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sábado, novembro 26, 2016

O regresso da indústria à Europa (parte II)

Recordando "O regresso da indústria à Europa"
"É oficial: as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas registaram em 2015 o segundo ano consecutivo de resultados positivos na criação de valor e de emprego e parecem ter colocado um ponto final na crise que atingiu o seu auge em 2012. No ano passado, de acordo com o relatório europeu sobre o estado das PME, o valor acrescentado aumentou 5,2% e o número de novos postos de trabalho cresceu 2,4%.
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Uma análise detalhada da origem do crescimento do valor acrescentado das PME nacionais mostra essas diferenças. Os sectores que mais contribuíram para o desempenho positivo foram a manufactura e o comércio a retalho (57% do total).
...
A manufactura teve também um peso superior a 30% na criação de emprego líquido em Portugal no ano passado. O que merece uma referência especial no relatório da Comissão Europeia porque Portugal foi o único país fora do bloco de Leste a registar esse desempenho."
Recordar esta Curiosidade do dia e considerar estes números do IEFP:

Comparando o número de desempregados registados em Outubro de 2013 com os registados em Outubro de 2016 temos:

  • O desemprego na "Indústria, energia e água e construção" caiu mais de 43%
  • O desemprego nos "Serviços" caiu pouco mais de 26%


Trechos retirados de "PME portuguesas começam a dar sinais de que o pior já passou"

terça-feira, novembro 15, 2016

Perguntas sinceras

Ouvi à hora do almoço:
"Centeno defende "melhoria da confiança e do emprego"
Ministro acredita que foi essa a base do crescimento económico."(fonte)
Pergunta sincera:
- É o aumento da confiança que gera o crescimento económico, ou é o crescimento económico que gera a confiança? 
E se há mais confiança, por que é que a procura interna tem uma contribuição negativa?
"Já em comparação com o segundo trimestre, o crescimento da economia portuguesa foi de 0,8% em termos reais (0,3% no trimestre anterior), depois do contributo da procura externa líquida ter sido positivo, refletindo "o forte aumento das exportações de bens e serviços", enquanto "a procura interna registou um contributo negativo"."

quinta-feira, novembro 10, 2016

Curiosidade do dia

Comparar com:
"A taxa de desemprego na Zona Euro manteve-se nos 10%, em Setembro, um valor estável face ao mês anterior e que compara com a taxa de 10,6% registada em Setembro do ano passado. Este é valor mais baixo desde Junho de 2011."
Trecho retirado de "Desemprego na Zona Euro mantém-se em mínimos de 2011"

sábado, setembro 10, 2016

terça-feira, agosto 23, 2016

Evolução do desemprego e disparidades

Saíram ontem os dados do IEFP sobre o desemprego em Julho. Os números de Julho são muito bons.
Em relação ao número de desempregados esta é a evolução:
A evolução mensal e a homóloga (a azul) é a que se segue:

Depois de um primeiro trimestre mau, os números daí em diante apontam para a terceira melhor recuperação desde 2014.
Relativamente aos desempregados que procuram um emprego, um subgrupo do número acima: a tabela que se segue permite comparar a evolução entre Dezembro de 2015 e Julho de 2016 com a evolução entre Dezembro de 2014 e Julho de 2015. A última coluna mostra a evolução entre Julho de 2015 e Julho de 2016.
A última coluna mostra uma coisa muito interessante, comparar o número de desempregados nos serviços (282871) e na Indústria (112818) em Julho de 2016, com os números de 2015 (297374) e (129825). Há muito mais desemprego a desaparecer no sector secundário (13,1%) do que no terciário (4,9%).

BTW, relativamente ao desemprego no Alojamento e restauração, entre Dezembro de 2014 e Julho de 2015 caiu em 10335 desempregados, já entre Dezembro de 2015 e Julho de 2016 caiu em 10635 desempregados. Será que esta diferença justifica esta diferença?

Só eu é que devo achar estranhas estas disparidades.

sábado, agosto 13, 2016

Acerca do desemprego

Depois nos últimos dias ter visto coisas interessantes escritas sobre a evolução do desemprego, por exemplo esta, também resolvi fazer umas contas.
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No entanto, em vez de usar os números do INE continuo com a minha fonte de sempre, o IEFP e o famoso quadro 9 da Informação Mensal. Recolhi o número de desempregados em 4 períodos:
Depois, resolvi calcular os fluxos em vários períodos:

Como aqui referimos, quer o 2º semestre de 2015, quer os 3 trimestres que terminaram em Março de 2016, foram períodos de aumento do desemprego.
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No 1º trimestre de 2016 até na indústria aumentou o desemprego, recordar esta figura:

O 2º trimestre foi de recuperação, tendo o desemprego baixado em todos os sectores e compensado a perda do 1º trimestre (ver números do 1º semestre de 2016).
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Quando comparamos Junho de 2015 com Junho de 2016 salienta-se o notável desempenho da indústria na redução do desemprego, quando comparado com os serviços.
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Sem querer retirar mérito a esta evolução, fica-me a impressão que o desempenho no 2º trimestre foi muito bom porque o desempenho no 1º trimestre tinha sido muito mau. Porque quando se compara o 1º semestre de 2015 com o de 2016 ...

sexta-feira, julho 22, 2016

Acerca do desemprego

Desenvolvimentos interessantes na evolução do desemprego medido pelo IEFP em 2016.
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Depois de nos três primeiros meses do ano o desemprego ter aumentado, algo só visto recentemente no ano de 2012, o segundo trimestre voltou a fazer reduzir o desemprego.
Já agora, um ponto interessante. entre Janeiro Junho de 2015 e Janeiro Junho de 2016 mais de 71% da queda do desemprego foi no grupo "Indústria, energia e água e construção" que representa apenas 27% de todo o desemprego. Ou seja, o grosso da queda do desemprego ocorre no sector secundário. Por exemplo, o sector dos serviços com o maior número de desempregados, "Actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio" viu o desemprego crescer cerca de 3% em termos homólogos.
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A evolução total de desempregados, com a inversão da tendência iniciada há um ano:
Quanto à evolução homóloga (a azul) e mensal (a castanho):

Confesso que esperava um melhor desempenho homólogo do sector "Alojamento, restauração e similares" que apenas baixou 3,7% o número de desempregados inscritos.
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Interessante ver como sem obras públicas mas muitas pequenas obras de reconstrução e reparação o desemprego na construção caiu em termos homólogos quase 15%. Saliente que nas últimas semanas me tenho surpreendido, ao visitar aldeias do interior, algumas sem rede de telemóvel, nos concelhos de Góis e Arganil, com a quantidade de casas reconstruídas. Não é um fenómeno restrito a Porto e Lisboa.

Correcção feita às 12h48

quarta-feira, julho 13, 2016

Acerca do desemprego em 2016

A propósito da evolução do desemprego em 2016, eis os números do IEFP:

Apesar da sazonalidade, que afecta sectores como o calçado ou o vestuário, todos os sectores de actividade económica registaram variações negativas do desemprego, ou seja, abaixamento do nível de desemprego.
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Tendo em conta o que os políticos costumam dizer sobre o desemprego, começo por sugerir que se compre o número de desempregados no sector dos serviços com o número de desempregados na "Indústria, energia e água e construção".
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Depois, sublinho o impacto do turismo na recuperação do parque habitacional de Lisboa e Porto e a consequente redução do desemprego no sector da Construção.
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Depois, a propósito da necessidade de reduzir o IVA para criar emprego na restauração, por favor olhar para a taxa de abaixamento do desemprego no sector "Alojamento, restauração e similares", quase -17%.
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Estão a ver a necessidade de criar um inimigo externo?

terça-feira, junho 14, 2016

Emprego e empresas pequenas e jovens

Corroborado o critério que sigo quando escrevo sobre a evolução das exportações.
"No acumulado deste período, [Moi ici: 2007-2014] as empresas com até 49 funcionários foram responsáveis por 63% dos postos detrabalho criados. As grandes empresas – com mais de 250 empregados - criaram 20% do emprego e as companhias de média dimensão criaram 17% dos empregos."

Imagem inicial e trecho retirados de "Quer arranjar emprego? Olhe para as pequenas empresas"

Imagem final retirada daqui.

segunda-feira, junho 06, 2016

Mongo e o emprego

Há anos que escrevo aqui sobre Mongo e sobre o seu impacte na economia, nas empresas, na criação do século XX - o emprego - e no poder tirânico-normando dos Estados.
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Interessante como cada vez encontro mais artigos sobre o tema. Recordo o quanto critico as empresas de consultoria grandes que escondem dos seus clientes que esses clientes em Mongo podem não ter razão de existir.
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Exemplos recentes que encontrei via Twitter (‏@GrahamHill):

"If the primary element of the old economy was the industrial unit, today the Industrial Age is giving way to the Individual Age, where it is the skills, talents, and labors of people that matter most. Now our economic policies have to start catching up.
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the traditional ways to look at the statistics radically undercount the role of entrepreneurs in the twenty-first century. While the jobs they create for others are counted, the jobs they create for themselves—often while their firms are unincorporated—are usually not. [Moi ici: É verdade, descobri isso no INE há uns anos, por isso gostava de seguir como indicador a evolução do número de pessoas que descontam para a Segurança Social em vez do número de empregos criados com base em inquéritos. Há mais de 20 anos que não faço parte das estatísticas como estando empregado] According to Lowrey, a total of 48 million new jobs had been created by startup firms between 1997 and 2008. The remarkable part was that while 17 million of those jobs were positions that entrepreneurs were creating for others, 31 million were jobs entrepreneurs had created for themselves. Lowrey put it starkly: “Business creation is job creation.”
...
The differences between the economy of the nineteenth century and that of the twenty-first are too many to list, but today, as in Jefferson’s time of independent farmers and shopkeepers, it is individuals, not large conglomerations, that propel the economy. The number of Americans working for themselves is growing rapidly and most Americans no longer work full-time for someone else. Yet it is not just the self-employed or entrepreneurs who are part of this new world. Every worker is grappling with the Individual Age."

"it’s probably time to re-examine the whole idea of exactly what a job is and whether or not the fundamental construct is even viable going forward.
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Let’s just skip to the answer: Jobs aren’t a viable construct going forward."[Moi ici: Interessante o autor citar Coase quando ainda ontem pensei nele por causa das plataformas e da fricção]

"The new design patterns create new opportunities. It is not about having a fixed job role as an employee or having tasks given to you as a contractor. The most inspiring and energizing future of work may be in solving problems and spotting opportunities in creative interaction with your customers."

Recordar:




quinta-feira, maio 26, 2016

Desemprego, legislação laboral e o anónimo da província

Quem sou eu? Um mero anónimo engenheiro da província com formação de base em química e quase 30 anos de experiência de contacto em primeira mão com a realidade económica portuguesa (mais de 20 anos como consultor).
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Quando leio artigos como este "Réformes du marché du travail au Portugal : les derniers seront-ils les premiers?", fico a pensar, qual a granularidade com que os investigadores olham para a realidade?
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Eu sei que o desemprego em Portugal está alto, muito acima da média da UE, basta olhar para os marcadores deste postal. No entanto, a pergunta que me assalta é: até que ponto poderia ser diferente? Até que ponto a legislação laboral poderia ter ajudado a não inflacionar o valor?
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De onde vem o desemprego que existe actualmente? Qual o peso da legislação laboral?
"La faiblesse du modèle productif portugais a entrainé, dès les années 2000, un ralentissement de la croissance et une hausse du taux de chômage. De 4,2 % en 2000, le taux de chômage a plus que doublé en 2007 (8,5 %), et a atteint un pic de 17,4 % au premier trimestre 2013.
Phénomènes indéniablement corrélés, on assiste à la même période à des destructions massives d’emplois, touchant principalement les secteurs de la construction, de l’industrie, de l’administration publique et des activités de commerce et de réparation. [Moi ici: Pena que o texto misture tudo e não ponha uma ordem cronológica nesta destruição. Pena que o texto não identifique grandes vectores que estiveram por trás desta destruição e a sua evolução ao longo do tempo. Recordo este postal sobre o imobiliário e o desemprego. Pena que o texto não chame a atenção para a transformação na indústria portuguesa, recordar este postal ""Por que é que calçado e têxtil têm tido desempenhos tão diferentes?" O número que aparece é do calçado, fábricas mais pequenas com produtos mais caros, (recordar aquela fábrica que não conseguia sobreviver a vender produtos a 20€ e passou a ter sucesso a vender produtos a 230€), mas o mesmo fenómeno se passou no ITV, no mobiliário, em todo o lado] La dégradation du marché de l’emploi a touché les jeunes en priorité : de 21,4 % en 2007, le taux de chômage des jeunes passe à 34,7 % en 2014. Triste singularité du modèle portugais, le diplôme n’y a pas le rôle protecteur qu’il peut avoir dans la majorité des pays européens : en 2008, 26,9 % des jeunes diplômés sont au chômage, contre 16,2 % des non diplômés."[Moi ici: Este número também considero importante porque revela, IMHO, a existência de fortes barreiras à criação de novas empresas, por exemplo, por causa da protecção dos incumbentes]
Recordando esta série ""despedir é sempre resultado de uma maldade ou de preguiça da gestão" (parte V)" (sobretudo a parte I), quando um choque obriga a mudar de paradigma estratégico, a maioria das empresas tem de encolher. Recordar o que começou a acontecer à construção civil em 2001 e à obra pública em 2011. Recordar o choque chinês no país que era a "china da Europa" antes de haver China e que dizimou a indústria transaccionável. Recordar o choque da troika nos serviços do mercado não transaccionável.
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Uma outra legislação laboral teria minorado o desemprego mas em pouca extensão, acredito eu. O país tinha de passar por esta fase. IMHO o ponto para o futuro é, como criar condições para que se reduzam as barreiras à entrada de novas empresas, sobretudo PME.
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Recordar esta reflexão de 2011 confirmada pelo famoso relatório sobre o desemprego em 2012 e pelo Banco de Portugal em 2016.
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Claro que ainda falta outro choque, adiado por enquanto pela CRP, o emagrecimento da Administração Pública. Basta ver o que aconteceu com os agrupamentos de escolas, quantos funcionários foram dispensados com a concentração de tarefas de back-office?

terça-feira, maio 24, 2016

Acerca do desemprego

Julgo que foi na passada quinta-feira que ouvi Nicolau Santos na Antena 1 a explicar que a descida do desemprego em 2014/2015 tinha sido uma mistificação engendrada pelo anterior governo. Segundo Nicolau Santos toda a gente sabe que o desemprego em Portugal só baixa se a economia crescer em torno dos 2%. (BTW, a primeira vez que ouvi esta lei económica ser enunciada foi talvez há mais de 10 anos. Na altura quem a enunciou foi Camilo Lourenço, e o número que ouvi então foi de 3%).
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Baseado nesta suposta lei, como o PIB em 2015 "só" cresceu 1,5%, Nicolau Santos explicou aos ouvintes que o desemprego tinha baixado por causa das maquinações dos estágios proporcionados pelo IEFP. Como tenho referido aqui no blogue, alguma coisa aconteceu ao desemprego medido pelo IEFP a partir de Julho de 2015. Não consigo deixar de pensar que Nicolau Santos disse o que disse para defender o governo actual.
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Por isso, qual não foi o meu sorriso ao ler os últimos números do desemprego publicados pelo IEFP. Finalmente uma quebra mensal de jeito: -2,1%.
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No entanto, como a quebra foi menor que a quebra mensal homóloga, a variação do desemprego em termos homólogos continua a aproximar-se de 0% (curva a azul na figura abaixo)

Algumas notas interessantes do boletim do IEFP:
"A evolução, comparativamente a abril de 2015, mostra a descida do desemprego nos homens (-3,7%) e nas mulheres (-0,1%).
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Quanto ao grupo etário, os jovens apresentam um acréscimo de +1,6% e os adultos apresentam uma descida de -2,3% do desemprego.
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Nos níveis de escolaridade, na comparação homóloga verifica-se que o decréscimo percentual mais acentuado foi assinalado no 1º ciclo do ensino básico (-8,8%). Os detentores do ensino secundário e do ensino superior registaram subidas no desemprego, +2,6% e +0,4% respetivamente.
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Relativamente a abril de 2015, o grupo “Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices” apresentou a mais expressiva descida percentual do desemprego, -10,3%.
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O desemprego evolui da seguinte forma nos três sectores de atividade económica face ao mês homólogo de 2015: +9,1% no sector primário, -9,7% no secundário e -0,3% no terciário."
Apesar de tudo parece que continua o regresso à indústria, o que explicará os números dos homens, dos jovens  e do sector secundário.

BTW, não acredito na validade daquela lei enunciada por Nicolau Santos. Talvez ela fizesse algum sentido no século XX quando o crescimento do emprego estava ligado a outro tipo de vantagens competitivas. Quando a Autoeuropa ou a Galp cresce, o PIB cresce mas o emprego directo pouco mexe. Quando uma PME cresce, ou nasce, os números do PIB podem não mexer mas o emprego cresce.

quarta-feira, maio 11, 2016

Curiosidade do dia

Saíram os números do desemprego do INE e os mestres do spin lançam a história da comparação homóloga:
Recordar o que escrevi em Setembro de 2013 sobre a comparação homóloga do desemprego em Se subir o desemprego, ainda desce. Agora como o sentido é outro o título poderia ser: Se baixar o desemprego, ainda sobe.
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Prefiro, no entanto, voltar ao gráfico que fiz em Janeiro deste ano, no postal A imprensa amestrada actualizado até Março:

Em Janeiro de cada ano o número de desempregados, segundo o IEFP, é o zero.
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É fácil de ver o aumento a partir de Julho de 2015. E, para os que se desculpam com a sazonalidade... a comparação permite ver que há qualquer coisa de anormal em curso.

segunda-feira, maio 09, 2016

Curiosidade do dia

Das "Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego - Março de 2016" publicadas pelo INE no final do mês de Abril retirei:
"A estimativa provisória da população desempregada para março de 2016 foi de 615,2 mil pessoas, o que representa um decréscimo de 1,1% face ao valor definitivo obtido para fevereiro de 2016 (menos 6,6 mil pessoas). A estimativa provisória da população empregada foi de 4 475,9 mil pessoas, menos 1,2 mil do que no mês anterior (ao que corresponde uma variação relativa quase nula)."
De "Função pública perde 3.460 trabalhadores para a reforma até junho, menos 58%" retirei:
"o número total de novos pensionistas registados entre janeiro e junho de 2015 (8.308)."
O que dá uma média de 1385 novos pensionistas por mês.
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E volto ao canário na mina, talvez se deva ter uma dupla precaução com a interpretação dos números do emprego.

quarta-feira, abril 27, 2016

Interrogações

Se calhar a um ritmo inferior ao que desejava mas se calhar ao ritmo possível para uma evolução sustentada do país competitivo, "Pedidos portugueses de registo de marcas no nível mais alto em dez anos". Este é o caminho certo.
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Interessante e importante esta evolução, que associo à economia transaccionável, quando ao mesmo tempo assistimos, apesar do dinheiro injectado no mercado interno para estimular o consumo, a uma redução da actividade económica, "Insolvências aumentaram quase 20% no primeiro trimestre":
"Em termos sectoriais, os serviços dependentes da procura interna continuaram a ser os mais afectados, concentrando a maioria das insolvências e do seu aumento. Destaque para o comércio a retalho (+13,4%) e por grosso (+20,6%) e para a restauração (+38,3%).
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Pelo contrário, a criação de empresas em Portugal desacelerou [Moi ici: Estranha palavra escolhida esta de desaceleração, dado que a criação de empresas diminuiu] nos primeiros três meses de 2016. Segundo os dados da Ignios, no período entre Janeiro e Março nasceram 10.920 empresas no país, o que equivale a 120 novas entidades por dia. Este valor representa uma quebra de 6,5% face ao mesmo período do ano passado, com menos 414 empresas constituídas."
Verdade seja dita que é também na restauração que se constituem mais empresas, sinal de mais turbulência nesse sector. O sector da restauração é também, de longe, o que mais contribuiu com a criação de postos de trabalho.[Moi ici: Turismo?] O sector do comércio por grosso e a retalho contribuiu para mais desemprego.
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Interessante notar que segundo os dados do IEFP em 27 rubricas de actividade económica medidas, o desemprego mensal cresceu em 13 e baixou em 14. Em Março de 2015 o desempenho tinha sido de 1 subida e 26 descidas.
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Quer isto dizer que as pessoas estão a usar o aumento do rendimento para desalavancar dívida? Ou está aqui o efeito do comércio online? Ou o aumento de importações?
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Quer isto dizer que as pessoas estão a temer problemas futuros e estão a preparar-se para melhor os enfrentar?
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BTW, já viu algum jornal a anunciar os números do desemprego publicados pelo IEFP durante o fim de semana?

terça-feira, abril 05, 2016

Um canário na mina.

Há dias usei esta figura:

A metáfora do canário na mina, o primeiro a morrer e a dar sinal de que algo está a acontecer.
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Há dias nesta "Curiosidade do dia" dei o exemplo da evolução do desemprego e do emprego na agricultura, um sector que está a demonstrar um forte dinamismo traduzido num forte crescimento das exportações e das produções.
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Entre 2013 e 2015 desapareceram 98,7 mil empregos enquanto que ao mesmo tempo o desemprego tinha esta evolução:
"passou de 18,8 mil no 4º trimestre de 2013 para 14,0 mil no 4º trimestre de 2015."
Entretanto, ontem descobri um gráfico interessante acerca da demografia na agricultura portuguesa:
(Imagem retirada de "Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas 2013" do INE)
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BTW, a idade média em Portugal em 2014 era de 43,1 anos e suspeito, ao olhar para o gráfico, que entre 1960 e 2014 foi em Portugal que a idade média mais cresceu.
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Mais tarde ou mais cedo aquilo que se está a sentir já na agricultura será sentido nos outros sectores, a saída de muita gente, muita gente mesmo, para a reforma.




quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Ainda acerca do desemprego

Ontem, chamei a atenção para o facto de há seis meses consecutivos o desemprego medido pelo IEFP estar a crescer:
"Há seis meses consecutivos que o desemprego medido pelo IEFP está a subir. A última vez que tivemos 6 meses consecutivos com o desemprego a subir foi em 2013."
 Haverá alguma relação com isto (1):
"Em janeiro, o número de empresas insolventes em Portugal cresceu 15,8% face ao mesmo mês de 2015, confirmando a tendência de crescimento sentida desde junho do ano passado.
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No indicador de insolvências, a nota foi de crescimento em janeiro de 2016, mês em que se registaram 689 empresas insolventes em Portugal, numa subida de 15,8% face ao mesmo mês de 2015."
E com isto (2):
"A constituição de novas empresas caiu 10,1% em Janeiro, enquanto o número de empresas insolventes aumentou 15,8%, face ao mesmo mês de 2015, mantendo a tendência iniciada em Junho do ano passado, segundo a IGNIOS." 
(1) - Trechos retirados de "Insolvências de Empresas em Portugal | janeiro de 2016"
(2) - Trecho retirado de "Janeiro trouxe menos novas empresas e mais insolvências"

BTW, nesta altura em que a restauração vai ser privilegiada com a redução do seu IVA (3):
"Também a constituição de empresas mostrou uma performance menos animadora no início do ano, com 4077 empresas criadas em janeiro, ou seja, menos 10,1% do que no mesmo mês de 2015. Em termos setoriais, o único aumento relevante em termos homólogos foi na área do alojamento e restauração."
(3) - Trecho retirado de "2016 começa com menos criação de empresas e mais falências"

BTW II, mais gente a querer contribuir para o tão desejado regresso do FMI a Portugal:

Estas coincidências cheiram-me sempre a orquestrações de um puppet-maker com uma playlist interesseira. No mesmo dia, em três jornais diferentes, o mesmo choradinho: o Estado tem de nos arranjar trabalho!

sábado, janeiro 30, 2016

O maior cego é o que não quer ver


"Rigid labour rules are tougher on young workers than older ones. People without much experience find it harder to demonstrate that they are worth employing. And when companies know they cannot easily get rid of duds, they become reluctant to hire anyone at all. This is especially true when the economy is not growing fast and they have to bear the huge fixed cost of all the older permanent employees they took on in easier times.
...
Trade unions often favour a minimum wage. This can help those who already have jobs, but if it is set too high it can crowd out those with the fewest skills and the least experience, who tend to be young. It makes more sense to subsidise wages through a negative income tax, thus swelling take-home pay for the lowliest workers without making them more expensive for the employer. But this costs taxpayers money, so many governments prefer to raise the legal minimum wage, passing the cost on to others.
...
Alas, there is a huge mismatch everywhere between the skills that many young people can offer and the ones that employers need.
...
As economies grow more sophisticated, demand for cognitive skills will keep rising. The world’s schools are not even close to meeting it."
IMHO o futuro é preparar os jovens a não esperarem por um emprego mas a criá-lo.
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Não serão "funcionários" a ensinar, ou a demonstrar o que é e como se pode criar o seu próprio emprego ou a empreender.
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Trechos retirados de "The walled world of work"

domingo, janeiro 24, 2016

A imprensa amestrada

Em Abril de 2013, depois de matutar nisto, fiz uma previsão que ninguém na altura arriscava, dados os títulos dos jornais, até eu tinha uma certa vergonha de a fazer por ser tão fora do mainstream. Previ que em Agosto desse ano a variação homóloga do desemprego passaria a negativa após vários anos consecutivos do lado positivo.
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Se se recordam esse era o tempo dos títulos dos jornais feitos para criar uma atmosfera mais negra e induzir o espírito da espiral recessiva. Na altura escrevi um postal sobre os títulos do jornal i "Se subir o desemprego, ainda desce". Na altura, mês após mês, a evolução do desemprego mensal era negativa. No entanto, quando se comparava o desemprego homólogo, no ano anterior ainda havia menos desempregados. Assim, a evolução homóloga ainda era positiva. A imprensa portuguesa, ocupando um lugar na bancada da oposição, nos títulos, só se referia à evolução homóloga.
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Na altura a minha previsão falhou por um mês, a inversão ocorreu em Setembro de 2013 e não em Agosto (ver "Uma espécie de Agosto de 2013").
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Ontem, escrevi "Momento do anónimo da província e o desemprego". Eu sei que muita gente anda animada com os amanhãs que cantam de benesses atrás de benesses do mãos-largas que chefia o actual governo. Contudo, o meu lado contrarian mantém-me alerta e preocupado. Talvez mais gente, da que pensa no depois de amanhã e espalha bosta pelos campos, se retraia, já a contar que a seguir ao folguedo o pau vem bater nas costas. No postal de ontem mostrei a minha preocupação sincera com o crescimento do desemprego em Dezembro. O gráfico que fiz mostra a razão da minha preocupação, o final de 2015 foi preocupante em termos de desemprego:
Hoje, pesquiso os títulos dos jornais e sou surpreendido!
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Reparem no que o boletim do IEFP diz:
"O total de desempregados registados no País diminuiu em comparação com o mês homólogo de 2014 (-7,3%; -43 414) e aumentou face ao mês anterior (+0,9%; +4 917)." [Moi ici: Relembro que eu não trabalho com este número, desde 2013 que trabalho com o número daqueles que fazem busca activa de emprego, o qual cresceu 1,6%]
Reparem no que o JdN e o Público escrevem nos títulos:
Sinto no ar uma outra campanha:

Do boletim do IEFP relativo a Dezembro de 2015 retiro:
Do boletim do IEFP relativo a Novembro de 2015 retiro:

Comparem!
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Por que recorrem a este indicador do número de inscritos para fazer os títulos agora?


sábado, janeiro 23, 2016

Momento do anónimo da província e o desemprego

Ontem fui surpreendido pelos números do desemprego publicados pelo IEFP. Dou especial atenção ao número de pessoas desempregadas que está em busca activa de emprego e, em relação ao mês anterior, Novembro, esse desemprego aumentou 1,6%. Não me lembro do desemprego aumentar em Dezembro.
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Recolhi os números mensais de 2013, 2014 e 2015. Assumi que o número de desempregados em Janeiro era a base 100 e fui ver como foi a evolução ao longo de cada ano:
Efectivamente...
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A primeira metade de 2015 foi aquela em que o desemprego mais caiu.
A segunda metade de 2015 foi para esquecer... uma evolução preocupante.