"Novamente, esta discussão está muito focada no "pequeno" e no "grande", contudo, não está definido o que é um e o que é outro,"Sim Bruno, tem razão. Talvez melhor do que usar os termos "pequeno" e "grande" seja o racional por detrás da busca do aumento da produtividade.
Aposta-se, sobretudo, na melhoria das saídas ou na melhoria das entradas?
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Se se dá prioridade ao aumento da produtividade através da melhoria das entradas, dá-se prioridade ao esforço de redução de custos, dá-se prioridade ao aumento do consumer surplus:
Assume-se que as saídas vão ser parecidas com as de outros e que a vantagem que aguçará a preferência do cliente será o preço mais baixo.
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Melhorar as entradas significa:
- reduzir custos;
- aumentar volumes;
- aumentar eficiência;
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Melhorar as saídas significa que o contributo de um SKU, para os resultados financeiros da empresa, resultará, acima de tudo, da contribuição de cada unidade vendida e não de um efeito de agregação.
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Uma PME que actue na melhoria das entradas tem cada vez mais dificuldades em sobreviver, é um pequeno a querer combater com gigantes, no terreno com as armas e técnicas que dão vantagem aos gigantes.
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Uma PME que actue na melhoria das saídas segue o exemplo alemão dos "campeões escondidos", poderá crescer não porque a dimensão seja o factor competitivo mas porque o sucesso traz o crescimento, porque mais clientes querem ser servidos. Ainda ontem estive numa empresa metalomecânica, que fabrica máquinas e que nos últimos 4 anos (quanto é que caiu mesmo o PIB do país?) cresceu 30% em número de trabalhadores.
1 comentário:
boas de novo!
felizmente, conheço várias empresas que aumentaram de facturação significativamente, inclusive ligadas a sectores dados como "mortos". aliás, atrevo-me a dizer que conheço empresas dessas nos principais sectores do país (metalomecanica, serviços à construção, mobiliário, farmaceutico, textil, cerâmica, serviços de engenharia, entre outros).
e concordo com o que refere quando refere que quem trabalha no preço tem cada vez um caminho mais dificil.
mas em nada invalida o que referi. a meu ver, existe um patamar mínimo de facturação para uma empresa avançar e poder crescer. quando se fala de nichos, a tendência é que os clientes sejam mais dispersos a nível geográfico, o que em determinados sectores pode exigir um elevado investimento.
discordo quando diz que cada vez mais clientes querem ser serviços. especialmente hoje em dia, é cada vez mais importante o ir atrás dos clientes, passar tempo lá fora, visitar, conhecer, feiras, reuniões privadas, operações de charme, etc. e isto requere dinheiro. já vi, infelizmente, muito bons projectos acabarem porque não conseguiram ganhar massa critíca.
analisando as empresas que conheço, e vendo as que estão melhores, foram exactamente aquelas que conseguiram crescer, e que depois de atingirem o patamar mínimo, conseguiram subir na cadeia de valor junto dos clientes. mas que apenas o conseguiram após mostrarem capacidade para tal.
por exemplo, ao nível dos moldes, os clientes mais exigentes estão por norma ligados a grupos com alguma dimensão (e por alguma dimensão estamos a falar de uma PME que factura 8 ou 10 milhões de euros). com essa dimensão, já permite outro tipo de soluções, que uma empresa que facture apenas 2 não consegue a vários niveis, especialmente no que diz respeito à garantia de execução, e fiabilidade de resposta. um cliente deste género não arriscar colocar um molde que é fundamental para o processo fabril numa empresa sem uma estrutura considerada como sólida.
só para dar um exemplo.
em conclusão, concordo com o que diz. subir na cadeia de valor. contudo, muitas vezes, para tal acontecer, é necessário ganhar dimensão. e o normal é que conforme sobe na cadeia, aumenta de dimensão.
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