Mostrar mensagens com a etiqueta middle-markey. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta middle-markey. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, março 23, 2010

Há que escolher!!! (parte III)

Mais um exemplo retirado do livro de Hermann Simon "Hidden Champions of the Twenty-First Century Success Strategies of Unknown World Market Leaders" que aponta para a necessidade de fazer escolhas sobre onde competir:
.
"There are three relevant providers in the market: Konrad (K), Rextar (R), and Aspen (A) (names changed by the author). The market is subdivided into four product segments and four customer segments, giving the competition map 16 cells in all. Fig. 11.10 summarizes the results of the assessment. The letter in each cell shows which company offers the greatest value to customers and is therefore typically the market leader.
.
Traditionally, all three competitors aimed to cover as much of the market as possible, being active in every segment and selling the maximum number of units in order to take advantage of economies of scale. This strategy was not particularly successful, because each company had limited resources (for R&D, distribution channels, service, and so on) and one competitor might simply offer greater customer value in a particular cell.
Market shares were fiercely contested, which in turn ruined margins. The competitors therefore started to focus. If we look at the situation shown in


Fig. 11.10, we see that the overall market leader Aspen, a genuine hidden champion, is no longer present in the two right columns of the competition map. Several years ago, Aspen, which is primarily renowned for the quality of its engines but otherwise delivers few frills, withdrew from the full-equipment and turbo/high-performance product segments. The company now concentrates on its four “natural spaces” (each shown with an A) in the two left columns, namely large and small engines for professionals and brand-oriented customers. All of its resources, from R&D to marketing and advertising, are channeled into these segments. The segments of semi-professionals and private customers are of secondary importance, unless these customers are extremely brand-oriented with a correspondingly high willingness to pay. In contrast to Aspen, Rextar and Konrad are less clearly positioned. These companies waste considerable resources on fighting for the cells in the two right-hand columns, which Aspen no longer actively pursues. Konrad is stuck in several less attractive segments and attacks Rextar in the cell of small engines for private customers, apparently to gain leadership in the entire noncommercial segment. Rextar hits back in several cells, repeatedly resulting in price wars and other forms of ruinous competition. So while Rextar and Konrad are fighting price wars in several segments, Aspen keeps its distance. Each company must respect the “natural spaces” of the others. Konrad and Rextar refrain from attacking Aspen’s natural space, while Aspen controls the competition and does not become a pawn in their game. This is the role for which a genuine hidden champion should strive."
.
E ainda há quem perceba o alcance da mensagem de Hill "As encomendas mais importantes são aquelas que recusamos"

segunda-feira, março 22, 2010

Há que escolher!!! (parte II)

Continuado.
.
Na revista Harvard Business Review de Março, encontrei um artigo de Pankaj Ghemawat "Finding Your Strategy in the New Landscape" de onde retirei este trecho:
.
"Now that the bubble has burst, many firms are being reminded that a significant portion of their global operations subtract, rather than add, economic value. This isn’t just a result of the crisis; it was true in the years leading up to the downturn. Of course, some global investments will pay off in the long run. Nevertheless, in a postbubble world, where the cost and even the availability of capital are issues, firms will need to be more ruthless about terminating long-standing loss makers—and more selective in pursuing new opportunities. Some of this selectivity can be imposed by raising hurdle rates and tightening assumptions around terminal values."
.
Leio estas palavras e recordo de imediato "Não há almoços grátis: Há que optar" de onde retirei esta imagem:
A exigência de rentabilidades superiores implicará maior pureza estratégica, implicará escolher e seleccionar onde actuar. É a única via para aumentar o nível de vida dos trabalhadores sem prejudicar a competitividade... E o que fizeram as empresas alemãs?
.
Voltando às ideias de Medina Carreira no último Plano Inclinado nada melhor que este texto "Paul Krugman's Anti-China Protectionism Is The One Big Threat To The "Muddle Through""
.
Continua.

domingo, março 21, 2010

Há que escolher!!!

A revista The McKinsey Quarterly em 2005 publicou o artigo "The vanishing middle market", também Bruce Chew no artigo "The Geometry of Competition" desenvolveu o mesmo tema.
.
O espaço competitivo em que as empresas cada vez mais competem é uma paisagem que já não dá vantagem a quem compete na média, no meio termo. Ou se é bom no nicho topo de gama, ou se é bom no grande volume de preço mais baixo e ponto.
.
Muitas empresas, apesar da abertura de fronteiras com a adesão à UE, continuaram na modorra de produzirem para os mesmos clientes de sempre, na média, para conseguir ir a todas ("Você está a dizer que é preciso dizer que não a alguns clientes?!")
.
Com a polarização dos mercados só há uma forma de agir.
.
Escolher!
.
Especializar-se na gama alta do mercado, ou especializar-se na gama baixa do mercado. (A Electrolux soube como jogar com as duas realidades ... Ah! Isto faz-me lembrar a Saloio... aqui e aqui)
.
A estrutura-base da economia alemã é composta pelas empresas pequenas que apostam no nicho da gama alta (há 20 anos interrogava-me "Como é que as empresas alemãs podem ter sucesso se são mais caras e arrogantes?" Hoje percebo muito bem. E a arrogância que eu via não era arrogância, era concentração no cliente-alvo e não entrar pela customização que o cliente não está disposto a pagar) e pelas gigantes (como a VW) normalmente concentradas no negócio do preço (comparar a diferença nos lucros entre a VW e a Porsche... bem me dizia um colega da indústria automóvel, há cerca de 15 anos "A industria automóvel é a indústria do tostão")
.
Voltando ao livro de Hermann Simon "Hidden Champions of the Twenty-First Century":
.
"Numerous hidden champions take their market definitions even further and specialize in extremely narrow niches. Some “create” their markets so that there are no real competitors and they have 100% market share. The list of such companies adds up to hundreds."
.
Especialização é a receita, e especialização é uma outra forma de identificar e concentrar tudo no cliente-alvo.
.
Na base da especialização estão abordagens como:
  • "patent protection,
  • powerful trademark or logo,
  • intensive relationships and familiarity with customers, and
  • artistic designs with frequent updates."
Especialização não é volume:
.
"Superniches limit growth opportunities and make the deliberate decision not to grow, ..., an obvious choice. Size and niche can conflict with one another."
.
Não é preciso ser gigante.
.
Perante este cenário o que é que aconteceu, os alemães colhem o mercado da gama alta e os chineses o da gama baixa. As empresas que não se especializam... ficam presas e atoladas no pântano do mercado do meio-termo e levam porrada de um lado e do outro.
.
A teoria de Helena Garrido, de Vitor Bento e de Daniel Amaral entre outros é que é preciso baixar salários... para competir com os chineses.
.
A teoria de Medina Carreira ontem no Plano Inclinado é a do proteccionismo...
.
Não resulta!

terça-feira, março 17, 2009

Mais do que nunca concentrar, focar.

Ram Charan esteve ontem em Lisboa.
.
Segundo o Público de hoje:
.
"as empresas precisam agora, mais do que nunca, de fortalecer o foco do seu negócio. "É isso que vai tornar a empresa mais forte quando a tempestade passar", diz o guru. Depois, é preciso cortar custos, de modo a gerar recursos suficientes para inovar. "Se só se cortarem custos e não se fizer esforço de inovação, condena-se a empresa", ".
.
Não mudou nada de fundamental, ficou foi mais difícil, muito mais, vender.
.
Perante o reforço da polarização do mercado e da migração do valor há que fortalecer o foco do negócio.
.
Quem é o cliente-alvo?
.
Onde está?
.
Qual a proposta de valor?
.
O que devemos abandonar?
.
Charan chama a atenção para "liderar numa era em que a questão já não é fazer a empresa crescer mas sim garantir que tem dinheiro para continuar viva"

domingo, março 08, 2009

Exemplo da polarização dos mercados

Ontem escrevi:
.
De certeza que a esta migração de valor em curso vai, está a criar, está a destruir, está a reconfigurar os diferentes grupos de clientes-alvo... que novas oportunidades estarão à espera de ser descobertas?
.
Depois, durante o meu jogging, dei comigo a fazer a analogia entre o fim dos dinossauros e a crise actual.
.
Foi o fim dos dinossauros... mas o novo ambiente libertou espaço para que novas espécies, novas hipóteses experimentassem o palco que ficou livre.
.
Escrevo tudo isto a propósito das prateleiras da distribuição; o que se passa nas prateleiras de um hipermercado a uma alta velocidade é um indicador avançado do que se vai passar mais tarde no resto da economia. Assim, podemos olhar para os hipermercados como cobaias de laboratório.
.
Encontrei no Telegraph e no Guardian uns exemplos actuais da migração de valor em curso e sobretudo da polarização do mercado:
.
"Waitrose brings out budget range for recession-hit middle classes": "However, next week it will launch its 'essential Waitrose' range in an attempt to win over customers that have abandoned the chain in favour of cheaper outlets such as Asda or even Lidl and Aldi."
.
"Asda wins out as shoppers go in search of bargains": "The grocers viewed as the best for bargains are continuing to soar ahead of their rivals as shoppers search for ways to cut their weekly food bills."
.
Em simultâneo temos "Net-a-Porter wears its success well": "Insiders said that sales at the upmarket fashion business in the year ending January 2009 rose by more than 50pc to around £85m. Margins also improved with a pre-tax profit rise in the region of 300pc to more than £9m. "

sábado, março 07, 2009

No meio não está a virtude, ou seja, não vale guterrear

Há dias escrevi neste espaço:
.
A crise em curso, em boa verdade, não veio trazer novos factores ao cenário.
A crise em curso apenas veio exacerbar as forças, as correntes que já estavam em curso e alterar as fronteiras do meio-termo.
A crise em curso veio alargar as fronteiras do que é o meio-termo pantanoso e traiçoeiro.
A crise em curso veio reforçar a polarização do mercado que já estava em curso, basta recordar The vanishing middle-market.
.
Tendo em conta o que se passa para os consumidores na óptica de Silverstein:
.
"Ao mesmo tempo que essa classe média (fatia mais importante para a maioria das empresas) aspira ao "trading up", cria estratégias de "trading down". Isto é, esses consumidores já não querem o produto de qualidade média, a preço razoável. Preferem comprar um relógio de luxo e equilibrar o orçamento abastecendo a despensa de marcas brancas. É esta a "caça ao tesouro" a que se dedicam e fica o aviso às empresas: já não é no meio que está a virtude, pelo que as que aí estão posicionadas têm de "subir" ou "descer" para não morrerem. "O que fica no segmento intermédio está a ficar sem interesse", sentencia."
.
Não será de esperar o mesmo no B2B? Olhando para as correntes em jogo...
... e reflectindo sobre afirmações deste tipo:
.
"Acha que os problemas de liquidez se vão manter por muito mais tempo?
Acho que sim. Porque, como disse, num plano temos a crise financeira, e logo por baixo dessa temos uma crise ainda mais importante, que é a alavancagem em que o sistema mundial funcionou. O que é que quero dizer? Temos vivido a crédito nos últimos anos, nos EUA, na Europa. Na China e no Japão, a poupança é enorme. Na China, a poupança é de quase 40 por cento, na Europa é de menos de 10 por cento, nos EUA chegou a dois por cento e estava em risco de se tornar negativa. As pessoas estão a viver a crédito nos últimos dez anos. Não é só um problema de confiança, mas de ajustar os níveis de despesa aos níveis de produção."
.
Se o crédito acaba, se o day of reckoning chega para que sejam pagas as dívidas. Terá de haver menos consumo, então, a sobre-capacidade que já existia vai tornar-se em sobre-sobre-capacidade.
.
Como ultrapassar a situação?
.
Muitas empresas não o vão conseguir ponto!
.
As eleitas serão aquelas que vão olhar para o mercado, e isolar grupos específicos, os clientes-alvo, e vão transformar-se para ir ao seu encontro. Não no meio termo, mas fazendo opções: ou preço, ou diferenciação.
.
Cada vez mais ressoam na minha cabeça as quatro questões que Mauborgne e Chan Kim colocam no livro ""Blue Ocean Strategy":
.
"Which of the factors that the industry takes for granted should be eliminated?
.
Which factores should be reduced well bellow the industry's standard?
.
Which factores should be raised well above the industry's standard?
.
Which factores should be created that the industry has never offered?
.
De certeza que a esta migração de valor em curso vai, está a criar, está a destruir, está a reconfigurar os diferentes grupos de clientes-alvo... que novas oportunidades estarão à espera de ser descobertas?
.
Trecho retirado da entrevista de João Salgueiro ao Público de hoje.

domingo, janeiro 11, 2009

The vanishing middle market

Esta crise talvez não tenha criado nada de realmente novo no mundo dos negócios!
.
Custa-me a engolir esta afirmação ... talvez a ideia ainda não esteja bem trabalhada.
.
Talvez esta crise em que estamos mergulhados a nível mundial não tenha feito mais do que acelerar algo que já estava em curso.
.
Ao ler este artigo "In New York, No Crisis for Niche Manufacturers" lembrei-me logo de Suzanne Berger e sobretudo de " “The vanishing middle market” (Porque não podemos ser uma Arca de Noé! (II) ).
.
"But in recent years, small manufacturers like Bien Hecho (Spanish for “well made”) have been on the rise, making products for niche markets and wealthy customers. And now, even as the broader economy is suffering, many of those manufacturers are proving surprisingly resilient, city officials and economic analysts say."
...
"“For a lot of the niche manufacturers, including those that are broadly appealing to the high-end market, they may be doing O.K.”"
...
"In Brooklyn, the number of jobs for niche manufacturers, which are not only small but also tend to have local clients, rose by 17 percent between 2001 and 2007, said James Parrott, the chief economist of the Fiscal Policy Institute. In the same period, the number for manufacturers making products for mass markets declined by 48 percent. "
.
Em simultâneo no mesmo jornal "At McDonald’s, the Happiest Meal Is Hot Profits"
.
"As of November, the latest data available, the company had delivered 55 consecutive months of increases in global same-store sales. During a year when the stock market lost a third of its value — its worst performance since The Great Depression — shares of McDonald’s gained nearly 6 percent, making the company one of only two in the Dow Jones industrial average whose share price rose in 2008. (The other was Wal-Mart.)"
.
A crise só veio acelerar algo que estava em curso, o fim do mercado do meio-termo.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Quando se acorda atolado num pântano de indefinição...

Há meses, chamamos a atenção para um fabuloso artigo da revista “The McKinsey Quarterly” sobre o desaparecimento do mercado do meio termo.

O numero 4 de 2006, da revista “The McKinsey Quarterly” surge agora, com uma interessante entrevista com Hans Straberg, o CEO da Electrolux: “Escaping the middle-market trap: An interview with the CEO of Electrolux”

Strabeg chama a atenção para o facto de “In major appliances, over the past 15 or 20 years, people have doubled the amount they spend on their homes.” … “This general trend coincided with globalization, which opened up the possibility of new, lower-cost manufacturers in emerging economies coming onstream. These parallel developments drove apart two segments of the market – call them the premium end and the value end.”

Os produtos da Electrolux não pertenciam a nenhum destes extremos, estavam no meio, no mercado do meio (produtos nem muito baratos, nem muito caros), o mercado que precisamente… estava a desaparecer, ver gráficos eloquentes no artigo acima referido. Segundo Straberg: “In my mind, the middle market – the stomping grounds of Electrolux – was on the verge of disappearing.”

Para fazer face à nova realidade, a empresa teve de repensar quem são os clientes-alvo e quais as suas necessidades, teve de fazer o seu perfil. Seguir à risca a frase que aqui registamos ontem: “Strategy based upon the customer as the unit of value. Not factories, not databases or products, but customers.”

Segundo Straberg: “Now our segmentation has as many as 20 product positions that relate directly to the lifestyle and purchasing patterns of different consumers.” Por exemplo “Catherine, Anna, Maria, or Monica

Ou seja, primeiro: concentração no cliente. Depois, ajustar, optimizar o modelo do negócio, de forma a produzir normalmente clientes satisfeitos. A Electrolux decidiu jogar nos dois extremos do tabuleiro (clientes do preço-baixo e clientes do preço-prémio). Como? A figura 8 deste artigo, mostra o perigo de querer trabalhar em mais do que uma proposta de valor em simultâneo.
Straberg responde: “At first, I thought we needed to decide whether to compete with commodity-like offerings or to deliver higher-value products. But after some deep soul-searching, we decide we could still make money in both ends if we separated our business models for the two ends of the market. Dividing the sales force is one example of what I mean when I talk about different business models.” … “The same sales force usually can’t handle both of those roles.” Assim, como diferentes fábricas (na Alemanha, na Polónia,…) , cada uma dedicada a um tipo diferente de mercado.
A revista por fim, pergunta a Straberg que conselho daria a uma empresa enterrada no pântano do mercado do meio, a sua resposta é: “Start with consumers and understand what their latent needs are and what problems they experience.”