Mostrar mensagens com a etiqueta drenagem. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta drenagem. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, agosto 16, 2010

A drenagem continua

Como o modelo económico que suporta a vida de Lisboa é o mais afectado pela crise e, como ninguém está disposto a fazer os sacrifícios que uma mudança de paradigma implicaria, a drenagem acelera:
.
.
"A verba destinada às regiões mais pobres de Portugal, mas que está a ser desviada para Lisboa ao abrigo das excepções às regras dos fundos comunitários continua a subir."
.
É inútil, é comprar tempo emprestado com juros faustianos... ou direi maquiavélicos?
.
Como os subsídios e apoios são, quase sempre perniciosos, a sua retirada das zonas mais pobres vai contribuir para a progressiva desertificação e lisbonificação do país e, aumentar a quantidade de gente que vive de um modelo insustentável.
.
Mais tarde ou mais cedo, vão bater à porta de Fausto e pedir que as dívidas sejam saldadas.
.
BTW, convém ler isto "Interpreting the Stress Tests" e isto "Interactive: Sovereign debt levels by country ". Já agora, é por isto que Edward Hugh é um must read "Well, for those who are interested, here is that wonderful moment on Canada's BNN (Business News Network) when I was able to use the word "alarming" to describe Germany's recent Q2 GDP growth performance. I say alarming becuase I mean it, since an annual rate of growth of nearly 9% is, as the FT recognise in their edit......orial, almost unheard of in developed world economics, so ask yourselves "what is going on here".

I say wonderful, since it was on a day when almost every unthinking analyst across the globe was churning out one of those "wow, what a beautiful number" reports. They seem to have forgotten on simple reality - if you are export dependent you depend on your customers, so you need to look at what the customers are doing, and not at what the producers are doing.

And incidentally what ARE the producers (in this case Germany), building stocks is my guess, building stocks in the hope that recent high levels of export demand will be sustained into the second half. That is a very big if, as far as I am concerned. "

terça-feira, julho 20, 2010

Anedota

"Opções claras em torno de um modelo objectivo de compromisso entre governação qualificada central, geradora de dimensão estabilizadora e indução de riqueza territorial através da participação inovadora dos actores sociais. As respostas à crise não podem ser assumidas por mero decreto."
.
LOL
.
Trecho retirado daqui.

terça-feira, maio 18, 2010

Medo: this isn’t the end of the “too big to fail” era. It’s the beginning.

"Once a system grows sufficiently complex, it doesn’t matter how badly our best and brightest foul things up. Every crisis increases their authority, because they seem to be the only ones who understand the system well enough to fix it.

But their fixes tend to make the system even more complex and centralized, and more vulnerable to the next national-security surprise, the next natural disaster, the next economic crisis. Which is why, despite all the populist backlash and all the promises from Washington, this isn’t the end of the “too big to fail” era. It’s the beginning."
.
Trecho retirado de "The Great Consolidation"

sábado, dezembro 26, 2009

Paralelismos

Escreve Nicolau Santos no caderno de Economia do semanário Expresso de 24 de Dezembro último:
.
"Dizia-me esta semana o presidente português do ramo de uma grande multinacional instalada em Portugal: o TGV entre Lisboa e Madrid vai ser mais um argumento para as grandes empresas transnacionais se instalarem em Madrid e gerirem os mercados espanhol e português a partir daquela capital. Ora aqui está um argumento que certamente não entrou nas cogitações do Governo e de José Sócrates, que insistem nos grandes investimentos públicos, em particular do TGV (cujo concurso para o primeiro troço Caia-Poceirão já foi aliás adjudicado), como forma de relançar a economia. Mesmo descontando o facto de com a ligação a Lisboa, Madrid se tornar o indiscutível centro da Península Ibérica — o que, obviamente, e sob qualquer ponto de vista, não será benéfico para os interesses nacionais — não deixa de ser surpreendente como o Governo insiste na construção do TGV contra todas as evidências."
.
Saliento o paralelismo com o que escrevi há exactamente um mês sobre o efeito sobre a proximidade e sobre a drenagem aqui.
.

quinta-feira, outubro 15, 2009

A drenagem continua e acentua-se

Até com hara-kiris...
.
"AIP e AEP vão fundir-se"
.
Até parece que o perfil das empresas do Norte é semelhante ao das empresas do Sul...

sexta-feira, outubro 09, 2009

Uma bofetada

Mais um exemplo da drenagem, da sifonagem de recursos do resto do país para Lisboa.
.
.
Isto vai acabar mal.

sábado, abril 12, 2008

A drenagem

Há uns meses o blogue Norteamos publicou um postal onde explicava o que era a drenagem, acompanhando o texto com um "boneco":
Como gosto de "bonecos" e como reconheci logo, numa análise superficial, dois ciclos que compôem o arquétipo do "Success to the Successful" (num ciclo tem-se um retorno interessante à custa da sifonação de recursos do outro) resolvi logo na altura fazer também o meu boneco:

O "boneco" permite identificar vários ciclos que se reforçam uns aos outros:
A drenagem é algo que se sente fora de Lisboa. Sentir-se, sente-se, é um facto!
.
Agora será um facto real deliberadamente planeado, ou o resultado não planeado da actuação de vários factores?
.
Se assumirmos que os seres vivos (pessoas e instituições) respondem racionalmente a incentivos, mesmo que de forma pouco consciente, o modelo da drenagem faz sentido como uma reacção autocatalítica que pode ter-se iniciado de forma não planeada e que agora sentimos cada vez mais forte devido ao efeito dessa mesma auto-catálise.
.
Na altura decidi não fazer este postal porque pensei que esta estória da drenagem pode ser encaminhada para aquelas discussões bairristas estúpidas tipo "guerras Porto-Lisboa", "Porto-Braga" ou "Bragança-Miranda"
.
Então, por que mudei de ideias?
.
Por causa deste artigo do Jornal de Negócios que só descobri ontem à noite no Norteamos:
.
"O Alentejo, a região mais pobre do país, vai sofrer uma quebra de 50% nos fundos que vai receber por via dos novos apoios da UE. Uma "engenharia" geográfica, que passou por incluir a Lezíria do Tejo, anteriormente na Região de Lisboa e Vale do Tejo, explica esta redução. Também a zona Centro é vítima deste rearranjo regional. É o resultado de querer contornar regras que poderia significar menos fundos. Acaba por ser uma das regiões mais pobres a perder." Helena Garrido, Jornal de Negócios (08.04.2008)"
.
E sobretudo por causa desta lecture que ouvi ontem à noite da boca de um dos nomes mundiais na área dos cenários e da futurização Paul Saffo:
.
Por mim, vale a pena ouvir a lecture do princípioo ao fim, e depois, quando chega a fase das perguntas e respostas, que por cá são uma valente seca: TANTAN!!!
.
Ainda é melhor que a "lecture itself" - os interessados podem, aos 72 minutos assistir à resposta à pergunta 9. Paul Saffo acredita que os Estados Unidos podem-se quebrar, e que a unidade que está a aparecer a nível mundial são as cidades-estado, Shanghai, San Francisco,...
.
Mas atenção, aos 82 minutos, na resposta à questão 12... se a drenagem é autocatalítica, e se os sistemas são entidades biológicas... preparem-se para a o ponto de singularidade. Vai quebrar, é a regra... quebra sempre...
.
Quando falamos de modelos, de dinâmica de sistemas, e volto ao meu velho livrinho de Peter Senge (1990) "The Fifth Discipline":
.
"Description: Two activities compete for limited support or resources. The more successful one becomes, the more support it gains, thereby straving the other.
.
Early Warning Symptom: One of the two interrelated activities, groups, or individuals is beginning to do very well and the other is struggling.
.
Management Principle: Look for the overarching goal for balanced achievement of both choices (algo que a cidade-estado não consegue fazer no seu egocentrismo umbiguista. Não coloquem conotação pejorativa a este "egocentrismo umbiguista" as pessoas estão condenadas pelo sistema a trabalhar para o sistema). In some cases, break or weaken the coupling between the two, so that they do not compete for the same limited resource (o contrário do que relata Helena Garrido no Jornal de Negócios!!!!)"
.
Solução: se calhar regionalizar o país e olhar bem para a forma como se colectam e distribuem impostos e se distribuem fundos comunitários.
.
ADENDA das 17h01: Se calhar é mesmo deliberado, acabo de ler este artigo no Wall Street Journal "The Rise of the Mega-Region" assinado por Richard Florida.
.
"Second, it's time to stop transferring wealth from our most productive mega-regions to lagging places. In the U.S., the past 50 years have seen a massive transfer of tax money from innovative and prosperous mega-regions on the East and West coasts to the South. While this transfer may be a boon to local politicians and developers, such misguided policy has diverted economic resources away from the core mega-regions where they can be used most productively.
.
Third, our public policy must work toward, not against, density. Nearly every expert on the subject agrees that innovation and productivity are driven by density. For the better part of a century, we've subsidized suburbanization. That stimulated consumption of cars and appliances, which drove the industrial economy and allowed families to buy affordable homes. But it also diffused the density that is increasingly required for innovation and growth. Of course, every place does not have to be like Tokyo or Manhattan. Silicon Valley-style density would probably be sufficient. We can still have suburbs, but our economic policy has to start to encourage density, not sprawl."
.