Um tema relacionado com alguns postais publicados aqui no blog na última semana:
O que é que um cenário destes está a pedir:
- Aumento dos preços, o aumento da procura por mobiliário nacional é um sintoma de que a relação qualidade/preço está desequilibrada;
- Aumento dos salários para atrair mais gente para o sector.
"nature evolves away from constraints, not toward goals"O meu lado ingénuo e optimista escreveu aqui no blogue:
“Quando a falta de trabalhadores obriga os salários a subirem mais do que a produtividade, as empresas começam a trilhar um caminho perigoso. A minha visão optimista apontou logo a alternativa, subir na escala de valor para que a produtividade aumente mais depressa do que os salários. Ainda recentemente escrevi "Mudar e anichar"”O título do postal onde escrevi este trecho foi “Uma bofetada que recebo como um aviso”.
Porquê bofetada? Por causa da minha ingenuidade, por causa das raposas trazidas para caçar coelhos australianos. Qual a forma de resolver o cenário lá de cima sem subir na escala de valor e sem aumentar salários? Importar trabalhadores da Ásia.
Assim, abro a porta a outras citações do texto do JdN:
Julgo que estas últimas citações vêm tornar a situação menos linear. E para complicar as coisas acrescento outra que me faz espécie:
Pena que o JdN não tenha entrevistado trabalhadores para ter uma visão mais abrangente do contexto.
Custa-me a crer que não haja interessados em entrar numa profissão que pode vir a pagar 2 mil euros por mês limpos. Reparem na resposta à pergunta. O jornalista mostra surpresa por a esse preço não se conseguirem contratar pessoas. E na resposta o presidente da associação do sector explica que não se encontram porque o sector paga bem... há aqui qualquer coisa que não consigo processar. Parece ao nível do antigo presidente da câmara de Guimarães em 2008.
2 comentários:
Pois, mas se "apostou no valor acrescentado do produto" - como exprima a resposta do empresário - e na realidade o valor acrescentado é pouco (se nos concentrarmos nos números do Carlos (Laskasas), ou se trata de um modelo de negócio completamente diferente ou o empresário está a mentir (relativamente aos 2 000 euros).
São essas duas incongruências:
* apostar no "valor acrescentado" e só facturar 55 mil euros por trabalhador - parece-me pouco
* não encontram trabalhadores porque pagam 2 mil euros líquidos - come on, isto traz água no bico
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