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quinta-feira, dezembro 04, 2008

Só boas notícias... ou o reino da ironia

No seguimento das palavras de ontem mais uma onda de boas notícias, segundo a perspectiva do primeiro-ministro, para as famílias portuguesas.
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A China resolveu artificialmente baixar o valor da sua moeda e:
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"Hans Redeker, currency head at BNP Paribas, said China's policy switch could set off a dangerous chain of events. "If they play this beggar-thy-neighbour game, it will cause a deflationary shock for the whole world," he said. "
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(Perigosa cadeia de eventos? O primeiro-ministro deve saber algo que este senhor Redeker desconhece. Então um choque deflacionário não é bom para as famílias portuguesas? Deflação é o contrário de inflação não é? Se a inflação come poder de compra... deflação significa aumento do poder de compra, logo deflação é bom. Não tentem negar à partida uma ciência que desconhecem... já o dizia Alcina Ramelas)
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"It makes sense for countries with current account deficits such as the UK, US or Turkey to let their currencies fall, but China has the world's biggest trade surplus. "
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A propósito, conjugar a leitura deste artigo de Evans Pritchard "1930s beggar-thy-neighbour fears as China devalues" com o artigo de Martin Wolf "Global imbalances threaten the survival of liberal trade".
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Nouriel Roubini, esse ignorante, no Financial Times no artigo "How to avoid the horrors of ‘stag-deflation’" escreve:
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"A severe global recession will lead to deflationary pressures. Falling demand will lead to lower inflation as companies cut prices to reduce excess inventory. Slack in labour markets from rising unemployment will control labour costs and wage growth. Further slack in commodity markets as prices fall will lead to sharply lower inflation. Thus inflation in advanced economies will fall towards the 1 per cent level that leads to concerns about deflation."
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"Deflation is dangerous as it leads to a liquidity trap, a deflation trap and a debt deflation trap: nominal policy rates cannot fall below zero and thus monetary policy becomes ineffective."
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"Also, in deflation the fall in prices means the real cost of capital is high – despite policy rates close to zero – leading to further falls in consumption and investment. This fall in demand and prices leads to a vicious circle: incomes and jobs are cut, leading to further falls in demand and prices (a deflation trap); and the real value of nominal debts rises (a debt deflation trap) making debtors’ problems more severe and leading to a rising risk of corporate and household defaults that will exacerbate credit losses of financial institutions."
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"The worst is not behind us: 2009 will be a painful year of a global recession, deflation and bankruptcies."
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Este último parágrafo é perigoso e devia ter sido censurado... assim os consumidores ficam com receio e retraem-se... há que saber gerir as expectativas... tstststs
Não se deixem levar por tarólogas e quiromantes, basta consultar o marcador deflação abaixo.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Deflação e migração de valor

Eis um bom exemplo do que se está a passar: deflação e migração de valor.
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"Tesco has suffered its weakest sales growth since the mid-1990s after targeting cash-stretched customers with cheaper brands.
Britain's biggest supermarket chain reported this morning that like-for-like sales, excluding petrol, rose by 2% in the last three months – just half the growth achieved in the previous quarter."
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"The discount supermarket sector has profited from the economic turmoil this year as rising inflation, especially for food, has prompted many shoppers to trade down and choose cheaper stores and brands."
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Aqui: Discount drive hits Tesco sales.

terça-feira, novembro 18, 2008

Informação interessante acerca da concentração e da diluição do valor do dinheiro

"In Praise of Savings and Deflation "
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"Housing is a levered instrument, which means that prices are a function of financing. For a long time I believed that financing should have no impact on prices but I was wrong -- for goods purchased primarily with debt, price is directly driven by the cost of that financing. Houses would cost much more if you needed to pay in one lump sum. Since credit is money, a collapse in the price of housing is a reduction in the amount of money in the world. When the amount of money in the world goes down, the value of the remaining money goes up -- the money has been concentrated. The $20K you have in the bank is looking much better now that houses cost $100K instead of $300K.
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Alternatively, when money (credit) expands, the value of the money that was there to begin with goes down (the old money is getting diluted). Houses now cost $300K again, and your $20K savings account is too puny again. D'oh!"
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Por isso é que quem tem dívidas deve ter muito medo da deflação. Então as empresas, com a facturação a baixar por unidade vendida e no agregado... oops!

quinta-feira, novembro 13, 2008

Não tenho uma receita

Com excepção das tribos e das famílias, qualquer organização, mesmo as estatais, só sobrevivem, vivem, prosperam e morrem por causa de pessoas exteriores à organização ou de outras organizações exteriores.
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Assim, o boneco descreve muito bem a realidade...
... quando não há assistentes (clientes ou partes interessadas) a empresa desmorona-se e cai.
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Até onde deve ir o vínculo trabalhador-empregador quando os assistentes (os clientes) debandam?
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A Tesla e a Toyota representam dois extremos (?) "Tesla Motors is not Toyota: A Contrast in Disrespect and Respect of People"
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A Toyota, tal como os outros construtores de automóveis nos países ocidentais, está debaixo de água... mas acredita que vai conseguir suster a respiração mais tempo que os outros, e que quando a turbulência amainar vai ter muito menos concorrentes.
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"O mercado mundial do zinco teve uma súbita e significativa descida dos preços desde a inauguração oficial de Mina de Aljustrel, em Maio passado, preços que caíram mais de 50%."
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Parece que o preço do minério caíu à mesma velocidade a que se degradou a situação económica ucraniana.
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Ou seja:

terça-feira, novembro 04, 2008

O fim da globalização?

Voltando ao esquema desenhado com base no artigo de Roubini, quero voltar ao canto inferior direito, ao rácio Procura/Oferta.
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Como percebi aqui, a solução de Bernanke para combater um cenário de deflação passaria por lançar dinheiro pondo as fotocopiadoras de dólares a funcionar ainda com mais ênfase. O que Bernanke não considera no artigo é o sobre-endividamento das empresas e famílias e a tremideira em simultâneo do sector financeiro.
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Olhando para o rácio Procura/Oferta... há uma solução possível para cortar rapidamente o problema... não gosto dela por questões filosóficas e por proteger quem não evolui... o proteccionismo.
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Se se elevarem barreiras alfandegárias de respeito... diminui-se rapida e drasticamente a oferta sem ser à custa da destruição prévia da procura.
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Quem pode não gostar desta solução são os países emergentes, são os BRICS... podem fazer uso das matérias-primas, do petróleo e gás natural como armas de defesa e, sobretudo a China e o Japão... podem fazer mossa no sistema financeiro mundial com o capital que acumularam.

Cenários: o que diz Roubini (parte 2)

Continuado daqui (parte I e parte I +(1/2))
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Falemos então da perspectiva de deflação:
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Ben Bernanke em Novembro de 2002 fez o seguinte discurso "Deflation: Making Sure "It" Doesn't Happen Here":

Por que é que a economia americana estaria protegida da deflação?
"A particularly important protective factor in the current environment is the strength of our financial system: Despite the adverse shocks of the past year, our banking system remains healthy and well-regulated, and firm and household balance sheets are for the most part in good shape"
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Acerca da 'bondade' de taxas de juro quase zero para os devedores:
"Deflation great enough to bring the nominal interest rate close to zero poses special problems for the economy and for policy. First, when the nominal interest rate has been reduced to zero, the real interest rate paid by borrowers equals the expected rate of deflation, however large that may be. To take what might seem like an extreme example (though in fact it occurred in the United States in the early 1930s), suppose that deflation is proceeding at a clip of 10 percent per year. Then someone who borrows for a year at a nominal interest rate of zero actually faces a 10 percent real cost of funds, as the loan must be repaid in dollars whose purchasing power is 10 percent greater than that of the dollars borrowed originally. In a period of sufficiently severe deflation, the real cost of borrowing becomes prohibitive. Capital investment, purchases of new homes, and other types of spending decline accordingly, worsening the economic downturn.
Although deflation and the zero bound on nominal interest rates create a significant problem for those seeking to borrow, they impose an even greater burden on households and firms that had accumulated substantial debt before the onset of the deflation. This burden arises because, even if debtors are able to refinance their existing obligations at low nominal interest rates, with prices falling they must still repay the principal in dollars of increasing (perhaps rapidly increasing) real value."
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Segundo Bernanke:
"a central bank, either alone or in cooperation with other parts of the government, retains considerable power to expand aggregate demand and economic activity even when its accustomed policy rate is at zero."
Como?
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Bernanke refere o trabalho de Irving Fisher:
"potential connections between violent financial crises, which lead to "fire sales" of assets and falling asset prices, with general declines in aggregate demand and the price level. A healthy, well capitalized banking system and smoothly functioning capital markets are an important line of defense against deflationary shocks."
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E como é que Bernanke se propõe a tratar uma deflação?
"Like gold, U.S. dollars have value only to the extent that they are strictly limited in supply. But the U.S. government has a technology, called a printing press (or, today, its electronic equivalent), that allows it to produce as many U.S. dollars as it wishes at essentially no cost. By increasing the number of U.S. dollars in circulation, or even by credibly threatening to do so, the U.S. government can also reduce the value of a dollar in terms of goods and services, which is equivalent to raising the prices in dollars of those goods and services. We conclude that, under a paper-money system, a determined government can always generate higher spending and hence positive inflation.
...

To stimulate aggregate spending when short-term interest rates have reached zero, the Fed must expand the scale of its asset purchases or, possibly, expand the menu of assets that it buys. ...
prevention of deflation remains preferable to having to cure it. If we do fall into deflation, however, we can take comfort that the logic of the printing press example must assert itself, and sufficient injections of money will ultimately always reverse a deflation. "
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Não tem a ver mas já aqui escrevemos sobre os métodos Taguchi, método de design experimental onde todas as variáveis de um sistema são alteradas em simultâneo. Escrevo isto porque a cura do senhor Bernanke parece que encara e actua sobre as variáveis do sistema isoladamente, uma a uma: segurança e solidez dos bancos e sobre-endividamento das famílias e empresas.
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O artigo de Irving Fisher referido por Bernanke "The Debt-Deflation Theory of Great Depressions" (o artigo 24 que começa na página 340 salienta o papel do sobre-endividamento no rebentamento de uma bolha), já agora: as páginas 340 a 347 são um convite ao desenho de bonecos.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Cenários: o que diz Roubini (parte 1+(1/2))

Afinal, antes de Bernanke e a deflação, alguns textos que se enquadram no texto de Roubini de que aqui falamos.Do artigo do The New York Times "Fear of Deflation Lurks as Global Demand Drops" salientamos os seguintes trechos:
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A - "the prospect that goods will pile up waiting for buyers and prices will fall, suffocating fresh investment and worsening joblessness for months or even years."
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B - "With economies around the globe weakening, demand for oil, copper, grains and other commodities has diminished, bringing down prices of these raw materials. But prices have yet to decline noticeably for most goods and services, with one conspicuous exception — houses. Still, reduced demand is beginning to soften prices for a few products, like furniture and bedding, which are down slightly since the beginning of 2007, according to government data. Prices are also falling for some appliances, tools and hardware."
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C - "the end of inflation may be the beginning of something malevolent: a long, slow retrenchment in which consumers and businesses worldwide lose the wherewithal to buy, sending prices down for many goods. Though still considered unlikely, that would prompt businesses to slow production and accelerate layoffs, taking more paychecks out of the economy and further weakening demand."
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D - "an economy may remain ensnared by deflation for many years, even when interest rates are dropped to zero: falling prices make companies reluctant to invest even when credit is free."
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E - "As layoffs increased and purchasing power declined, prices fell lower still, in a downward spiral of diminishing fortunes."
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F - "In past crises, like those that devastated Mexico in 1994 and much of Asia in 1997 and 1998, weak economies managed to recover by exporting aggressively, not least to the United States. But American consumers are battered this time. After years of borrowing against homes and tapping credit cards, consumers are pulling back.
From Asia to Latin America, exports are slowing and should continue to do so as the global appetite shrinks. This is spawning fears that major producers like China and India — which vastly expanded production capacity in recent years — will have to dump products on world markets to keep factories running and stave off unemployment, pressing prices lower."
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G - "But many of the finished goods China produces with these materials have ultimately landed in the United States, Europe and Japan. When consumers pull back in those countries, Chinese factories feel the impact, along with their suppliers around the globe."
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H - "Now, a glut of products may be building in the United States. Orders for trucks used by business have plummeted. Investments in industrial equipment are declining. Yet inventories have grown."
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I - Da Bloomberg a queda acentuada do Baltic Dry Index, e da India a desconfiança face aos bancos ocidentais "Banks saying no to payment guarantee from foreign peers" como sinais de uma derrocada do comércio internacional.
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J - Do Telegrah o artigo "The fate of Britain's small businesses is now political dynamite" que ilustra o garrote bancário às micro-empresas.
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K - Do Telegraph o artigo "China's toy makers face bleak Christmas as factories shut down" após a má publicidade dos brinquedos tóxicos, do leite e dos ovos melaminosos, a queda da procura tem arrastado as empresas chinesas para a falência.
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"Action by the authorities stems from the fear that the factory closures could spark riots. There have been sit-ins and protests across the Guangdong region in the last few weeks, as more and more factories have closed. On the day The Sunday Telegraph visited Dongguan, hundreds of unemployed workers gathered outside the city government's offices protesting over the failure to pursue factory owners who fail to pay their workers."

domingo, novembro 02, 2008

Cenários: o que diz Roubini (parte I)

No último postal escrevi:
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As coisas são como são, as empresas não podem ter a veleidade de mudar a força da corrente ou inverter a maré, têm de se situar e posicionar, aproveitando o melhor que podem as circunstâncias...
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Sou um adepto incondicional da micro-economia! A micro-economia é o reino das pessoas concretas, das estratégias concretas, dos produtos e serviços concretos, é o domínio onde uma empresa, uma equipa, uma ideia, uma proposta de valor bem esgalhada deita por terra várias leis económicas. Enfim, é a terra natal dos tomba-gigantes.
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Contudo, as empresas não podem... ou não devem armar-se em parvas, as empresas não vivem isoladas do resto do mundo, as empresas fazem parte do mundo, são uma pequena parte do mundo, não vivem no limbo. Assim, ao formular estratégias de transformação as empresas devem ter em conta o futuro do mundo onde estão encaixadas...
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Recentemente a revista Forbes publicou um artigo de Nouriel Roubini intitulado "Get Ready For 'Stag-Deflation' " onde o autor, à semelhança do que prevê Pedro Arroja, prevê que os próximos anos possam ser de estagnação e deflação.
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A partir do texto de Roubini desenhei uma série de bonecos para melhor perceber as forças em jogo e como vão relacionar-se entre si:

A forte quebra do consumo vai traduzir-se numa redução do volume das vendas das empresas, o que vai gerar falências de empresas e redução do quadro do pessoal das que sobreviverem.
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As falências e os downsizings vão fazer engrossar os números do desemprego. O aumento do desemprego vai reduzir os cheques dos salários emitidos todas as semanas e meses reforçando ainda mais a quebra no consumo.
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O aumento do desemprego vai também gerar um abaixamento generalizado da confiança, pessoas com menos confiança consomem menos. Pessoas com menos confiança recorrem menos ao crédito por insegurança quanto ao futuro e à capacidade de honrar essas dívidas no médio-longo prazo. Pessoas com menos confiança procurarão poupar algo, por pouco que seja parafazer face ao futuro incerto. A redução do crédito solicitado e concedido e o aumento da poupança contribuirão para a redução do consumo.
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A figura que se segue procura ilustrar dois ciclos auto-catalíticos que se reforçam com cada passagem gerando desemprego, falências e redução da procura agregada.
A redução do consumo leva a uma redução da procura agregada mundial, o que leva a uma redução do preço das commodities. A redução do preço das matérias-primas e do consumo (aumento dos inventários) acarretará a deflação, a redução generalizada do preço dos bens (casas primeiro, outros bens duradouros e veículos motorizados depois) como se retrata na figura que se segue:
Podemos identificar mais dois ciclos auto-catalíticos:
Se o preço dos bens no próximo mês vai ser menor do que o preço dos bens hoje porquê comprar hoje? Não posso adiar a compra por mais um mês? O adiamento reforça a quebra do consumo o que reforça a queda da procura agregada e a quebra do preço das matérias-primas e... a continuação do abaixamento do preço dos bens.
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Por outro lado...
a deflação também alimenta ô aumento das falências, downsizings, layoffs, desemprego...
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A propósito há que realçar do texto de Roubini os seguintes pontos:
A - O preço do ouro, refúgio típico contra a inflação, está em queda e o mercado TIPS (Treasury Inflation-Protected Securities ) assinala que os investidores esperam que a inflação seja negativa nos próximos 5 anos.
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B - A procura agregada mundial está a colapsar nos mercados desenvolvidos e a desacelerar nos mercados emergentes (o discutido decoupling não se verifica). Atenção, o consumo interno americano é responsável por 2/3 do PIB americano... oopps!!!
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C - Existe um enorme excesso de capacidade mundial para a produção de bens industriais. Esse excesso ten tendência a aumentar à medida que baixa a procura global agregada.
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Para mim, que não sou economista, só vejo uma forma de quebrar estes ciclos... é dolorosa, penosa e não sei se demorada (talvez mais dolorosa mas menos demorada do que a que os governos têm em mente com o keynesianismo).
Antes desta crise a oferta já era superior à procura, com o colapso da procura, aumenta a oferta relativa e o rácio da figura cai para valores muito menores do que 1 (basta atentar no que está a acontecer ao preço das casas e à procura de automóveis).
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A figura que se segue é uma tentativa de explicação de como sair da deflação sem intervenção dos governos e com muita dor:
Enquanto o rácio for muito menor do que 1 estes ciclos autocatalíticos vão estar de saúde a dizimar procura e criação de riqueza. À medida que o rácio se for aproximando de 1 e a oferta se começar a conjugar equilibradamente com a procura de forma sustentada (este é um dos meus problemas com as grandes obras keynesianas, como não são investimentos reprodutivos representam uma procura artificial, assim que se retira esse combustível o rácio volta a baixar e a deflação a prolongar-se temporalmente). Com a chegada a um estado de equilibrio dinâmico entre a oferta e a procura os preços deixam de cair e as falências baixam. O retorno do consumo e de alguma inflação, aceleram o retorno do consumo e o aumento da confiança...
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Mas esta é a receita? de um engenheiro armado em feiticeiro, a tentar perceber os vectores que influenciarão a criação de cenários para as empresas nos próximos anos.
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Se há alguém que tenha escrito sobre deflação foi Ben Bernanke vamos procurar estudá-lo e trazer as suas receitas para a parte II

domingo, outubro 19, 2008

If we are lucky

A entrevista de Cavaco Silva ao semanário Expresso levanta-me algumas perplexidades.
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Uma delas é esta:
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"A questão fundamental é evitar a rarefacção do crédito às empresas e famílias."
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Nem uma palavra sobre a necessidade das famílias pouparem!
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"O maior problema de Portugal neste domínio é o do endividamento externo, que está a ser alimentado todos os anos pelo desequilíbrio das nossas contas externas que é muito elevado."
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Convido quem passar por estes postal a ler este artigo do The New York Times de ontem "Life After the Bubble: How Japan Lost a Decade":
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"By contrast, America is now, as it was then, the world’s biggest debtor nation. Just to make the United States government run we need to borrow $2 billion a day from increasingly nervous lenders overseas, including the Japanese.
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For the moment, it is in the best interest of America’s creditors to keep the spigot open, but when and if that changes, watch out. Some estimates have the federal deficit weighing in at over $750 billion next year.
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That’s not the biggest ever as a percentage of total economic output, but it’s up there; and it’s not clear how that number is going to get smaller any time soon.
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What’s more, whereas America has a negative savings rate and its citizens are neck-deep in debt, the Japanese have remained fanatical savers, frugal to a fault.
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That’s why when people ask me now if we are turning Japanese, I no longer tell them: “No Way!” Now I tell them: “If we are lucky.” "
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Também para reflectir o postal de Pedro Arroja no obrigatório Portugal Contemporâneo "Deflação"