domingo, novembro 16, 2014

Os consultores falam mas quem tem de decidir são os empresários

Esta semana, empresa que apoiei na implementação do seu sistema de gestão da qualidade, convidou-me para analisar a acta da última revisão do sistema pela gestão.
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A certa altura, encontro algo deste género:
  • Objectivo da qualidade para 2014 - aumentar o volume de vendas em 8%
  • Desempenho real até ao final de Outubro de 2014 - aumento do volume de vendas em 3%
  • Objectivo da qualidade para 2015 - aumentar o volume de vendas em 5%
Disparei logo, por instinto, aquilo que me vem à cabeça quando vejo um objectivo proclamado:
- O que é que vão fazer de diferente face a 2014? Qual é o Vosso plano para chegar aos 5% se este ano chegaram apenas aos 3%?
Resposta à queima-roupa do sócio-gerente:
- Vamos aumentar preços!
Perante esta resposta, que há um ano era impensável ouvir, mentalmente, disse:
- Aleluia!!!
Este ano, vários acontecimentos permitiram à empresa perceber... ganhar confiança sobre a sua percepção acerca da sua vantagem competitiva. Os consultores falam mas quem tem de decidir são os empresários.
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E, para cúmulo, o sócio-gerente, até ensaiou uma descrição de quem são clientes-alvo da empresa e porquê.
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Estão a imaginar o que vai acontecer aos lucros da empresa? Basta recordar Rosiello.

1 comentário:

Bruno Fonseca disse...

curiosamente na semana passada verifiquei algo num hipermercado e surgiu-me uma questão que gostaria de discutir consigo.

fui ao Continente às compras, por causa da casa, e comprei uma série de artigos que por norma não procuro, especialmente utilidades domésticas.

e verifiquei que dentro do hiper, que está cheio por todo o lado de produtos de marca branca ou marca do Continente (tipo a Kasa), existem alguns "nihcos", alguns corners quase de empresas bastante conhecidas do público. do que encontrei, as que mais se destacaram eram mesmo a Domplex, a Fapil e a Ivo Cutelarias. tinham quase um espaço para elas, com tudo a dizer Fapil, com os produtos a terem destacado o "made in Portugal" e plásticos a dizerem a marca.
é curioso, porque apesar de estarem a vender numa grande superficie, na verdade estão a destacar claramente a sua própria marca, ou seja, parece-me que a marca/produto fica valorizado.

naturalmente, falamos de marca com "peso", reconhecidas no mercado, e que para o próprio Continente pode ser interessante esta associação.

por acaso no caso dos plásticos estive a verificar e a linha de produtos Kasa também é fabricada em Portugal, não sei se efectivamente será a Domplex a fazer ambas as linhas, não tenho ideia.

é complicado dizer se é boa ou má estratégia na medida em que não sabemos as margens que estão a ser aplicadas, mas é algo que me parece que há alguns anos atrás era dificil, na medida em que a marca branca ia "inundar", mas hoje não será já tanto assim.

um bom exemplo é o Minipreço. nos produtos alimentares, a maior parte das vezes, aparece identificado o produtor. por exemplo, no queijo que volta e meia vou lá comprar aparece marca Dia, mas "produzido para Dia, S.a. por Lacticinios do Paiva". e isto encontra-se em vários tipos de produtos, e parece-me que é algo que valoriza o próprio Supermercado.

abraço!