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sexta-feira, novembro 04, 2022

E estamos entregues a isto...

Ainda na sequência do tema 4 dias e produtividade.

Ainda a propósito da produtividade e da semana de 4 dias foi pedagógico ler o texto de Maria Lurdes Rodrigues no JN de ontem, “Quatro dias por semana”. Pedagógico porque ilustra como é Portugal. Um país de palpites, de fezadas, de querer copiar o que os outros fazem porque sim.

O meu barbeiro, o comandante L, cobra-me 8 euros por um corte de cabelo. Como esteve em Londres no mês passado aproveitou, por curiosidade para ver os preços do corte de cabelo em Londres. Julgo que me referiu um valor próximo do equivalente a 30 euros. Será que um barbeiro londrino é mais produtivo que um barbeiro gaiense em número de cabeças trabalhadas por hora? Nope! Então, como justificar a diferença? Aprendi com Erik Reinert, a boleia dos outros sectores. Como ele escreveu, um motorista de autocarro sai de Luanda e vai trabalhar como motorista de autocarro em Copenhaga e passa a ganhar 5 ou 6 vezes mais a fazer praticamente a mesma coisa. Ou um cavador de Lahore que vem para Almeirim, deve ganhar 8 ou 9 vezes mais.

A festa que Lurdes Rodrigues propõe encontra-se justificada em:

“Nos países da OCDE, os trabalhadores portugueses são dos que mais horas trabalham por ano, enquanto holandeses, alemães, dinamarqueses e franceses dos que usufruem de horários mais reduzidos. Há certamente, em Portugal, problemas de produtividade relacionados com a qualificação dos trabalhadores e a organização do trabalho, ou défices de competência empresarial e de gestão que explicam piores resultados com mais trabalho. Porém, horários de trabalho prolongados são parte do problema, não da solução. Menos horas de trabalho tornariam possível a promoção de políticas efetivas de aprendizagem ao longo da vida, [Moi ici: Lurdes Rodrigues quer obrigar as pessoas a usar o que será o seu futuro tempo livre, o seu tempo, para o usarem em formação? Lurdes Rodrigues acha que o trabalhador comum considera a frequência de formação uma festa? Lurdes Rodrigues acha que a baixa produtividade pode ser colmatada com mais formação dos trabalhadores? E se a baixa produtividade não resulta da maior ou menor contribuição dos trabalhadores, mas das decisões dos gestores, ou sobretudo da capacidade dos gestores?] proporcionando condições para que jovens e adultos com mais baixas qualificações completassem ou atualizassem as suas competências. Com os horários de trabalho atuais, mesmo com cursos pós-laborais, é muito difícil o sucesso alargado daquelas políticas. [Moi ici: Aí vem a fezada!!! Se diminuirmos o tempo de trabalho, os desmotivados operários conseguirão produzir 20, ou até mesmo mais, 30% de unidades e, assim, mais do que compensador as horas com um aumento da produtividade. Uma verdadeira festa!!!] Talvez tenha chegado a hora de contrariar mais um mito e demonstrar que é possível aumentar a produtividade diminuindo o tempo de trabalho e aumentando salários.

Entretanto, no Expresso online apanho mais uma pérola, “Governo apresenta semana de 4 dias: vem sem corte de salário e com redução de horas semanais. Será voluntária e reversível”:

““O Estado não oferece qualquer contrapartida financeira, mas fornece apoio técnico às empresas participantes(através de um serviço especializado em assessorar as empresas nesta mudança), [Moi ici: Eheheheh! Isto cheira-me a negócios ao estilo Stayaway. Que empresa(s) vai/ão fornecer tal tipo de serviço? |Onde adquiriram know-how? Como o validaram? Que experiencia têm?] com o foco na alteração dos processos internos e na resolução dos problemas que naturalmente surgem com uma mudança organizacional deste âmbito”, lê-se no texto da proposta, ponto único do CPCS de quarta-feira.”

Não acreditam em Lurdes Rodrigues e na sua fezada? Reparem como com 4 dias é possível aumentar a produtividade da Herdmar.

Não acreditam em Lurdes Rodrigues e nos seus palpites? Reparem como com 4 dias os trabalhadores desperdiçariam menos tempo a fumar e a tomar café.

E estamos entregues a isto... 

Até dá vontade de copiar os meus conhecidos, conspiracionistas, e adivinhar em tudo isto uma conspiração do governo para acelerar a morte de empresas existentes e libertar recursos para uma nova economia. 

terça-feira, outubro 26, 2010

A caminho da Sildávia!

Domingo passado, ao final da tarde, entrei na VCI junto ao Estádio do Dragão em direcção à ponte do Freixo... fiquei impressionado com a quantidade de carros que circulavam na auto-estrada de 4 ou 5 faixas.
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Quase não havia trânsito!!!
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Já estamos na Sildávia:
A economia de um estado socialista cobra sempre uma factura "La década perdida de Italia y Portugal" e a pior receita é a que Krugman propõe, o último prego no caixão, o último alento ao tumor, vem da estimulogia cainesiana.
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Vai ser inevitável um corte de cabelo. Só um corte de cabelo porá os devedores e emprestadores em sentido.

quinta-feira, abril 10, 2014

E perguntam vocês: Porquê passar a produzir em Portugal? (parte III)

Parte II.
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A página 21 do Caderno de Economia do semanário Expresso do passado sábado está cheia de exemplos positivos do sector têxtil:
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Em "Um "ano excelente" na vida da Riopele" pode ler-se:
"As vendas da empresa de Famalicão cresceram 20% e foram criados 80 postos de trabalho. "Foi o melhor ano da década", diz o presidente.
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No optimismo do empresário pesam, ainda outros factores, como a vitória de dois tecidos made in Riopele numa feira na China, onde bateram mais de 100 concorrentes italianos em prémios de inovação técnica e design. "Foi um triunfo com impacto na imagem da empresa e nas vendas".
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Vendemos os nossos melhores produtos na China. Os clientes no país procuram artigos topo de gama
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Com 98% das vendas na exportação.
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O Japão onde a empresa cresceu 15%
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"rigor, focalização no negócio, abordagem aos clientes de forma inovadora e directa, uma maior proximidade aos mercados, a atenção dada à presença em feiras internacionais, a qualidade constante e a a garantia de que os prazos acordados ajudam a explicar este ciclo de crescimento"
Interessante, Ana Sá Lopes devia reflectir, nem uma palavra sobre a cotação do euro... o campeonato é outro.
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Outro texto é "Os tecidos tradicionais da Albano Morgado" onde se pode ler:
"Tecidos tradicionais em lã como o burel, a samarra ou o sarrubeco são um dos pontos fortes da oferta da Albano Morgado [Moi ici: Um nicho]
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 Desde 2008, as vendas da empresa cresceram 42,8%, muito por via do reforço das exportações, que têm atualmente uma quota de 50% no volume de negócios.
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o trabalho contínuo do gabinete de design e inovação, flexibilidade para aceitar encomendas a partir dos 100 metros, quando os italianos exigem mínimos de 300 metros, e a focalização em nichos de mercado."
 Outro texto é "Tecido térmico dá prémio":
"Criada a partir da compra em hasta pública da antiga José Esteves Fiadeira, em 1993, a Fitecom, da Covilhã, tem sete engenheiros a trabalhar a tempo inteiro na área da investigação e apresenta-se como uma das unidades tecnologicamente mais avançadas da Europa na produção de tecidos de lã. Vencedora de um prémio de inovação com um tecido térmico que promete ser 30% mais quente no inverno e 30% mais fresco no verão, emprega 180 pessoas, tem uma faturação de €13 milhões e definiu como objetivo crescer 50% em cinco anos. As exportações diretas e indireta valem 95% das vendas"
Outro texto é "Dior triplica encomendas":
"O casal Rui e Graciete Oliveira gere a quatro mãos este negócio assente na produção de laços, flores e outros acessórios de moda para o cabelo, roupa e calçado com a marca Gracil, que já conquistou clientes corno a Dior e a Lanvin. Com dez trabalhadores e vendas de €200 mil, 50% das quais referentes à exportação, a empresa de Guimarães combina, na sua oferta, a tecnologia no corte com muito trabalho manual. ...
Em 2013, o crescimento das vendas foi de 15% e, este ano, pode chegar aos 50%. "Só a Casa Dior, triplicou encomendas"
Outro texto é "Aposta em roupa de bebé":
"Dedicada à conceção e produção de malhas exteriores, a A. Ferreira & Filhos, empresa de Vizela perdeu clientes para a Ásia no início do século, mas reagiu "e tornou-se mais forte", diz o administrador Noel Ferreira, que acaba de reconquistar um cliente francês de luxo. Em 2013 as vendas cresceram 11%, para os €4 milhões, com a quota das exportações a rondar os 97%. As mantas em malha, umas das saídas encontradas para continuar no ativo, conquistaram clientes como a Gant e a Zara Home e valem hoje 65% das vendas,"
E o país, segundo os media de Lesboa, vive debaixo de uma austeridade asfixiante...

quinta-feira, junho 03, 2010

O corte de cabelo que aí vem...

No final de 2007, repito, no final de 2007, comentei em casa dos meus sogros que isto ia ser preciso (pôr dinheiro no exterior).
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Reparem como Camilo Lourenço aborda o tema "É óbvio que há motivo para preocupação"
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É óbvio que vem aí um corte de cabelo "Introducing the Not So Stylish Portuguese Haircut Analysis"

sábado, abril 25, 2020

Vamos ficar todos bem!!!

Na crise iniciada em Agosto de 2007 chegámos aqui "Desemprego em Portugal atingiu novo pico de 17,8% em abril".

Agora, no Dinheiro Vivo de hoje leio:
"Economista considera que o país enfrenta a maior crise dos últimos cem anos e que a taxa de desemprego pode ultrapassar os 25%."
Ao princípio pensei que fosse um exagero, mas agora que penso naqueles 17,8 de 2013 e no quanto caiu o PIB de então... talvez não seja exagero.

E não vai haver austeridade.

E não temos a maior carga de impostos de sempre.

Vamos ficar todos bem!!!

E já começam a pensar em fazer um "corte de cabelo" aos depósitos bancários.

segunda-feira, novembro 01, 2010

Precisamos de um corte de cabelo

E a Alemanha está a preparar as peças no terreno para que isso seja possível sem grande estrilho para o todo da zona euro.
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Vai ser duro mas vai ser um castigo merecido, quer para os serial-lenders, quer para os serial-borrowers. Quem empresta também tem de pagar pela sua irresponsabilidade:

Estamos mesmo a precisar de uma lição!
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Claro, o passo seguinte vai ser a criação de partidos anti-UE. A culpa é sempre dos outros, nunca é da nossa responsabilidade.

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Retrospectiva

Uma das vertentes do meu trabalho com as empresas passa por me armar em mago e prever o futuro.
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Confesso que vou afinando a técnica cada vez mais:
Em boa verdade o objectivo não é acertar, o objectivo é prever o tipo de cenários onde podemos ter de operar e, em vez de correr com as calças na mão atrás do prejuízo, preparar mentes e acções... até para tirar partido do que pode acontecer.
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Lembram-se da frase do ministro Pinho?

terça-feira, junho 29, 2010

Nós também vamos precisar de um corte de cabelo

"Roubini says Greece needs orderly debt restructuring to avoid 'inevitable default'"
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"He argues that orderly restructurings, such as in Pakistan in 1999 and Uruguay in 2002, "are better for most private creditors, the debtor nation and multilateral institutions thatn an Argentine-style botched bail-out"."
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Vamos precisar e não vou ter pena de quem empresta droga a governos viciados.

terça-feira, maio 25, 2010

Precisamos de um corte de cabelo

Tendo em conta este desempenho dos últimos anos sempre gostava que certos iluminados me explicassem como vai ser possível evitar uma re-estruturação da dívida algures num dos próximos anos:

quarta-feira, junho 23, 2010

Para reflexão

"Lessons to be learnt from Kazakhstan" é começar a aprender as lições de corte de cabelo que, mais tarde ou mais cedo, vamos tomar (a nível europeu) para salvar a economia real que cria riqueza.
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"Hence, some of the powerful western creditors who held the debt of BTA and other banks started pushing for a furtive state rescue, of sorts – and warned that if this did not occur Kazakh-style financial Armageddon would occur. However, to its credit, the Kazakh government faced down some of the more aggressive western banks by insisting on something rarely seen anywhere in the world: an orderly restructuring, with creditor haircuts, of a still-functioning bank."