segunda-feira, julho 06, 2009

Que resultados para a inovação (parte II)

Em tempos (Novembro de 2006) escrevi "Que resultados para a INOVAÇÃO?"
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Acerca do, então, projecto de norma prNP 4457 sobre a "Gestão da Investigação Desenvolvimento e Inovação - Requisitos do Sistema de Gestão da Investigação Desenvolvimento e Inovação, onde aproveitava para criticar a falta de concentração em objectivos, a demasiada importância dada ao PDCA em detrimento do CAPD.
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Pois bem, aconselho a leitura de "TQM, ISO 9000, Six Sigma: Do Process Management Programs Discourage Innovation?”" onde se pode ler:
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"Benner and Tushman examined the photography and paint industries from 1980 to 1999, choosing these two industries for differences in their competitive arenas. "Photography was undergoing major change. It was a turbulent environment and there was a potential need for innovation," says Benner, referring to the move from chemical-based film to digital technology. "Paint was focused on cost reductions. It was trying to reduce solvents in paint as opposed to developing wacky new stuff."

The authors looked at the number of ISO 9000 quality program certifications obtained by the paint and photography firms, the numbers of patents issued to the firms and "the extent to which a firm's patenting efforts built on knowledge it had used in previous patents." In photography, increased ISO certifications were associated with "a significant decline in the number of patents that were based entirely on knowledge new to the firm." In paint, the effect was not as strong but echoed the photography industry's disappointing experience. The results suggest, the authors write, "that in both the paint and photography industries, as process management activities increase, exploitation increases at the expense of exploratory innovations." (a propósito de exploitation e exploration não esquecer James March).
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Espero amanhã voltar ao resto do artigo com a recordação de outro postal escrito em Junho de 2007 "Não culpem a caneta quando a culpa é de quem escreve!"
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3 comentários:

Jose Silva disse...

Caro CCZ,

Estivemos para avançar com a NP4457. Felizmente cancelamos.

Por cá o problema é mesmo a burocracia que a ISO9000 e futuramente a ISO22000/BRC-IoP) provoca caso seja baseada em Word e Excel. O desafio está em integra-la no SI de apoio às operações.

EM termos de inovação e I&D o problema está mesmo em conseguir justificar a existência de uma unidade ou pessoa que à partida não produz nada e que necessita do escasso tempo de processamento da gerência para o acompanhamento respectivo. Alem do mais na I&D ou nas TIs os técnicos sabem sempre muito mais do que qualquer gerência o que torna ainda mais desconfortável a decisão.

CCz disse...

Caro José Silva,
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IMHO, julgo que o problema é indiferente ao uso do Excel e/ou Word e/ou integração no SI de uma organização.
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Situo o problema mais nos consultores, auditores e gestores que fazem da aplicação das normas uma fotografia do que se faz e se preocupam, de boa-fé na conformidade, quando, à luz da definição de sistema de gestão, se deviam concentrar no desempenho, na obtenção de resultados.
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Bem, a norma também tem algumas falhas que volta e meia chamo a atenção por aqui, como por exemplo: não refere os conceitos de proposta de valor e de clientes-alvo; ou preocupa-se em responder aos clientes e não faz qualquer referência à conquista de clientes.
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Falta-lhe negócio nos seus requisitos

CCz disse...

"Alem do mais na I&D ou nas TIs os técnicos sabem sempre muito mais do que qualquer gerência o que torna ainda mais desconfortável a decisão."
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Sim, mas os técnicos têm de trabalhar dentro de balizas estratégicas, e essas só a gerência tem autoridade para decidir.
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