Eu, humilde e ingenuamente, pensava que ainda restaria algum recato, que as pessoas que ocupam lugares de responsabilidade ainda exibissem algum comedimento, que ainda confiariam no bom senso.
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Quase que tenho medo de abrir um jornal pela manhã, tal é o receio de encontrar provas de que se conseguem atingir novos limites, que se conseguem abrir novas fronteiras de sem-vergonhismo e de curto-prazismo...
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They did it again!!!.
Nós todos somos culpados por permitir que gente com raciocínio ao nível dos forus radiofónicos, ocupe lugares de responsabilidade e tenha o desplante de dizer, sem receio do escrutínio da opinião pública, coisas como:
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"O fundamental, neste momento, é que haja investimento. Sob a forma de investimento público ou em articulação com o sector privado.
Já nem interessa se esse investimento é rentável ou não."
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Nós vamos pagar caro este deboche, muito, mas muito caro.
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"Já nem interessa se esse investimento é rentável ou não." Mas o que é isto?
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Será que os Gato Fedorento agora dão entrevistas ao Diário Económico?
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Não, quem profere afirmações deste calibre é, nem mais nem menos que...
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O bastonário da ordem dos economistas.
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Meus amigos economistas, se contribuiram para a eleição deste senhor para o cargo que ocupa... podem limpar as mãos à parede. Mais uma prova de que o número não é um critério infalível (
Não creio que o número ... )
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É toda uma experiência de vida que é revelada nesta frase "Já nem interessa se esse investimento é rentável ou não." Por ela ficamos a perceber a experiência pessoal profissional que o senhor Nabo tem em conseguir obter e em gastar dinheiro fácil, dinheiro que não lhe custou a ganhar (a estirpe a que o senhor Nabo pertence é a que gere empresas que se dão a luxos como este "
Portagens vão aumentar mais de 2%" indiferentes à evolução da economia real, na mesma entrevista em que se aborda o tema da possibilidade da deflação. )
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"O que é fundamental, nesta fase, é que a confiança e o optimismo regressem à economia e isso só é possível se voltar a existir liquidez no mercado."
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Como é que se fomenta a confiança, quando se sabe que esta é a cultura entranhada na mente de quem tem poder neste país?
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Os saxões singulares e colectivos vão pagar este deboche despesista, vão pagar este frenesim governamental gastador, vão pagar este estado de erecção assistida da economia de bens não transacionáveis dos amigos do governo (os normandos do costume) e dos futuros empregos dos futuros ex-ministros ("
Banca, energia, obras públicas e telecomunicações: parecem ser estes os territórios preferidos dos grandes partidos do regime. É possível que a maior parte dos homens de que se fala hoje não tenha cometido um só crime. É possível que não tenham tido, jamais, um comportamento ilícito. Mas tal se deve ao facto de as leis permitirem que se faça o que se faz. Até porque foram eles que as fizeram.") com língua de pau, com sangue, suor e lágrimas.
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Mais actual do que nunca aqueles marcadores ali em baixo. "
Os dados que o Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgou revelam que a carga fiscal dos portugueses aumentou em 2007 pelo terceiro ano consecutivo, encontrando-se em máximos de pelo menos 13 anos." apetece dizer "You Ain't Seen Nothing Yet" vai piorar, vai aumentar muito mais... por que alguém vai ter de pagar estas brincadeiras.
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Entrevista a Francisco Murteira Nabo no Diário Económico de hoje
“Já nem interessa se o investimento é rentável” assinado por Alexandra de Almeida Ferreira.
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São estas estórias revoltantes que me fazem pensar seriamente em coisas como esta:
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"O cidadão está obrigado em consciência a não seguir as prescrições das autoridades civis, quando tais prescrições são contrárias às exigências de ordem moral, aos direitos fundamentais das pessoas ou aos ensinamentos do Evangelho. A recusa de obediência às autoridades civis, quando as suas exigências são contrárias às da recta consciência, encontra a sua justificação na distinção entre o serviço de Deus e o serviço da comunidade política. "Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Mt 22, 21). "Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens" (Act 5, 29):
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Quando a autoridade pública, excedendo os limites da sua própria competência, oprime os cidadãos, estes não se recusem às exigências objectivas do bem comum; mas é-lhes lícito, dentro dos limites definidos pela lei natural e pelo Evangelho, defender os próprios direitos e os dos seus concidadãos contra o abuso dessa autoridade (GS 74, §5).
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A resistência à opressão do poder político
não recorrerá legitimamente às armas, senão nas seguintes condições: (1) no caso de violações certas, graves e prolongadas dos direitos fundamentais; (2) depois de ter esgotado todos os outros recursos; (3) sem provocar desordens piores; (4) havendo esperança fundada de êxito; (5) e não sendo possível prever razoavelmente soluções melhores". (
aqui)