quarta-feira, agosto 11, 2021

Falar verdade

Joaquim Aguiar costuma falar e escrever acerca da necessidade imperiosa de reconhecer e falar a verdade acerca do que nos levou a um desastre, para podermos ultrapassar esse desastre. Quando se mascara e maquilha a realidade, para evitar falar do que nos levou ao desastre, não conseguimos seguir em frente, ficamos condenados a dar voltas a uma rotunda que nos traz empobrecimento, apesar dos amanhãs que cantam segundo os chefes e seus acólitos.


Ainda ontem em “O dilema da descontinuidade” pude ler:

“Depois de uma crise de descontinuidade, quem governa tem de escolher entre recuperar e mudar. A crise sanitária trouxe para a superfície o que há muito estava submerso: duas décadas de estagnação da economia, uma dívida pública excessiva sem que ela tenha servido para financiar a melhoria dos indicadores de competitividade, uma dependência absoluta da política monetária e da tolerância do Banco Central Europeu para manter a taxa de juro baixa e para comprar títulos de dívida portuguesa. Esta é uma crise de descontinuidade que já existia antes de ser reconhecida e declarada oficialmente, sendo a crise sanitária usada pelo poder politico como pretexto que lhe permite retirar o véu diáfano da fantasia sem ter de reconhecer os erros do passado.”

Escrevo isto aqui a propósito de uns trechos que acabo de ler em BE 2.0 de Jim Collins e Bill Lazier acerca daquilo a que chamam o Stockdale Paradox:

“You must retain unwavering faith that you can and will prevail in the end, regardless of the difficulties, and at the same time you must confront the most brutal facts of your current reality, whatever they might be. … Never fall into the leadership trap of creating false hopes soon to be destroyed by events. Yet equally, never capitulate to despair and lose faith that you will prevail in the end. … You need the Stockdale Paradox to navigate turbulence and disruption. You need the Stockdale Paradox to reverse decline and engineer a return to success.”

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