Recordo este gráfico de 2013:
"O estudo é da responsabilidade da ATP e contempla três cenários distintos, desde a visão mais pessimista, que admite o desaparecimento de 3500 empresas e de mais de 56 mil empregos, à mais otimista, que prevê o encerramento de cerca de mil empresas e de mais de 11 mil postos de trabalho. A grande diferença está na riqueza gerada. No caso do cenário 'chumbo', o mais negativo, cairá para menos de cinco mil milhões de euros de faturação, enquanto as exportações se ficarão por pouco mais de quatro mil milhões de euros. Em contrapartida, no cenário 'ouro', o mais positivo, o volume de negócios do setor subirá para mais de 10 mil milhões de euros, com as exportações a serem responsáveis por oito mil milhões de euros, um aumento de 30% e de 53%, respetivamente, face aos valores pré-pandemia."
"Na melhor das hipóteses, a indústria têxtil e do vestuário vai aumentar a facturação e as vendas ao exterior. Mas voltarão os encerramentos de fábricas e os despedimentos.O plano estratégico anterior apontava três cenários possíveis para 2020, agora fala-se num para 2025. E é este último que prevê que uma forte quebra no número de empresas em laboração e um grande número de despedimentos. O sector da indústria têxtil e vestuário (ITV) tinha, em 2018, 6700 empresas, de acordo com o Banco de Portugal, e quase 139 mil trabalhadores. O projectado para 2025 reduz para “mais de 4000 empresas” e 110 mil trabalhadores. O que, a confirmar-se, significaria que cerca de um terço das empresas de ITV vão fechar e haveria à volta de 28 mil despedimentos."
Lamento este uso de linguagem negativa sobre os encerramentos e os despedimentos... isto parece forte, mas é como dizer que o leão é mau quando mata a gazela.
Se queremos que os trabalhadores têxteis sejam mais produtivos, e possam ter melhores salários, as empresas incapazes de subir na escala de valor têm de fechar e libertar os seus trabalhadores para outras áreas da economia onde possam ser melhor remunerados.
O erro é acreditar acriticamente que as empresas em Portugal podem continuar a crescer como antes de haver china.
Com base neste documento, atentem na evolução da facturação por trabalhador na indústria têxtil e de vestuário portuguesa:
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