Palavras para quê...
domingo, novembro 25, 2007
Aula # 7
4º ano de Engenharia do Ambiente, da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa
Módulo: Sistemas de Gestão Ambiental
Última aula: acetatos podem ser encontrados aqui
Para o exame basta estudar os acetatos, a norma ISO 14001, e estar atento aos exercícios realizados nas aulas.
Para quem quiser ir mais além, agora ou no futuro, deixo estas referências bibliográficas:
- “Achieving Environmental Standards” (não patrocino nenhuma livraria, só recorro às que primeiro aparecem no Google);
- “ISO 14000 Road Map to Registration”;
- “Installing Environmental Management Systems”;
- “ISO 14001 Implementation Manual”;
- “EMAS Tool Kit for SMEs” (disponível gratuitamente, basta fazer o download);
a; b; c; d; e.
Apesar de um pouco desactualizados, porque são de 2002 e a nova versão da norma é de 2004, o essencial está lá, e pode servir de referencial (esperemos que útil) para um trabalho de campo futuro.
Atenção!!! Hoje, tenho um certo receio deste tipo de abordagem porque promove uma visão dos Sistemas de Gestão Ambiental, como um conjunto de respostas às cláusulas da norma. E espero ter demonstrado que um sistema é mais, muito mais do que uma amálgama de respostas individuais, um sistema é mais do que a simples soma dos seus componentes.
Como tentei demonstrar nesta figura.
Votos de sucesso!!!
Pós-Graduação: Gestão de Organizações e Desenvolvimento Sustentável
Pós-Graduação: Gestão de Organizações e Desenvolvimento Sustentável
Acetatos das sétima e oitava sessões, podem ser encontrados aqui.
A declaração ambiental de uma produtora de energia hidroeléctrica, aqui e para o produto torneira aqui.
As PME’s, sem capacidade para avançarem para declarações ambientais completas, podem optar pelo esquema simplificado StepWise EPD, informação complementar aqui, com exemplos de declarações aqui (chamo a atenção para as empresas portuguesas).
Um documento base que relaciona a avaliação do ciclo de vida e as declarações ambientais aqui.
Licenciamento Ambiental e Prevenção e Controlo Integrado da Poluição:
Legislação aqui e Guia de Apoio ao Preenchimento do Formulário aqui. Formulário que as empresas abrangidas têm de preencher aqui.
Neste endereço podemos aceder à lista de BREF’s com as Melhores Tecnologias Disponíveis.
Uma página onde podemos aceder a uma série de licenças ambientais emitidas na região centro, para empresas portuguesas aqui. Um exemplo de uma licença ambiental aqui.
Quanto à proposta de trabalho final, aqui está ela
By the way, só por curiosidade aqui vai o documento que revolucionou a minha forma de encarar as auditorias internas, após certificação.
Agradeço a Vossa colaboração, participação e curiosidade.
Também se chama Sakamoto
Em vez de Ryuichi chma-se Maaya.
Fez-me voltar ao tempo em que trabalhava com japoneses, ao tempo em que aprendia japonês e o alfabeto katakana: Konishiwa! Watashi wa Karuro Kurushu desu! Watashi wa portugaro-jin desu.
Super fácil de aprender, super plástica, verbos ainda mais fáceis que os ingleses...
Ainda hoje uso o shotomate kudasai (um momento por favor).
Os japoneses falam tanto com as palavras como com as expressões do rosto...
A viagem nocturna de comboio entre Kyoto e Tókio, os camiões japoneses cheios de penduricalhos brilhantes, as mulheres mais produzidas do mundo na Ghinza, as casas de jogo pachinko cheias e repletas de fumo, os restaurantes com os modelos plásticos da comida na montra, os legumes panados, os cantos e becos escuros com máquinas de fornecimento automático de bebidas intactas e sem sinal de vandalismo, os jardins do palácio imperial de Kyoto, as serigrafias japonesas, os miúdos com o uniforme escolar e os velhotes que nos interpelavam noi meio da rua para aceitarmos entrar numa fotografia com eles. A procissão, o festival anual de Kyoto, os templos com os seus milhares de budas e jardins... sem palavras
Tropeçar na criação de valor
Neste postal pode ler-se:
“… pressões para que a produtividade no país seja melhorada - e se produza mais pelo mesmo custo, ou se produza o mesmo a mais baixo custo.”
Esta é a visão típica de quem só olha para os números, de quem segue uma abordagem protestante da vida (ver este outro postal de Pedro Arroja). Quem só conhece rácios financeiros só consegue olhar para a equação da produtividade e ver duas alternativas: produzir mais peças pelo mesmo custo, ou produzir as mesmas peças a um custo mais baixo.
Quem conhece o mercado dos seus produtos e serviços, quem conhece os clientes dos seus produtos e serviços, e tem um caso amoroso com esses seus produtos e serviços, pode vir a descobrir que existe uma outra alternativa, espectacular, porque muito mais poderosa que as outras duas, para aumentar a produtividade, para dar saltos de produtividade. Para isso há que apelar ao lado direito do cérebro, ao lado criativo, ou como diz Pedro Arroja, o lado católico. A criatividade permite partir, rebentar as grilhetas, as algemas limitativas dos custos, e descobrir um mundo novo o mundo da criação de valor, o infinito mundo da criação de valor. Nesse novo mundo, a produtividade aumenta, mesmo que aumentem os custos, desde que eu produza peças diferentes, peças com maior valor acrescentado, peças tão diferentes e atractivas, que os clientes estão dispostos a pagar mais por essa diferença e atracção. E se a minha empresa se especializar nisso, ou seja, se a minha empresa aprender a criar novidades atraentes e diferentes com alguma regularidade, vou começar a vender produtos cada vez mais caros, porque o mercado premeia a diferença, e vou poder premiar os meus colaboradores, e vou deixar de enganar os meus fornecedores, e de recorrer a expedientes típicos de quem vive tempo emprestado.
Quando não vendo produtos diferentes, é tudo igual… quando é tudo igual, o critério de compra dos clientes é o preço, o preço mais baixo.
A descoberta do mundo novo do valor não pode ser decretada por um qualquer governo, tem de ser uma descoberta pessoal de cada empresa, de cada gestor. Apesar de tudo ela vai acontecendo, basta atentar no calçado (A produtividade física - pares por número de trabalhadores -, entre 1974 e 2005, cresceu 15% e o valor bruto da produção por trabalhador aumentou 33%, apesar de não acreditar que as razões aventadas na entrevista sejam as mais importantes,). IMHO, o que era importante era que as barreiras à entrada de novos empresários fossem menores (o que implicaria, por exemplo, impostos mais baixos, para que o risco fosse menor), e as barreiras à saída fossem diminuídas, nada de subsídios ou apoios, nada de soro, quem não é capaz de seduzir o mercado tem de sair, sem apelo nem agravo… é a vida. Para que a evolução funcionasse rapidamente e premiasse quem tropeçasse (literalmente) na opção de aposta na criação de valor, até que o truque se contagiasse a uma massa crítica de empresas e assim, emergisse uma nova economia, uma que funcionasse com os dois lados do cérebro, o católico e o protestante.
Quem não conhece o truque da aposta no valor, tem a mente aprisionada num paradigma que só encontra solução no corte dos salários: Pedro Arroja aqui: “Então, só resta uma saída: os salários vão ter de baixar em Portugal para que a competitividade internacional do país possa aumentar. Para que os salários baixem é necessário, em primeiro lugar, que se gere uma situação de excesso de oferta no mercado de trabalho, significando que o desemprego no país está destinado a aumentar também.”, mas também Olivier Blanchard aqui. Como refiro aqui, por que não aprender com “How we compete” de Suzanne Berger and the MIT Industrial Performance Center, publicado em Janeiro de 2006:
Na página 255:
“… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor”
Na página 257:
“If they prosper despite competition from foreign companies with very low-paid workers, it is because they bundle into the products they sell other desirable features, like speed, fashion, uniqueness, and image.”
Uma das frases que descobri há quase um mês, e continua a circular na minha mente é: "It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled."Mas, e como isto é profundo:"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants." Por favor voltar a trás e reler esta última afirmação.
sábado, novembro 24, 2007
Na vida não há barreiras, apenas soluções
Depende de nós próprios a forma como encaramos os problemas: se nos fazemos de coitadinhos ou se tentamos encontrar alternativas. Não existe o impossível nem o não consigo. Devemos aplicar-nos e acreditar que conseguiremos, não só tocar nos sonhos como os podemos viver em pleno."
Pode parecer treta, mas não é.
A vontade, o esforço, a persistência, a auto-confiança, o sonho, a visão, removem montanhas!
Quer para as pessoas, quer para as organizações.
Trecho retirado do semanário Vida Económica desta semana, artigo assinado por Fernanda Silva Teixeira.
sexta-feira, novembro 23, 2007
Não imporás uma proposta de valor aos outros (II)
Ouvir a opinião de Peres Metelo hoje, em 2007, e confrontar com as opiniões de Peres Metelo na primeira metade da década de 90 do século passado, é interessante… como é que um adulto pode mudar tanto de opinião!
Aprecio a frontalidade de Peres Metelo, quando diz, “se as empresas não podem pagar salários acima de 500 euros mensais têm de fechar”. Mas…
Eu aspiro a contribuir, humildemente, para um Portugal onde as empresas, porque têm uma actuação estratégica, evoluem na cadeia de valor, e por isso, são mais produtivas, e por isso, podem pagar melhores salários aos seus colaboradores, não porque estes trabalhem mais, mas porque produzem produtos e serviços de maior valor acrescentado. Mas como digo, essa é a minha aspiração! No entanto, não me sinto à vontade, para ditar o que é bom e o que é mau, quem deve sobreviver e quem deve morrer, quem tem direito à vida e quem direito a um lugar no caixote do lixo. Acho que sempre que os governos, ou qualquer outra entidade central, tenta tomar esse tipo de decisões… só faz asneira.
A única entidade que pode fazer isso é o mercado, os clientes e consumidores que optam, anonimamente, no dia-a-dia, por um produto ou serviço, em detrimento de outro.
É um pouco esquizofrénico, às segundas, terças e quartas ter um discurso de tudo ou nada, de pão-pão-queijo-queijo, e às quintas, sextas e sábados, qual 112 ir acorrer com apoios e subsídios, enfim soro para comatosos, às mesmas empresas.
Não imporás uma proposta de valor aos outros, …apesar de teres preferências pessoais.
Citações
"... as grandes aprendizagens da vida acontecem nos momentos de confronto e sofrimento."
In "O branco de todas as cores" de Paula Campos
Há funções mais importantes que outras.
Todas as funções de uma organização são importantes, contudo, algumas são mais importantes que outras. Não é nada de pessoal… é tudo uma questão de estratégia.
Primeiro, consideremos uma organização, tiremos uma foto do seu funcionamento actual, desenhemos um modelo, para melhor a perceber, entender e, depois, influenciar no sentido pretendido.
Gosto de modelar as organizações em dois tempos, um esquema global com os macro-processos.
Se agora, fizermos um novo zoom, e passarmos do nível do processo para o nível das actividades, chegamos às funções e às suas atribuições, responsabilidades e autoridades.Se agregarmos os levantamentos feitos para todos os processos, identificamos todas as funções.
Quando uma organização formula uma estratégia, e a traduz num mapa da estratégia, e em indicadores com metas associadas: Para aterrar, para introduzir na realidade, as mudanças previstas na estratégia, uma organização tem de incorporar essas transformações naquilo que é permanente, os processos.
Quando se identificam os processos que vão ser alterados pela estratégia, ou seja, pelas iniciativas, estamos a identificar os processos críticos, aqueles que limitam hoje o atingir do desempenho futuro desejado. Assim, as funções que trabalham, que operam, que decidem, que executam, no âmbito desses processos críticos, são funções críticas para chegar ao futuro desejado.
quinta-feira, novembro 22, 2007
Apresentação sobre certificação e qualidade...
Recordações da minha infância
Quando tinha 6/7 anos era um fan desta série.
Cada vez mais, associo estas imagens a estas notícias "Provedoria arrasa sistema de penhoras do fisco", "Inspecção revela as debilidades da administração fiscal. Situações detectadas ferem legalidade e prejudicam contribuintes" " no Público de hoje.
A resistência à mudança
Apreciei sobretudo o último capítulo, onde o autor faz a ligação entre o “People Plan”, ou plano estratégico de Capital Humano, e a estratégia para o negócio de uma organização.
“Para o People Plan apenas vão o reduzido número de objectivos que são importantes para reforçar ou alcançar determinados objectivos do plano estratégico da empresa.”
Apreciei sobremaneira, para um visual como eu, a figura “Triângulo da resistência à mudança”:
Produtividade e pobreza nacional
"o PIB per capita nacional passou de 72%, em 2002, para 69% da média da OCDE, em 2005. Apesar de haver menos dinheiro disponível por habitante, o nível de consumo registado baixou apenas um ponto percentual, de 74 para 73% da média.
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Contas feitas, o desequilíbrio entre a disponibilidade de dinheiro e o padrão de consumo é visível. Enquanto o PIB português é inferior à média da OCDE em 31 pontos percentuais, o nível de consumo fixa-se 27 pontos percentuais abaixo da média dos 30 países analisados."
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No JN de hoje "Portugal é o sexto país mais pobre da OCDE" e também "Produtividade na UE superior à dos EUA":
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"A produtividade do conjunto da economia europeia cresceu, em 2006, a um ritmo superior ao da norte-americana, uma tendência que Portugal não acompanhou, tendo o país o segundo pior resultado dos 27. " e "Portugal regista segundo pior valor da produtividade da economia da União Europeia"
Quando não se é produtivo e não se poupa, não há milagres "Portugal ultrapassado pela República Checa no ranking do rendimento da OCDE" no Público de hoje.
quarta-feira, novembro 21, 2007
Apetece mesmo especular.
Dúvidas
As peças de dominó seguintes serão a India e a China!
Com estes três KO, para onde vai a Europa exportar?
E como fica este país?
E se acabar a fé que mantém o sistema? Como explica Pedro Arroja.
Ainda a produtividade
Para quando o despertar para o mundo novo da melhoria do numerador?
terça-feira, novembro 20, 2007
Agora vou especular
Quando se tem amor reconhece-se o valor. Quando se reconhece o valor, conhecem-se outras alavancas, além dos custos.
Nos Estados Unidos em 10 anos, o número de cervejas diferentes produzidas pela Budweiser quase duplicou. Em Portugal está a acontecer o mesmo. Um, dois, três tipos de cervejas diferentes vendem muito, podem ter fábricas dedicadas à sua produção. É o reino da normalização e das grandes séries.Depois, existe um número elevado de de tipos de cerveja que vendem pouca quantidade... tentar produzi-las na mesma fábrica que as outras... vai dar barraca.
Isto de aumentar a taxa de ocupação das máquinas não é necessariamente positivo se implicar mudanças constantes. Como compatibilizar grandes séries e pequenas séries na mesma linha? Como lidar com essa esquizofrenia?
Assim, se tivesse dinheiro tinha adquirido a fábrica de Loulé à UNICER, com os trabalhadores incluídos, e entrava no mercado da produção de pequenas séries de cerveja, por conta das grandes marcas, estilo 'façonnage', como dizem na indústria farmacêutica. Transformava a fábrica numa 'boutique' de pequenas séries, de autênticas 'delicatessen'... delicadezas que as grandes linhas não podem fornecer.