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domingo, julho 26, 2020

Cooperativas, eficientismo e Mongo

Há anos que aqui no blogue escrevo sobre as cooperativas associadas a Mongo e sobre a loucura do eficientismo.

A ideia das cooperativas surgiu-me na sequência da democratização da produção e da fuga à proletarização "uberiana". Alguns postais ao longo dos anos sobre o tema foram:
Mongo é um tema recorrente aqui no blogue.

Ontem em "From the Gig Economy to the Guild Economy" encontrei os mesmos três temas relacionados:
"there’s a problem – actually, many problems. Efficiency is a diminishing returns proposition. The more efficient we become, the longer and harder we need to work to get the next increment of efficiency. Diminishing returns is a problem on its own, but it’s compounded by the fact that we live in a Big Shift world of mounting performance pressure – competition is intensifying, change is accelerating, and extreme disruptive events occur with increasing frequency.
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We’re already starting to see some of that start to happen in the gig economy. Individual workers are discovering that there are others who share their passion and coming together so that they can work on projects as a group, rather than individuals.
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On the other side, institutions are going to begin to see that the real value of contract workers is the diversity of experience and expertise that they bring to the work. These contract workers can help the institution’s employees to learn faster by exposing them to different perspectives and approaches to addressing work. These institutions will begin to expand their focus beyond just cost savings and see gig workers as an opportunity to learn faster.
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We’re going to begin to see impact groups forming and coming together into broader networks that will help them to learn even faster.
That’s where guilds come in.
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As independent workers become more aware of the imperative for accelerating learning, they will tend to affiliate into guilds that will help to connect them with others who might become part of their impact group and, more broadly, with other impact groups that share their passion for increasing impact in a particular set of activities. These guilds can help to knit together larger and larger networks of impact groups, generating something that I call “creation spaces,” to help scale and accelerate learning."
Acerca de Mongo, no mesmo artigo, algo que parece retirado aqui do blogue acerca da profusão de tribos e do bailado entre oferta e procura:
"Beyond the gig economy, there’s another area that will see the re-emergence of guilds. That’s in product and service businesses that will increasingly fragment as customers demand more and more tailored products and services to serve their specific needs. The participants in these small, but very profitable, product and service businesses will see value in connecting with others in their particular domains so that they can all learn faster and create even more value with less resource. For example, think of a guild for craft chocolate companies that are serving very specific customer niches.
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To address the opportunity to help participants to learn faster, these guilds need to find a way to move beyond fear of competition and foster the excitement that can come from addressing the exponentially expanding opportunities created by the Big Shift. Rather than embracing a scarcity mindset, these guilds need to cultivate an abundance mindset. They need to recognize that, the more people that come together, driven by a commitment to learn faster, the more opportunity there will be for value creation. It’s a very different heartset and mindset from the ones generated by the fear that is engulfing more and more of the world’s population.
The bottom line
The imperative to learn faster is going to motivate individuals to come together in very different ways. In at least one dimension, our future may represent a return to the past, when we see the re-emergence of guilds. Rather than isolated individuals driven by fear as they confront mounting performance pressures, we are likely to see people coming together, excited about the opportunity to learn faster and embrace exponentially expanding opportunity."

domingo, maio 27, 2018

Acerca da moral

Em 2010 escrevi em, "Cooperação, moral, religião e a tentação...", sobre o que entendia estar na base da moral nas sociedades humanas. Em 2012 voltei ao tema em "A moral de um pensador".

Foi disto que me lembrei ao ler "Rude Drivers Who Merge at the Last Second Are Doing You a Favor, According to Science". Se um rude driver pode fazê-lo, dois rude drivers podem fazê-lo, três rude drivers podem fazê-lo. Se um rude driver pode fazê-lo, então todos podem fazê-lo.

Aquando da I Guerra do Golfo aprendi que para desbaratar um exército, ou parar um supermercado, basta afectar 30% para a coisa ficar ingovernável.

Há demasiados amadores a jogar bilhar. Como aprendi com Taleb:
"in academia there is no difference between academia and the real world, in the real world, there is"
Por isso, acredito que existe diferença entre ovos de umas galinhas e de outras.

domingo, maio 23, 2010

Cooperação, moral, religião e a tentação...

Li este trecho:
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"The problem of cooperation is that defection is evolutionarily stable. If everybody in a population defects and one individual cooperates then this individual has a lower payoff and will be opposed by selection. Thus, the emergence of cooperation is thought to require specific mechanisms: for example, several cooperators have to arise simultaneously to overcome an invasion barrier or arise as spatial clusters." (1)
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E a primeira coisa que me veio à cabeça foi a natalidade... foi ver a quebra da natalidade como um atentado contra a cooperação.
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É fácil argumentar que as exigências de cooperação que eram vitais no passado com comunidades pequenas e isoladas hoje já não são tão importantes.
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Pessoalmente vejo o nascimento da moral nas sociedades humanas como uma primeira forma de democracia. Proibia-se o que um indivíduo isoladamente podia fazer mas que se toda a comunidade o seguisse ela desapareceria, ou sofreria bastante.
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Moral e religião como duas forças a combater a tentação de não cooperar...
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Contudo, olho para as notícias "Europeans Fear Crisis Threatens Liberal Benefits" e percebo que a cooperação continua a ser importante e que a quebra desse compromisso apenas se nota mais tarde e com mais força. Agora já não é uma pequena comunidade isolada que fica em causa... é todo um continente.
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(1) "Emergence of cooperation and evolutionary stability in finite populations" de Martin A. Nowak, Akira Sasaki, Christine Taylor, Drew Fudenberg.

terça-feira, agosto 05, 2008

A minha solução não passa por aqui (V)

O jogo do Dilema do Prisioneiro em que os jogadores têm memória e realizam iterações infinitas, ou aleatórias, como descrito neste texto da wikipédia aqui é uma base para investigar as economias, as civilizações e as vantagens da cooperação e a tentação do egoísmo.
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"Para o Dilema do Prisioneiro Iterado, nem sempre é correcto dizer que uma certa estratégia é a melhor. Por exemplo, considere-se uma população onde todos desertam sempre, excepto um único individuo que continua a estratégia Tit for Tat (olho por olho - fazer aos outros o que nos fizeram na rodada anterior, começando por cooperar). Este individuo tem uma pequena desvantagem porque perde a primeira ronda.
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Numa população com um certa percentagem de indivíduos que desertam sempre e outros que continuam a estratégia Tit for Tat, a estratégia óptima para um indivíduo depende da percentagem, e da duração do jogo. Realizaram-se simulações de populações, onde morrem os indivíduos com pontuações baixas e se reproduzem aqueles com pontuações altas. A mistura de algoritmos na população final depende da mistura na população inicial."
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Beinhocker refere "We discovered that there is no one best strategy; rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies - an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction."
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É a competição económica que assegura a cooperação entre os actores económicos. Se não há competição, o vendedor pode sacar mais retorno da relação com o comprador do que este está disposto a oferecer livremente.