sábado, junho 17, 2017

I rest my case: competitividade e CUT (parte X)

 Parte Iparte IIparte IIIparte IV, parte V, parte VIparte VIIparte VIII e parte IX.

Sabem como gosto de ver a economia como uma continuação da biologia.

Este artigo, "Cities should be studied as evolutionary hotspots, says biologist", vem ao encontro de um pensamento que anda a correr em modo batch algures na minha mente.
"Equilíbrio pontuado é uma teoria evolutiva proposta pelos paleontólogos norte-americanos Niles Eldredge e Stephen Jay Gould em 1972, que propõe que a maior parte das populações de organismos de reprodução sexuada experimentam pouca mudança ao longo do tempo geológico e, quando mudanças evolutivas no fenótipo ocorrem, elas se dão de forma rara e localizada em eventos rápidos de especiação denominados cladogênese.
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O equilíbrio pontuado é frequentemente contrastado com a teoria do gradualismo, a qual afirma que a evolução ocorre de maneira uniforme, por mudança contínua e gradual de linhagens inteiras (anagênese). Segundo essa visão, a evolução é vista como um processo suave e contínuo."
Na parte IX ficámos neste momento t+1:
E perguntámos:
"O que pode fazer com a empresa verde mude de ideias e resolva voltar para o outro pico onde está a empresa azul?"
Imaginemos que o pico que a empresa verde está a subir é o do valor acrescentado e o que a empresa azul está a subir é o do preço-baixo.

O mais provável é que a empresa verde evolua para:
No entanto, se assumirmos que a empresa verde é um ser vivo, e recordando esta citação da coluna da direita no blogue:
"nature evolves away from constraints, not toward goals"
Se a gestão da empresa verde sentir que os chineses azuis desapareceram, ou rareiam no pico "azul", é provável que a ausência de constrangimentos, o instinto e facilidade de pensar preço, e a ideia de que apostar preço é menos incerta no curto-prazo, pode levar a esta evolução:
Se eu fosse governo interventionista e quisesse evitar este retorno da empresa verde ao mundo do preço aumentaria o SMN, apesar do desemprego que ele geraria. (Por que é que os migrantes de Calais querem ir para o Reino Unido e não colocam a hipótese de ficar em França?)

Se eu fosse governo não-interventionista teria de admitir esta possibilidade de actuação para a empresa verde como uma possibilidade honesta e trataria de estar atento à redução das barreiras à entrada e à redução do custo de falhar no pico do valor acrescentado para que mais agentes individuais aparecessem e optassem pelas várias alternativas nos vários picos.

Estamos em mais um desses momentos de alteração tectónica no fenótipo o que acelera o ritmo da evolução.

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