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terça-feira, outubro 24, 2017

Uns fazem, outros queixam-se!

Uma notícia interessante, "Castanha da Beira Alta lança marca própria", leio no Caderno de Economia do semanário Expresso de 7 de outubro último:
"Este ano, com uma novidade: a empresa, gerida por dois irmãos e que fatura anualmente 11 milhões,  vaira lançar uma marca especifica, a Saudade, para diferenciar a martainha, produzida em Sernancelhe e em todos os concelhos limítrofes que constituem a área geográfica com classificação Castanha dos Soutos da Lapa, de Denominação de Origem Protegida (DOP). "Nos últimos anos, percebemos que esta variedade estava a ser muito valorizada, no mercado nacional mas sobretudo nos países para onde exportamos, pelos distribuidores e assadores. O problema é que, na hora de comprar, não há nada que diga a estes clientes o que estão a comprar, que diferencie este produto sazonal, de alta qualidade, de outras variedades. Uma castanha parece-se sempre com outra castanha.
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A insígnia Saudade — Sabores do Coração, que será apresentada em Madrid, durante a Fruit Attraction, uma das principais feiras empresariais de frutas e legumes da Europa
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Além de querer ir ao encontro do consumidor português, "que vai passar a ir ao supermercado e a saber o tipo de castanha que está, de facto, a comprar", a insígnia pretende comunicar diferenciação deste produto a mercados como Alemanha, França, Suíça, Luxemburgo, Itália, Espanha, Estados Uni-dos e Canada—geografias onde a Frusantos, que exporta mais de 50% da sua produção, está presente, O lançamento de uma marca própria faz parte do projecto de internacionalização..."
Um exemplo interessante: criação de uma marca, aposta na diferenciação, internacionalização e participação em feiras.

Uns fazem, outros queixam-se!

quinta-feira, outubro 16, 2014

Curiosidade do dia

"Um grupo internacional de capitais maioritariamente chineses instalou-se em Vinhais, a zona onde se concentra a maior parte da produção portuguesa de castanha, com uma unidade que vai recolher e comercializar para o mercado europeu.
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A perspetiva avançada pela representante local é de que a unidade de Vinhais passe no futuro a assegurar o milhão de quilos de castanha que é processado anualmente em França.
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A perspetiva avançada é da criação de 14 postos de trabalho e de no próximo ano começar também a trabalhar para o mercado do congelado.
Para combater a sazonalidade desta produção, os investidores avançam que pretendem explorar outros produtos da região, nomeadamente os frutos vermelhos para poder laborar durante todo o ano.
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A zona de Vinhais, na Terra Fria Transmontana concentra quase metade da castanha nacional, com uma produção anual que ronda as 15 mil toneladas.
Embora o produto mais emblemático do concelho seja o tradicional fumeiro, a castanha é a que tem maior peso económico, com a autarquia local a estimar que a área atual de souto, incluindo novos castanheiros, tem um potencial que ascenderá no futuro a 26 milhões de euros só na venda direta do fruto."
A aposta na riqueza tradicional, a tal que os doutores de Lesboa consideram... fatela.
Trechos retirados de "Chineses investem em castanha de Vinhais para entrar no mercado europeu"

terça-feira, novembro 05, 2013

Para reflectir, sobre a riqueza da terra

Este texto "Castanhas "dão dinheiro" e compensam viagem de avião" é muito interessante:
"São cada vez mais os emigrantes portugueses a tirar férias nesta época do ano, para vir à terra apanhar as castanhas.
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 É o caso de António Carlos. Veio do Rio de Janeiro, Brasil, com a esposa, para apanhar as castanhas da família, tarefa que reparte com a cunhada, também emigrante.
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“Eu tiro férias nesta época porque tenho de apanhar as castanhas que eram dos meus sogros. É assim! De dois em dois anos, vimos aqui - um ano vem a minha cunhada, outro ano vem a gente”, refere à Renascença o emigrante.
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António Carlos é dentista e a esposa engenheira. Nem um nem outro percebem de agricultura, mas querem manter a herança e a tradição.  Não estão habituados ao frio da serra nem às picadelas dos ouriços, por isso contratam trabalhadores.
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O fruto de Outono é rentável. Apesar das despesas, incluindo as passagens de avião, o emigrante não tem dúvidas em afirmar que “compensa vir aqui, com este frio, apanhar a castanha. Além disso, é uma forma de mantermos a propriedade, já que foi uma lembrança de família”.
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Alfredo Alves veio de França com a esposa. Vieram para apanhar a “meia-dúzia” de castanhas que têm por Trás-os-Montes. Asseguram que o que gastam nas viagens não traz prejuízo. “Se não desse, não vínhamos”, garante."

sexta-feira, novembro 01, 2013

O exemplo da castanha

"Castanha atrai investimento de 10 milhões de euros"
"Em 2012, a castanha contribuiu com 17,5 milhões de euros para as exportações portuguesas e, segundo Manuel Cardoso, diretor regional de Agricultura e Pescas do Norte, é "o único setor que, neste momento, está a fazer com que haja incorporação de capital estrangeiro nos investimentos na região".
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Hoje em dia, a castanha é aceite no mercado como um "artigo de luxo" e aquela que é produzida na região de Trás-os-Montes destina-se essencialmente à exportação para países como Itália, Brasil, França, Suíça, Canadá, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Espanha, Angola, Estados Unidos da América, Áustria, Cabo Verde, entre outros."
Recordar "E assim, na boa, os produtores facturam entre 22,5 a 45 milhões de euros..."
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Notar:
"Fazendo uma análise dinâmica sobre a evolução do comércio português de frutos, constata-se que a castanha é o fruto que tem o maior valor líquido nas exportações portuguesas."
Trecho retirado de "A Fileira da castanha: situação actual dos mercados"

sábado, outubro 27, 2012

A riqueza da terra

Só a morte é irreversível...
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No resto, tudo depende da perspectiva, para uns o copo está meio vazio, para outros está meio cheio.
"A castanha atraiu para o pequeno município de Vinhais, no Nordeste Transmontano, um investimento estrangeiro superior a quatro milhões de euros e a criação de 50 postos de trabalho, num investimento francês, anunciou hoje o autarca local."
Como aqui se defende no blogue há muito tempo, há riqueza por criar ao voltar à terra, não para uma agricultura de subsistência mas para uma agricultura que tira partido das nossa vantagens climáticas e geográficas.
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Só que a minha visão de estratega põe-me em rota de colisão mental com o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural:
"Daniel Capelo viu "uma pequena empresa que pegava na amêndoa com um valor de aquisição de meio euro o quilo e transformava-a num produto com valor final de venda de 50 euros o quilo".
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O governante sublinhou a necessidade de "aproveitar estas mais valias" dos produtos de qualidade, porque "é importante para as regiões, para as famílias e para o próprio país reduzir a dependência alimentar do exterior", cuja balança apresenta "um desequilíbrio de mais de 3.000 milhões de euros""
A menos que os portugueses mudem de dieta alimentar, ou que grasse a fome generalizada, Portugal não vai reduzir a dependência alimentar do exterior, e só perderíamos se tentássemos ser auto-suficientes no trigo, por exemplo. Obrigaríamos os portugueses a comprar trigo nacional, sempre insuficiente, a preços loucos, quando podemos comprar trigo muito mais barato a países com extensões e clima mais adequado (o velho Ricardo sempre vivo).
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A minha proposta é outra, onde podemos fazer a diferença? Onde podemos ganhar dinheiro a sério aproveitando uma vantagem?
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Para quem regressa à terra dos antepassados muitas vezes a resposta à pergunta "O que fazer?" pode estar na tradição:
Quem somos (como espaço geográfico-cultural-climático)? O que nos diferenciava?
Acrescentando uma grande diferença: apostar forte na selecção dos clientes-alvo e dos canais de distribuição que interessam. Apostar forte no marketing, na história, na mística da região. Fugir, como o diabo da cruz, do "escoamento" tradicional... falamos de arte a sério e não de vómito industrial.

Trechos retirados de "Castanha atraiu quatro milhões de euros de investimento e 50 empregos em Vinhais"