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terça-feira, maio 24, 2022

Recordar o lerolero

Imaginem este cenário...

Depois, acrescentem isto, "Viele deutsche Maschinenbauer wollen einstellen":

De acordo com a associação industrial VDMA, para dizer mais precisamente, 89% dos cerca de 360 gerentes de pessoal questionados gostariam de aumentar a força de trabalho regular nos próximos seis meses. De acordo com Hartmut Rauen, Diretor Administrativo Adjunto da VDMA, as perspectivas para especialistas, engenheiros e cientistas da computação em engenharia mecânica e de instalações são, portanto, excelentes.

Recordar o Lerolero.

terça-feira, março 15, 2022

No país do Chapeleiro Louco (parte II)

Parte I.

Afinal a situação ainda é mais absurda...

As tais empresas coitadinhas que têm de ser apoiadas porque não conseguem suportar o aumento do salário mínimo.

Como é que o governo justifica esta utilização do dinheiro impostado?

Tabela retirada de "Dez empresas receberam mais de 100 mil € de apoio"




quarta-feira, janeiro 19, 2022

A economia da felicidade

"Durante estes debates, houve candidatos que defenderam que se deve estruturar uma economia da felicidade e do bem-estar. Esquecem que a teoria económica é 11111 ramo do conhecimento condenado a ser triste, porque tem de decidir a afectação de recursos escassos a necessidades que são ilimitadas."

Fez-me recordar este comentário a um outro texto de Joaquim Aguiar em 2014:

"Desconfio sempre de quem só promete coisas boas, de quem garante que vamos poder comer carne todos os dias, sem problemas para a carteira ou para a saúde." 

Só se fala de distribuir, ninguém fala em criar riqueza. 

Joaquim Aguiar no JdN de ontem. 

quarta-feira, janeiro 05, 2022

O leilão de bondades


Como ouvi ontem Sérgio Sousa Pinto dizer, a política em Portugal é um leilão de bondades.

"Programa do PS abre a porta às "semanas de quatro dias" e a salário mínimo de 900 euros"

Lembrei-me logo do velho (Julho de 2007) “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos”.

Estão a imaginar um Estado exaurido e depauperado a ter que lidar com semanas de quatro dias em todos os serviços que trabalham por turnos? Estão, por exemplo, a imaginar o impacte desta medida (semanas de quatro dias) no Serviço Nacional de Saúde?

Conseguem imaginar o governo a avançar com essa medida e a assegurar ao presidente da república que não trará custos adicionais para o Estado. E o presidente a aceitar tais garantias. Pois ... Aquilo que qualquer gestor de pessoas numa empresa que trabalha 24 horas por dia e 7 dias por semana sabe.

Ainda acerca do leilão de bondades, e um espelho para a minha ingenuidade em 2012, Agora é que vão começar as decisões políticas.

Quais as consequências de um leilão de bondades?

Interessante como a chamada comunicação social não pensa nas consequências do que se apregoa e engole tudo passivamente.

segunda-feira, novembro 08, 2021

A boa árvore conhece-se pelos frutos...

Vamos admitir como válidos estes números coligidos por Eugénio Rosa:

"A remuneração média nacional aumentará 10,1% entre 2015 e 2022

Agora comparem com a Lituânia:

"The monthly average gross wage rose 12.7 percent in the fourth quarter of 2020 from a year before to 1,467 euros, and the average net pay rose 13.3 percent to 935 euros, SoDra said on Tuesday." (fonte)

 A boa árvore conhece-se pelos frutos... Lucas 6, 44 ou Mateus 7, 17

domingo, novembro 07, 2021

Percebem porque vão faltar cada vez mais trabalhadores?

Let this sink in:

"Em 2020, 50% das vendas de moda e vestuário na Europa foram feitas com desconto de preço e a indústria têxtil portuguesa surge como um dos suportes destas campanhas agressivas, uma vez que pratica os preços mais baixos do continente, segundo um estudo da Fashion Value intitulado ‘Pricing Report’. Do outro lado da tabela está a Itália.

Independentemente de outos segmentos do mercado, onde a indústria portuguesa também dá cartas, e tomando como ponto de partida o vestuário mais básico – uma t-shirt em algodão e umas calças jeans – o estudo indica que “na Europa Ocidental, Portugal é um dos países mais baratos, com menos de sete euros para uma t-shirt e pouco mais de 19 euros para umas calças jeans”. A Itália encabeça a lista dos mais caros, “com quase 40 euros para umas calças jeans e 15 euros para uma t-shirt básica em algodão”."(fonte)

O título do artigo é "PORTUGAL NO TOPO DA INDÚSTRIA LOW COST EUROPEIA". 

No topo porquê? Temos os salários mais baixos? Nope!


Temos empresas grandes capazes de ganhos de escala? Nope!
Temos empresas automatizadas e muito organizadas? Nope!

Nenhum país enriquece a vender commodities, a menos que seja o campeão da concorrência perfeita. Parece que em vez de treparmos as árvores estamos a descer na escala de valor.

Os apoios e subsídios são usados para isto... isto faz-me lembrar a interpretação de Jordan Petersson acerca de Mateus 6, 24-34. O que casa bem com a tal citação que referi há dias: 
"nature evolves away from constraints, not toward goals"
Quando não se tem uma direcção responde-se a estímulos, foge-se dos obstáculos, não se projecta um futuro, vive-se, mas não se afirma.


Não critico quem o faz. Quem faz, faz o que pode e sabe. Quem faz, faz muito mais que intelectuais que não levantam o rabo do sofá.

Critico quem não percebe a importância de criar condições para que capital estrangeiro venha infectar o país com o spill-over de projectos que apostem na concorrência imperfeita



sábado, novembro 06, 2021

"colonies are nations specializing in bad trade"

Ontem referi isto:

[Moi ici: Escreverei mais tarde sobre como isto se relaciona com a notícia recente das 14 concessões para exploração mineira, e com o objectivo da Galp de ser responsável pela produção de 30% do hidróxido de lítio na Europa]

 Presumo que muitos milhões de euros dos contribuintes entrarão nestas negociatas feitas às escondidas.  Não se fiquem só pela exploração mineira, acrescentem-lhe a ideia de produzir hidrogénio para o vender na Holanda. Esta semana tive a oportunidade de ler:

"The American Civil War is a prototype conflict between free traders and raw materials exporters (the South) on the one hand and the industrializing class (the North) on the other. Today's poor countries are the nations where the South' has won the political conflicts and civil wars. Opening up too early for free trade makes the South' the political winners."

Trecho retirado de "How Rich Countries Got Rich and Why Poor Countries Stay Poor" de Erik S. Reinert.

Do mesmo livro sublinho:

"It became increasingly clear to me that the mechanisms of wealth and poverty had, during several historical periods, been much better understood than they are today. My 1980 Ph.D. thesis attempted to check the validity of Antonio Serra's seventeenth-century theory of development and underdevelopment. Serra is a very important person in this account because he was the first economist to produce a theory of uneven economic development in 1613, his Breve trattato or `Brief treatise'. Very little is known of Serra's life apart from the fact that he was a jurist who wrote a book when he was in jail in Naples. He sought to explain why his home town of Naples remained so poor in spite of its bountiful natural resources, while Venice, precariously built on a swamp, was at the very centre of the world's economy. The key, he argued, was that Venetians, barred from cultivating the land like the Neapolitans, had been forced to rely on their industry to make a living, harnessing the increasing returns to scale offered by manufacturing activities. In Serra's view the key to economic development was to have a large number of different economic activities, all subject to the falling costs of increasing returns. Paradoxically, being poor in natural resources could be a key to becoming wealthy.

...

In the early 1700s a rule of thumb developed for economic policy in bilateral trade, a rule that rapidly spread throughout Europe. When a country exported raw materials and imported industrial goods, this was considered bad trade. When the same country imported raw materials and exported industrial goods, this was considered good trade

...

colonies are nations specializing in bad trade, in exporting raw materials and importing high technology goods, whether these are industrial goods or from a knowledge-intensive service sector."

Depois não se queixem de não sairmos da cepa torta. 

sexta-feira, novembro 05, 2021

"apenas teremos alternância, não alternativa"

"Ireland had joined the European Community in 1973, and massive EC funds had floated into its agricultural sector. However, this had created over-capacity and highly indebted farmers in a very difficult market. [Moi ici: Escreverei mais tarde sobre como isto se relaciona com a notícia recente das 14 concessões para exploração mineira, e com o objectivo da Galp de ser responsável pela produção de 30% do hidróxido de lítio na Europa]

...

[Moi ici: A 9 de Janeiro de 1980 o primeiro-ministro irlandês, Charles Haughey, proferiu à nação o discurso que se segue ...] I wish to talk to you this evening about the state of the nation's affairs and the picture I have to paint is not, unfortunately, a very cheerful one. The figures which are just now becoming available to us show one thing very clearly. As a community we are living way beyond our means ... we have been living at a rate which is simply not justifiable by the amount of goods and services we are producing. To make up the difference we have been borrowing enormous amounts of money, borrowing at a rate which just cannot continue. A few simple figures will make this very clear ... we will just have to reorganize government spending so that we can only undertake those things we can afford."

Como não recordar Peres Metelo e o seu:

"vivemos abaixo das necessidades da economia"

Conhecem algum político português no activo capaz de fazer um discurso similar a esta nação endividada e estagnada numa rotunda há cerca de 20 anos? Nogueira Leite no JdN de ontem citou:

"a economia portuguesa está hoje 75 por cento abaixo do nível que registaria caso tivesse continuado a crescer desde 2002 de acordo com a tendência prévia a esse momento"

Ganhe esquerda, ou ganhe direita, apenas teremos alternância, não alternativa. Alternativa implica olhar olhos nos olhos e dizer coisas que os eleitores não vão gostar de ouvir.

Trechos retirados de "How Rich Countries Got Rich and Why Poor Countries Stay Poor" de Erik S. Reinert.

quinta-feira, novembro 04, 2021

"pedir dinheiro emprestado para importar "

À atenção dos que acham que pedir dinheiro emprestado para importar é um modo de vida sustentável:

"Spain as a frightening example of what not to do

From the mid-1500s the theatre of Europe provided further elucidation in economic theory and policy, setting an example of what a country should not do. Spain had long been an important industrial state. `In Europe, to describe the best silk one once said "the quality of Granada". To describe the best textiles one once said "the quality of Segovia",' wrote a Portuguese economist in the 1700s. By then Spanish manufacturing industry was history and the mechanisms that had diminished its manufacturing capacity and its wealth in tandem were eagerly studied across Europe. Their conclusions on what had happened were virtually unanimous.

The discovery of the Americas led to immense quantities of gold and silver flowing into Spain. These huge fortunes were not invested in productive systems but actually led to the de-industrialization of the country. The landowners primarily profited from the `funnel of gold' from the Americas, as they had a monopoly on the export of oil and wine to the growing markets of the New World. The supply of such goods is highly inelastic, and subject to diminishing rather than increasing returns. To increase production, particularly to make new olive trees yield as old ones, takes a long time. This expansion would produce the opposite of increasing returns, that is, diminishing returns which cause the cost of production per unit to rise rather than fall. The result of the increased demand was consequently a sharp increase in the price of agricultural products. At the same time, nobility owning land were exempt from paying most taxes, so the tax burden fell increasingly on the artisans and manufacturers. Their competitiveness was, on the other hand, already being squeezed by the rapid rise of prices of agricultural goods in Spain. This undid the synergies and division of labour in Spanish cities, causing a de-industrialization from which Spain only finally recovered in the nineteenth century. Successful states protected manufacturing industry, unsuccessful Spain protected agriculture to the extent that it killed manufacturing.

...

We find the following observation in Giovanni Botero's work on what causes the wealth of cities: `Such is the power of industry that no mine of silver or gold in New Spain or Peru can compare with it, and the duties from the merchandise of Milan are worth more to the Catholic King than the mines of Potosi and Jalisco." Italy is a country in which ... there is no important gold or silver mine, and so is France: yet both countries are rich in money and treasure thanks to industry.'

In various forms, the statement that manufacturing was the real gold mine is found all over Europe from the late 1500s through the 1700s. After Botero we find this expressed by Tommaso Campanella (1602) and Antonio Genovesi (in the 1750s) in Italy, by Geronimo de Uztariz in Spain (1724/1751) and by Anders Berch (1747), the first economics professor outside Germany, in Sweden: `The real gold mines are the manufacturing industries'."

Trecho retirado de "How Rich Countries Got Rich and Why Poor Countries Stay Poor" de Erik S. Reinert.

terça-feira, novembro 02, 2021

A propósio da bazuca

Anda muita gente preocupada com o risco do dinheiro da bazuca não poder ser aplicado.
Anda muita gente iludida com os dinheiros europeus, não critico quem a eles recorre, surpreende-me é  haver tanta gente que acha que fazem a diferença.

Em Novembro de 2015 escrevi este texto, "Apesar das boas intenções", sobre o uso de subsidios e apoios em empresas inglesas nos anos 80. O meu consciente já se tinha esquecido do texto. Contudo, o meu inconsciente volta e meia faz emergir no palco da minha mente a ideia de que muitos destes apoios são contraproducentes:
"By and large, the inability to distinguish the A and B groups rendered these grants socially counter-productive. The funds flowed selectively into the least viable part of the industry, preventing change, and subsidized competition with the A-group, so slowing its growth."

Na sequência da minha última conversa oxigenadora escrevi aqui no blog:

"Ontem, o meu parceiro das conversas oxigenadoras disse-me que esta história do PRR e do dinheiro da UE para projectos é uma espécie de economia de planos quinquenais. São apresentados projectos feitos em nome das empresas e depois, quem escolhe o que passa e não passa não é o mercado, é uma comissão que avalia os projectos. Quantos empresários, se tivessem o capital consigo, aplicariam o dinheiro nos projectos que apresentam? Quase nenhum, remata ele!"

Vamos lá ver o que acontece ao dinheiro dos subsídios:

Se a empresa tem uma estratégia incorrecta, duas coisas podem acontecer, ou não tem capital ou tem subsídio:

  • Se não tem capital, queima o capital dos sócios e depois fecha,
  • Se recebe o subsídio torra o dinheiro e, ou fecha, ou espera pelo novo subsídio (outra espécie de Ponzi)
Se a empresa tem uma estratégia incorrecta e não a altera, porquê meter lá dinheiro? A estratégia anterior demonstrou a sua falência. A sério, parte importante do subsídio é para ser usado para apoiar a empresa a competir pelo preço de forma artificial.

Se a empresa tem uma estratégia correcta, duas coisas podem acontecer, ou não tem capital ou tem subsídio:

  • Se não tem capital, continua a fazer o seu caminho de forma lenta e segura,
  • Se recebe o subsídio tem hipótese de tirar vantagem do contexto e acelerar o seu crescimento. 

O que dizia o meu parceiro das conversas oxigenadoras na última conversa? Repito:

"Ontem, o meu parceiro das conversas oxigenadoras disse-me que esta história do PRR e do dinheiro da UE para projectos é uma espécie de economia de planos quinquenais. São apresentados projectos feitos em nome das empresas e depois, quem escolhe o que passa e não passa não é o mercado, é uma comissão que avalia os projectos."

Estão a pensar que a comissão que escolhe os projectos é corrupta? E na Inglaterra dos anos 80, também foi isso que aconteceu?  

segunda-feira, novembro 01, 2021

Percebem como isto é deprimente?

No caderno de economia do último Expresso encontrei este esquema:

Lembram-se dos títulos todos lampeiros dos jornais sobre o roubarmos empresas à Lituânia e à Polónia?

É o mesmo fenómeno dos anos 60 e 70 quando as fábricas de calçado e de têxteis fechavam na Alemanha e na França para virem para Portugal, só que agora são as da Polónia e Lituânia, em breve mandam para cá as da Roménia.

Percebem como isto é deprimente? 

quinta-feira, outubro 21, 2021

Let that sink in deep

Que comentários?


 



sexta-feira, outubro 15, 2021

Quando o povo estiver maduro os diques e comportas serão abertos

Aprendi com Joaquim Aguiar uma frase que não largo: "O povo tem sempre razão, mesmo quando não a tem"

Entretanto esta semana li e guardei esta frase: "But politicians can only convince us of things we already want to believe."

Há dias li um tweet simples, mas poderoso. só factos:

  • Pagamos 40% de impostos na habitação
  • Pagamos 50% de impostos nos salários
  • Pagamos 60% de impostos nos combustíveis

Socialismo!

Cavaco veio recordar o facto de estarmos a ser ultrapassados pelos países da Europa de Leste (somos a Sildávia do Ocidente) 

Já aqui referi que sou um pessimista-optimista. Quando o povo estiver maduro, mudamos de referencial. Não vale a pena desesperar, há que esperar e ir empobrecendo até que o povo fique maduro. 

Não sou bruxo mas já sei o que aí virá.

Lembram-de da primeira maioria absoluta de Cavaco? No dia seguinte, uma segunda-feira, 20 de Julho de 2017, fui à minha primeira entrevista de trabalho. Uma conversa com um alemão que trabalhava na Chocolates Imperial. A certa altura alguém abre a porta, interrompe a conversa e pergunta ao meu interlocutor se ele viu as imagens das peixeiras em Caxinas a agitar as bandeiras do PSD. Lembram-se desse tempo? Lembram-se do que é que Cavaco fez? Libertou a economia e a sociedade das amarras que o PREC revolucionário tinha criado e impediam o país de crescer. Sou desse tempo. Os bancos só podiam ser públicos, só havia a televisão pública, jornais e empresas estavam nacionalizados, ...  

Estes anos de geringonça são uma espécie PREC institucionalizado, onde ano após ano a capacidade de criar riqueza é esganada em nome da ideologia. 


Quando o povo estiver maduro há-de aparecer alguém que proporá abrir as comportas, libertar os diques e o país voltará a crescer.

Até lá trocar de líderes partidários para melhorar combates de retórica e oratória será mais do mesmo. Mesmo que cheguem ao poleiro, o goa'uld socialista entra dentro deles e fazem o mesmo, só que com a comunicação social assanhada.

Ontem, o meu parceiro das conversas oxigenadoras disse-me que esta história do PRR e do dinheiro da UE para projectos é uma espécie de economia de planos quinquenais. São apresentados projectos feitos em nome das empresas e depois, quem escolhe o que passa e não passa não é o mercado, é uma comissão que avalia os projectos. Quantos empresários, se tivessem o capital consigo, aplicariam o dinheiro nos projectos que apresentam? Quase nenhum, remata ele!

E eu fiquei a pensar na solução grega, aproveitar a bazuka para financiar o estado e baixar os impostos... ou seja, dar ao mercado a capacidade de escolher.

quarta-feira, agosto 11, 2021

Falar verdade

Joaquim Aguiar costuma falar e escrever acerca da necessidade imperiosa de reconhecer e falar a verdade acerca do que nos levou a um desastre, para podermos ultrapassar esse desastre. Quando se mascara e maquilha a realidade, para evitar falar do que nos levou ao desastre, não conseguimos seguir em frente, ficamos condenados a dar voltas a uma rotunda que nos traz empobrecimento, apesar dos amanhãs que cantam segundo os chefes e seus acólitos.


Ainda ontem em “O dilema da descontinuidade” pude ler:

“Depois de uma crise de descontinuidade, quem governa tem de escolher entre recuperar e mudar. A crise sanitária trouxe para a superfície o que há muito estava submerso: duas décadas de estagnação da economia, uma dívida pública excessiva sem que ela tenha servido para financiar a melhoria dos indicadores de competitividade, uma dependência absoluta da política monetária e da tolerância do Banco Central Europeu para manter a taxa de juro baixa e para comprar títulos de dívida portuguesa. Esta é uma crise de descontinuidade que já existia antes de ser reconhecida e declarada oficialmente, sendo a crise sanitária usada pelo poder politico como pretexto que lhe permite retirar o véu diáfano da fantasia sem ter de reconhecer os erros do passado.”

Escrevo isto aqui a propósito de uns trechos que acabo de ler em BE 2.0 de Jim Collins e Bill Lazier acerca daquilo a que chamam o Stockdale Paradox:

“You must retain unwavering faith that you can and will prevail in the end, regardless of the difficulties, and at the same time you must confront the most brutal facts of your current reality, whatever they might be. … Never fall into the leadership trap of creating false hopes soon to be destroyed by events. Yet equally, never capitulate to despair and lose faith that you will prevail in the end. … You need the Stockdale Paradox to navigate turbulence and disruption. You need the Stockdale Paradox to reverse decline and engineer a return to success.”

domingo, agosto 08, 2021

Comemos gelados com a testa!!!


Fonte aqui.

Portanto, acreditam que o mundo pós-pandemia vai ser igual ao mundo pré-pandemia. Portanto, acreditam que em economia se pode ligar e desligar sem efeito de histerese.

Este trecho é uma mina:
"A ideia é recorrer a dados que estão sob sigilo estatístico (mantendo o sigilo, claro) e encontrar mercados que estejam por explorar ou que possam ser mais desbravados ainda, aferir sobre quem são os campeões nacionais empresariais (atuais e em potência)."
Por que é que o jornal escreve aquele "(mantendo o sigilo, claro)" - até parece que não existe tráfico de informação sigilosa em Portugal.

Ainda veremos o governo a gastar algum deste dinheiro na instalação de um CyberSyn. Vamos voltar aos anos 70 e ao "socialismo científico". Gente que não percebe o que quero dizer com "optimismo não documentado".

A grande ilusão: encontrar campeões através da estatística. São estúpidos? Ou fazem-se? ... Fazem-me recuar ao "Predator State":
"In a world where the winners are all connected, it is not only the prey (who by and large carry little political weight) who lose out. It is everyone who has not licked the appropriate boots. Predatory regimes are, more or less exactly, like protection rackets: powerful and feared but neither loved nor respected. They cannot reward everyone, and therefore they do not enjoy a broad political base. In addition, they are intrinsically unstable, something that does not trouble the predators but makes life for ordinary business enterprise exceptionally trying.
...
predators suck the capacity from government and deplete it of the ability to govern. In the short run, again, this looks like simple incompetence, but this is an illusion. Predators do not mind being thought incompetent: the accusation helps to obscure their actual agenda."

Duas notas finais: 

  • Roubem, mas não me chateiem! (Sim, é o tributo que tenho de pagar aos Hunos)
  • Aprendam com o que os empíricos alemães do século XVII e em diante escreviam sobre Espanha (Portugal fazia parte de Espanha)

Daqui. E:

Grande Leibinitz:

E:



Todos daqui.

This time is different! 

A mim não me enganam. Só não quero que me chateiem. Embora o tráfico chateie-me mesmo!!!

quarta-feira, julho 21, 2021

Deixem as empresas morrer!

Recordar Deixem as empresas morrer! 

 



sexta-feira, maio 28, 2021

Mudar? Come on

Todos sabemos que Passos Coelho chamou a troika.*

Todos sabemos que aplicou a austeridade porque quis.*

Todos sabemos que havia outra alternativa.**

Quando um país chega à situação de pré-bancarrota e precisa de mais dinheiro tem de acordar as condições em que quem empresta aceita conceder mais um empréstimo.

O governo de Sócrates negociou as condições e chegou-se a um acordo.

Houve eleições, outro governo foi constituído e teve de aplicar o acordado.

Com o país à beira do abismo seria de esperar que o país mudasse de vida. E enquanto a troika andou por cá assim foi, ou antes assim parecia. À primeira oportunidade, assim que surgiu um alívio, voltámos às velhas práticas indiferentes ao destino onde nos voltarão a levar. Não é uma questão de se, mas de quando.

Interessante como no caso grego o acordo e a mudança foi feita pela extrema-esquerda e uma vez finda a legislatura o novo governo continuou o mesmo projecto. E agora, pasme-se, parte importante do dinheiro da bazuca para a Grécia será para ... compensar a baixa de impostos. Já estão no bom caminho e vão voltar a ultrapassar Portugal.

Nós por cá já estamos, no que depende de nós, pior do que em 2011. Confesso que não sei como será quando aquilo que não depende de nós, política do BCE e taxas de juro, tiverem de mudar forçados pelas circunstâncias.

Tudo isto a propósito da conversa com João César das Neves ontem. Alguém que ao fim de 30 anos percebeu que não mudamos ponto. Por isso, não perde tempo à espera que mudemos. Talvez por aquilo a que Nuno Garoupa chama de “displicência de Bruxelas”.

Entretanto, esta manhã na minha caminhada matinal leio este texto e percebo que tudo se encaixa em mais uma mensagem do Cosmos para me educar acerca da natureza humana.

"In his book Change or Die, Alan Deutschman reports a truly amazing statistic: After undergoing coronary artery bypass grafting, most people—not surprisingly—attempt to improve their health by undertaking radical changes to their lifestyle, for example eating a healthier diet or quitting smoking or exercising more. However, people slowly start to drift back to old habits and—here is the amazing thing—90 percent end up with the same lifestyle as before within two years of their operation. Take a moment to absorb this information. There are two insights that immediately pop out. First, change is hard. It is so hard that even fear of death is not enough to convince people to change for good.”

Trecho retirado de “Organizing for the New Normal” de Constantinos Markides


* Para os mais distraídos, estou a ser irónico.

** O "amigo" bicicletas já virou adepto da TINA (there is no alternative), o tal que durante a troika dizia que a solução era o crescimento.

quarta-feira, maio 26, 2021

A economia das carpetes e dos biombos no Observador a vivo e a cores

A propósito deste tweet:

Lembrei-me da relação estranha que o nome Espírito Santo tem com a concorrência. Por isso, a minha mente recuou a 2007 e a este postal "Big Man economy em todo o seus esplendor".

A certa atura nesse postal escrevi:
"Esta argumentação é tão ridícula, tão ridícula... escolhem os negócios protegidos da concorrência internacional, apostam nas indústrias de bens não transaccionáveis, e depois quando a maré muda, não sabem o que é competir num mundo de excesso de oferta, virando-se logo para o papá estado!!! 

Bem vindos ao mundo quotidiano do senhor Manel merceeiro, da dona Elvira operária, do senhor Andrade pescador, dos agricultores, dos industriais que não jantam com o poder, dos empresários sem contactos telefónicos nos governos."

Este último sublinhado tem presença assídua no blogue quando refiro a economia das carpetes e dos biombos (2021), ou em 2009

Esta manhã no programa "Explicador" da rádio Observador oiço Correia de Campos ao minuto 13:27 descrever como é fácil a um grande empresário (quem segue este blogue que para mim grande empresário, ou grande empresa, não é a mesma coisa que empresário grande, ou empresa grande. Por exemplo, para mim um verdadeiro grande empresário - adjectivo não substantivo - não telefona a ministros ponto) telefonar a um ministro da Economia, ou da Segurança Social para resolver os seus assuntos. E Correia de Campos disse isto com a maior naturalidade...