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terça-feira, junho 22, 2010

Não confundir a realidade com o mapa da realidade (parte III)

Continuado daqui e daqui.
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A revista Harvard Business Review de Junho de 2010 inclui o artigo "You Are What You Measure" onde se chama a atenção para algumas consequências do uso dos indicadores.
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"CEOs care about stock value because that’s how we measure them. If we want to change what they care about, we should change what we measure.
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Human beings adjust behavior based on the metrics they’re held against. Anything you measure will impel a person to optimize his score on that metric. What you measure is what you’ll get. Period.
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This phenomenon happens at an organizational level, too. States that use standardized education assessment tests produce kids who indeed perform well on these tests but falter when asked to demonstrate their knowledge of the same material in a different way.
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To change CEOs’ behavior, we need to change the numbers we measure. Stock value metrics that focus on the long term are a start, but even more important are new numbers that direct leaders’ attention to the real drivers of sustainable success."
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Por exemplo, se é importante, para uma empresa, o indicador "Nº de horas de formação por colaborador", podemos chegar ao limite da empresa dar formação de treta sobre temas de treta e contribuir para um bom desempenho do indicador.
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Se o PIB é igual a:
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Consumo + Investimento + Gastos do Estado + (Exportações - Importações)
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Se o consumo cai, se o investimento cai, se as exportações caem e se as importações caem. Então, se os gastos do Estado subirem e se o Estado investir em projectos sem retorno... milagre, o PIB sobe!!!

sexta-feira, junho 18, 2010

Não confundir a realidade com o mapa da realidade (parte II)

Continuado daqui:
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Continua.

Não confundir a realidade com o mapa da realidade

Hoje, antes do meu jogging matinal, li este artigo de Daniel Amaral no jornal do regime "A mudança".
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Tive o cuidado de levar a máquina fotográfica para, durante a corrida, ilustrar o que vejo todos os dias.
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Os indicadores são importantes ponto. Os indicadores são muito importantes ponto. No entanto, os indicadores não são a realidade... e os humanos, quando aprendem o truque são muito bons a engenheirar resultados para os indicadores.
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Continua

quinta-feira, agosto 28, 2008

Em quem confiar?

De um lado estes títulos "Wall Street abre em alta com bons números do PIB" e "PIB dos EUA cresce mais do que o esperado no segundo trimestre" do outro lado estes "Is BEA Measuring Growth or Inflation?".
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Lembro-me de um livro de Mark Twain... talvez nas aventuras de Huclkeberry Finn e de Tom Sawyer, em que o autor dedicava várias páginas ao dilema de um pobre e humilde carteiro que não conseguia encontrar o destinatário de uma carta. O seu sentido de serviço era tal, que concluía que o que tinha a fazer era entregar a carta em mão ao presidente da república. Hoje em dia todos, a começar no poder executivo, brincam à criatividade estatística. Nos States e no resto do mundo.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Cá está a criatividade estatística

Mão amiga encaminhou-me para o título do caderno de Economia do semanário Sol do passado fim-de-semana " 'Falsos empregados' iludem estatísticas".
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O lead do texto explica que "As pessoas que frequentam formação profissional remunerada não são consideradas desempregadas. Nesta situação estão mais de 100 mil."
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Nada de original já conhecemos o exemplo sueco.
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Há tempos ouvi na rádio uma referência ao semanário Semanário sobre o papel e peso do emprego público no ultimo trimestre, algo na senda do que se tem passado no Canadá.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Estatística Criativa

Um eloquente filme sobre a criatividade estatística dos burocratas governamentais americanos.
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E como será na UE?
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Fuzzy Numbers

domingo, junho 15, 2008

Realidade e o mapa da realidade

O Jornal de Negócio da passada terça-feira trazia uma entrevista com Artur Santos Silva, líder da COTEC.
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Dessa entrevista destaco:
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"Tem que haver uma grande mobilização do país para que todas as empresas tenham uma unidade de IDI (Investigação, Desenvolvimento e Inovação). O importante não é que a empresa tenha ela própria 'research' - o que é decisivo é que a empresa inove.
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Há outro problema: por vezes, as empresas não classificam bem o esforço de IDI. Como não classificam, isso não aparece nas estatísticas."
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Só que as estatísticas não são a realidade. As estatísticas são um mapa, uma representação da realidade, não são a realidade. Se os esforços fossem melhor classificados, apareceriam nas estatísticas, mas os resultados continuariam os mesmos.
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Para as pessoas o que interessa é a realidade, não as estatísticas sobre a realidade.
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Mas se as estatísticas não representarem bem o que se passa na realidade, mesmo o que se faz e não é classificado, não é mau para as pessoas?
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Depende.
Se a estatística é usada como arma política, como no caso do desemprego, é um brinquedo brandido... a classificação não interessa para as pessoas, só para os políticos.
Se a estatística é usada para perceber melhor a realidade, para ajudar a tomar decisões...

quarta-feira, abril 30, 2008

Inflação e PIB, ou ... vamos falar de ilusionismo.

A inflação baixou na zona euro?
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O que é a inflação? Como se mede?
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A inflação não é como a temperatura, ou a massa de um corpo. Para medir a massa de um corpo recolhe-se o corpo e usa-se uma balança calibrada.
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A inflação é um indicador criado por humanos... eheheh
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Todos os dias vêmos, ouvimos e lêmos sobre o aumento dos preços dos mais variados bens... no entanto a inflação na zona euro baixa... interessante!!!
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Este postal tem um gráfico muito interessante. Nos Estados Unidos, nos últimos 25 anos adoptaram-se sucessivamente 3 metodologias distintas para medir a inflação. Como seria a inflação actual e a evolução da inflação, se se mantivesse cada um dos três métodos?
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O Herman José dos tempos da "Roda da Sorte" perguntaria: "Perguntam vocês, porque é que haverá interesse em modificar o método de cálculo da inflação?"
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"If you want to know understand how weak or strong an economy is, GDP is where you begin. But, you need to determine how much of GDP is nominal, and how much is real (i.e., after inflation growth).
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Consider an economy that sold $100 worth of goods and services in one quarter. The next Q, it produced $110 worth. When determining the GDP of this economy, you want to know how much of those gains was additional output, and how much merely price increases. Its usually a combination of more widgets and higher prices, so if you want to know exactly how much the economy expanded, you need to know exactly how much inflation there was. Understate inflation, and you overstate growth."
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Acredito que houve um tempo em que os políticos consideravam as estatísticas como entidades sagradas e que não se podia mexer de ânimo leve na fórmula de cálculo.
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Trechos retirados do blogue "The Big Picture" de Barry L. Ritholtz.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Os humanos são muito criativos a inventar esquemas (parte II)

Via Bloguítica, tomei conhecimento destas palavras do Presidente da República.



"O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, alertou hoje para a necessidade de se privilegiar o rigor na produção de estatísticas, para não existirem cedências «à conveniência ou às tendências do momento»" (aqui).



Afinal, não exagerei quando me recordei de Deming e da capacidade criativa dos humanos ainda ontem.