sábado, outubro 11, 2014

Consequências do crescimento dos sectores tradicionais

Quando olhamos para o acumulado das exportações portuguesas nos primeiros 8 meses de 2014, e o comparamos com o período homólogo de 2013, podemos perceber que houve um crescimento de 0,6%.
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Confesso que ultimamente não tenho olhado para estes números com muita atenção, por isso, embalado pela música dos media, estava à espera de um valor substancialmente mais baixo. Contudo, o ponto que queria salientar é este, enquanto as empresas grandes que exportam, no acumulado dos oito primeiros meses do ano, estão a ter um 2014 menos bom que 2013. As empresas dos sectores tradicionais continuam com desempenhos deste tipo:
"Nos primeiros oito meses do ano, as vendas do sector [Moi ici: Têxtil] no estrangeiro aumentaram 9,4%, atingindo os 3.128 milhões de euros."
"no primeiro semestre de 2014 já registaram uma subida de 12%."[Moi ici: Calçado]
Pela sua natureza, as empresas dos sectores tradicionais precisam de pessoas:
"No presente ano, a tendência de crescimento já levou à criação de 600 novos postos de trabalho e ao esgotamento da mão-de-obra disponível nas principais zonas de implementação da indústria (S. João da Madeira, Felgueiras e Santa Maria da Feira). Os agentes do calçado têm, por isso, optado pelo interior do país para implementar unidades fabris que permitam complementar o trabalho das “instalações mãe”. “Paredes de Coura, Viana do Castelo, Celorico de Basto, Castelo de Paiva, Mondim de Basto e Pinhel” " 
As empresas grandes, que têm um impacte grande no agregado das exportações e que, porque assentam em modelos de negócio baseados na eficiência, não precisam de pessoas (veja-se a mensagem lúcida de Daniel Bessa ""Se indústria florestal acha que missão é criar emprego está a criar a sua própria sepultura"" [Moi ici: De eficiência percebe ele] não criam emprego com a mesma facilidade. Aliás, pelo seu modelo de competição, cada unidade vendida requer cada vez menos gente.
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Assim, percebo melhor como é que o desemprego tem baixado ao longo do ano. No agregado, a melhoria não tem sido muita. Contudo, quando se faz a análise granular, percebe-se que as indústrias tradicionais crescem por si e pela queda das grandes e isso traduz-se em muito mais emprego do que se o crescimento fosse só das grandes.

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