sábado, junho 17, 2017

Mudar de modelo de negócio: outro exemplo

Um trecho muito interessante para que os teóricos bebam sobre como fazem os práticos:
"Há mais de 30 anos que trabalha na Lasa. Este é o melhor momento que o grupo está a viver?Já vivemos momentos muito melhores. Era bem mais fácil trabalhar quando recebíamos grandes encomendas e não tínhamos uma concorrência tão feroz. A crise obrigou-nos a um grande ajustamento e a flexibilizar a nossa estrutura para produzirmos quantidades mais pequenas.
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Como aguentaram o embate da adesão dos asiáticos à OMC?Entramos num sistema permanente de ajustamento a uma realidade concorrencial muito diferente e bem mais agressiva. A flexibilização da estrutura produtiva foi apenas uma das componentes da nossa estratégia.
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O que fizeram mais?Criamos a Lasa Internacional, o braço logístico da LASA, e apostamos em marcas próprias e numa relação directa com o retalho, o que nos obrigou a apresentar duas colecções/ano e a fazer um grande investimento em stocks permanentes para podermos fornecer quaisquer quantidades directamente em qualquer ponto da Europa, num prazo de 48 horas.
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Quando se fornece directamente o retalho, o preço deixa de ser o factor determinante?Nesse segmento de negócio, a nossa vantagem competitiva assenta essencialmente no design, na qualidade e no serviço, ou seja, na capacidade de dar uma resposta rápida, que garantimos por termos 130 mil referências em stock.
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O que aprenderam com a crise?Aprendemos que para continuarmos a ser competitivos num mundo em permanente mudança não podemos parar de investir e de inovar nos recursos humanos, design e produtos diferenciadores."
Triste o crime dos custos de contexto:
"Os custos energéticos são uma grande fatia das nossas despesas. É incompreensível o aumento da electricidade a que temos vindo a assistir todos os anos – e estamos a falar de incrementos de dois dígitos, o que nos dificulta ainda mais a vida face à concorrência internacional." 
O que costumo dizer no CTCP: o futuro da escola profissional é voltarmos ao século XIX e os empresários pagarem as escolas que formarão os seus profissionais:
"É fácil contratar mão-de-obra especializada?
Infelizmente, não. Há grandes problemas. A escassez de recursos humanos é um dos grande males que aflige o nosso sector. É muito difícil arranjar um bom tecelão, uma pessoa com formação em química para trabalhar com as máquinas de tinturaria ou um especialista em design. Estamos sempre a dar formação internamente para tentar contornar esse problema, uma vez que o nosso ensino de cariz técnico deixou de dar resposta."

Trechos retirados de ""CONSUMIDORES PREFEREM TUDO QUANTO É NATURAL E ORGÂNICO""

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