Quem segue este blogue sabe como há milénios estamos completamente à parte do mainstream acerca da competitividade e da sua relação com os custos unitários de trabalho. Recordar como este anónimo da província ganhou a Olivier Blanchard. O que se segue é relativo à China mas aplica-se o mesmo que costumamos escrever aqui desde sempre sobre a Alemanha.
Desta apresentação retirei:
Os académicos e outros membros da tríade quando comentam a realidade económica comentam-na como se a paisagem se mantivesse constante. Como se o numerador da equação da produtividade se mantivesse constante e a única hipótese de aumentar a produtividade passasse por reduzir os custos, ou seja reduzir o denominador.
Quando os salários sobem, mas o valor criado cresce mais depressa, a competitividade aumenta mesmo assim e os custos unitários de trabalho baixam.
"China’s competitiveness.A new study finds that hourly wages in China’s manufacturing sector are now higher than those in every Latin American country other than Chile and are nearing the level found in some of the Eurozone’s lower-income countries such as Portugal and Greece. This is a sea change from just a decade ago, when China’s wages were among the lowest in the world. It means that living standards in China have risen substantially. It also means that China’s competitive advantage no longer stems simply from low labor costs. Rather, it stems from other factors such as the skill level of workers, the degree to which workers use technology, the supply of skilled managers, the transport and power infrastructure, and the legal framework. The study found that the productivity of Chinese manufacturing workers actually increased faster than wages. This means that unit labor costs in China (the labor cost of producing a unit of output) declined over the past decade, thereby increasing China’s competitiveness."E ainda:
"This will cause a further shift in the composition of Chinese manufacturing, away from low-value-added processes such as apparel and textile production toward higher-value-added processes."A competitividade aumenta não porque se produz mais depressa o que se produzia antes (mexidas no denominador) mas porque se passa a produzir outro tipo de artigos (numerador).
Trecho retirado de "China: Changing drivers for competitiveness Global Economic Outlook, Q2 2017"
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