sábado, outubro 13, 2012

Não atravessarão o Jordão

"A Estratégia Nacional para o Mar, delineada e aprovada em 2006, pelo Governo de José Sócrates e que se estenderia até 2016, está, neste momento, "aquém das expetativas", lamenta José Ribau Esteves.
.
Em declarações à "Vida Económica", o presidente da Oceano XXI - Associação para o Conhecimento e Economia do Mar diz esperar que o atual Governo, "que está a trabalhar na fase final da revisão dessa política, o faça bem e depressa". Porque, acrescenta, "havendo episódios positivos na execução dessa política, talvez finalmente consigamos dar um salto qualitativo à importância deste setor para a economia nacional".
Para isso, Ribau Esteves defende ser necessário fazer um "grande investimento" na primeira fase de investigação "para depois passarmos à investigação e ao desenvolvimento", nomeadamente nas áreas da biotecnologia e "em tudo aquilo que está no mar profundo". "Precisamos de conservar e criar novo emprego o mais rapidamente possível e temos ao mesmo tempo que estar a investir em áreas que daqui a 5, 10 ou 20 anos dar-nos-ão emprego e geração de riqueza".
Todavia, tão ou mais importante do que o investimento é a promoção da cultura do mar. Por isso, o responsável associativo afirma: "Por tudo isto, acredito que o mar vai ter um lugar mais importante na nossa economia num futuro próximo".
Tenho medo destes "connaisseurs"... grandes desígnios nacionais, saltos qualitativos, sectores importantes, grandes investimentos, daqui a 10 ou 20 anos...
.
Enquanto não nos livrarmos desta cultura nunca sairemos da cepa torta, é um outro Paulo Campos... vai ser a lei da vida, lentamente, a realizar essa tarefa. Talvez daqui a 2 ou 3 gerações esta casta tenha sido retirada e substituída por uma muito menos intervencionista e, que não gastando o dinheiro das pessoas, permita que sejam elas a investirem e a assumirem o risco. Sectores de ponta não são desenvolvidos por funcionários, são explorados por líderes.
.
Agora percebo o castigo de Deus ... esta gente não vai atravessar o Jordão (Dt 3, 27)... e eu também não... vai ser preciso uma purga geracional. Resta-me tentar influenciar a geração seguinte.

Trecho retirado de "Estratégia Nacional para o Mar está aquém das expetativas"

1 comentário:

Carlos Albuquerque disse...

"Sectores de ponta não são desenvolvidos por funcionários, são explorados por líderes."

Pois. Mas como é que os sectores de ponta se desenvolveram em muitos países? Quantas vezes não foram contratos militares, barreiras proteccionistas e financiamentos públicos a criar os líderes mundiais?

Era bom que o mundo fosse tão simples que os estados fossem dispensáveis. Mas onde se encontram esses maravilhosos países desenvolvidos e sem máquinas do estado?