all operating plants would share the same (highest possible) productivity level.(Moi ici: Aqui o autor falha ao considerar produtividade como sendo apenas uma medida de eficiência, a concentração que cega, a concentração no denominador… o calçado português é que sabe: exporta 95% da produção a um preço médio do para à saída da fábrica superior a 20 euros, contra os 3 euros do caçado chinês importado pela Europa)
The above evidence suggests something impedes this reallocation process, at least partially. Imperfect product substitutability seems a likely candidate. (Moi ici: Quase que apetece gritar milagre!!! Até que enfim que se começa a despertar para isto) It prevents industry customers from costlessly (in either a budgetary or a utility sense) shifting purchases between industry producers.
Thus more efficient (lower cost) plants cannot lure away all demand from their less efficient industry rivals simply with lower prices, and lower-productivity establishments are able to stay in business despite their cost disadvantage. .(Moi ici: Aqui o autor falha ao considerar novamente produtividade como sinónimo de eficiência. Produtividade pode também ser sinónimo de eficácia. E eu antes prefiro a eficácia do que a eficiência)

As a result, the equilibrium productivity (cost) dispersion in an industry should be related to the extent of product substitutability. Industries with very segmented (in either geographic or product space) output markets can support large productivity differences, even in a long-run equilibrium. High-substitutability industries should exhibit little dispersion. Further, because the productivity truncation only affects the low end of the distribution, greater substitutability implies higher central tendency in an industry’s productivity distribution.”
.
Continua com uma história brasileira que demonstra que o título do artigo pode ser melhorado.
.
.
.
Isto vai ficar ligado com este insight sobre os intangíveis.

quinta-feira, abril 07, 2011

Lucas 10:38-42 - Pregarás o Evangelho do Valor

Há muita gente que lhe acontece o mesmo, quando olha para uma cena, concentra-se num pormenor e deixa escapar o pormaior.
.
Este texto "Understanding Productivity: A Primer" comete o mesmo erro.
.
A figura que se segue, que pretende responder à questão "Quem ganha com o aumento da produtividade?" ilustra a falha do autor:
O autor passa completamente ao lado da forma mais importante de fazer crescer a produtividade.
.
Na figura que se segue acrescento a parte em falta:
Como MarnRosiello e Baker explicaram, consegue-se aumentar muito, mas muito mais a produtividade quando, em vez de concentrar a atenção no aumento da produtividade conseguido à custa da redução de custos, nos concentramos em aumentar a produtividade à custa da produção de bens e serviços que têm mais valor acrescentado para os clientes e que, por isso, estão dispostos a pagar mais.
.
Esta mentalidade de só pensar na redução de custos, é a mesma que levou o ex-ministro das Finanças e o ex-ministro da Economia (Teixeira dos Santos e Vieira da Silva, respectivamente) a falar na teoria do jogo do gato e do rato, ou seja, da contradição entre aumento da produtividade e aumento de salários.

segunda-feira, março 14, 2011

Para estilhaçar alguns paradigmas obsoletos sobre a produtividade

Hoje em dia, todo o bicho careta fala sobre produtividade.
.
Como é que Mourinho disse?
.
"Antes de escrever, investigas, estudas, dp ja podes opinar"
.
Encontrei um interessante artigo sobre a produtividade "Labor Market Models of Worker and Firm Heterogeneity" de Rasmus Lentz e Dale T. Mortensen.
.
Primeiro, como é que os políticos e as associações empresariais lidam com a produtividade e com os salários? Jogam o jogo do rato! Os salários comem o aumento da produtividade!!!
.
Quanto mais estudo sobre a produtividade, quanto mais percebo o truque alemão, quanto mais entro no modelo de Marn e Rosiello e no de Dolan e Simon, mais me convenço que quem fala sobre de  produtividade não faz a mínima ideia das conclusões que se tiram da investigação científica e, por isso, continuam na fase dos mitos.
.
Alguns trechos para reflectir muito a sério:
.
"Firms come in all shapes and sizes. Some are huge but all but a few are tiny. Cross firm dispersion in size, labor productivity and average wages paid are large and the all three are positively correlated.
...
A majority of the most productive firms at any point in time will still be among the best performers five years later. Within industry differences in productivity swamp cross industry differentials. (Moi ici: Nunca esquecer este ponto, sobretudo quando alguém pensar em medidas homogéneas top-down)
...

Perhaps the most important fact for a labor economist observed in these data is the extent of the dispersion of productivity measures, a similar dispersion in the average wage bill per employee, and the positive correlation between the two. (Moi ici: É possível fugir ao jogo do gato e do rato)
...
Why do firms differ with respect to productivity? Obviously, at the core of this question is whether productivity differences are characteristic of the individual establishment or firm or whether they simply reflect differences in the quality of inputs, particular the labor force.
...
Fox and Smeets find that the weights on the "human capital" variables are significant, well determined and of the expected signs. However, including them explains relatively little of the variance in firm productivity in any of the industries. Averaging over the six manufacturing industries, the ratio of the 90th percentile to the 10th percentile of the Danish distribution of the standard TFP measure is large, 3.74. The ratio is reduced but only to 3.36 when the human capital variables are included. They obtain similar results using the wage bill, a wage weighted measure of employment, to correct for labor input quality. They conclude that the observable component of "input quality" explains very little of the dispersion in firm productivity observed in Danish data. (Moi ici: I rest my case)
...
Irarazabal et al. include measures of labor force age, education, and tenure as well as the capital stock of each firm. Using either the actual worker characteristics or the wage bill in the analysis, they conclude that labor input quality explains at most 25% of the average productivity differential between exporting an non-exporting firms in Norway. Although they conclude that the potential for "gains from trade" are overstated by the measured TFP differences, it is clear that labor input quality differentials fail to explain the bulk of the differences in productivity." (Moi ici: Isto quebra uma série de paradigmas politicamente correctos e superficiais que passam em programas como o Prós e Contras da RTP)

terça-feira, março 08, 2011

A assessora ainda não percebeu

Ontem, no editorial do JdN "Depois dos salários, as reformas?" podia ler-se:
.
"Maria João Rodrigues, assessora de Barroso, criticou há duas semanas no "Público" o arranque desse Pacto de Angela Merkel, por ter sido desenhado de maneira a produzir um único efeito: a redução dos chamados custos unitários de trabalho, o que em países como Portugal irá levar a salários cada vez mais baixos."
.
Vê-se logo que a assessora ainda não percebeu que agora somos todos alemães e que os alemães baixam os custos unitários de trabalho sem reduzir salários: claro, já descobriram o Evangelho do Valor há muito tempo.
.
Será que ela já ouviu falar de Rosiello?
.

domingo, março 06, 2011

Pregarás o Evangelho do Valor

Ainda ontem, neste postal, voltei a usar o gráfico que criei com base no artigo de Marn e Rosiello:
Confesso que é um gráfico que me fascina...
.
Ver a maioria dos políticos, dos empresários, dos académicos, dos economistas, dos paineleiros, preocupados com os custos, sempre a jogar o jogo do gato e do rato entre a produtividade e os salários. E não ver ninguém no mainstream a dizer o óbvio que o gráfico revela: É muito mais importante aumentar os preços do que reduzir os custos. Ainda ontem no twitter, o Nuno me chamava a atenção para as palavras de Mourinho para um jornalista "o mourinho respondeu a 1 jornalista do el pais o q a maioria devia ouvir! "Antes de escrever, investigas, estudas, dp ja podes opinar""
.
Pois bem, Robert Dolan e Hermann Simon em "Power Pricing" vão ainda mais longe do que Marn e Rosiello.
.
"Cost structure has a strong impact on the price-profit relationship." (Moi ici: Mas aposto que não é a que estão a pensar...)
.
"In general, a much greater increase in sales volume is required to offset the negative effect of a price cut if variable costs are high."
.
A figura que se segue vai ajudar a pôr em perspectiva as relações que resultam de alterações nos preços e no volume de vendas e o seu efeito no lucro.
.
Lucro = Volume de vendas x Preço - (Custos variáveis unitários x Volume de vendas + Custos fixos)
.
A figura que se segue vai ilustrar curvas de iso-lucro. Para obter o mesmo lucro, se uma empresa subir o preço qual o máximo aceitável de queda no volume de vendas? Para obter o mesmo lucro, se uma empresa baixar o preço qual o aumento de volume necessário?
O eixo horizontal representa o custo variável unitário em % do preço actual. (Muitas PMEs porque cortaram nos custos fixos, sobretudo mão de obra, e por causa do aumento dos preços das matérias-primas, dos combustíveis e da energia, têm custos variáveis unitários altos em percentagem do preço)
.
O eixo vertical está dividido em duas partes, na parte superior mostra o aumento do volume de vendas em %  necessário para compensar uma redução do preço mantendo o mesmo lucro. Na parte inferior, mostra a redução do volume de vendas em % que é aceitável em resposta a um aumento do preço mantendo o mesmo lucro.
.
A figura que se segue mostra o que acontece em dois cenários: quando se reduz o preço em 10% e quando se reduz o preço em 20%.
A curva dos 20% de redução no preço mostra que, para custos variáveis na ordem dos 60%, esse corte requer um aumento do volume de vendas em 100% (ponto A) para manter o mesmo lucro. Será razoável pensar que isso pode acontecer na realidade? Há capacidade disponível para duplicar a produção? Não terão de ser feitos investimentos para expandir a produção?
.
Se o corte nos preços for apenas de 10% o aumento do volume de vendas necessário baixa para 33% (ponto B).
.
Esta comparação revela o quão fortemente o nível de lucro irá reagir a alterações de preço se os custos variáveis unitários forem relativamente elevados. Quanto mais elevados os custos variáveis unitários mais inclinada fica a curva.
.
Para custos variáveis unitários na casa dos 80% do preço actual, é necessário um aumento de 100% no volume de vendas para compensar uma redução do preço de apenas 10% (ponto C).
.
Analisemos agora a outra parte do eixo vertical, o que acontece quando se aumenta o preço:
Quando se aumentam preços as curvas são muito mais planas e próximas. Isto mostra que a redução aceitável do volume de vendas não é tão sensível a variações nos custo variável unitário.
.
O gráfico, ainda que não diga nada acerca das reacções dos clientes ao preço, identifica os limites que essas alterações terão de ter para manter o mesmo nível de lucro.
.
Percebem agora porque é que este é um péssimo começo?
.
O evangelho deveria ser o da criação de valor e não o da redução dos custos.
.
E o que é valor?
O preço máximo que um cliente está disposto a pagar por um produto ou serviço.
.
"Price is the economic sacrifice a customer makes to acquire a product or a service. The customer always compares this sacrifice with his perception of the product's value. Price and value are the cornerstones of every economic transaction.
.
In essence, a customer buys a product or service only if its perceived value - measured in money terms - is greater than the price. If selecting from several alternatives, the customer prefers the one offering the highest net value, i.e., the greatest differential of perceived value over price."
.
Target: Aumentar valor!
.
Necessário: Pôr as melhores cabeças da empresa concentradas neste propósito de criar valor!!!
.
Fundamental: Get out of the building!!! Reduzir custos é uma tarefa interna, as empresas ficam a olhar para o seu umbigo. Criar valor implica sair da empresa e observar, qual antropólogo, os clientes. Como criar valor para eles?

sábado, março 05, 2011

Um péssimo, péssimo, péssimo sinal

Começar um mandato da pior maneira possível... um mandato deolindeiro "Novo presidente da AIP quer medidas que compensem impossibilidade de descida dos salários":
.
"“A descida da taxa social única do empregador, acompanhada do aumento do IVA, com efeitos orçamentais nulos, é uma medida que tem que ser imediatamente pensada”, afirmou.
.
Para Eduardo Carvalho, a impossibilidade de desvalorização da moeda e de redução dos salários (medidas usadas na crise de 1983), obriga a que se “encontrem outras formas de se reduzirem os custos salariais”.
.
Por outro lado, apelou à reflexão sobre temas que entende não poderem continuar a ser “tabu”, como a legislação laboral, porque “os factores de competitividade se alteraram” – “já não é capital e trabalho, é conhecimento e inovação” (Moi ici: A prova mais evidente de que não sabe do que está a falar, de que está só a repetir slogans... será que quem trabalha conhecimento e inovação a sério está concentrado nos custos?) - e Portugal continua “com enquadramentos como há 30 ou 40 anos”."
.
Eu sei que Portugal tem um estado socialista que controla uma economia socialista e que é governado por partidos socialistas, apesar de terem diferentes rótulos, que se alternam no poder. Eu acredito que esse estado socialista deve ser combatido, mas é um combate longo, ajudado, sobretudo, pela realidade, pela força da realidade que impõe a evidência do fracasso e o desajuste das soluções socialistas no mundo actual. Mas não é um combate que mobilize e produza resultados no curto-prazo. Talvez seja um combate que gere soundbytes interessantes... mas confundir testosterona com estratégia é uma má ideia.
.
O que escrevo uma e outra vez neste blogue é um apelo para que os empresários olhem com olhos de ver para o gráfico de Marn e Rosiello:

Para que cheguem à conclusão evidente:
É muito mais rentável, é muito mais recompensador, é muito mais trabalhar para o longo prazo, apostar e investir em aumentar o valor criado do que reduzir os custos.
.
Basta recordar o postal da passada quinta-feira "Preço - A alavanca esquecida!" se os empresários investirem demasiado tempo, que é o bem mais escasso que temos, a reduzir os custos ... não vai sobrar tempo de qualidade para se re-inventarem e realmente trabalharem com conhecimento e inovação.
.
.
.

BTW, e finalmente Rocha de Matos sai da presidência da AIP... quando lá chegou ainda Mubarak era o protegido de Anwar al Sadat... ainda eu andava no 11º ano!!! É muito tempo, é demasiado tempo, prejudica a vida e o vigor das organizações, enquista mentes, entorpece ritmos.